Resumo
Os Agentes Comunitários de Saúde possuem papel fundamental para o atendimento à população. Devido à complexidade de funções e situações que são expostos podem apresentar problemas emocionais. O objetivo deste artigo foi verificar a prevalência dos sintomas de ansiedade e a associação com os fatores sociodemográficos e ocupacionais entre agentes comunitários de saúde. Estudo transversal, populacional, no qual utilizou-se o Inventário de Ansiedade Traço Estado (IDATE- Traço e IDATE-Estado) e um questionário sobre as condições sociodemográficas e ocupacionais. Realizou-se análises descritivas e de regressão múltipla de Poisson com variância robusta, considerando um nível de significância de 5% (p<0,05) para o modelo final. Foram avaliados 673 agentes comunitários de saúde, a prevalência dos sintomas de ansiedade no IDATE-estado foi de 47,4% e no IDATE-traço, 42,4%. O tempo de trabalho acima de cinco anos esteve associado ao IDATE-estado (p<0,001) e ao IDATE-traço (p=0,018), o sexo feminino ficou associado ao IDATE-traço (p=0,011). Verificou-se alta prevalência de sintomas de ansiedade entre os agentes comunitários da saúde. Há necessidade de estratégias que visem a promoção, proteção, monitoramento da saúde mental desses trabalhadores, reduzindo os transtornos de ansiedade.
Palavras-chave:
Ansiedade; Agentes Comunitários de Saúde; Saúde do trabalhador; Atenção Primária à Saúde
Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui uma política sobre a Estratégia de Saúde da Família (ESF) que surgiu para a reorganização, a orientação e o fortalecimento da atenção básica à saúde11 Moreira I, Horta J, Duro L, Borges D, Cristofari A, Chaves J, Bassani D, Cerizolli E, Teixeira R. Perfil sociodemográfico, ocupacional e avaliação das condições de saúde mental dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul, RS. Rev Bras Med Fam Comunidade 2016; 11(38):1-12.. O alvo dessa estratégia é proporcionar atendimento integral e continuado por meio de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças11 Moreira I, Horta J, Duro L, Borges D, Cristofari A, Chaves J, Bassani D, Cerizolli E, Teixeira R. Perfil sociodemográfico, ocupacional e avaliação das condições de saúde mental dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul, RS. Rev Bras Med Fam Comunidade 2016; 11(38):1-12.,22 Lopes DMQ, Beck CLC, Prestes FC, Weiller TH, Colomé JS, Silva GM. Agentes Comunitários de Saúde e as vivências de prazer - sofrimento no trabalho: estudo qualitativo. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(3):633-640.. O trabalho é desempenhado em equipe, com diversos profissionais de áreas distintas por meio de ações educativas em saúde, realizadas tanto em domicílios quanto junto à coletividade22 Lopes DMQ, Beck CLC, Prestes FC, Weiller TH, Colomé JS, Silva GM. Agentes Comunitários de Saúde e as vivências de prazer - sofrimento no trabalho: estudo qualitativo. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(3):633-640..
Dentre os profissionais da ESF estão os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e que possuem papel fundamental para o atendimento integral e continuado da população local, constituindo um tripé indivíduo/família/comunidade11 Moreira I, Horta J, Duro L, Borges D, Cristofari A, Chaves J, Bassani D, Cerizolli E, Teixeira R. Perfil sociodemográfico, ocupacional e avaliação das condições de saúde mental dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul, RS. Rev Bras Med Fam Comunidade 2016; 11(38):1-12.,22 Lopes DMQ, Beck CLC, Prestes FC, Weiller TH, Colomé JS, Silva GM. Agentes Comunitários de Saúde e as vivências de prazer - sofrimento no trabalho: estudo qualitativo. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(3):633-640.. Os ACS são responsáveis por mapear a sua área de atuação, cadastrar novos usuários, orientar a comunidade, desenvolver ações de promoção à saúde e prevenção de doenças e agravos33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122. e vigilância à saúde; realizar ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita e acompanhar as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. O ACS desenvolve ações domiciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas de acordo com as diretrizes do SUS44 Brasil. Ministério da Saúde (MS). Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família-ESF e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde-Pacs. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 out. 2011. [acessado 2020 nov 30]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis... .
Para o exercício profissional exige-se do ACS a escolaridade de ensino fundamental completo e residir na área da comunidade em que atuar. Os ACS que trabalham na mesma comunidade onde vivem, podem prestar a assistência mais articulada ao contexto socioeconômico e cultural da população55 Silveira MG, Liana L, Dal PD, Petri TJ. Contexto de trabalho, prazer e sofrimento na atenção básica em saúde. Rev Gaucha Enferm 2015; 36(2):42-49.,66 Alonso CMDC, Béguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev Saude Publica 2018; 52:14.. As visitas domiciliares representam os principais meios de promover a saúde na rotina do ACS, havendo reconhecimento desse ofício por parte das famílias assistidas66 Alonso CMDC, Béguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev Saude Publica 2018; 52:14.. As relações com os colegas da equipe em reuniões são consideradas positivas pois permitem discutir os problemas e estratégias no ambiente laboral66 Alonso CMDC, Béguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev Saude Publica 2018; 52:14..
Essa profissão apresenta particularidades em seu cotidiano de trabalho que podem impactar em danos à sua saúde. A sobrecarga advinda tanto da cobrança do sistema de saúde quanto das demandas da própria comunidade é um aspecto relevante no trabalho do ACS11 Moreira I, Horta J, Duro L, Borges D, Cristofari A, Chaves J, Bassani D, Cerizolli E, Teixeira R. Perfil sociodemográfico, ocupacional e avaliação das condições de saúde mental dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul, RS. Rev Bras Med Fam Comunidade 2016; 11(38):1-12.,22 Lopes DMQ, Beck CLC, Prestes FC, Weiller TH, Colomé JS, Silva GM. Agentes Comunitários de Saúde e as vivências de prazer - sofrimento no trabalho: estudo qualitativo. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(3):633-640.,66 Alonso CMDC, Béguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev Saude Publica 2018; 52:14.,77 Santos IERS, Vargas MM, Reis FP. O agente comunitário de saúde e os estressores no contexto do trabalho. Rev Psicol Organ Trab 2014; 14(3):324-335.. Esses profissionais ainda são expostos a condições difíceis de trabalho, destacando: inexistência de espaço próprio na Unidade Básica de Saúde, más condições, pouca capacitação profissional, excesso de tarefas burocráticas; alta exigência do serviço em curto prazo; enfrentamento de dificuldades advindas da deficiência em outros níveis do sistema de saúde; possibilidade de lidar com problemas que excedem sua capacidade como ACS e preocupação em gerar prejuízo a algum indivíduo caso cometam algum erro22 Lopes DMQ, Beck CLC, Prestes FC, Weiller TH, Colomé JS, Silva GM. Agentes Comunitários de Saúde e as vivências de prazer - sofrimento no trabalho: estudo qualitativo. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(3):633-640.,66 Alonso CMDC, Béguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev Saude Publica 2018; 52:14.
7 Santos IERS, Vargas MM, Reis FP. O agente comunitário de saúde e os estressores no contexto do trabalho. Rev Psicol Organ Trab 2014; 14(3):324-335.-88 Ribeiro PI, Ribeiro MP, Castro SS, Walsh IAP. Capacidade para o trabalho, sintomas osteomusculares e qualidade de vida entre agentes comunitários de saúde em Uberaba, Minas Gerais. Saude Soc 2015; 24(1):152-164..
Devido à complexidade de funções e situações a que os agentes comunitários são expostos, esse profissional pode apresentar tanto sintomas inespecíficos de sofrimento psíquico, tais como: baixa autoestima, sensação de insegurança, nervosismo, irritabilidade, medo, insônia, inquietação e hiperatividade do sistema nervoso autônomo, estresse, esgotamento e ansiedade, assim como transtornos mentais11 Moreira I, Horta J, Duro L, Borges D, Cristofari A, Chaves J, Bassani D, Cerizolli E, Teixeira R. Perfil sociodemográfico, ocupacional e avaliação das condições de saúde mental dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul, RS. Rev Bras Med Fam Comunidade 2016; 11(38):1-12.,55 Silveira MG, Liana L, Dal PD, Petri TJ. Contexto de trabalho, prazer e sofrimento na atenção básica em saúde. Rev Gaucha Enferm 2015; 36(2):42-49.,88 Ribeiro PI, Ribeiro MP, Castro SS, Walsh IAP. Capacidade para o trabalho, sintomas osteomusculares e qualidade de vida entre agentes comunitários de saúde em Uberaba, Minas Gerais. Saude Soc 2015; 24(1):152-164.. Questiona-se o impacto que o contexto laboral dos ACS tem sobre a saúde mental desses profissionais, sobretudo no que diz respeito à ansiedade.
Para quantificar os componentes subjetivos relacionados à ansiedade tem sido utilizado o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Ansiedade-estado é uma situação provisória, a forma como o indivíduo lida com a ansiedade em um dado momento na vida, portanto a resposta pode ser diferente em momentos distintos. Ansiedade-traço constitui a forma como o indivíduo lida com a ansiedade, sendo uma estrutura relativamente estável e permanente99 Spielberger CD, Gonzalez-Reigosa F, Martinez-Urrutia A. Development of the Spanish Edition Of The State-Trait Anxiety Invetory. Interam J Psychol 1971; 5:3-4.,1010 Fioravanti-Bastos ACM, Cheniaux E, Ladeira-Fernandez J. Development and Validation of a Short-Form Version of the Brazilian State-Trait Anxiety Inventory. Psicol Reflex Crit 2011; 24(3):485-494..
Estudos científicos que abordam o trabalho dos ACS são importantes para apontar as características da profissão, os aspectos positivos e os problemas, em decorrência da extensão geográfica do país33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122.,66 Alonso CMDC, Béguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev Saude Publica 2018; 52:14., com diferentes características sociais, demográficas, econômicas e culturais. Há escassez de artigos que investigam esta temática, especialmente na região do Norte de Minas Gerais no intuito de subsidiar estratégias de enfrentamento para este agravo à saúde do ACS. Portanto, o presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência dos sintomas de ansiedade e a associação com os fatores sociodemográficos e ocupacionais entre Agentes Comunitários de Saúde que atuam no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e analítico, integrante de um projeto base denominado “Condições de trabalho e saúde de agentes comunitários de saúde do norte de Minas Gerais”. O estudo foi realizado no município de Montes Claros, localizado ao Norte de Minas Gerais, e constitui como o núcleo urbano mais expressivo e influente dessa região e do Sudoeste da Bahia. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui um contingente populacional estimado de 404.804 habitantes, em 20181111 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo demográfico, 2018. [acessado 2019 nov 4] Disponível em: www.ibge.gov.br.
www.ibge.gov.br... com 135 unidades de ESF, 100% de cobertura, sendo 125 presentes na zona urbana e dez na zona rural, constando 797 ACS na época da coleta. Foram excluídos aqueles com menos de um mês de trabalho, em desvio de função ou de licença médica por qualquer natureza e na condição de gestante. Todos foram comunicados e pode-se notar um número expressivo em desvio de função e de licença médica. Portanto, compareceram 675 indivíduos, porém dois deles não responderam o questionário na íntegra.
Previamente à coleta, realizou-se a capacitação com os entrevistadores e conduziu-se um estudo piloto com ACS, que não se enquadravam nos critérios de inclusão, a fim de padronizar os procedimentos da pesquisa. Realizou-se reuniões com a gestão municipal, coordenadores das equipes de saúde da família e com os ACS para esclarecimentos sobre a pesquisa e a obtenção da autorização dos responsáveis.
A coleta de dados ocorreu no período de agosto a outubro de 2018. Os ACS foram convocados a comparecer ao Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST) em dias úteis da semana, no horário matutino. Utilizou-se um questionário autoaplicável que contemplou as Condições sociodemográficas e econômica: sexo (masculino / feminino), idade dicotomizada como faixa etária pela mediana (≤ 36 anos / > 36 anos), situação conjugal (casado ou união estável / solteiro / divorciado ou separado), escolaridade (superior completo / superior incompleto / ensino médio completo / ensino médio incompleto / fundamental), renda familiar (até R$ 2.000,00 / >R$ 2.000,00); Condições ocupacionais: tempo de trabalho como ACS dicotomizado próximo à mediana (até 5 anos / >5 anos), carga horária semanal de trabalho (24 horas / 40 horas), número de famílias acompanhadas dicotomizada pela média (≤ 120 / >120).
Para a análise dos sintomas de ansiedade utilizou-se o instrumento “Inventário de Ansiedade Traço-Estado” - IDATE-6 (forma reduzida), que constituiu as variáveis dependentes do estudo1010 Fioravanti-Bastos ACM, Cheniaux E, Ladeira-Fernandez J. Development and Validation of a Short-Form Version of the Brazilian State-Trait Anxiety Inventory. Psicol Reflex Crit 2011; 24(3):485-494.. O IDATE foi desenvolvido por Spielberger et al.99 Spielberger CD, Gonzalez-Reigosa F, Martinez-Urrutia A. Development of the Spanish Edition Of The State-Trait Anxiety Invetory. Interam J Psychol 1971; 5:3-4. com a finalidade de fornecer uma medida operacional confiável para dois componentes da ansiedade: estado e traço. Posteriormente, foi validada a forma reduzida denominada IDATE-6 10. No IDATE-estado o indivíduo deve descrever como se sente “agora, neste momento” em relação aos seis itens: 1. Sinto-me calmo(a); 2. Estou tenso(a); 3. Sinto-me à vontade; 4. Sinto-me nervoso(a); 5. Estou descontraído(a); 6. Estou preocupado(a). São apresentados em uma escala Likert de quatro pontos: 1- absolutamente não; 2-um pouco; 3- bastante; 4- muitíssimo. No IDATE-traço o participante deve responder como “geralmente se sente” para os itens: 1. Sou calmo(a), ponderado(a) e senhor(a) de mim mesmo(a); 2. Preocupo-me demais com coisas sem importância; 3. Sinto-me seguro(a); 4. Fico tenso(a) e perturbado(a) quando penso em meus problemas do momento; 5. Sinto-me nervoso(a) e inquieto(a); 6. Tomo decisões facilmente. São apresentados de acordo com uma nova escala Likert de quatro pontos: 1. quase nunca; 2. às vezes; 3. frequentemente; 4-.quase sempre.
As pontuações das perguntas positivas são invertidas, ou seja, as de número 1, 3 e 5 no IDATE-E e 1, 3 e 6 no IDATE-T. Os escores são obtidos pela soma das respostas, sendo 6 a pontuação mínima e 24 a máxima, tanto para estado quanto para traço. Por não existir um ponto de corte para a forma reduzida, e pelo fato da média e mediana do IDATE-traço, no presente estudo, terem valores aproximados, essa variável foi dicotomizada, pela mediana por ser um número inteiro: aqueles com valor abaixo foram considerados “sem sintoma de ansiedade” e acima “com sintoma de ansiedade”.
Os dados foram tabulados, utilizando o programa estatístico Predictiv Analytics SoftWare (PASW) 18.0. Inicialmente, foram realizadas análises descritivas das variáveis e posteriormente realizou-se a análise bivariada, pelo teste do qui-quadrado de Pearson, para verificar a associação entre ansiedade e as demais variáveis. Aquelas que se mostraram associadas até ao nível de 20,0% (p≤0,20) foram selecionadas para análise de regressão múltipla de Poisson com variância robusta. Considerou-se nível de significância de 5,0% (p<0,05) para o modelo final.
Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido voluntariamente. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Participaram do presente estudo 673 ACS, com média de idade de 36,7 anos (DP=9,86), mínimo de 19 e máximo de 68 anos e mediana de 36,5. Observou-se predominância do sexo feminino (84,0%). Quanto à renda familiar, a média foi de R$ 2.321,21 (DP=1.133,00). Sobre o tempo de trabalho, a média de atuação como ACS foi de 6 anos e 1 mês (DP=5 anos e 7 meses), com máximo de 20 anos e mediana de 4 anos e 6 meses. Os demais dados sobre o perfil dessa população se encontram na Tabela 1.
Sobre o IDATE-6, a média da ansiedade-estado foi 12,4 pontos e a mediana de 12,0 pontos e a média e mediana da ansiedade-traço foram de 13,0 pontos. A prevalência do IDATE-estado é um pouco maior do que o IDATE-traço conforme descrito na Tabela 2.
Na análise bivariada, ficaram associadas ao nível de 20%, as variáveis tempo de trabalho como ACS ao IDATE-estado e ao IDATE-traço e o sexo ao IDATE-traço (Tabela 3).
Estão apresentadas na Tabela 4 as variáveis que se mantiveram no modelo final, com as razões de prevalência ajustadas e os seus respectivos intervalos de confiança.
Discussão
No presente estudo, verificou-se alta prevalência de sintomas de ansiedade, sendo no IDATE-estado um pouco maior do que a do IDATE-traço, o que pode significar que os ACS têm mais dificuldade em lidar com uma adversidade em um determinado momento do que para lidar com a ansiedade em eventos ao longo da vida.
Estudo realizado com 116 ACS em Uberlândia, Minas Gerais, no qual utilizou o instrumento IDATE-estado, verificou que a maioria apresentou um grau moderado de ansiedade e 17,2% apresentaram ansiedade grave, talvez pelas características específicas da profissão, pois estes devem ter iniciativa e espírito de liderança como também serem mais solidários33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122.. Pesquisa populacional, realizada com 1.536 ACS em cidades do sul e nordeste do Brasil, mostrou prevalência de 18,4% de transtornos psiquiátricos menores, que incluem os transtornos de ansiedade1212 Dilélio AS, Facchini LA, Tomasi E, Silva SM, Thumé E, Piccini RX, Silveira DS, Maia MFS, Osório A, Siqueiea FV, Jardim VMR, Lemões MAM, Borges CLS. Prevalência de transtornos psiquiátricos menores em trabalhadores da atenção primária à saúde das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad Saude Publica 2012; 28(3):503-514..
Houve associação do IDATE-traço com o sexo feminino, provavelmente relacionada à função do ACS, que desenvolve um trabalho com acúmulo de papéis, menor tempo para cuidar da casa, dos filhos e de desenvolver atividades de lazer1313 Costa CO, Costa BJ, Soares IV, Souza LDM, Silva RA. Prevalência de ansiedade e fatores associados em adultos. J Bras Psiquiatr 2019; 68(2):92-100.,1414 Mascarenhas CHM, Prado FO, Fernandes MH. Fatores associados à qualidade de vida de Agentes Comunitários de Saúde. Cien Saude Colet 2013; 18(5):1375-1386.. Estudos relatam que a rotina dessa agente de saúde configura-se como uma dupla jornada de trabalho1414 Mascarenhas CHM, Prado FO, Fernandes MH. Fatores associados à qualidade de vida de Agentes Comunitários de Saúde. Cien Saude Colet 2013; 18(5):1375-1386.
15 Neves MO, Almeida THRC, Querino ADL, Lino DCSF, Souza RC. Aspectos psicossociais do trabalho de agentes comunitários de saúde. R S C da Uefs 2017; 7(1):24-28.
16 Vogt MS, Beck CLC, Prestes FC, Diaz PS, Tavares JP, Silva GM. Cargas físicas e psíquicas no trabalho de agentes comunitários de saúde. Cogitare Enferm 2012; 17(2):297-303.-1717 Carreiro GSP, Ferreira Filha MO, Lazarte R, Silva AO, Dias MD. O processo de adoecimento mental do trabalhador da Estratégia Saúde da Família. Rev Eletr Enf 2013; 15(1):146-155. e até mesmo tripla jornada1717 Carreiro GSP, Ferreira Filha MO, Lazarte R, Silva AO, Dias MD. O processo de adoecimento mental do trabalhador da Estratégia Saúde da Família. Rev Eletr Enf 2013; 15(1):146-155., tendo que realizar as atividades domésticas, além das inerentes ao seu serviço remunerado. Outro fator para essa diferença do IDATE-traço entre os sexos pode ser atribuído ao possível papel de cuidador desempenhado, instintivamente, pelas mulheres77 Santos IERS, Vargas MM, Reis FP. O agente comunitário de saúde e os estressores no contexto do trabalho. Rev Psicol Organ Trab 2014; 14(3):324-335..
As mulheres apresentaram maior prevalência de ansiedade quando comparadas aos homens e maior risco de desenvolver tal transtorno, provavelmente devido aos fatores genéticos e os hormônios sexuais1818 Kinrys G, Wygant L Anxiety disorders in women: does gender matter to treatment? Rev Bras Psiquiatr 2005; 27(Supl. 2):43-50.. Soma-se a tal fato, os aspectos negativos no trabalho (desorganização, trabalho em equipe deficiente, grande número de pessoas para serem atendidas, incompreensão dos usuários), conflitos interpessoais, problemas com os filhos e conjugais33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122., preocupações financeiras e com a própria saúde33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122.,1313 Costa CO, Costa BJ, Soares IV, Souza LDM, Silva RA. Prevalência de ansiedade e fatores associados em adultos. J Bras Psiquiatr 2019; 68(2):92-100.,1717 Carreiro GSP, Ferreira Filha MO, Lazarte R, Silva AO, Dias MD. O processo de adoecimento mental do trabalhador da Estratégia Saúde da Família. Rev Eletr Enf 2013; 15(1):146-155.,1919 Fiorin PC, Oliveira CT, Dias ACG. Percepções de mulheres sobre a relação entre trabalho e maternidade. Rev Bras Orientac Prof 2014; 15(1):25-35. e até mesmo pela insegurança onde a pessoa reside.
No presente estudo, ambos os domínios do IDATE-6 estiveram associados ao tempo de trabalho acima de cinco anos, provavelmente por serem influenciados pela maior duração do período de exposição a um determinado contexto laboral. O estudo populacional 12, realizado nas regiões Sul e Nordeste, com profissionais das unidades de saúde da família (médicos, enfermeiros, ACS e outros), também mostrou que a prevalência de transtornos psiquiátricos menores foi significativamente maior entre os profissionais da área da saúde que trabalhavam há mais de cinco anos.
Algumas pessoas, após anos de trabalho, se sentem perturbadas com pequenas mudanças que venham acontecer no momento, enquanto outras se sentem afetadas devido à exposição por tempo prologado. O estresse ao longo do tempo pode levar a problemas de ansiedade e contribuem para isso os fatores existentes no trabalho, na vida pessoal e no meio ambiente33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122..
Percebe-se, também, que com o passar do tempo no trabalho, aumentam-se as dificuldades para estabelecer limites entre a vida pessoal e o vínculo com a população adscrita, o que gera uma sobrecarga de funções e responsabilidades33 Resende MC, Azevedo EGS, Lourenço LR, Faria LS, Alves NF, Farina NP, Silva NC, Oliveira SL. Saúde mental e ansiedade em agentes comunitários que atuam em saúde da família em Uberlândia (MG, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2115-2122.. Angústias também podem advir da sensação de impotência perante a falta de reconhecimento e valorização das atividades desempenhadas, tanto por colegas da equipe de trabalho, quanto por gestores das instituições, além das limitações do sistema1414 Mascarenhas CHM, Prado FO, Fernandes MH. Fatores associados à qualidade de vida de Agentes Comunitários de Saúde. Cien Saude Colet 2013; 18(5):1375-1386.,1515 Neves MO, Almeida THRC, Querino ADL, Lino DCSF, Souza RC. Aspectos psicossociais do trabalho de agentes comunitários de saúde. R S C da Uefs 2017; 7(1):24-28..
Não foram encontradas associações com as demais variáveis, porém, há artigos que apresentam associação da ansiedade com baixa escolaridade1212 Dilélio AS, Facchini LA, Tomasi E, Silva SM, Thumé E, Piccini RX, Silveira DS, Maia MFS, Osório A, Siqueiea FV, Jardim VMR, Lemões MAM, Borges CLS. Prevalência de transtornos psiquiátricos menores em trabalhadores da atenção primária à saúde das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad Saude Publica 2012; 28(3):503-514.,2020 Andrade LH, Wang YP, Andreoni S, Silveira CM, Alexandrino-Silva C, Siu ER, et al. Mental disorders in megacities: findings from the Sao Paulo megacity mental health survey, Brazil. PloS One 2012; 7(2):e31879., indivíduos solteiros2121 Andrade L, Gorenstein C, Vieira Filho AH, Tung TC, Artes R. Psychometric properties of the Portuguese version of the State-Trait Anxiety Inventory applied to college students: factor analysis and relation to the Beck Depression Inventory. Braz J Med Biol Res 2001; 34(3):367-374.,2222 Gama MMA, Moura GS, Araújo RF, Teixeira-Silva F. Ansiedade-traço em estudantes universitários de Aracaju (SE). Rev Psiquiatr Rio Gd Sul 2008; 30(1):19-24. e baixa renda1212 Dilélio AS, Facchini LA, Tomasi E, Silva SM, Thumé E, Piccini RX, Silveira DS, Maia MFS, Osório A, Siqueiea FV, Jardim VMR, Lemões MAM, Borges CLS. Prevalência de transtornos psiquiátricos menores em trabalhadores da atenção primária à saúde das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad Saude Publica 2012; 28(3):503-514.. Quanto à idade, há pesquisas que relatam tanto em indivíduos com mais idade2323 Santos, MDL, Galdeano, LE. Traço e estado de ansiedade de estudantes de enfermagem na realização de uma prova prática. Rev Mineira Enfermagem 2009.,2424 Gonçalves DM, Kapczinski F. Transtornos mentais em comunidade atendida pelo Programa Saúde da Família. Cad Saude Publica 2008; 24:1641-1650. quanto naqueles mais jovens1212 Dilélio AS, Facchini LA, Tomasi E, Silva SM, Thumé E, Piccini RX, Silveira DS, Maia MFS, Osório A, Siqueiea FV, Jardim VMR, Lemões MAM, Borges CLS. Prevalência de transtornos psiquiátricos menores em trabalhadores da atenção primária à saúde das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad Saude Publica 2012; 28(3):503-514.,2121 Andrade L, Gorenstein C, Vieira Filho AH, Tung TC, Artes R. Psychometric properties of the Portuguese version of the State-Trait Anxiety Inventory applied to college students: factor analysis and relation to the Beck Depression Inventory. Braz J Med Biol Res 2001; 34(3):367-374.,2525 Alves Fernandes BM, Chaves Neto G, dos Santos Araújo PR, Pedroza Trajano FM, Fernandes Braga JE. Ansiedad en técnicos de enfermería de atención primaria. Enf Global 2018; 17(3):90-122..
O presente estudo teve como limitação o uso do autorrelato para avaliar os sintomas da ansiedade. Embora tenha utilizado um instrumento validado para abordar tais questões, deve-se levar em conta que se trata de um teste de rastreamento, não de diagnóstico. Apesar do alto índice encontrado, há que se reconhecer que a exclusão de participantes com licença médica por qualquer natureza pode ter subestimado a prevalência dos sintomas de ansiedade. Além disso, por ser um estudo transversal, não é possível estabelecer uma relação de causalidade. Por outro lado, trata-se de um estudo relevante, de base populacional, com número representativo de participantes. Há poucos estudos sobre a ansiedade como variável dependente em ACS, principalmente com a utilização do instrumento IDATE-6, forma reduzida.
As informações aqui obtidas já estão sendo compartilhadas por meio de palestras e rodas de conversas com os ACS (inicialmente de forma remota). Além disso, tem-se como meta a elaboração de um aplicativo sobre as condições de saúde mental para que esses profissionais recebam orientações.
Conclusão
O presente estudo verificou alta porcentagem de ansiedade entre os ACS da cidade de Montes Claros, MG. O tempo de trabalho como ACS acima de cinco anos esteve presente como fator associado tanto no IDATE-estado quanto no IDATE-traço e o sexo feminino esteve associado ao IDATE-traço.
Espera-se que os resultados encontrados possam contribuir para sensibilizar gestores que atuam na atenção primária e na saúde do trabalhador, valorizando a atuação dos ACS, pois estes têm um importante papel para consolidação da reorientação do modelo de assistência em saúde.
Sugere-se a realização futura de pesquisa com detalhamento longitudinal para verificar a relação causal, utilizando o IDATE-6 por ser um instrumento curto, de fácil aplicação e que quantifica componentes subjetivos relacionados à ansiedade, não possuindo restrição quanto à sua aplicação em estudos populacionais.
Agradecimentos
Ao Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST) pela disponibilidade do espaço para a realização da pesquisa e aos Agentes Comunitários de Saúde pela participação.
Ao Programa de Iniciação Científica Prociência das Faculdades Unidas do Norte de Minas (Funorte), Montes Claros, MG, Brasil.
Trabalho realizado por meio do Programa de Pós Graduação em Cuidados Primários em Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Montes Claros, MG, Brasil.
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
13 Dez 2021 - Data do Fascículo
Dez 2021
Histórico
- Recebido
29 Jun 2020 - Aceito
26 Jul 2021 - Publicado
28 Jul 2021