• Explorando fatores associados à obesidade em crianças argentinas utilizando a modelagem de equações estruturais Article

    Mendez, Ignacio; Fasano, María Victoria; Orden, Alicia B.

    Resumo em Português:

    Resumo: Hábitos e comportamentos relacionados ao risco de obesidade estão fortemente associados ao ambiente familiar e afetados por fatores socioeconômicos. A modelagem de equações estruturais (MEE) permite levantar hipóteses sobre como ocorrem as relações entre esses fatores e medir seu impacto. O objetivo do presente estudo foi explorar a relação entre os indicadores socioeconômicos familiares e a obesidade infantil, mediada por hábitos ligados ao balanço energético, aplicando uma MEE. Um estudo transversal foi realizado com 861 escolares argentinos de 6 a 12 anos entre 2015 e 2016. O modelo incluiu três variáveis latentes: nível socioeconômico, hábitos saudáveis e obesidade. Os indicadores do nível socioeconômico e de hábitos saudáveis foram medidos por meio de questionários autoaplicáveis aos pais, enquanto os indicadores de obesidade foram obtidos por meio de antropometria. O modelo aplicado apresentou um ajuste aceitável (NFI = 0,966; CFI = 0,979; RMSEA = 0,048). O nível socioeconômico influenciou positivamente a escolaridade dos pais, o plano de saúde e a posse de automóvel, enquanto influenciou negativamente a aglomeração (p < 0,001). A variável hábitso saudáveis influenciou significativamente a atividade física, a frequência das refeições e as horas de sono, mas influenciou negativamente as horas sedentárias e o estado nutricional materno (p < 0,001). O fator obesidade influenciou positivamente o índice de massa corporal, a gordura corporal e a relação cintura/estatura (p < 0,001). Finalmente, o nível socioeconômico influenciou positivamente os hábitso saudáveis, que por sua vez influenciou negativamente a obesidade. Hábitos saudáveis, especialmente atividade física e estado nutricional materno, mediam a relação entre nível socioeconômico e obesidade infantil. Novas pesquisas devem incluir outros indicadores relacionados à dieta, hábitos alimentares e atividade física, como características da vizinhança.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Los hábitos y comportamientos relacionados con el riesgo de obesidad están fuertemente asociados al entorno familiar y se ven afectados por factores socioeconómicos. El modelo de ecuaciones estructurales (MEE) permite plantear hipótesis sobre cómo se dan las relaciones entre estos factores y medir su impacto. El objetivo del presente estudio fue explorar la relación entre los indicadores socioeconómicos familiares y la obesidad infantil, mediada por hábitos relacionados con el balance energético, aplicando un MEE. Se realizó un estudio transversal con 861 escolares argentinos de 6 a 12 años entre 2015 y 2016. El modelo incluyó tres variables latentes: nivel socioeconómico, hábitos saludables y obesidad. Los indicadores nivel socioeconómico y hábitos saludables se midieron mediante cuestionarios autoadministrados a los padres, mientras que los indicadores de obesidad se obtuvieron mediante antropometría. El modelo aplicado presentó un ajuste aceptable (NFI = 0,966; CFI = 0,979; RMSEA = 0,048). El nivel socioeconómico influyó positivamente en la escolaridad de los padres, en el plan de salud y en el hecho de tener automóvil, mientras que influyó negativamente en el hacinamiento (p < 0,001). La variable hábitos saludables influyó significativamente en la actividad física, en la frecuencia de las comidas y en las horas de sueño, pero influyó negativamente en las horas sedentarias y en el estado nutricional materno (p < 0,001). El factor obesidad influyó positivamente en el índice de masa corporal, en la grasa corporal y en la razón cintura/talla (p < 0,001). Finalmente, el nivel socioeconómico influyó positivamente en los hábitos saludables, que, a su vez, influyeron negativamente en la obesidad. Los hábitos saludables, en especial la actividad física y el estado nutricional materno, moderan la relación entre el nivel socioeconómico y la obesidad infantil. Las nuevas investigaciones deberían incluir otros indicadores relacionados con la dieta, con los hábitos alimentarios y con la actividad física, así como con las características del vecindario.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Habits and behaviors related to obesity risk are strongly associated with the family environment and are affected by socioeconomic factors. Structural equation modeling (SEM) allows us to hypothesize on how the relationships between these factors occur and measure their impact. This study aimed to explore the relationship between family socioeconomic indicators and childhood obesity, mediated by habits linked to energy balance, applying a SEM. A cross sectional study was performed on 861 Argentinian schoolchildren aged 6-12 years, from 2015 to 2016. The model included three latent variables: socioeconomic status, healthy habits, and obesity. Socioeconomic status indicators and healthy habits were surveyed by self-administered parental questionnaires, whereas obesity indicators were evaluated with anthropometry. The applied model showed an acceptable fit (NFI = 0.966; CFI = 0.979; RMSEA = 0.048). Socioeconomic status positively influenced parental education, health insurance, and car possession, while negatively influenced crowding (p < 0.001). Healthy habits significantly influenced physical activity, meals frequency, and sleep hours, while negatively influenced sedentary hours and mother’s nutritional status (p < 0.001). Obesity factor positively influenced body mass index, body fat, and waist-to-height ratio (p < 0.001). Finally, socioeconomic status positively influenced health habits, which in turn negatively influenced obesity factor. Healthy habits (especially physical activity and mother’s nutritional status) mediated the relationship between socioeconomic status and child obesity. Further research should include other indicators related to diet, eating habits, and physical activity like neighborhood characteristics.
  • Evidências sobre os efeitos adversos da poluição do ar sobre a saúde da população na Espanha: análise dos custos econômicos das mortes prematuras Article

    Casal, Bruno; Rivera, Berta; Currais, Luis

    Resumo em Português:

    Resumo: A exposição à poluição do ar ambiente aumenta a mortalidade e a morbidade, levando a incapacidades e mortes prematuras. A poluição do ar foi identificada como uma das principais causas da carga global de doenças, principalmente em países de baixa e média renda em 2015 (Global Burden of Diseases, Injuries and Risk Factors Study, 2015). Este artigo explora a relação entre as taxas de mortalidade e a concentração de material particulado (PM) nas 50 regiões espanholas de 2002 a 2017. Além disso, foi realizada uma estimativa das mortes prematuras causadas por PM na Espanha em termos de bem-estar e perdas de produção em 2017. Modelos de efeitos aleatórios foram desenvolvidos para estudar a relação entre as taxas de mortalidade e as concentrações de PMP. O custo econômico das mortes prematuras foi avaliado usando a abordagem “disposição a pagar” para monetizar as perdas de bem-estar e o método do capital humano para estimar as perdas de produção. As concentrações de PM10 estão positivamente associadas à mortalidade por doenças respiratórias e acidente vascular cerebral. Com base em 10.342 mortes prematuras em 2017, as perdas no bem-estar social subiram para EUR 36,227 bilhões (3,1% do PIB espanhol). O valor econômico das perdas de produção presentes e futuras atingiu os EUR 229 milhões (0,02% do PIB). Do ponto de vista social, a poluição do ar é um problema de saúde pública que tem grande impacto na saúde e na qualidade de vida. Os resultados evidenciam a necessidade de implementar ou fortalecer políticas públicas regulatórias, fiscais e de saúde para obter benefícios substanciais à saúde com a redução da exposição.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: La exposición a la contaminación atmosférica aumenta la mortalidad y la morbilidad, lo que conduce a la discapacidad y a la muerte prematura. La contaminación del aire se identificó como una de las principales causas de la carga mundial de enfermedades, sobre todo en países de ingresos bajos y medianos en el 2015 (Global Burden of Diseases, Injuries and Risk Factors Study, 2015). Este artículo explora la relación entre las tasas de mortalidad y la concentración de material particulado (PM) en las 50 regiones españolas desde el 2002 hasta el 2017. Además, se realizó una estimación de las muertes prematuras provocadas por PM en España en términos de bienestar y pérdidas de producción en el 2017. Se desarrollaron modelos de efectos aleatorios para estudiar la relación entre las tasas de mortalidad y las concentraciones de PM. El costo económico de las muertes prematuras se evaluó usando el enfoque “disposición a pagar” para monetizar las pérdidas de bienestar y el método del capital humano para estimar las pérdidas de producción. Las concentraciones de PM10 están positivamente asociadas con la mortalidad por enfermedades respiratorias y accidente cerebrovascular. Con base en 10.342 muertes prematuras en el 2017, las pérdidas en el bienestar social ascendieron a EUR 36.227 millones (3,1% del PIB español). El valor económico de las pérdidas de producción presentes y futuras llegó a EUR 229 millones (0,02% del PIB). Desde un punto de vista social, la contaminación del aire es un problema de salud pública que tiene un gran impacto en la salud y en la calidad de vida. Los resultados ponen de manifiesto la necesidad de implementar o de fortalecer políticas públicas regulatorias, fiscales y de salud para obtener beneficios sustanciales para la salud con la reducción de la exposición.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Exposure to ambient air pollution increases mortality and morbidity, leading disabilities, and premature deaths. Air pollution has been identified as a leading cause of global disease burden, especially in low- and middle-income countries in 2015 (Global Burden of Diseases, Injuries and Risk Factors Study, 2015). This study explores the relation between mortality rates and particulate matter (PM) concentrations in the 50 Spanish regions for the period 2002-2017. Moreover, we estimated the premature deaths due to PM in Spain according to welfare and production losses in 2017. Random-effects models were developed to evaluate the relation between mortality rates and PM concentrations. The economic cost of premature deaths was assessed using the Willingness to Pay approach to quantify welfare losses and the Human Capital method to estimate production losses. PM10 concentrations are positively related to mortality due to respiratory diseases and stroke. Based on 10,342 premature deaths in 2017, losses in welfare amount to EUR 36,227 million (3.1% of Spanish GDP). The economic value of current and future production losses reached EUR 229 million (0.02% of GDP). From a social perspective, air pollution is a public health concern that greatly impacts health and quality of life. Results highlight the need to implement or strengthen regulatory, fiscal, and health public policies to substantially benefit the population’s health by reducing their exposure to air pollution.
  • Perspectiva dos agentes comunitários de saúde sobre o impacto da COVID-19 na atenção primária à saúde no Nordeste do Brasil Article

    Vieira-Meyer, Anya Pimentel Gomes Fernandes; Forte, Franklin Delano Soares; Guimarães, José Maria Ximenes; Farias, Sidney Feitoza; Oliveira, André Luiz Sá de; Dias, Maria Socorro de Araújo; Monteiro, Claudete Ferreira de Souza; Guedes da Silva Júnior, Fernando José; Morais, Ana Patrícia Pereira; Moreira, Maria Rosilene Candido; Castro, Márcia C.; Yousafzai, Aisha Khizar

    Resumo em Português:

    Resumo: Este artigo avalia as repercussões da pandemia da COVID-19 no cotidiano de trabalho da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) em diversos municípios do Nordeste brasileiro, na perspectiva dos agentes comunitários de saúde (ACS). Um questionário estruturado foi utilizado para coletar informações sobre a COVID-19, atividades dos ACS e equipes da ESF em 2021. Participaram 1.935 ACS de quatro capitais (Fortaleza - Ceará, João Pessoa - Paraíba, Recife - Pernambuco e Teresina - Piauí) e quatro cidades do interior (Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Sobral, Ceará). A idade média dos ACS era de 46,25±8,54 anos, sendo a maioria mulheres (82,42%). Muitos (39,92%) estavam infectados com COVID-19, dos quais 70,78% acreditavam ter sido infectados no ambiente de trabalho. Ao todo, 77,82% definiam seu papel como linha de frente no combate à COVID-19, 16,07% relataram receber treinamento para a COVID-19 e 13,74% tinham acesso a equipamentos de proteção suficientes contra a COVID-19. A maioria (90,27%) acredita que suas rotinas de trabalho foram modificadas pela pandemia, fortalecendo o espírito de equipe (41,46%) ou enfraquecendo-o (44,41%). Houve uma redução na promoção da saúde nas escolas (75,66%) e na frequência de visitas domiciliares (60,55%), de grupos específicos na comunidade (93,96%) e outros serviços comunitários locais (66,01%). Nos municípios avaliados, observou-se uma heterogeneidade significativa em relação à resposta à pandemia de COVID-19, possivelmente associada à falta de coordenação do Governo Federal. A pandemia levou a uma reconfiguração dos sistemas locais de saúde, fluxos de trabalho e protocolos de atenção primária para as equipes da ESF. A importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e seu potencial de reorganização durante as crises devem ser reconhecidos, preservando-se os avanços alcançados até o momento.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Este artículo evalúa las repercusiones de la pandemia de COVID-19 en el trabajo cotidiano del equipo de la Estrategia Salud de la Familia (ESF) en diversos municipios del Nordeste brasileño, desde la perspectiva de los agentes comunitarios de salud (ACS). Se utilizó un cuestionario estructurado para recopilar información sobre COVID-19, actividades de los ACS y equipos de la ESF en el 2021. Participaron 1.935 ACS de cuatro capitales (Fortaleza - Ceará, João Pessoa - Paraíba, Recife - Pernambuco y Teresina - Piauí) y cuatro ciudades del interior (Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha y Sobral - Ceará). La edad media de los ACS era de 46,25±8,54 años, y la mayoría eran mujeres (82,42%). Muchos (39,92%) estaban infectados con COVID-19, de los cuales el 70,78% creía haberse contagiado en el entorno laboral. En total, el 77,82% definió su papel como línea de frente en el combate a la COVID-19, el 16,07% informó haber recibido capacitación para la COVID-19 y el 13,74% tuvo acceso a equipos de protección suficiente contra la COVID-19. La mayoría (90,27%) cree que sus rutinas de trabajo se vieron modificadas por la pandemia, fortaleciendo el espíritu de equipo (41,46%) o debilitándolo (44,41%). Hubo una reducción en la promoción de la salud en las escuelas (75,66%) y en la frecuencia de las visitas domiciliarias (60,55%), de grupos específicos en la comunidad (93,96%) y otros servicios comunitarios locales (66,01%). En los municipios analizados, se observó una heterogeneidad significativa con relación a la respuesta a la pandemia de COVID-19, posiblemente asociada a la falta de coordinación del Gobierno Federal. La pandemia condujo a una reconfiguración de los sistemas locales de salud, los flujos de trabajo y los protocolos de atención primaria para los equipos de la ESF. Se debe reconocer la importancia del Sistema Único de Salud y (SUS) su capacidad de reorganización durante las crisis, preservando los avances logrados hasta el momento.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This article evaluates the COVID-19 pandemic impacts on the Family Health Strategy (FHS) team’s work routines across a range of northeast Brazilian cities as perceived by community health workers (CHW). Data on COVID-19, CHW activities, and FHS teams were collected in 2021 by a structured questionnaire. A total of 1,935 CHWs from four state capitals (Fortaleza - Ceará State, João Pessoa - Paraíba State, Recife - Pernambuco State, Teresina - Piauí State) and four hinterland cities (Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Sobral - Ceará State) participated in the study. Most CHWs were women (82.42%), with mean age 46.25±8.54 years. Many (39.92%) were infected with COVID-19, of which 70.78% believed they were infected in the workplace. A total of 77.82% defined their role as frontline in the fight against COVID-19, 16.07% reported receiving training for COVID-19, and 13.74% had access to sufficient protective equipment. Most (90.27%) believed their work routines were modified by the pandemic, either strengthening (41.46%) or weakening (44.41%) the team spirit. Home visits (60.55%), health promotion actions in schools (75.66%) and in specific community groups (93.96%), and other on-site community services (66.01%) showed a reduction in frequency. The sampled cities revealed a significant heterogeneity regarding responses to the COVID-19 pandemic, possibly associated with a lack of coordination by the Federal Government. Regardless of context, the pandemic led to a reconfiguration of local health systems, workflows, and primary care protocols for FHS teams. The importance of the Brazilian Unified National Health System (SUS) and its potential for reorganization during crisis should be acknowledged while preserving the headway made thus far.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br