RESUMO
Objetivou-se investigar os fatores de risco e proteção para o consumo de drogas entre estudantes de uma escola municipal em Vitória - ES. Trata-se de um estudo descritivo, exploratória, com uma população de 500 alunos, matriculados em 2011. Dos escolares, 62,5% relatam que conversar sobre drogas com os pais diminui as chances de consumir, 41,7% referem que conviver com familiares e/ou amigos usuários os torna mais vulneráveis ao uso. Ainda, 70,8% destes, relataram que a autoestima elevada previne ouso de SPAs. Portanto, para desenvolver atividades de prevenção ao uso de SPAs, primeiramente faz-se necessário conhecer as atitudes e crenças dos alunos, bem como da escola, família e comunidade.
PALAVRAS-CHAVES
Adolescente; Prevenção primária; Uso indevido de drogas
ABSTRACT
This study aimed to investigate the risk and protective factors for drug use among students of a municipal school in Vitoria - ES. This is a descriptive, exploratory, with a population of 500 students enrolled in 2011. Of students, 62.5% report that talk about drugs with their parents decreases the chances of consuming, 41.7% report living with family and / or friends users makes them more vulnerable to use. Still, 70.8% of these reported that high self esteem prevents the use of PAS. Therefore, to develop prevention activities to the use of PAS, first it is necessary to know the attitudes and beliefs of students as well as school, family and community.
KEYWORDS:
Adolescent; Primary prevention; Drug abuse
Introdução
O consumo de drogas (SPAs) é um fenômeno que tem transcendido a categoria de problema de saúde e vem se expandindo mundialmente. As SPAs interferem não só em nível biológico, mas em todo o contexto biopsicossocial dos indivíduos que as consomem, tornando os vulneráveis a situações de risco (CARLINI 2005CARLINI, E.A. et at. II Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país: 2005. São Paulo: CEBRID Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas: UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, 2005.; CARLINI; NOTO; SANCHEZ, 2010CARLINI, E.A.; NOTO, A.R.; SANCHEZ, Z.V.D.M. VI Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. São Paulo: CEBRID: UNIFESP 2010.).
No Brasil, nota-se a redução da idade para o início do uso de drogas. Pesquisas do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CARLINI; NOTO; NAPPO, 2002CARLINI, E.A.; GALDURÓZ, J.C.F; NOTO, A.R.; NAPPO, A.S. I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 107 maiores cidades do País-2001. São Paulo: CEBRID: UNIFESP, 2002. CARLINI; NOTO; SANCHEZ, 2010CARLINI, E.A.; NOTO, A.R.; SANCHEZ, Z.V.D.M. VI Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. São Paulo: CEBRID: UNIFESP 2010.) mostram que o uso na vida pode já acontece aos 10 anos de idade, sendo as principais drogas, além do álcool e do tabaco, os solventes e a maconha.
No VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Publica e Privada nas Capitais Brasileiras (CARLINI; NOTO; NAPPO, 2002CARLINI, E.A.; GALDURÓZ, J.C.F; NOTO, A.R.; NAPPO, A.S. I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 107 maiores cidades do País-2001. São Paulo: CEBRID: UNIFESP, 2002. CARLINI; NOTO; SANCHEZ, 2010CARLINI, E.A.; NOTO, A.R.; SANCHEZ, Z.V.D.M. VI Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. São Paulo: CEBRID: UNIFESP 2010.), encontrou-se que 60,5% e 16,8% dos estudantes relataram, respectivamente, uso na vida de álcool e tabaco. Também foi possível detectar que 25,5% dos estudantes terem referiram uso na vida de alguma droga ilícita e 5,5% relataram uso no mês. Entre os que relataram algum consumo, embora a maioria tivesse idade maior de 16 anos, também foram observados relatos na faixa entre 10 e 12 anos.
Assim, com a atual tendência de expansão do consumo de drogas, bem como a iniciação cada vez mais precoce torna-se necessária a realização de ações e medidas de prevenção, evitando dessa forma a experimentação, bem como a progressão para o uso regular, abuso e, consequentemente, a dependência. Por isso, segundo Santos (2011)SANTOS, E.O. et al. Inter Science Plave. Ano 4 - Nº 17 Abril/Junho – 2011., a temática vem assumindo grande importância na dinâmica escolar, pois a escola tem sido apontada como local de primeiro contato com as drogas.
Conforme Schekner e Minayo (2005), os adolescentes por estarem em uma fase do desenvolvimento humano em que ocorrem muitas mudanças, sendo considerado um período de risco para o envolvimento com drogas. E por ser um período do desenvolvimento no qual tendem a ocorrer os primeiros episódios de uso de bebidas alcoólicas ou outras drogas, a adolescência torna-se alvo da maioria dos programas de prevenção (NIDA, 2003NATIONAL INSTITUTE ON DRUG ABUSE (NIDA). Preventing drug use among children and adolescents: a research-based guide. Bethesda: NIH Publication, 2003.; SLOBODA, 2005SLOBODA, Z. (Ed.) Epidemiology of Drug Abuse. New York: Springer-Verlag, 2005.).
Existem diversas abordagens na condução de estratégias preventivas, que de uma maneira geral objetivam diminuir a probabilidade de o adolescente usar ou manter o uso de drogas e desta forma as diversas abordagens de prevenção ao uso de drogas enfatizam a redução dos fatores de risco e ampliação dos fatores de proteção. Esses fatores podem ser identificados em todos os domínios da vida: no próprio indivíduo, na família, na rede de amizades, na escola ou no trabalho, na comunidade ou em qualquer outro nível de convivência social (SENAD, 2009SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS - SENAD. SUPERA: Sistema para Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias Psicoativas: Encaminhamento, Intervenção breve, Reinserção Social e Acompanhamento: Módulo 3 - Detecção do uso abusivo e diagnóstico da dependência de substâncias psicoativas. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2009.).
Sudbrack (2003)SUDBRACK, M. F. O. et al (Org.). O adolescente e as drogas no contexto da justiça. Brasília: Plano, 2003, p. 307. conceitua fatores de risco como circunstâncias sociais e/ou pessoais que a tornam vulneráveis a assumir comportamentos arriscados, como usar drogas. Fatores de proteção são aqueles que contrabalançam as vulnerabilidades, tomando a pessoa com menos chances de assumir esses comportamentos.
São vários os fatores relacionados ao uso de SPAs, entre adolescentes, destacam-se problemas familiares, desemprego, desavenças amorosas, baixo rendimento escolar, como possíveis explicações para os adolescentes iniciarem o uso e, por conseguinte evoluírem para o abuso e para a dependência de álcool e outras drogas (PECHANKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2004PECHANKY, F.; SZOBOT, M.C.; SCIVOLETTO, S. Uso de Álcool entre Adolescentes: conceitos, características epidemiológicas e fatores etiopatológicos. Revista Brasileira de Psiquiatria. v. 26, supl. 1, p. 14-17, 2004.). Sendo assim oferecer ao adolescente apenas conhecimento teórico, não é suficiente para uma estratégia de prevenção eficaz, visto que os adolescentes precisam aprender a identificar uma situação de risco, compreender sua vulnerabilidade, conhecer alternativas de proteção, para que quando se depararem com a situação de decisão, consigam concluir qual é a escolha adequada em conformidade com seus valores pessoais levando em conta riscos e dimensionamento das consequências posteriores (PECHANKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2004PECHANKY, F.; SZOBOT, M.C.; SCIVOLETTO, S. Uso de Álcool entre Adolescentes: conceitos, características epidemiológicas e fatores etiopatológicos. Revista Brasileira de Psiquiatria. v. 26, supl. 1, p. 14-17, 2004.; MIRANDA; GADELHA; SZWARCWALD, 2005MIRANDA, A.E.; GADELHA, A.M.J.; SZWARCWALD, C.L. Padrão de comporta mento relacionado às práticas sexuais e ao uso de drogas de adolescentes do sexo feminino residentes em Vitória, Espírito Santo, Brasil, 2002. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 207-216, 2005.)
Cabe ressaltar que o meio cultural configurado pelo conhecimento, crenças, valores, atitudes pode conduzir a comunidade ou seus grupos específicos, no caminho da abstenção ou uso de SPAs (PILLON; LUIS, 2004PILLON, S. C.; LUIS, M. A. V. Modelos explicativos para o uso de álcool e drogas e a prática da enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 12, n. 4, p, 676-682, 2004.). O Sistema Nacional de Políticas Publicas sobre Drogas (BRASIL, 2006BRASIL. Presidência da República. Gabinete da Segurança Institucional Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. Secretaria nacional Antidrogas, Brasília, 2006.) preconiza medidas para prevenção do uso indevido de drogas, tendo como diretriz a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados.
É preciso, portanto, para maior efetividade das ações preventivas, compreender e valorizar o conhecimento dos sujeitos a respeito de suas condutas comportamentais, valores culturais e informações prévias para a prevenção do consumo de drogas.
Face ao exposto, objetivou-se neste trabalho, identificar o conhecimento de estudantes do ensino fundamental de uma escola publica acerca dos fatores de risco e proteção para o consumo de substâncias psicoativas.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de natureza exploratória, realizado em uma escola publica de ensino fundamental do município de Vitória, no Espírito Santo. A população do estudo foi constituída de 500 alunos que estavam devidamente matriculados na escola, no período segundo semestre de 2011. A amostra foi intencional e composta por estudantes com perfil de liderança e protagonismo, selecionados pelos professores da escola. Na época da pesquisa havia 12 (doze) turmas de 5a a 8a série, nos turnos matutino e vespertino, sendo escolhidos 2 (dois) alunos de cada turma e desta forma configurando uma amostra de 24 estudantes.
Inicialmente enviou-se uma solicitação à Secretaria Municipal de Educação, solicitando a autorização para o desenvolvimento da pesquisa e concessão de liberação dos estudantes de suas respectivas aulas para a aplicação dos questionários. Realizou-se um estudo piloto, a fim de padronizar a coleta de dados e realizar adaptações necessárias ao questionário. Após explicação dos objetivos do estudo, houve aplicação do questionário na escola, pelos pesquisadores. Estudantes e seus pais c/ou responsáveis que aceitaram participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
O instrumento utilizado foi elaborado pelos pesquisadores considerando a literatura nacional e internacional que, além de condições socioeconômicas, versa sobre os fatores de risco e proteção para o consumo de substâncias psicoativas (HOFFMANN; CERBONE, 2002HOFFMANN, J.P.; CERBONE, F.G.; 2002. Parental substance use disorder and the risk of adolescent drug abuse: na event history analysis. Drug and Alcohol Dependence. v. 66, p. 255-264, 2002.; TAVARES; BERIA; LIMA, 2004TAVARES, B. F.; BERIA, J. U.; LIMA, M. S. Fatores Associados ao uso de Drogas Entre Adolescentes escolares. Revista de Saúde Pública. São Paulo, v.38, n. 6, p. 787-796, 2004.; SANCHEZ, 2004SANCHEZ, Z.V. D. M. Razões que levam determinados jovens, mesmo expostos a fatores de risco, a não usarem drogas psicotrópicas. 184f. 2004. Tese de Doutorado. Escola Paulista de Medicina, 2004.; SCHEKNER; MINAYO, 2005). Sendo este instrumento um questionário estruturado constituído por 20 questões fechadas, que são afirmações acerca de fatores relacionas às drogas, onde o estudante tem como alternativas de resposta as opções falso e verdadeiro. O questionário aborda os fatores de risco e proteção em 3 (três) níveis, de acordo com uma abordagem classificatória apresentada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (BRASIL, 2012BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Tratamento da dependência de crack, álcool e outras drogas: aperfeiçoamento para profissionais de saúde e assistência social. Brasília: SENAD; 2012.) a saber:
Fatores de Risco e Proteção Individuais: relacionados à personalidade, mecanismo de enfrentamento e crenças dos adolescentes;
Fatores de Risco e Proteção Familiares: relacionados à dinâmica familiar, com enfoque na relação dos pais com o adolescente;
Fatores de Risco e Proteção Ambientais: relacionados às questões socioculturais do ambiente em que vive o adolescente;
Os dados foram analisados com o auxílio do programa Statistical Package for the Social Science (SPSS), na versão 17.0, utilizando-se a frequência absoluta e relativa para apresentação das respostas das questões.
Este estudo integrou o projeto de pesquisa intitulado "Conectando Saberes e Prevenindo o uso de substâncias: dialogando com a comunidade" (Prot Nº. 051/11), que foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), de acordo com os dispositivos da Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre Pesquisa com Seres Humanos.
Resultados e discussão
Participaram deste trabalho 24 estudantes, sendo a maioria alunos do sexo feminino (58,3%), na idade entre 11 a 14 anos (83,2%), da raça/cor caucasóide/ branca (37,5%) seguido de pardos (33,3%). Acerca da renda familiar, 33,3 % referiram possuí-la entre 2 a 3 salários mínimos. Quanto à religião, houve predomínio de Católicos (58,3%). Em relação ao nível de escolaridade, tanto as mães quanto os pais, estudaram até ultima série do ensino médio, sendo 66,1% e 66,7% respectivamente, como demonstrado na Tabela 1.
A Tabela 2 apresenta a distribuição das respostas dos pesquisados em relação às questões relacionadas aos fatores de risco e proteção, no nível individual. Observa-se que 91,7% relata acreditar que as pessoas usam drogas porque querem, todos (100%) acham e que o medo do efeito das drogas pode fazer com que as pessoas não tenham vontade de usá-las. Ainda em relação aos fatores individuais, os estudantes concordam que o uso de drogas ajuda solucionar problemas da vida (20,9%) e que a droga lícita é menos prejudicial que a droga ilícita (58,4%). Outro resultado relevante é que 95,8 % relatou que receber elogios e se sentir bem consigo mesmo, aumenta a autoestima e consequentemente previne o uso de SPAs
Conhecimento de adolescentes sobre fatores de risco e proteção individuais para o consumo de drogas. Vitória-ES, 2012.
Nota-se que de modo geral os estudantes conhecem os fatores de risco e proteção, em nível individual, para o uso de SPAs. Contudo alguns dados merecem atenção, principalmente o fato de a maioria considerar que as pessoas usam droga porque querem.
Sabe-se que esta consideração não é específica de adolescentes e permeia a sociedade brasileira de uma maneira geral. Este dado corrobora com o modelo explicativo de abordagem Moral, no qual os usuários são considerados responsáveis pelo início do uso drogas, sendo culpabilizados pelo problema e vistos como pessoas que possuem falhas de caráter (PILLON; LUIS, 2004PILLON, S. C.; LUIS, M. A. V. Modelos explicativos para o uso de álcool e drogas e a prática da enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 12, n. 4, p, 676-682, 2004.).
Este resultado apresenta-se também em consonância com outros estudos (KILLEN, 1991KILLEN, M.; LEVITON, M.; CAHILL, J. Adolescent reasoning about drug use. Journal of Adolescent Research, n.6, p. 336-356, 1991.; NUCCI, 1991NUCCI, L.; GUERRA, N.; LEE, J. Adolescent judgments of the personal, prudential, and normative aspects of drug usage. Developmental Psychology, v. 27, n. 5, p. 841-848, 1991.; CRUZ, 2009CRUZ, L. A. N.; MARTINS, R. A.; TEIXEIRA, P. S. Julgamento sócio-moral entre estudantes que fazem uso de bebidas alcoólicas: aceitabilidade, categorias de justificação e jurisdição de autoridade, SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, V.5, n.2, p. 1-14, 2009.), como o trabalho de Nucci, Guerra, Lee (1999) que investigaram a relação entre o uso de substâncias psicoativas por adolescentes e os conceitos que estes têm a respeito de tal conduta e obtiveram que a maioria deles indicou que o uso de drogas é uma questão de prerrogativa pessoal ou de prudência.
Visualizar o consumo como algo inerente a pessoa e ao seu autocontrole, pode propiciar que o indivíduo se coloque em situaçóes de vulnerabilidade e risco, cedendo à pressão de grupos e assim iniciando ou intensificando o uso de SPAs.
Mesmo que a dimensão moral seja um aspecto importante relacionada ao uso abusivo de drogas ainda pouco investigado, o consumo de drogas é uma questão ampla, multifatorial, e não deve ser reduzida a ele, ainda que seja necessário valorizá-lo na compreensão do problema. Desta forma é imprescindível ultrapassar os limites do âmbito moral e compreender o consumo de drogas num contexto de interação, entre sujeito, ambiente e SPAs para compreender a suscetibilidade ao uso e processo de evolução do consumo (DIEHL, 2011).
O presente estudo detectou que os pesquisados, em maioria, relataram que a droga lícita é menos prejudicial que a droga ilícita. Consideração esta não exclusiva de adolescentes e está presente na população como um todo, que por sua vez conceitua como droga apenas as SPAs ilícitas, focalizando os problemas ocasionados por estas, a despeito da magnitude dos efeitos negativos do álcool e do tabaco. Isto pode ser explicado pela aceitação social das drogas lícitas, que são de fácil acesso e estão presentes nas celebrações sociais e em diversas ocasiões, encontram-se presente no contexto familiar e na rede de relacionamentos dos adolescentes.
O álcool é a droga mais usada por adolescentes (CARLINI et al., 2010CARLINI, E.A.; NOTO, A.R.; SANCHEZ, Z.V.D.M. VI Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. São Paulo: CEBRID: UNIFESP 2010.), e uma explicação se deve aos efeitos positivos de sua intoxicação como a desinibição. Os adolescentes começam a beber para recreação e, para muitos deles, o álcool é uma carta de aceitação nos eventos sociais e seu consumo implica riscos relativamente baixos ou ausentes. Mas, seu uso pode ser responsável por muitos danos nas esferas sociais e individuais.
Inquéritos internacionais (UNODC, 2008UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME (UNODC). World Drug Report. 2008. Disponível em: <http://www.unodc.org/documents/wdr/WDR_2008/WDR_2008_eng_web.pdf>.
http://www.unodc.org/documents/wdr/WDR_2... ; WHO, 2011) constataram em relação ao álcool, quase 2 bilhões de pessoas no mundo fazem uso e é responsável por 4% de todas as mortes no mundo, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente. Quanto ao tabaco, este afeta 25% da população mundial adulta e 5 milhões são atribuídas ao uso de tabaco por ano, enquanto as drogas ilícitas são responsáveis por 200 mil mortes por ano.
A dicotomia SPAS lícitas e ilícitas é vislumbrada no nível das políticas publicas pois de acordo com Souza e Kantorski, a política nacional relacionada às drogas, possui diretrizes que enfatizam a distinção entre as drogas lícitas e ilícitas, considerando um ideal de sociedade protegida do uso de drogas ilícitas e uso indevido de drogas lícitas.
Acerca da autoestima, os adolescentes participantes deste estudo a consideram como fator de proteção, e alguns estudos (HOFFMANN; CERBONE, 2002HOFFMANN, J.P.; CERBONE, F.G.; 2002. Parental substance use disorder and the risk of adolescent drug abuse: na event history analysis. Drug and Alcohol Dependence. v. 66, p. 255-264, 2002.; SANCHEZ, 2004SANCHEZ, Z.V. D. M. Razões que levam determinados jovens, mesmo expostos a fatores de risco, a não usarem drogas psicotrópicas. 184f. 2004. Tese de Doutorado. Escola Paulista de Medicina, 2004.; SCHEKNER; MINAYO, 2005; BRASIL, 2012BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Tratamento da dependência de crack, álcool e outras drogas: aperfeiçoamento para profissionais de saúde e assistência social. Brasília: SENAD; 2012.) também consideram seu efeito protetivo ao consumo de drogas. A autoestima elevada pode favorecer ao não uso de drogas mesmo em um ambiente com a presença de fatores de risco com a disponibilidade de drogas. Assim, atividades de prevenção devem enfocar a informação como um meio de resgatar, principalmente a autoestima, formando sujeitos para construírem atitudes e valores construtivos, encorajando o desenvolvimento de sua personalidade, da sua identidade e valores (APA, 1995AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais - DSM - IV. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.).
Ao serem questionados sobre os fatores relacionados à família, 100% dos adolescentes afirmou que conversar com os pais diminui as chances do consumo.
Observou-se também que 71,9% responderam que conviver com familiares e/ou amigos usuários os tornam mais vulneráveis. E ainda, 95,9% respondeu que as brigas familiares são fatores que influenciam ao consumo de drogas (Tabela 3).
Conhecimento de adolescentes sobre fatores de risco e proteção familiares para o consumo de drogas. Vitória–ES, 2012.
Desta forma, os dados encontrados pela presente pesquisa corroboram com os achados de outras, que mostram que uma família desestruturada, com ausência de diálogo e interação afetiva, baixo envolvimento dos filhos nas atividades familiares e pouco controle dos pais sobre os filhos, facilitam o consumo de drogas por adolescentes (CATALANO 1992CATALANO, R.F. et al. Ethnic differences in family factors related to early drug initiation. Journal of Studies on Alcohol, v. 53, n. 3, p. 208-217, 1992.; HOFFMAN, 1993; NEWCOMB, 1995NEWCOMB, M.D. Identifying high-risk youth: prevalence and patterns of adolescent drug abuse. NIDA Research Monograph. n. 156, p. 7-37, 1995.; PIKO, 2000PIKO, B. Perceived social support from parents and peers: which is the stronger predictor of adolescent substance use? Substance Use & Misuse, v. 35, n. 4, p. 617-630, 2000.; BLUM 2003BLUM, R.W. et al. Adolescent health in the Caribbean: risk and protective factors. American Journal of Public Health, v. 93, n. 3, p. 456-460. 2003.; SANCHEZ, 2004SANCHEZ, Z.V. D. M. Razões que levam determinados jovens, mesmo expostos a fatores de risco, a não usarem drogas psicotrópicas. 184f. 2004. Tese de Doutorado. Escola Paulista de Medicina, 2004.; SANCHEZ; OLIVEIRA; NAPPO, 2004SANCHEZ, Z.V. M.; OLIVEIRA, L. G; NAPPO, S.A. Fatores protetores de adolescentes contra o uso de drogas com ênfase na religiosidade. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 43-55, 2004.; SCHEKNER; MINAYO, 2005; WANDEKOKEN; SIQUEIRA, 2011WANDEKOKEN, K.D.; SIQUEIRA, M.M. A relação familiar como fator de risco ou proteção para uso de drogas ilícitas. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde,. v. 13, n. 4, p. 60-68. 2011.)
Tavares, Beria e Lima (2004)TAVARES, B. F.; BERIA, J. U.; LIMA, M. S. Fatores Associados ao uso de Drogas Entre Adolescentes escolares. Revista de Saúde Pública. São Paulo, v.38, n. 6, p. 787-796, 2004., em um estudo transversal com uma amostra de 2.410 adolescentes, encontraram que quanto à situação conjugal dos pais, aqueles cujos pais haviam se separado referiram um uso superior em mais de 50% em relação aos jovens cujos pais viviam juntos (RP=1,55; IC 95%: 1,26-1,90). E aqueles adolescentes que referiram um relacionamento ruim ou péssimo com o pai ou com a mãe apresentaram consumo de drogas significativamente maior do que os que referiram um relacionamento ótimo ou bom, respectivamente, com o pai (RP=2,04; IC 95%: 1,44-2,88) ou com a mãe (RP=2,77; IC 95%: 1,90-4,03). Da mesma forma, referiram maior uso de drogas os que consideravam o pai liberal ou a mãe liberal quando comparados, respectivamente, àqueles que consideravam o pai ou a mãe autoritários.
O uso de álcool e outras drogas pelos pais e/ou irmãos é um fator de risco importante, assim como, a ocorrência de isolamento social entre os membros da família, envolvimento materno insuficiente, práticas disciplinares inconsistentes ou coercitivas, dificuldade em estabelecer limites aos comportamentos infantis e aprovação do uso de drogas pelos pais (SANCHEZ, 2004SANCHEZ, Z.V. D. M. Razões que levam determinados jovens, mesmo expostos a fatores de risco, a não usarem drogas psicotrópicas. 184f. 2004. Tese de Doutorado. Escola Paulista de Medicina, 2004.; SCHEKNER; MINAYO, 2005; WANDEKOKEN; SIQUEIRA, 2011WANDEKOKEN, K.D.; SIQUEIRA, M.M. A relação familiar como fator de risco ou proteção para uso de drogas ilícitas. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde,. v. 13, n. 4, p. 60-68. 2011.).
A família pode constituir-se como fator protetivo ou de risco, a depender das relações estabelecidas por seus membros, principalmente o diálogo e o afeto existentes. Os pesquisados conseguiram notar as situaçóes em que a dinâmica familiar propicia risco ou proteção. Reis (s.d) em uma revisão sistemática acerca dos fatores de risco, com recorte temporal de dez anos, conclui que fatores de risco e de proteção não são estáticos, pois há entre eles considerável transversalidade, sendo que dependendo da situação apresentam variabilidade de influência.
No estudo de Sanchez; Oliveira; Nappo (2004)SANCHEZ, Z.V. M.; OLIVEIRA, L. G; NAPPO, S.A. Fatores protetores de adolescentes contra o uso de drogas com ênfase na religiosidade. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 43-55, 2004., que investigou fatores de proteção entre adolescentes, a família foi o fator protetor mais citado pelos entrevistados, adquirindo importância na estruturação do ser, fornecendo, segundo os entrevistados, elementos essenciais como apoio, carinho e proteção, apresentando-se como base fundamental da educação na infância e adolescência e como parâmetro de controle das atitudes e companhias dos filhos.
No que diz respeito aos fatores de risco e proteção no nível ambiental, os resultados apontaram que 50% dos estudantes acreditam que as propagandas e demais recursos da mídia não influenciam no uso de drogas. Ainda obteve-se que em relação a estes fatores, a maioria (87,5%) considera verdadeiro que pessoas que fazem alguma atividade, como, estudo, cursos, esporte, musica, teatro entre outras, se estas apresentam menores chances de usar drogas e que todos os pesquisados (100%) afirmaram que frequentar lugares de acesso fácil ás drogas, aumenta as chances de consumi-las (Tabela 4).
Conhecimento de adolescentes sobre fatores de risco e proteção socioambientais para o consumo de drogas. Vitória–ES, 2012.
Metade dos respondentes não considerou a mídia um fator de risco. Sabe-se que a mesma funciona como veículo de informação e por diversas vezes estas informações são incentivadores do consumo, principalmente quando as propagandas transmitidas vinculam o uso de álcool ao prazer e a alegria.
Além disso, de acordo com Soldera, outros autores (2004)SOLDERA, M.; et al. Uso pesado de álcool por estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas centrais e periféricas de Campinas (SP): prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, v. 26, n. 3, p. 174-179, 2004. e Carta na (2004) os enunciados de cartazes e propagandas de TV utilizam técnicas de persuasão, que abordam aspectos psicológicos moldáveis do público-alvo, facilitando a adesão ao produto veiculado. A mídia impressa, na forma de cartazes, tem alcance populacional bem mais restrito que outros meios de comunicação, no entanto, justamente por seu caráter restrito, atinge mais particularmente grupos específicos, no caso os jovens.
Todavia, não se pode culpabilizar a mídia, pois ela reflete e retrata a cultura vigente. E, seria um erro menosprezar a capacidade crítica dos adolescentes, como também a sinergia de vários outros elementos com os meios de comunicação (SCHENKER; MINAYO, 2005SCHENKER, M; MINAYO, M. S. C. Fatores de risco e proteção para o uso de drogas na adolescência. Ciência & Saúde Coletiva. v.10, n.3, p.707-717, 2005.). Até porque conviver num lugar onde o consumo de substâncias psicoativas é aceitável, de certa permite que o adolescente o aceite. Ainda, viver numa sociedade que incentiva o uso, como por exemplo, pela mídia, transmite um pensamento que uma droga, mesmo que lícita, seja algo bom e consequentemente será adotado por um consumidor influenciável como o adolescente (CANAVEZ; ALVES; CANAVEZ, 2010CANAVEZ, M.F.; ALVES, A.R.; CANAVEZ, L.S. Fatores predisponentes para o uso precoce de drogas por adolescentes. Cadernos Unifoa, n.14, dezembro, 2010.).
Quanto ao envolvimento em atividades de lazer e sociais, obteve-se a maioria considerando um fator de proteção, dado que está em consonância com o disposto na literatura, como por exemplo, nos achados de pesquisas (SOARES, 2000SOARES, C.B.; JACOBI, P.R. Adolescentes, Drogas e AIDS: Avaliação de um programa de prevenção escolar. Cadernos de Pesquisa,. n. 109. p. 213-217, 2000; CARTANA, 2004CARTANA, M.H.F. et al. Prevenção ao uso de substâncias psicoativas. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 13, n. 2, p. 286-289, 2004.) que referem quando as pessoas que estão envolvidas em algum projeto e esperam alcançar seus objetivos responsabilizando-se pelos seus resultados, têm probabilidade menor de se envolverem com drogas. E também, aqueles adolescentes que participam ativamente na organização e no desenvolvimento de atividades em sua escola mostram-se comprometidos tanto com os ideais do projeto, quanto com seus pares e consequentemente se envolvem menos com SPAs.
Assim, os programas de prevenção de drogas, devem buscar em suas metas que os jovens tenham possibilidades de serem realizados em suas potencialidades, e não apenas visem mantê-los ocupados, promovendo, assim, a saúde mental do adolescente e consequentemente, evitando o uso abusivo de álcool e outras drogas (SOLDERA, 2004SOLDERA, M.; et al. Uso pesado de álcool por estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas centrais e periféricas de Campinas (SP): prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, v. 26, n. 3, p. 174-179, 2004.).
Nota-se que todos os participantes concordam que o ambiente com fácil acesso a drogas favorece e facilita o uso. Este dado é amplamente observado na literatura, contudo cabe ressaltar que a influência social exercida através principalmente pelo grupo de pares é muito poderosa, sendo que as atitudes sociais têm um papel mais importante que a disponibilidade de drogas (SILVEIRA; MOREIRA, 2006). Tanto que no presente trabalho, um indivíduo (4,2%), mesmo considerando frequentar ambientes com facilidade de acesso a drogas como fatores de risco, afirmou que experimentaria drogas, para participar de um grupo com pessoas das quais gosta muito.
Considerações finais
Através deste trabalho, conclui-se que os adolescentes tem um bom conhecimento sobre os fatores de risco e proteção para o consumo de substâncias psicoativas. Identificando principalmente os fatores relacionados à família, como diálogo com pais, conflitos e consumo de drogas na família. Contudo, em nível individual, a questão moral do uso de drogas prevalece com foco para os problemas e prejuízos causados pelas drogas ilícitas, em detrimento da magnitude e prevalência de efeitos negativos decorrentes do álcool e do tabaco.
Desta forma, é necessário que ações preventivas procurem reforçar o relevante papel da família e consigam incluir, valorizando, os valores culturais e crenças dos adolescentes em suas estratégias.
Foi possível identificar também, a existência de característica do ambiente, das pessoas, das situaçóes e personalidades que funcionam como facilitadores ou protetores do uso de drogas, sendo que, a depender do momento, uma característica de proteção poderá constituir-se também de risco para o uso de drogas. Nesse sentido, compreender as situações e fatores que levam uma pessoa a iniciar e usar drogas não é simples, como também não existem respostas e explicações definitivas. Diversos fatores se interagem e definem cada situação e realidade. Portanto, este estudo ressalta a importância da singularidade do sujeito na prevenção e identificação de fatores de vulnerabilidade.
Por fim, ressalta-se que a adolescência é um momento oportuno para a realização de ações de prevenção do consumo de SPAs, uma vez que nesta faixa etária muitos indivíduos, ainda não iniciaram o uso contínuo, nem experimentaram drogas, e, sobretudo, porque valores podem ser agregados a formação cidadã, ainda em curso, destes sujeitos.
- Suporte financeiro: não houve.
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
04 Ago 2023 - Data do Fascículo
Dez 2013
Histórico
- Recebido
01 Abr 2013 - Aceito
01 Jun 2013