Da produção aos impactos na saúde e no ambiente: uma análise dos sistemas alimentares de Brasil, Colômbia e Panamá

From production to impacts on health and the environment: an analysis of food systems in Brazil, Colombia and Panama

Adriana Marcela Ruiz Pineda Thalita Milena Araújo Xavier de Amorim Verónica Ileana Hidalgo Villarreal Lina Lineth Lay Mendivil Juliana Souza Oliveira Eduarda Ângela Pessoa Cesse Nathália Paula de Souza Pedro Israel Cabral de Lira Sobre os autores

Resumo

O objetivo deste artigo é descrever os principais componentes dos sistemas alimentares de Brasil, Colômbia e Panamá. Revisão narrativa de literatura dos anos 2000 a 2022, ancorada no conceito de sistemas alimentares do Comitê de Segurança Alimentar Mundial. Nos três países, predomina um sistema de produção agroindustrial, monocultura, uso de agrotóxicos e exploração dos recursos naturais. A área ocupada por produtores familiares é reduzida. As redes multinacionais de supermercados dominam a distribuição dos alimentos, essencialmente nos grandes centros urbanos, apesar da crescente busca por modelos alternativos. Nota-se avanços na regulamentação da rotulagem de alimentos (Colômbia e Brasil) e na tributação de bebidas açucaradas (Panamá). Os sistemas alimentares predominantes nesses países geram importante e negativo impacto ambiental, favorecem o consumo de alimentos ultraprocessados, a elevada prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis e o aumento da fome, violando o direito humano à alimentação adequada.

Key words:
Latin America; Food and nutrition security; Food supply

Abstract

The scope of this article is to describe the main components of the food systems of Brazil, Colombia and Panama. It involved a narrative review of the literature from 2000 to 2022, based on the concept of food systems proposed by the Committee on World Food Security. A system of agro-industrial production, monoculture, use of pesticides and exploitation of natural resources predominates in all three countries, and the area occupied by family farmers is reduced. Multinational supermarket chains dominate food distribution, essentially in large urban centers, despite the increasing search for alternative models. Advances have been made in food labeling regulation (Colombia and Brazil) and in the taxation of sugar-sweetened beverages (Panama). The predominant food systems in these countries generate a significant and negative environmental impact, favor the consumption of ultra-processed foods, high prevalence of obesity and chronic non-transmissible diseases and increase in hunger, violating the human right to adequate food.

Key words:
Latin America; Food and nutrition security; Food supply

Introdução

Em 2015, vários países da América Latina atingiram a meta de reduzir para menos da metade o percentual de pessoas subnutridas, a partir da melhoria dos índices de produção e comércio de alimentos, e do desenvolvimento de uma variedade de plataformas de integração e cooperação. Esses avanços responderam a um compromisso político dos países por uma abordagem mais ampla e holística dos problemas que ainda afetam a região, representados nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), liderados pela Organização das Nações Unidas (ONU)11 Food and Agriculture Organization of de United Nations (FAO). The future of food and agriculture - trends and challenges. Rome: FAO; 2017..

A prevalência de subnutrição na América Latina é inferior (7,8%) à mundial (9,0%), apesar das diferenças entre os países, variando de 4,1% no Brasil e 5,8% no Panamá a 8,2% na Colômbia. O cenário de insegurança alimentar na região tem se agravado com a pandemia de COVID -19 e a recessão econômica. Segundo o Informe da Segurança Alimentar no Mundo, publicado em 202222 Food and Agriculture Organization of de United Nations (FAO), International Fund for Agricultural Development (IFAD), United Nations Children's Fund (UNICEF), World Food Programme (WFP), World Health Organization (WHO). The State of food security and nutrition in the world 2022. Rome: FAO/IFAD/UNICEF/WFP/WHO; 2022., 40,6% da população da América Latina têm insegurança alimentar moderada ou grave, o que equivale a 267,7 milhões de pessoas. Essa prevalência tem duplicado desde 2014, principalmente pela situação da América do Sul, onde a insegurança alimentar cresceu 15% entre 2019 e 202122 Food and Agriculture Organization of de United Nations (FAO), International Fund for Agricultural Development (IFAD), United Nations Children's Fund (UNICEF), World Food Programme (WFP), World Health Organization (WHO). The State of food security and nutrition in the world 2022. Rome: FAO/IFAD/UNICEF/WFP/WHO; 2022.. No caso específico do Brasil, essa situação também se deve ao desmonte das políticas que promoviam a redução das desigualdades na população33 Rede PENSSAN. I II VIGISAN - Insegurança Alimentar e Covid-19 no Brasil - 2022. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert/Rede PENSSAN; 2022.. Por outro lado, as doenças crônicas não transmissíveis, relacionadas com a obesidade e o excesso de peso, são a causa de aproximadamente 75% das mortes nos países da América Central e do Sul44 World Health Organization (WHO). Non comunicable diseases, country profiles 2018. Geneva: WHO; 2019.. Esse contexto de aparente contradição e multifacetado pode ter suas bases ligadas aos sistemas alimentares55 Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR, Brinsden H, Calvillo A, De Schutter O, Devarajan R, Ezzati M, Friel S, Goenka S, Hammond RA, Hastings G, Hawkes C, Herrero M, Hovmand PS, Howden M, Jaacks LM, Kapetanaki AB, Kasman M, Kuhnlein HV, Kumanyika SK, Larijani B, Lobstein T, Long MW, Matsudo VKR, Mills SDH, Morgan G, Morshed A, Nece PM, Pan A, Patterson DW, Sacks G, Shekar M, Simmons GL, Smit W, Tootee A, Vandevijvere S, Waterlander WE, Wolfenden L, Dietz WH. The global syndemic of obesity, undernutrition, and climate change: the Lancet Commission report. Lancet 2019; 393(10173):791-846..

O The Lancet publicou um relatório sobre a sindemia global de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas55 Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR, Brinsden H, Calvillo A, De Schutter O, Devarajan R, Ezzati M, Friel S, Goenka S, Hammond RA, Hastings G, Hawkes C, Herrero M, Hovmand PS, Howden M, Jaacks LM, Kapetanaki AB, Kasman M, Kuhnlein HV, Kumanyika SK, Larijani B, Lobstein T, Long MW, Matsudo VKR, Mills SDH, Morgan G, Morshed A, Nece PM, Pan A, Patterson DW, Sacks G, Shekar M, Simmons GL, Smit W, Tootee A, Vandevijvere S, Waterlander WE, Wolfenden L, Dietz WH. The global syndemic of obesity, undernutrition, and climate change: the Lancet Commission report. Lancet 2019; 393(10173):791-846. que pode ser considerado um marco teórico na mudança de paradigma acerca do processo de determinação dessas pandemias mundiais, tradicionalmente abordadas como fenômenos opostos. Os autores afirmam que esses fenômenos interagem e são influenciados pelos sistemas alimentares. Portanto, ações sistêmicas são necessárias para mudar a trajetória das três pandemias simultaneamente, a exemplo da reformulação das diretrizes dietéticas nacionais, adaptadas a cultura, biodiversidade e sistemas alimentares locais, como o caso do Guia alimentar para a população brasileira.

No mundo contemporâneo, a preocupação em conhecer e compreender os sistemas alimentares se fundamenta em dois aspectos: o primeiro consiste no impacto de seus resultados na saúde das pessoas, e o segundo na sustentabilidade do ecossistema para a sobrevivência da espécie humana e do planeta. Esses argumentos fundamentaram a elaboração do relatório intitulado “Nutrição e sistemas alimentares”, publicado pelo Comitê de Segurança Alimentar Mundial66 HLPE. La nutrición y los sistemas alimentarios. Un informe del Grupo de alto nivel de expertos en seguridad alimentaria y nutrición del Comité de Seguridad Alimentaria Mundial. Rome: HLPE; 2017., e também estimularam a elaboração deste manuscrito, que tem o objetivo de descrever os principais componentes dos sistemas alimentares de Brasil, Colômbia e Panamá e seus impactos na saúde das suas populações e no meio ambiente, o que possibilita um olhar abrangente da situação nutricional da população, como efeito do sistema alimentar, e não só como resultado de seu consumo de alimentos.

Esses três países latino-americanos têm diferenças marcantes em relação à suas dimensões territoriais, ao mesmo tempo em que se destacam pela biodiversidade e apresentam semelhanças no que diz respeito a aspectos históricos, econômicos, geográficos e culturais. Além disso, a escassez de informações consolidadas e integradas dos componentes dos sistemas alimentares justifica a escolha dos países para realizar este estudo.

Métodos

O presente estudo é descritivo e baseado numa revisão narrativa de literatura. Esse tipo de revisão facilita a compreensão de um tema complexo, pois inclui fundamentos teóricos e contextuais; permite a incorporação de diferentes tipos de informação e considera fontes diversas, possibilitando uma discussão ampliada77 Zillmer J, Diaz-Medina B. Revisão narrativa: elementos que a constituem e suas potencialidades. J Nurs Health 2018; 8(1):e188101.. Além disso, a abrangência do tema proposto não permite estabelecer uma pergunta de pesquisa específica88 Martinelli S, Cavalli S. Alimentação saudável e sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Cien Saude Colet 2019; 24(11):4251-4261..

A revisão foi realizada no período de abril de 2020 a maio de 2022. O procedimento de busca de informações baseou-se na definição de sistema alimentar do relatório “Nutrição e sistemas alimentares”66 HLPE. La nutrición y los sistemas alimentarios. Un informe del Grupo de alto nivel de expertos en seguridad alimentaria y nutrición del Comité de Seguridad Alimentaria Mundial. Rome: HLPE; 2017. e pautou-se na descrição da atual situação de cada elemento dos sistemas alimentares nos países analisados. A busca foi realizada na internet aberta e nas bases de dados SciELO, PubMed e Google Acadêmico, com as palavras-chave cadeia de suprimento de alimentos, ambiente alimentar, comportamento do consumidor, estado de saúde e nutrição da população e impactos no meio ambiente, combinados com o operador booleano AND e o nome de cada país. As buscas foram efetuadas por quatro pesquisadores, incluindo publicações oficiais dos países e de organismos multilaterais, artigos científicos e literatura cinzenta (textos científicos não publicados em periódicos indexados, tais como dissertações, teses e livros, além de notícias relacionadas ao tema) dos últimos 20 anos, nos idiomas português, espanhol e inglês.

A apresentação e discussão dos principais resultados foi dividida em quatro seções, levando em consideração a complexidade dos elementos que envolvem o tema central. A primeira seção apresenta o contexto de cada país, as duas seguintes discutem os componentes dos sistemas alimentares e a última discute os impactos destes sobre a saúde, a nutrição e o ambiente. Os aspectos que revitalizam os sistemas alimentares - biofísico e ambiental, inovação tecnológica e de infraestrutura, político e econômico, sociocultural e demográfico - são abordados transversalmente ao longo do texto.

Resultados e discussão

O contexto: divergências e similitudes territoriais, demográficas e econômicas entre Brasil, Colômbia e Panamá

O Brasil e a Colômbia estão situados na América do Sul. O primeiro é o maior e mais populoso da região, ocupando 47% do território do subcontinente. O segundo está localizado mais ao norte, entre o mar do Caribe e o oceano Pacífico, nos limites com Panamá, que por sua vez está localizado na faixa de terra que une a América do Sul e a América Central, como apresentado na Figura 1.

Figura 1
Delimitações geográficas de Panamá, Colômbia e Brasil.

O Brasil é um dos países com maior diversidade de espécies de animais do mundo, graças à vegetação e ao clima da floresta amazônica, que cobre mais de 4,2 milhões de km², o que representa 49,3% da superfície do país. Além da Amazônia, o território brasileiro conta com mais cinco biomas: o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal e o Pampa99 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Brasil em síntese [Internet]. 2020. [acessado 2021 maio 20]. Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/territorio.html
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. Na Colômbia, a cordilheira dos Andes, os oceanos Atlântico e Pacífico, a vasta planície ao leste e a floresta amazônica ao sul fazem deste um país rico em água, biodiversidade e com clima propício à agricultura1010 Instituto Geográfico Agustín Codazzi (IGAC). Geografia de Colombia. Bogotá: IGAC; 2011.. O Panamá apresenta um cenário geográfico que influencia significativamente o comércio mundial, em virtude do seu canal, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico1111 Instituto Nacional de Estadística y Censo (INEC). Datos generales e históricos de la República de Panamá. Ciudad de Panamá: INEC; 2015..

Como exposto na Tabela 1, a Colômbia tem mais de 50 milhões de habitantes, quatro vezes menos que a população brasileira e 11 vezes mais que a população do Panamá.

Tabela 1
Aspectos demográficos e econômicos de Brasil, Colômbia e Panamá, 2019.

Com relação ao desenvolvimento social e econômico, os três países convivem com uma realidade desproporcionalmente desigual e injusta, embora as condições de vida tenham melhorado. Além da evidente desigualdade na renda, a América Latina apresenta uma das maiores desigualdades na distribuição de terras do mundo, com um coeficiente de Gini de 0,79, sendo 0,85 na América do Sul e 0,75 na América Central. Esses valores são superiores ao encontrados na Europa (0,57), África (0,56) e Ásia (0,55)1616 OXFAM. Desterrados: tierra, poder y desigualdad en América Latina [Internet]. 2016. [acceso 2021 maio 20]. Disponible en: https://www.oxfam.org/es/informes/desterrados-tierra-poder-y-desigualdad-en-america-latina#:~:text=Para%20combatir%20la%20desigualdad%20en,el%20reparto%20de%20la%20tierra
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. Essa desigualdade reverbera no meio rural, sendo responsável por diversos e históricos conflitos no campo, que prejudicam a produção para subsistência dos agricultores, comprometem a diversidade de alimentos e a soberania alimentar da região. Portanto, apesar das diferenças marcantes na extensão territorial, na densidade populacional e no perfil econômico desses países, as similitudes se revelam no modelo de desenvolvimento e reprodução das desigualdades. Embora não seja o foco desta revisão, cabe destacar que a pandemia de COVID-19 trouxe um agravamento das iniquidades sociais em todos os países, comprometendo o acesso à alimentação adequada da população.

Cadeia de suprimento de alimentos

O primeiro componente dos sistemas alimentares é formado pelas seguintes etapas: produção, armazenamento, distribuição, processamento e embalagem, venda e marketing. É nessa fase que se estabelece qual e como é produzido o alimento, determinando sua disponibilidade e qualidade66 HLPE. La nutrición y los sistemas alimentarios. Un informe del Grupo de alto nivel de expertos en seguridad alimentaria y nutrición del Comité de Seguridad Alimentaria Mundial. Rome: HLPE; 2017..

Os hectares dedicados à produção agropecuária nos três países podem ser observados na Tabela 2. Os dados revelam que os três destinam uma grande proporção dessas terras para a produção de pastagens para a pecuária, a Colômbia 80%, o Panamá 57% e o Brasil 45%. O Panamá destina um pouco mais terras (27%) para a produção de lavouras, quando comparado a Colômbia (19,7%) e Brasil (18%). Sobre os estabelecimentos de produção agropecuária (EPA) com menos de dez hectares, a Colômbia apresenta a maior quantidade, com 80%, seguida de Panamá e Brasil.

Tabela 2
Informações sobre produção agropecuária no Brasil, na Colômbia e no Panamá

No Brasil, o Censo Agropecuário de 2017 revelou que 77% dos EPA são da agricultura familiar, e a metade tinha menos de dez hectares1717 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Agropecuário 2017. Rio de Janeiro: IBGE; 2019.. Embora a agricultura familiar totalize mais da metade dos EPA, ocupa cerca de 81 milhões de hectares, o que corresponde apenas a 23% da área total, evidenciando a concentração de terras no Brasil. Na Colômbia, a maioria dos EPA têm menos de dez hectares, ou seja, pertencem a pequenos produtores, e o conjunto desses estabelecimentos ocupam apenas uma quarta parte dos hectares voltados para produção de alimentos1818 DANE. 3er Censo Nacional Agropecuario 2014, Tomo 2. Bogotá: DANE; 2016.. No Panamá, o VII Censo Agropecuário mostrou um ligeiro aumento, de 5,4%, no número de produtores agrícolas no período de 2004-2011, dos quais 10% possuíam menos de um hectare. A área média por fazenda é de 10,8 hectares, mas esse valor cai para 1,35 ha na agricultura familiar1919 Instituto Nacional de Estadística y Censo (INEC). VII Censo Nacional Agropecuario, Panamá 2011. Ciudad de Panamá: INEC; 2011.. Os pequenos produtores e os agricultores familiares produzem os alimentos para consumo interno nos três países, apesar de ocuparem poucos hectares.

A agropecuária é um setor de grande relevância econômica, especialmente para o Brasil. Em 2016, o setor foi responsável por arrecadar 23,6% do PIB e correspondeu a 46% do valor das exportações do país2020 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Brasília: Embrapa; 2018.. Um relatório recente sobre a situação da segurança alimentar e nutricional no mundo destaca que sete países, entre eles o Brasil, centralizam cerca de 55% do total de exportações de alimentos no mundo2323 Food and Agriculture Organization of de United Nations (FAO), International Fund for Agricultural Development (IFAD), United Nations Children's Fund (UNICEF), World Food Programme (WFP), World Health Organization (WHO). The state of food security and nutrition in the world 2020. Rome: FAO/IFAD/UNICEF/WFP/WHO; 2020.. Essa posição de destaque que o país ocupa na produção de importantes commodities para o mercado externo traz consigo práticas nocivas à saúde humana e ambiental, inerentes ao modelo agroindustrial.

Na Colômbia, o setor agropecuário representou 6,3% do PIB em 2017. Os produtos agrícolas foram o principal componente das exportações até meados da década de 1980, quando representavam 54% do valor total das exportações, mas diminuíram para 7% em 2019. A agroindústria, por sua vez, tem elevado o percentual de exportações, passando de 7% em 1995 para 11% em 2019. Por outro lado, as importações de produtos agrícolas representaram 4,9%, e as de alimentos industrializados 7,1% em relação ao total de importações do país em 20192121 DANE. Serie histórica de Exportaciones 1995-2019. Comercio internacional, Estadisticas de exportaciones [Internet]. 2019. [acceso 2021 maio 20]. Disponible en: https://www.dane.gov.co/index.php/estadisticas-por-tema/comercio-internacional/exportaciones
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No Panamá, o setor agropecuário representou 1,9% do PIB do país e as exportações do setor representaram 152 milhões de dólares em 20172222 Castillo C. Sector agro, con el PIB más bajo de los últimos 48 años [Internet]. Panamá América. 2018. [acceso 2021 maio 20]. Disponible en: https://www.panamaamerica.com.pa/economia/sector-agro-con-el-pib-mas-bajo-de-los-ultimos-48-anos-1117989
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. O arroz é um dos alimentos mais consumidos nesse país, mas por problemas de ordem estrutural e fitossanitária, os produtores panamenhos não conseguiram abastecer o mercado interno de 2004 a 2016, atrelando a disponibilidade de alimentos às importações. O Estado autorizou a importação desse grão básico, e em 2017 foi declarado “safra de segurança alimentar”, por meio do projeto de Lei nº 4512424 Sanchez-Galan E. Análisis del sector arrocero en Panamá: 1999-2016. Perspectivas Rurales Nueva Época 2020; 18(35):56-77..

As informações sobre a produção agroecológica e orgânica de alimentos são escassas nos três países. Na Colômbia havia 47 mil hectares destinados à produção agroecológica em 20172525 Colombia. Ministerio de Vivienda, Ciudad y Territorio (MVCT). Plan Nacional de Desarrollo Colombia 2018-2022. Bogotá MVCT; 2018.. O Panamá contava com cerca de 2.300 produtores orgânicos em 20142626 Santamari´a J, Gonza´lez G. La agroecología en Panamá: su contribución a la sostenibilidad de modos de vida y a la persistencia de la agricultura familiar. Agroecologia 2015; 10(2):29-38.. O Brasil apresentou aumento no número de estabelecimentos que fazem produção agroecológica certificada, passando de 5.106 para 64.690 em 20171717 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Agropecuário 2017. Rio de Janeiro: IBGE; 2019.. Nesses países, são muitos os requisitos para comercializar produtos agroecológicos, o que dificulta a obtenção das certificações. Na Colômbia, quase todos os alimentos orgânicos e agroecológicos são exportados e uma parcela pequena é comercializada em grandes lojas com preços altos2727 Becerra L. En Colombia exportamos 95% de la produccion orgánica [Internet]. Agronegocios 2018. [acceso 2020 jul 7]. Disponible en: https://www.agronegocios.co/agricultura/en-colombia-exportamos-95-de-la-produccion-organica-presidente-de-fedeorganicos-2773418
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. Portanto, faz-se necessário apoio governamental para incentivar esse tipo de cultivo mais sustentável e saudável, democratizando seu acesso.

Ao comparar os censos agropecuários brasileiros de 2006 e 2017, observa-se um aumento de 20% no número de estabelecimentos que usam agrotóxicos, totalizando 33,1% dos EPA1717 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Agropecuário 2017. Rio de Janeiro: IBGE; 2019.. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, chegando a 4,5 litros per capita por ano2828 Carneiro F, Da Silva L, Rigotto R, Friedrich K, Campos Búrigo A. Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro/São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venáncio/Expressao Popular; 2015.. Apenas em 2019, 475 agrotóxicos tiveram registros liberados, marcando um recorde de aprovação desses produtos, muitos comprovadamente tóxicos para a espécie humana2929 Grigori P. 20% dos agrotóxicos liberados em 2019 são extremamente tóxicos [Internet]. Reporter Brasil 2020. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://reporterbrasil.org.br/2020/01/20-agrotoxicos-liberados-em-2019-sao-extremamente-toxicos/#:~:text=20%25%20dos%20agrot%C3%B3xicos%20liberados%20em%202019%20s%C3%A3o%20extremamente%20t%C3%B3xicos,-Por%20Pedro%20Grigori&text=O%20primeiro%20ano%20do%20governo,mais%20do%20que%20em%202018.
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Na Colômbia, até 2021, foram aprovados para uso 2.771 agrotóxicos3030 Instituto Colombiano Agropecuario (ICA). Registro Nacional de Plaguicidas Quimicos de Uso Agricola. Bogotá: ICA; 2021., quantidade que dobrou em relação a 20033131 Vera J. Agrotóxicos en el territorio [Internet]. Prensa Rural 2018. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://www.prensarural.org/spip/spip.php?article23344
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. Em 2018, a demanda por agroquímicos no país era de 1,5 milhão de toneladas3131 Vera J. Agrotóxicos en el territorio [Internet]. Prensa Rural 2018. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://www.prensarural.org/spip/spip.php?article23344
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. Diferentes investigações com comunidades agrícolas mostram como o uso dessas substâncias é indiscriminado e as recomendações de segurança não são seguidas na sua aplicação3232 Uribe S. ¿Qué es más peligroso, el glifosato o los agroquímicos para el cultivo de la coca? [Internet]. Razón Pública 2019. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://razonpublica.com/que-es-mas-peligroso-el-glifosato-o-los-agroquimicos-para-el-cultivo-de-la-coca/
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. O governo da Colômbia tem utilizado a pulverização aérea de lavouras ilícitas com o pesticida glifosato, amplamente tóxico para a saúde humana e ambiental, embora essa prática esteja proibida desde 2015 por mandado do Tribunal Constitucional3333 Arciniegas Y. Colombia se prepara para volver a las aspersiones con glifosato [Internet]. France24.com 2021. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://www.france24.com/es/am%C3%A9rica-latina/20210418-colombia-regreso-aspersiones-glifosato-narcotrafico
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O Panamá tem 2.444 pesticidas registrados para uso3434 Ministerio de Desarrollo Agropecuario (MDA). Listado de insumos fitosanitarios registrados para su uso en Panamá. Listado de insumos fitosanitarios. 2021. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://www.mida.gob.pa/direcciones/direcciones_nacionales/direcci-n-nacional-de-sanidad-vegetal/agroqu-micos/listado-de-insumos-fitosanitarios-registrados.html
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. Entre 2015 e 2018 foram importadas 34 mil toneladas de agrotóxicos para uso agrícola, com um incremento de mais de 3 mil toneladas por ano3535 Contraloría General de Panamá, Instituto Nacional de Estadística y Censo (INEC). Importación de Pesticidas Agricolas Año 2015-2019. Bogotá: INEC; 2019..

Em relação à distribuição dos alimentos, segundo Cadavid et al. 3636 Cadavid M, Álvarez L, del Castillo S, Monsalve J, Vélez L, Giraldo D. Características de estructuras alternativas de distribución de alimentos en Colombia y su potencial para la construcción de políticas públicas de soberanía y seguridad alimentaria y nutricional. 2019 [Internet]. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://sistemasalimentarios.home.blog/referencias/
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, esse processo, na Colômbia, ocorre por meio de três modelos predominantes: tradicional, moderno e alternativo. No modelo tradicional, os pequenos produtores, geralmente organizados em agregados familiares, vendem os seus produtos a intermediários, que os levam aos centros de abastecimento das cidades. No modelo moderno, surge a estrutura dos supermercados, que vendem grandes volumes e passam a exigir do produtor uma grande quantidade de alimentos, com características físicas específicas, forçando o uso intensivo de agroquímicos. No modelo alternativo, existe uma tentativa de aproximação entre produtor e consumidor final, compartilhando interesses comuns, tais como o desejo de obter alimentos nutritivos e saudáveis, livres de agroquímicos e produzidos de forma responsável, respeitando os ecossistemas. Esse modelo está ganhando cada vez mais força na Colômbia e tem a sua melhor expressão nos mercados camponeses, onde os agricultores levam os seus produtos para a cidade e comercializam diretamente com o consumidor3636 Cadavid M, Álvarez L, del Castillo S, Monsalve J, Vélez L, Giraldo D. Características de estructuras alternativas de distribución de alimentos en Colombia y su potencial para la construcción de políticas públicas de soberanía y seguridad alimentaria y nutricional. 2019 [Internet]. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: https://sistemasalimentarios.home.blog/referencias/
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A configuração do sistema varejista do Brasil se assemelha ao modelo moderno proposto por Cadavid et al., com a existência de um sistema urbano de alimentos em que grandes redes de supermercados convivem com uma rede capilar de equipamentos tradicionais, representados por feiras livres, mercados municipais, mercearias, quitandas, padarias e açougues, entre outros3737 Gomes N, Salles H, Corrêa L. Alimento e comida: sistema de abastecimento e consumo alimentar urbano. Guaju, Matinhos 2016; 2(1):61-76.. Embora a distribuição de alimentos esteja centralizada em três principais redes de supermercados - Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, o atual BIG -, nota-se uma crescente busca por um modelo alternativo de varejo3838 Esteve EV. O negócio da comida: quem controla nossa alimentação. Expressão Popular; 2017..

No caso do Panamá, as cadeias de distribuição são relativamente curtas, predominando a venda direta no local de produção. A loja, o supermercado ou os intermediários nacionais representam outros canais de comercialização, menos comuns. No entanto, o país acompanha a tendência internacional de consolidação dos supermercados como principais distribuidores de alimentos e produtos agroindustriais3939 Pitti Y, Guillen V, Tejedor W. Informe preliminar caracterizacion de empresas agroindustriales alimentarias de Panamá. Ciudad de Panamá: Universidad Tecnológica de Panamá; 2013..

O monopólio varejista se mostra uma tendência nos três países, mas o Panamá ainda recebe menor influência das grandes cadeias de supermercados. Essa concentração contribui para o aumento da desigualdade no campo, dado que prioriza os grandes produtores de alimentos em detrimento da produção familiar, em razão das altas exigências impostas para determinados alimentos, acentuando a assimetria de poder ao longo da cadeia4040 OXFAM. Hora de mudar - desigualdade e sofrimento humano nas cadeias de fornecimento dos supermercados [internet]. 2018. [acceso 2012 jul 7]. Disponible en: https://www.oxfam.org.br/campanhas/hora-de-mudar/?_ga=2.201888913.1453832262.1591832874-779382420.1584739581
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Além da geração e manutenção de desigualdades, existe uma estreita relação entre a chegada dos supermercados e a mudança de hábitos alimentares, devido principalmente aos baixos preços dos alimentos e seu alto nível de processamento3737 Gomes N, Salles H, Corrêa L. Alimento e comida: sistema de abastecimento e consumo alimentar urbano. Guaju, Matinhos 2016; 2(1):61-76.,4141 Popkin B, Adair L, Ng S. Global nutrition transition and the pandemic of obesity in developing countries. Nutr Rev 2012; 70(1):3-21..

Ambiente alimentar e comportamento do consumidor

O ambiente alimentar é complexo, envolve diferentes dimensões e elementos, que influenciam as práticas alimentares das pessoas e o seu estado nutricional. É nesse espaço que ocorre a interação dos consumidores com os sistemas alimentares, com vistas a aquisição, preparação e consumo de alimentos, que devem estar disponíveis no lugar onde as pessoas vivem, ser de qualidade e com preços acessíveis, a fim de garantir os meios justos e igualitários de aquisição. É importante lembrar que o acesso econômico aos alimentos tem condicionantes estruturais, como emprego, transporte e controle dos preços, e também comerciais, como a influência da publicidade66 HLPE. La nutrición y los sistemas alimentarios. Un informe del Grupo de alto nivel de expertos en seguridad alimentaria y nutrición del Comité de Seguridad Alimentaria Mundial. Rome: HLPE; 2017..

No Brasil, nas áreas mais vulneráveis das metrópoles, a disponibilidade e o acesso a serviços e recursos coletivos é mais difícil, o que pode ser extrapolado também para o acesso físico aos alimentos. Pesquisas mostram que alimentos mais saudáveis, como frutas e hortaliças, são encontrados em maior proporção em estabelecimentos localizados em bairros de média à alta renda, quando comparados aos bairros de baixa renda4242 Duran A, Lock K, Latorre M, Constante P. Evaluating the use of in-store measures in retail food stores and restaurants in Brazil. Rev Saude Publica 2015; 49(80):10.,4343 Fortes M. Mapeando as desigualdades socioeconômicas na distribuição do comércio varejista local. Segur Aliment Nutr 2018; 25(3):45-58.. Essas diferenças geográficas, marcadas pela escassez na variedade e diversidade de alimentos saudáveis, é denominada deserto alimentar4343 Fortes M. Mapeando as desigualdades socioeconômicas na distribuição do comércio varejista local. Segur Aliment Nutr 2018; 25(3):45-58., fenômeno que já tem sido estudado no Brasil, mas não nos outros dois países objetos deste estudo.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares do Brasil 2017-2018, a alimentação corresponde, em média, a 17,5% do orçamento familiar, sendo a terceira maior despesa nos gastos domiciliares, esse percentual é ainda maior entre as famílias que vivem na zona rural (23,8%), quando comparado com o percentual das que vivem nas zonas urbanas (16,9%)4444 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2020.. No total das capitais brasileiras em 2020, Florianópolis apresentou o custo mais elevado da cesta básica (R$634), e o menor valor foi encontrado na cidade de Salvador (R$457)4545 Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Cesta básica de alimentos [Internet]. 2021. [acceso 2021 maio 8]. Disponible en: https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/analiseCestaBasica202104.html
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Na Colômbia, o consumo e a disponibilidade de alimentos no lar também são afetados pelo comportamento dos preços dos alimentos da cesta básica. A Pesquisa de Orçamento Familiar de 2016 mostrou que, em média, os domicílios do país gastavam 100 dólares por mês em alimentos, o equivalente a 15,9% das despesas das famílias, esse percentual foi menor nas famílias urbanas 14%, contra 31%4646 DANE. Comunicado de prensa [Internet]. 2018. [acceso 2021 maio 8]. Disponible en: https://www.dane.gov.co/files/investigaciones/boletines/enph/comunicado-enph-2017.pdf
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nas rurais. Portanto, os mais pobres e vulneráveis, geralmente localizados em áreas rurais e periferias urbanas, são os mais comprometidos2525 Colombia. Ministerio de Vivienda, Ciudad y Territorio (MVCT). Plan Nacional de Desarrollo Colombia 2018-2022. Bogotá MVCT; 2018..

No Panamá não existe um salário-mínimo igualitário para todas as atividades econômicas, o que compromete o acesso aos alimentos. O governo regula o valor da hora laboral, segundo atividade econômica, tamanho e localização da empresa, sendo mais alto para as empresas grandes e alocadas nas regiões mais desenvolvidas. Dessa forma, o país conta com duas cestas básicas de alimentos, uma para as regiões mais urbanizadas, composta por 59 itens alimentícios, e outra para o restante rural do país, composta por 50. No mês de janeiro de 2020, o valor da cesta era de 306 e 280 dólares, respectivamente4747 Panamá. Costo calórico de las canastas básicas familiares de alimentos en septiembre de 2019 [internet]. 2019. [acceso 2021 maio 8]. Disponible en: https://www.mef.gob.pa/wp-content/uploads/2020/12/9-MEF_DAES_Canasta-Basica-de-Alimentos-Septiembre-2019.pdf
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As inadequações estruturais na distribuição de renda comprometem o acesso a uma alimentação adequada e aos demais bens para a manutenção de uma vida digna. Como já mencionado, os efeitos da pandemia de COVID-19, a inflação e os conflitos internacionais geram impactos sobre a economia dos países, comprometendo o orçamento familiar e as despesas com alimentos.

Além da disponibilidade e do acesso, é inegável a influência da publicidade de alimentos sobre o ambiente alimentar, determinando as preferências do consumidor e o seu comportamento em relação à compra4848 Kelly B, King L, Baur L, Rayner M, Lobstein T, Monteiro C, Macmullan J, Mohan S, Barquera S, Friel S, Hawkes C, Kumanyika S, L'Abbé M, Lee A, Ma J, Neal B, Sacks G, Sanders D, Snowdon W, Swinburn B, Vandevijvere S, Walker C; INFORMAS. Monitoring food and non-alcoholic beverage promotions to children. Obes Rev 2013; 14(Suppl. 1):59-69.. Vale destacar que a rotulagem e a publicidade dos alimentos são as principais fontes de informação sobre os mesmos, e portanto de garantia do direito do consumidor em conhecer sobre o que deseja comprar e comer.

Os três países têm agências governamentais que regulam a rotulagem e publicidade de alimentos. Recentemente, Colômbia e Brasil decretaram normas orientando mudanças na rotulagem de alimentos, passando a adotar a rotulagem frontal para alertar os consumidores quanto ao excesso de sódio, açúcar e gorduras nos alimentos4949 Chaves M. Gran consenso entre gobierno e industria para etiquetado en alimentos y bebidas. La Republica 2020; 27 fev.,5050 Brasil. Resolução de Diretoria - RDC nº 429, de 8 de outubro de 2020. Dispõe sobre a rotulagem nutricional dos alimentos embalados. Diário Oficial da União 2020; 10 out.. O modelo adotado pela Colômbia foi baseado no modelo chileno, que possui evidências científicas quanto à sua efetividade5151 Correa T, Fierro C, Reyes M, Dillman Carpentier FR, Taillie LS, Corvalan C. Responses to the Chilean law of food labeling and advertising: exploring knowledge, perceptions and behaviors of mothers of young children. Int J Behav Nutr Phy 2019; 16(21):10., enquanto o modelo adotado pelo Brasil (rotulagem frontal com lupas) ainda não apresenta evidências científicas 5252 Sato P, Amaral L, Khandpur N, Ulian MD, Bortoletto Martins AP, Garcia MT, Spinillo CG, Urquizar Rojas CF, Jaime PC, Scagliusi FB. Consumers' opinions on warning labels on food packages: A qualitative study in Brazil. PLoS One 2019; 14(6): e0218813.. No Panamá, o Congresso da República está analisando uma nova lei sobre rotulagem frontal de alimentos, semelhante à da Colômbia5353 Gonzalez Y. Anteproyecto de Ley de Etiquetado Frontal de Advertencia Nutricional en Panamá. 2020. [acceso 2021 maio 10]. Disponible en: https://juandiegovasquez.com/wp-content/uploads/2020/09/DE-ETIQUETADO-FRONTAL-DE-ADVERTENCIA-NUTRICIONAL.pdf
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Outras medidas vêm sendo tomadas com o intuito de fomentar ambientes alimentares mais saudáveis, como a taxação de bebidas açucaradas. O Panamá aprovou a Lei nº 114/2019, que prevê a tributação de bebidas açucaradas 5454 Panamá. Ley 114 del 18 de noviembre de 2019. Crea el Plan de Acción para Mejorar la Salud, así como modifica las tarifas del Impuesto Selectivo al Consumo (En adelante ISC) de bebidas azucaradas. [acceso 2021 maio 10]. Disponible en: file:///C:/Users/lhval/Downloads/Ley-No-114-de-2019.pdf. O México implementou uma lei similar e tem observado uma tendência na redução do percentual de compra desses produtos5555 Colchero M, Popkin B, Rivera J, Wen S. Beverage purchases from stores in Mexico under the excise tax on sugar sweetened beverages: observational study. BMJ 2016; 352:h6704..

Apesar das evidências na urgência de regulamentações desde a produção até a propaganda de alimentos, além de incentivos na construção de ambientes promotores de saúde, os atuais sistemas alimentares seguem influenciando padrões e interferindo na diversidade das culturas alimentares. Existe uma notória e acelerada tendência de redução do consumo de alimentos básicos, marcadamente o feijão e o arroz, no Brasil; frutas, peixes, mariscos e café no Panamá4444 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2020.,5656 Panamá. Ministerio de Desarrollo Social (MIDES). Plan Nacional de Seguridad Alimentaria y Nutricional, Panamá 2017-2021. Ciudad de Panamá: MIDES; 2017.. O percentual de calorias consumidas pelos brasileiros e colombianos proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados é de 53,4% e 63%, respectivamente. Por outro lado, nota-se aumento na participação de calorias provenientes de alimentos ultraprocessados, correspondentes a 19,7% no Brasil e 16% na Colômbia4444 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2020.,5757 Parra DC, da Costa-Louzada ML, Moubarac JC, Bertazzi-Levy R, Khandpur N, Cediel G, Monteiro CA. Asociación entre el consumo de alimentos ultraprocesados y el perfil nutricional de la dieta de los colombianos en 2005. Salud Publica Mex 2019; 61(2):147-154.. O Panamá não apresenta pesquisas com análise do nível de processamento dos alimentos consumidos no país, mas observa-se mudanças na oferta per capita de certos grupos de alimentos, como carne, ovo e laticínios, cujo aumento foi igual ou superior a 10% em um período de aproximadamente seis anos (2007-2013)5656 Panamá. Ministerio de Desarrollo Social (MIDES). Plan Nacional de Seguridad Alimentaria y Nutricional, Panamá 2017-2021. Ciudad de Panamá: MIDES; 2017..

Todos os elementos dos sistemas alimentares até aqui descritos exercem influência nas escolhas alimentares individuais e coletivas e no comportamento alimentar das sociedades. Dessa forma, toda essa estrutura aparentemente inofensiva pode determinar as formas de viver e morrer da sociedade contemporânea.

Impactos na saúde, nutrição e meio ambiente

Dietas saudáveis são essenciais para prevenir a má nutrição em todas as suas formas (desnutrição, deficiências de micronutrientes, sobrepeso e obesidade)5858 World Cancer Research Fund (WCRF), American Institute for Cancer Research (AIRC). Food, nutrition, physical activity, and the prevention of cancer: a global perspective. WCRF/AIRC; 2007.. Mudanças nos sistemas alimentares têm causado alterações no padrão alimentar da população mundial, e paralelamente o aumento da morbilidade e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no mundo.

Dados da FAO mostram que quase um quarto da população adulta da América Latina e Caribe está com obesidade, as DCNT são as responsáveis por mais do 50% das mortes de todos os países e, ao mesmo tempo, aproximadamente 42,5 milhões de pessoas ainda passam fome na região5959 Food and Agriculture Organization of de United Nations (FAO), Organización Panamericana de la Salud (OPS), World Food Program (WFP), United Nations Children's Fund (UNICEF). Panorama de la seguridad alimentaria y nutricional en América Latina y el Caribe, 2019. Santiago: FAO/OPS/WFP/UNICEF; 2018..

Apesar das divergências e similitudes observadas na cadeia de produção e distribuição, na disponibilidade e acesso aos alimentos e na configuração dos ambientes alimentares, observam-se tendências semelhantes no que respeita ao cenário epidemiológico dos três países. Conforme a Tabela 3, mais da metade da população adulta dos três países tem excesso de peso, além disso, cerca de 25% e 20% dos adultos do Brasil e da Colômbia, respectivamente, apresentam obesidade. Esta condição é mais prevalente nas mulheres do que nos homens, situação que tem origem em diferentes fatores fisiológicos, sociais, econômicos e culturais6060 Kanter R, Caballero B. Global gender disparities in obesity: a review. Adv Nutr 2012; 3(4):491-498..

Tabela 3
Dados sobre o estado nutricional, morbidade e mortalidade da população de Brasil, Colômbia e Panamá

A prevalência no excesso de peso nas crianças e nos adolescentes dos três países é um fenômeno crescente, ao mesmo tempo que a desnutrição crônica em crianças menores de cinco anos se mantém nos três países. Em crianças e adolescentes indígenas, os dados sobre desnutrição são ainda mais graves, chegando a alcançar prevalências de 25,7% no Brasil6161 Horta BL, Santos RV, Welch JR, Cardoso AM, dos Santos JV, Assis AM, Lira PC, Coimbra Jr CE. Nutritional status of indigenous children: findings from the First National Survey of Indigenous People's Health and Nutrition in Brazil. Int J Equity Health 2013; 12(23):13., 30% na Colômbia6262 Instituto Colombiano de Bienestar Familiar (ICBF). Encuesta Nacional de La Situacion Nutricional, Colombia 2015 [Internet]. 2018. [acceso 2021 jul 7]. Disponible en: http://www.ensin.gov.co/Documents/ENSIN_2015_Colombia_2018.pdf
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, e 59,1% no Panamá6363 Panamá. Ministerio de Salud de Panamá (MINSA). II Monitoreo Nutricional en las Instalaciones de MINSA. Ciudad de Panamá: MINSA; 2017., revelando a precária situação dos povos tradicionais nos três países. Não é possível fazer uma comparação do estado nutricional e de saúde segundo etnia, em virtude da ausência de informações nas três nações.

As DCNT são as principais causas de morbimortalidade nos três países. A coexistência de fenômenos aparentemente antagônicos, como desnutrição e excesso de peso, caracteriza um cenário de dupla carga da má nutrição, também intitulado por alguns autores de sindemia de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas55 Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR, Brinsden H, Calvillo A, De Schutter O, Devarajan R, Ezzati M, Friel S, Goenka S, Hammond RA, Hastings G, Hawkes C, Herrero M, Hovmand PS, Howden M, Jaacks LM, Kapetanaki AB, Kasman M, Kuhnlein HV, Kumanyika SK, Larijani B, Lobstein T, Long MW, Matsudo VKR, Mills SDH, Morgan G, Morshed A, Nece PM, Pan A, Patterson DW, Sacks G, Shekar M, Simmons GL, Smit W, Tootee A, Vandevijvere S, Waterlander WE, Wolfenden L, Dietz WH. The global syndemic of obesity, undernutrition, and climate change: the Lancet Commission report. Lancet 2019; 393(10173):791-846.. Esse fato demonstra o efeito dos sistemas alimentares na saúde e na nutrição dessas populações.

Em relação aos impactos no ambiente, os sistemas alimentares predatórios geram danos irreversíveis. Segundo a FAO, a agricultura é responsável por utilizar 70% dos recursos hídricos do mundo, sendo que a pecuária sozinha utiliza 20%. Além disso, as atividades agrícolas causam importantes contaminações em águas superficiais e subterrâneas pela utilização intensiva de agrotóxicos e outros contaminantes, que ocorrem simultaneamente à poluição dos solos7171 Food and Agriculture Organization of de United Nations (FAO). Agricultura irrigada sustentável no Brasil: identificação de áreas prioritárias. Brasília: FAO; 2017.. Segundo as projeções da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, existem entre 60 e 100 milhões de hectares de solos em diferentes níveis de degradação no Brasil, o que poderá ter efeitos negativos na produção de alimentos2020 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Brasília: Embrapa; 2018..

Da mesma forma, o desmatamento para a extensão da fronteira agrícola tem sido apontado como um dos principais responsáveis pela degradação do meio ambiente e da biodiversidade, além de contribuir expressivamente para a piora dos efeitos do aquecimento global7272 Scott CE, Monks SA, Spracklen DV, Arnold SR, Forster PM, Rap A, Äijälä M, Artaxo P, Carslaw KS, Chipperfield MP, Ehn M, Gilardoni S, Heikkinen L, Kulmala M, Petäjä T, Reddington CLS, Rizzo LV, Swietlicki E, Vignati E, Wilson C. Impact on short-lived climate forcers increases projected warming due to deforestation. Nat Commun 2018; 9(1):157.. Segundo dados oficiais do Brasil, a área desmatada entre agosto de 2019 e julho de 2020 foi de 10.851 km2 nos nove estados da Amazônia, refletindo em um aumento de 7,1% da taxa de desmatamento em comparação ao mesmo período dos anos 2018 e 20197373 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A taxa consolidada de desmatamento em 2020. São Paulo: INPE; 2021.. Ao final de 2020, o Brasil vivenciou incêndios generalizados e sem precedentes em diversos biomas, como o Pantanal e a Amazônia.

No Panamá, em 2016, foram registrados 4.664 incêndios, o que representou um aumento de 6,9% em relação a 20157474 Panamá. Ministerio de Salud. Analisis de la situación de salud, Panamá 2018. Ciudad de Panamá: MINSA; 2019.. Na Colômbia, o desmatamento também é um problema crescente. Apenas em 2016, foram perdidos 178.597 hectares de floresta, principalmente na região da Amazônia2525 Colombia. Ministerio de Vivienda, Ciudad y Territorio (MVCT). Plan Nacional de Desarrollo Colombia 2018-2022. Bogotá MVCT; 2018.. O desmatamento, além dos múltiplos efeitos desfavoráveis sobre o meio ambiente, também afeta as estruturas sociais e alimentares, em primeira instância das comunidades que moram na Amazônia e, finalmente, da população geral desses países e do mundo.

Para além dos impactos ambientais já falados, também é possível observar os impactos decorrentes do desperdício de alimentos. No Brasil, 41,6 quilos de comida são desperdiçados por pessoa a cada ano7575 Marsicano K. Pesquisa revela que família brasileira desperdiça 128 quilos de comida por ano [Internet]. Embrapa. 2018. [acessado 2021 out 13]. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/37863018/pesquisa-revela-que-familia-brasileira-desperdica-128-quilos-de-comida-por-ano
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, o que representa cerca de 8,7 milhões de toneladas de alimentos, sem contabilizar as perdas na cadeia de abastecimento. Na Colômbia, 9,76 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas por ano, o equivalente a 34% do total disponível no país7676 Colombia. Departamento Nacional de Planeación (DNP). Pérdida y desperdicios de alimentos en Colombia. Bogotá: DNP; 2016.. Na Cidade do Panamá foram desperdiçadas 122 mil toneladas de alimentos em 20037777 Agencia de Cooperación Internacional del Japón (JICA). Estudio sobre el plan de manejo de desechos sólidos para la Municipalidad de Panamá. Ciudad de Panamá: JICA; 2003.. Os efeitos do desperdício e das perdas de alimentos se traduzem não apenas como um entrave na busca pela justiça social e pelo bem comum, contribuem também consideravelmente para o agravamento da crise climática planetária, pois aumentam a produção de gases do efeito estufa. Esses dados mostram como o desperdício de alimentos é um problema nos três países, aumentando a contaminação ambiental e a perda dos recursos naturais investidos na produção dos alimentos.

A forma de produzir, transformar, vender e consumir alimentos tem se tornado cada vez mais semelhante nos três países, gerando desafios mais complexos para a saúde pública, como a convivência das diversas formas de má nutrição nos indivíduos, nas famílias e nas comunidades. Portanto, medidas coletivas - como o controle da publicidade e da propaganda de alimentos, taxação de alimentos ultraprocessados e agrotóxicos e incentivo à produção saudável e sustentável, baseada em sistemas alimentares locais, com circuitos curtos, de base agroecológica e pautados no respeito à vida, ao ser humano e ao ambiente - são necessárias e urgentes. Por outro lado, a manutenção de sistemas alimentares predatórios é um risco de violação ao direito humano à alimentação adequada e à soberania dos povos.

Considerações finais

Os sistemas alimentares predominantes no Brasil, na Colômbia e no Panamá favorecem a produção de alimentos provenientes de grandes propriedades e com uso intensivo de agrotóxicos, enquanto a área territorial ocupada por produtores familiares ainda se mostra reduzida. As cadeias de suprimento de alimentos e os ambientes alimentares são cada vez mais homogêneos nos três países e impactam negativamente o comportamento e a saúde da população. A persistência de iniquidades históricas nesses países também contribui para acentuar as desigualdades sociais, gerando impactos consideravelmente maiores em populações mais vulnerabilizadas. Diante desse contexto, observam-se alguns avanços na regulamentação dos ambientes alimentares, com a aprovação de mudanças na rotulagem de alimentos e a implementação da taxação das bebidas açucaradas.

Este trabalho se destaca por apresentar uma revisão dos componentes do sistema alimentar de três países da América Latina que, além da localização geográfica, compartilham aspectos históricos e culturais importantes. Durante a elaboração deste estudo foram encontradas lacunas nas informações dos diferentes aspectos consultados, provavelmente devido ao tema ainda ser pouco explorado na literatura. No Brasil foram observados avanços na disponibilidade de dados atualizados sobre alguns aspectos do tema; na Colômbia, apesar da existência das informações, algumas não estavam atualizadas; no Panamá, as informações estavam menos disponíveis, demostrando a necessidade de estudos e discussões aprofundadas a respeito do tema em todos os países.

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  • Financiamento

    Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - código de financiamento 001.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Abr 2023
  • Data do Fascículo
    Abr 2023

Histórico

  • Recebido
    07 Mar 2022
  • Aceito
    04 Out 2022
  • Publicado
    06 Out 2022
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revscol@fiocruz.br