RESENHA/REVIEW

 

 

Mário B. Aragão

Departamento de Ciência Biológicas; Escola Nacional de Saúde Pública

 

 

Compêndio de Defensivos Agrícola (Guia Prático de Produtos Fitossanitários para Uso Agrícola). Organização Andrei (Org.). 4ª ed., São Paulo: Organização Andrei, 1993. 448 p. 28,46 URVs.

A Organização Andrei Editora vem prestando um grande serviço não só aos agrônomos, mas também aos sanitaristas, com a publicação atualizada desses compêndios. Apesar de o presente volume não abordar os chamados produtos domissanitários, onde melhor se enquadram os usados na Saúde Pública, ele apresenta algumas informações úteis aos sanitaristas.

Estamos de acordo com a editora em chamar esses produtos de defensivos, ao invés de agrotóxicos. Tanto a nossa experiência pessoal como a dos antigos serviços nacionais de malaria, febre amarela e peste mostram que esses produtos só são tóxicos para quem não sabe trabalhar. Nesta mesma linha de pensamento, o colega Hélio Palma de Arruda escreveu um capítulo muito ponderado sobre o receituário agronômico, complementado, no final do compêndio, por uma explicação detalhada sobre a Lei nº 7.802, de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.816, de 1990, que disciplinam o assunto. O exame desta lei e deste decreto faz pensar na necessidade de um receituário domissanitário, a ser executado por profissionais preparados pelo Ministério da Saúde. Alguns acidentes ocorridos neste próprio Ministério mostram a falta que fazem profissionais competentes.

Pela primeira vez vimos, num desses compêndios, um capítulo sobre "Precauções no manuseio de defensivos agrícolas", feito pela própria editora.

As monografias dos diversos produtos constituem a quase totalidade do livro e são muito detalhadas. Elas de destinam ao lavrador, pois a agricultura é o grande mercado. Acontece que a Saúde Pública proporciona um consumo marginal de produtos desenvolvidos, visando solucionar problemas da agricultura.

Há de se informar que todos os dados foram fornecidos pelos fabricantes dos produtos, o que talvez não agrade muito aos militantes dos movimentos ecológicos. Deve-se, entretanto, reconhecer que o Brasil é um país fraco, principalmente em pesquisa tecnológica. Não há, portanto, o que reclamar. Tivemos ocasião de participar da elaboração do manual Praguicidas em Saúde Pública, do Ministério da Saúde, e lá, também, a quase totalidade das informações são estrangeiras.

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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