RESENHA/REVIEW
Mário B. Aragão
Departamento de Ciências Biológicas; Escola Nacional de Saúde Pública
Dicionário Geológico-Geromorfológico. Antônio Teixeira Guerra. 8ª ed., Rio de Janeiro: IBGE, 1993. 446 p. ISBN 85-240-0458-4
Um dicionário com oito edições, algumas delas com 8 mil exemplares, não pode ser uma obra comum.
O exame desta obra deixa a impressão de estarmos diante de um livro didático. Mais ainda, faz recordar uma disciplina há muito abandonada: a lição de coisas, tantos são os assuntos abordados e esclarecidos.
Diz-se que "nem só de pão vive o homem". Aqui, também, nem só a Geologia e a Geomorfologia são estudadas. A Cartografia, a Hidrologia e a Economia estão colocadas ao alcance do leigo. Muito importante a extensa discussão sobre a influência do homem atual no modelado da superfície terrestre. Um exemplo citado é a cidade do Rio de Janeiro. Para não falar da erosão violenta provocada pelos desmatamentos. Todos muito bem documentados por ótimas fotografias.
O fato de o autor explicar um fenômeno e remeter o leitor a uma ou mais fotos nos ensina a observar a paisagem. O que nem sempre é sabido pelos biólogos. A importância deste fato pode ser exemplificada com a facilidade com que Oliveira Castro, que também possuía bom conhecimento de geomorfologia, definiu os criadouros do Anopheles darlingi, assunto que tinha sido estudado por diversos pesquisadores sem nenhum proveito.
Não seria nada mal que cada biólogo e, principalmente, cada ecólogo possuísse e consultasse este dicionário quando tivessem dúvidas, sobretudo sobre aspectos da paisagem.
Comparando-se esta edição com as anteriores, nota-se que foram acrescentadas novas figuras e trocadas outras.
Há de se destacar, nesta obra, a questão estética e o cuidado dos editores, pois, nas suas 446 páginas, são raríssimos os erros tipográficos. Está de parabéns a Divisão de Gráfica/Departamento de Editoração e Gráfica do IBGE.