ESTE NÚMERO TEMÁTICO É RESULTADO DO COMPROMISSO INSTITUCIONAL do Departamento de Ciências Sociais (DCS), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), visando à disseminação científica.
Ele explora em perspectiva multiprofissional um leque de temas de interesse do campo das ciências sociais aplicado à área de saúde. Retomando o pressuposto original do projeto da saúde coletiva, os artigos e ensaios aqui reunidos incorporam ‘no seu criar, no seu pensar e no seu fazer’ os diferentes pontos de vista das diversas ciências humanas e sociais e do campo da saúde. Nesse sentido, valorizou-se a leitura de problemas abrangentes em que diferentes saberes puderam explorar, sob o ângulo analítico diverso, as interseções e as fronteiras das formações disciplinares11 Birman J. A interdisciplinaridade da saúde coletiva. Physis. 1996; 6(1-2):7-13.. Essa escolha possibilitou que um leque amplo de assuntos fosse colocado na agenda de reflexão e debate sob o guarda-chuva temático das ‘Ciências sociais e a saúde coletiva: diálogos’.
A principal característica que demarca o projeto da presente publicação em relação ao padrão usual de números temáticos é a opção pela leitura não normativa sobre problemas relevantes do campo das ciências sociais, da saúde coletiva e de áreas afins de política pública. A despeito da explícita orientação por valores da democracia e da defesa dos direitos cívicos, a maioria dos artigos não declina da reflexão crítica sobre as possibilidades, contradições e impasses presentes na experiência social brasileira contemporânea e na intervenção do Estado no campo da saúde.
Finalmente, cabe chamar a atenção para a pluralidade dos formatos da publicação científica contemplada nesta publicação, especialmente a presença de um grande número de trabalhos no formato de ensaios e de múltiplas variantes do modelo Introdução, Métodos, Resultados e Discussão (IMRAD). É necessário reconhecer, na orientação editorial da revista ‘Saúde em Debate’, a crucial abertura para os artigos com formatação alternativa à padronização prevalente nos periódicos biomédicos. Avaliamos que o modelo IMRAD não é o único adequado à disseminação dos conhecimentos de outras ciências, ainda que ele seja também dominante nos periódicos de saúde coletiva nacionais. Esperamos que a leitura dos trabalhos aqui reunidos seja inspiradora de novos projetos editoriais que promovam a diversidade e a pluralidade de abordagem e perspectiva científica.
- *Orcid (Open Researcher and Contributor ID).
Referência
- 1Birman J. A interdisciplinaridade da saúde coletiva. Physis. 1996; 6(1-2):7-13.
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
13 Jul 2020 - Data do Fascículo
2019