EDITORIAL

Chegamos ao número 3 de Ciência & Saúde Coletiva enfrentando muitos obstáculos para sua realização. A revista ainda está se estruturando e necessita de muitos cuidados e atenção para que não entre nas estatísticas de mortalidade infantil bastante freqüentes entre as iniciativas de divulgação científica. Queremos deixar claro para os companheiros e companheiras da área que, de nossa parte, tudo faremos para que ela cresça robusta, pois acreditamos no seu lugar e no seu papel em nossa militância intelectual, social e política. Apesar de todas as dificuldades estamos cumprindo a proposta de colocar à disposição da comunidade os dois números anuais previstos na criação do projeto. No atual volume apresentamos temas de fundamental importância para a área, abrangendo resultados de investigação sobre a construção social do conhecimento na área de Ciências Sociais e Saúde, de políticas de informação e de reforma do setor, além de temas metodológicos. O debate central deste número é a questão do Controle Social, tema tão próximo às experiências cidadãs, tão impregnado de ações militantes e, ao mesmo tempo, tão carregado de ideologias e de preconceitos. Na área de saúde, a questão do Controle Social constitui assunto de extrema relevância. Na entrevista de posse, o atual Ministro da Saúde dava a dimensão dessa relevância, dizendo que num setor público como o da saúde onde não se pode trabalhar com o conceito de concorrência, a única forma de promover e melhorar a qualidade é a participação e a pressão da sociedade.

A partir do próximo número, por decisão adotada pelos editores associados em reunião do Conselho Editorial, Ciência & Saúde Coletiva passará a trabalhar com temas específicos, indicados por esse Conselho, considerados prioritários para a reflexão desta área. A dinâmica de trabalho sofrerá modificações, uma vez que teremos que contar com especialistas nos assuntos escolhidos, na função de editores convidados. Para que sejam socializadas com toda a comunidade, as oportunidades de participação, publicaremos nos Boletins da ABRASCO os dois temas escolhidos para o ano seguinte, permitindo que os editores convidados planejem os temas imprescindíveis de serem tratados, conclamando os especialistas e, simultaneamente, selecionando os bons trabalhos que emergirem espontaneamente. Da mesma forma, aceitaremos trabalhos que não estejam dentro da temática maior escolhida para análise, mas coerentes com o objetivo maior da revista, definida desde o seu lançamento: apresentar o estado da arte de questões relevantes nas áreas e subáreas do campo da Saúde Pública. Sendo assim, será reservada uma pequena parte de cada volume para atender a essa forma de contribuição dos estudiosos da Saúde Coletiva.

Esperamos, portanto, que os companheiros e companheiras desfrutem dos artigos e informações publicadas neste número 3, e que aqueles que ainda não o fizeram, assinem a revista e se apresentem para contribuir com essa grande aventura que é tornar realidade o crescimento e o amadurecimento de um veículo de divulgação de conhecimentos e práticas da Saúde Coletiva, área tão pujante, dinâmica e em pleno processo de desenvolvimento.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 1998
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revscol@fiocruz.br