ARTIGO ARTICLE

 

 

 

 

 

 

 

João Barberino Santos 1
Fátima dos Santos 2
Vanize Macêdo 1


Variação da densidade anofélica com o uso de mosquiteiros impregnados com deltametrina em uma área endêmica de malária na Amazônia Brasileira

Variation of anopheles density with deltamethrin-impregnated mosquito nets in an endemic malaria area of the Brazilian Amazon

 

1 Núcleo de Medicina Tropical, Universidade de Brasília. C. P. 4517, Brasília, DF 70919-970, Brasil.
2 Fundação Nacional de Saúde. Av. Jorge Teixeira s/no, Porto Velho, RO 78902-010, Brasil.

 

  Abstract In 1992 a survey on the use of deltamethrin-impregnated mosquito nets was conducted in the municipality of Costa Marques, Rondonia. In the intradomicile, impregnated nets decreased the vector density at rates similar to those for non-impregnated nets during low-transmission periods; during high anopheline density periods, they led to a significant reduction in vector density, while in the non-impregnated net group there was an increase in the number of anophelines captured. There was no change in vector density in the peridomicile. In the impregnated net group, the most frequently captured species was Anopheles darlingi (63.2%), found mostly in the peridomicile, while Anopheles deaneorum (35.3%) was most frequent indoors. The impregnated mosquito nets' excitatory-repellent effect decreased the intradomiciliary vector density but did not alter density in the peridomicile.
Key words Malaria; Vectors Control; Anopheles spp.; Deltamethrin

Resumo Em 1992, foi realizado um ensaio de campo com mosquiteiros impregnados com deltametrina, em uma área endêmica de malária no Município de Costa Marques, Rondônia. No período de baixa transmissão, os mosquiteiros impregnados (MI) diminuíram a densidade vetorial no intradomicílio, de modo semelhante, porém, aos mosquiteiros não impregnados (NI) na maioria das avaliações-controle. Por outro lado, na época de alta transmissão, os MI provocaram diminuição significante da média horária de anofelinos capturados, ao passo que, nas casas com NI, verificou-se aumento do número de mosquitos capturados. No peridomicílio, em geral, não houve diferença do número de anofelinos capturados entre MI e NI. No grupo MI, a espécie mais capturada foi o An. darlingi (63,2%), mais freqüente no peridomicílio, seguida pelo An. deaneorum (35,3%), mais freqüente no intradomicílio. Os MI diminuíram a densidade vetorial no intradomicílio pelo efeito excito-repelente, sem diminuí-la, contudo, no peridomicílio.
Palavras-chave Malária; Controle de Vetores; Anopheles spp.; Deltametrina

 

 

Introdução

 

O uso de mosquiteiros impregnados no controle dos vetores da malária seria uma alternativa às inadequações das habitações rurais à borrifação intradomiciliar. A impregnação com inseticida adiciona uma barreira química à barreira física, representada pelo mosquiteiro, que impede o contato homem-vetor (Bradley et al., 1986; Charlwood, 1986; Campbell et al., 1987). A impregnação diminui a sobrevida dos mosquitos pela ação inseticida (Darriet et al., 1984; Lines et al., 1987; Rozendaal et al., 1989) ou pode provocar fuga e alteração de comportamento anofélico pelo efeito repelente (Charlwood & Graves, 1987; Lines et al., 1987; Magesa et al., 1991), havendo, em conseqüência, diminuição de picadas infectantes (Charlwood & Graves, 1987; Lindsay et al., 1989). O efeito repelente do mosquiteiro impregnado exerceria sua ação protetora mesmo quando danificado (Darriet et al., 1984; Lines et al., 1987; Carnevale et al., 1992; Curtis et al., 1992).

Entre os vários ensaios de campo com mosquiteiros impregnados, os maiores sucessos foram relatados em Gâmbia (Snow et al., 1988) e na China (Luo et al., 1996; Li et al., 1989), onde há relatos de redução da densidade anofélica, intra e peridomiciliar, em 93% e 86%, respectivamente. Na Amazônia Brasileira, cortinas de juta borrifadas com deltametrina produziram mortalidade de insetos (Xavier & Lima, 1986; Salgado Cavalcante et al., 1992), todavia o efeito de mosquiteiros impregnados sobre vetores da malária no Brasil só agora é apresentado, após relatada sua ação sobre a morbidade da malária (Santos et al., 1998).

 

 

Metodologia

 

O ensaio foi realizado em Porto Murtinho, Município de Costa Marques (RO), na Amazônia Ocidental Brasileira (Figura 1 ), localidade situada à margem direita do Rio São Miguel, afluente do Guaporé, rio que limita o Brasil com a Bolívia. Existem duas estações climáticas na área: a da seca (de maio a setembro) e a das chuvas (de outubro a abril), com índice pluviométrico médio de 2.000mm/ano. As épocas de maior transmissão malárica na região ocorrem no início e no fim da estação chuvosa, e o aumento da densidade vetorial relaciona-se a essa época (Klein & Lima, 1990), coincidindo, em Porto Murtinho, com o aumento de incidência da doença (Santos et al., 1998).

Antes da intervenção (entre 28 de outubro de 1991 e 06 de novembro de 1991), com a colaboração de técnicos da Fundação Nacional de Saúde (FNS), foram realizadas capturas de anofelinos no intra e no peridomicílio das habitações locais.

Em fevereiro de 1992, por seleção não aleatória, em um grupo de vinte moradias, foram instalados mosquiteiros retangulares de malha de algodão fechada (morim), com área média de 12,8m2 para mosquiteiro de casal e de 10m2 para mosquiteiro de solteiro. Todos foram impregnados com deltametrina (K-OthrineR, formulação Flow SC 50) na dose de 20mg/m2, pelo método spray (Rozendaal, 1989; Rozendaal & Curtis, 1989; Rozendaal et al., 1989; WHO, 1989), secados à sombra, suspensos em vertical. Após seis meses de uso (agosto de 1992), atendendo ao hábito local de lavagem periódica, os mosquiteiros foram lavados e impregnados novamente com deltametrina. Em outro grupo de vinte casas, instalaram-se mosquiteiros com as mesmas características, porém não impregnados.

O seguimento foi feito bimestralmente durante um ano, através de capturas de anofelinos, realizadas por técnicos da FNS. Utilizaram-se iscas humanas, com um capturador no intra e outro no peridomicílio de sete moradias sorteadas em cada grupo, durante três horas em cada mês de revisão, no período das 18h às 21h. De uma amostra de 5% das espécies predominantes capturadas, foram feitas dissecções de ovários, por meio da técnica de Detinova (Detinova, 1962), para determinação de paridade das fêmeas. As pessoas adultas de cada habitação foram devidamente instruídas para coletar os mosquitos mortos nos espaços intra e perimosquiteiro, a cada manhã, ao levantar do leito. No grupo mosquiteiros impregnados, a coleta foi feita durante os 12 meses de seguimento, porém, no grupo mosquiteiros não impregnados, foi feita apenas durante os últimos seis meses da pesquisa, por causa de problemas logísticos na área. Os espécimens coletados foram acondicionados em caixa apropriada com naftalina, uma para cada mês. Os resultados da pós-intervenção foram comparados aos da pré-intervenção, em cada grupo e entre mosquiteiros impregnados e não impregnados.

Para a análise estatística, recorreu-se aos testes de Qui-Quadrado, Mantel-Haenszel e ao de Fischer. Foi fixado um limite de significância de 0,05 para todos os testes realizados.

 

 

Resultados

 

Freqüência anofélica


 

Nos grupos mosquiteiros impregnados e não impregnados, tanto na pré, quanto na pós-intervenção, a freqüência anofélica no peridomicílio foi maior do que no intradomicílio. O número total de anofelinos capturados no peridomicílio (6.174 e 6.293) foi maior (71,7%) do que o no intradomicílio (2.390 e 2.531), respectivamente para mosquiteiros impregnados e não impregnados.

Durante o ano de seguimento, verificou-se uma maior freqüência anofélica em Porto Murtinho na época do fim das chuvas, nos meses de abril e junho (mês dois e quatro pós-intervenção), relacionada inversamente com o índice pluviométrico e diretamente com o nível do Rio Guaporé (Figura 2 ).

 

Espécies capturadas


 

A espécie de anofelino mais capturada foi o Anopheles darlingi: no grupo mosquiteiros impregnados, mais freqüente (p<0,05) no peridomicílio (65,3%) do que no intradomicílio (57,7%), enquanto no grupo mosquiteiros não impregnados, foi mais capturado (p<0,05) no intra (69,5%) do que no peridomicílio (64,0%). Em segundo lugar, a espécie predominante foi o Anopheles deaneorum: no grupo mosquiteiros impregnados, mais freqüente (p<0,05) no intra (40,7%) do que no peridomicílio (33,3%) e, no grupo mosquiteiros não impregnados, sem diferença significante, freqüente tanto no intra (28,3%), como no peridomicílio (29,5%). A terceira espécie, em ordem de freqüência, foi o Anopheles triannulatus (mosquiteiros impregnados = 1,1% no intra e peridomicílio; mosquiteiros não impregnados = 2,1% no intra e 5,7% no peridomicílio). Outras espécies somaram menos que 1% em ambos os espaços pesquisados de cada grupo (Figuras 3 e 4).

 

Efeito sobre a densidade anofélica no intradomicílio


 

No grupo com mosquiteiros impregnados ocorreu uma diminuição significante da freqüência de anofelinos capturados no mês dois, em relação à pré-intervenção, época de alta transmissão, ao passo que, com mosquiteiros não impregnados, verificou-se um aumento da freqüência de mosquitos capturados. No mês quatro, ainda durante a alta transmissão, embora com mosquiteiros impregnados tenha havido maior freqüência de anofelinos capturados em relação ao mês dois, essa freqüência foi menor do que no grupo mosquiteiros não impregnados. Daí em diante, em época de baixa transmissão, com mosquiteiros impregnados ou não impregnados, houve redução de mosquitos capturados, sem diferença significante (Figura 5).

A ação de mosquiteiros impregnados no intradomicílio durante a alta transmissão foi evidente contra o An. darlingi, diminuindo significantemente o número de capturados em relação à ação de mosquiteiros não impregnados. Durante a baixa transmissão, houve diminuição do número de An. darlingi capturados, tanto com mosquiteiros impregnados, quanto com não impregnados (Figura 6).

 

Efeito sobre a densidade anofélica no peridomicílio


 

Verificou-se um aumento do número de anofelinos capturados durante a alta transmissão e uma diminuição durante a baixa transmissão, tanto nas moradias com mosquiteiros impregnados, quanto naquelas com não impregnados (Figura 7).

O número de An. darlingi capturado nos meses dois e oito foi maior no peridomicílio do grupo mosquiteiros impregnados do que no do grupo mosquiteiros não impregnados (Figura 8).

 

Efeito inseticida: anofelinos mortos


 

A participação dos moradores na coleta de mosquitos mortos pode ser considerada confiável, não só por terem sido devidamente instruídos, como também por demonstrarem entusiasmo em colaborar. O maior número de anofelinos mortos coletados no grupo mosquiteiros impregnados ocorreu em março, durante época de alta transmissão. Os menores índices foram registrados entre agosto e dezembro, meses de baixa transmissão (Tabela 1 ).

 

 

Uma vez que, no grupo mosquiteiros não impregnados, a coleta foi feita apenas de setembro a fevereiro em razão de problemas logísticos na área, a comparação entre os dois grupos só pôde ser feita naquele período, mostrando que o total de anofelinos mortos com mosquiteiros impregnados (179) foi numericamente superior ao do grupo mosquiteiros não impregnados (74) sendo, durante o seguimento, ora maior com mosquiteiros impregnados (setembro e dezembro), ora maior com mosquiteiros não impregnados (novembro e fevereiro). Com mosquiteiros impregnados, as espécies mortas mais coletadas foram o An. deaneorum (68,2%) e o An. darlingi (27,4%). Com mosquiteiros não impregnados, a espécie mais coletada foi o An. darlingi (52,7%), seguida, com percentuais iguais (18,9%), pelo An. deaneorum e pelo An. triannulatus (Tabela 2 ).

 

 

Efeito sobre a paridade anofélica


 

Ocorreram elevados percentuais de paridade anofélica, em épocas tanto de alta, quanto de baixa transmissão, com o uso quer de mosquiteiros impregnados, quer de não impregnados (Tabela 3 ).

 

 

Discussão

 

As variações da densidade anofélica verificadas, maior ao fim das chuvas e no peridomicílio, e a predominância do An. darlingi, seguida pelo An. deaneorum e pelo An. triannulatus, concordam com os achados de outras pesquisas realizadas na área (Klein & Lima, 1990).

Apesar de existir uma grande variação no ciclo de picadas do An. darlingi de uma área para outra (Charlwood & Hayes, 1978; Roberts et al.; 1987; Rosa-Freitas et al., 1992), no Brasil ele é freqüentemente exofágico (Charlwood & Hayes, 1978; Deane, 1986; Lourenço-de-Oliveira et al., 1989; Klein & Lima, 1990). Em Rondônia, tem sido bem registrada a antropofilia (Lourenço-de-Oliveira et al., 1989; Klein & Lima, 1990; Oliveira-Ferreira et al., 1992; Lourenço-de-Oliveira et al., 1996) e a exofilia deste vetor (Tadei, 1986; Lourenço-de-Oliveira et al., 1989; Oliveira-Ferreira et al., 1990; Klein & Lima, 1990; Lourenço-de-Oliveira et al., 1994). Embora em algumas localidades de Rondônia tenha sido verificado um comportamento unimodal da atividade de picar do An. darlingi, predominante ao pôr-do-sol e na primeira metade da noite, das 18h às 24h (Lourenço-de-Oliveira et al., 1989), em Costa Marques, o máximo de atividade é bimodal, ocorrendo no crepúsculo (18h às 20h) e na alvorada (5h às 6h), quando as pessoas não estão na cama e nem dentro do mosquiteiro (Klein & Lima, 1990). O An. deaneorum, um membro do complexo An. albitarsis, é considerado o segundo vetor mais importante em Costa Marques, com suceptibilidade ao Plasmodium falciparum e ao Plasmodium vivax, hábitos exofágicos e atividade noturna semelhantes aos do An. darlingi (Klein & Lima, 1990; Klein et al., 1991a, 1991b, 1991c; Klein et al., 1992). O An. triannulatus tem sido encontrado em Rondônia transmitindo a malária na floresta, longe da moradia humana (Deane, 1986; Klein & Lima, 1990). Desta maneira, o comportamento do An. darlingi e de outros vetores reconhecidos no Brasil poderá não ser compatível com o êxito que se tem com os mosquiteiros impregnados, como medida de controle da malária no País, uma vez que, embora o método tenha efeito contra mosquitos endofílicos e exofílicos, é naturalmente mais eficaz contra os primeiros (Li et al., 1989; Luo et al., 1994). De fato, no Suriname, onde o principal vetor também é o An. darlingi, o uso de mosquiteiros impregnados causou fuga e pouca mortalidade de mosquitos e, apesar de diminuir o número de picadas, os resultados foram considerados inferiores aos da borrifação intradomiciliar com DDT (Rozendaal, 1990). Contudo, a hematofagia, mesmo sendo menor no domicílio, é ainda importante na transmissão da doença (Lourenço-de-Oliveira, 1994), o que indica implementar medidas de controle no peridomicílio e, também, manter ou adotar medidas, como mosquiteiros impregnados, que evitem o contato do An. darlingi com as pessoas dentro de casa.

A diminuição do número de anofelinos capturados no intradomicílio do grupo mosquiteiros impregnados, especialmente de An. darlingi, durante alta transmissão, aliada à maior freqüência deste vetor no peridomicílio, ao contrário do que ocorre com o grupo mosquiteiros não impregnados, onde foi mais freqüente no intradomicílio, reflete a ação repelente exercida pelos mosquiteiros impregnados sobre este vetor, que, apesar de ser preferencialmente antropofílico, exofágico e exofílico, é o mais endofílico e o mais endofágico dos transmissores nas Américas (Deane, 1986; Zimmerman, 1992). Na Amazônia, há relatos de que o An. darlingi pode modificar o comportamento de endofílico para exofílico, de endofágico para exofágico e de antropofílico para zoofílico, provocado pela excito-repelência de inseticidas usados na borrifação domiciliar (Hayes & Charlwood, 1977; Charlwood & Hayes, 1978; Roberts et al., 1984; Lourenço-de-Oliveira et al., 1989; Oliveira-Ferreira et al., 1990).

Mosquiteiros impregnados e não impregnados mostraram ação semelhante sobre a densidade anofélica peridomiciliar. A densidade do An. darlingi no grupo mosquiteiros impregnados foi elevada no peridomicílio e menor no intradomicílio, durante a alta transmissão, provavelmente em virtude da ação repelente dos mosquiteiros impregnados. De qualquer modo, os mosquiteiros impregnados não contribuíram para baixar a densidade anofélica no peridomicílio.

Nos meses de maior transmissão e na época de baixa transmissão, o grande número de mosquitos mortos coletados nas habitações do grupo mosquiteiros impregnados, superior ao número encontrado nas habitações do grupo mosquiteiros não impregnados, faz supor que os mosquiteiros impregnados tenham exercido alguma ação inseticida contra vetores de hábitos também endofílicos. O efeito inseticida dos mosquiteiros impregnados se fez mais freqüente contra o An. deaneorum, o qual foi mais comumente capturado vivo no intradomicílio do que no peridomicílio, seguido pelo An. darlingi, que foi mais capturado no peridomicílio.

Por outro lado, os elevados percentuais de paridade, tanto na estação seca, quanto na chuvosa, apontam para a persistência de agressividade anofélica em Porto Murtinho nos períodos de alta e de baixa transmissão, apesar do uso de mosquiteiros impregnados e de não impregnados. Isto indica que a ação inseticida dos mosquiteiros impregnados não causou uma redução importante de sobrevida dos vetores.

Embora tenha sido reconhecido um efeito de massa, matando muitos mosquitos e diminuindo a densidade vetorial no intradomicílio, quando muitos mosquiteiros impregnados são usados (Ranque, 1984b; Charlwood & Graves, 1987; Hii et al., 1987; Carnevale et al., 1988; Snow et al., 1988; Lindsay et al., 1989; Li et al., 1989; Sexton et al., 1990; Magesa et al., 1991; Gokool et al., 1992; Lines et al., 1992; Karch et al., 1993; Luo et al., 1994), para Lindsay et al. (1993) e Somboon et al. (1995), isso pouco sugere que a impregnação da maioria dos mosquiteiros de uma comunidade reduza a sobrevida dos mosquitos. O efeito de massa ocorreria evidente apenas contra vetores endofílicos e antropofílicos (Magesa et al., 1991; Robert & Carnevale, 1991; Karch et al., 1993; Jana-Kara et al., 1995; Somboon et al., 1995). A alta mortalidade de mosquitos verificada em laboratório (Darriet et al., 1984; Li et al., 1987; Lines et al., 1987) não pode ser extrapolada para as aplicações de campo, porque os mosquitos não pousam tão longo tempo no mosquiteiro impregnado (Lu, 1994).

Os dados aqui apresentados estão de acordo com os de outros ensaios sobre mosquiteiros impregnados feitos na América Latina. Segundo esses dados, a diminuição da densidade intradomiciliar seria uma conseqüência do efeito irritante e repelente do inseticida, e não de uma mortalidade dos mosquitos (Rozendaal, 1989; Richards Jr. et al., 1994). Resta saber se, apesar de exigir menor quantidade de inseticida, de a impregnação ser mais simples, de requerer menos equipamentos e operadores, de ser mais aceita e de ter maior participação comunitária, a repelência exercida pelos mosquiteiros impregnados teria alguma vantagem sobre aquela exercida pela borrifação intradomiciliar com piretróides, no controle de vetores da malária na Amazônia Brasileira.

Apesar de os testes de susceptibilidade ao inseticida e provas biológicas, realizados anteriormente a este trabalho, mostrarem que o An. darlingi em Costa Marques é fisiologicamente susceptível ao DDT e à deltametrina (Klein et al., 1992), e de trabalhos experimentais indicarem que a resistência fisiológica é de caráter recessivo (Curtis et al., 1990; Wu et al., 1992), persiste a possibilidade de haver seleção de raças resistentes aos piretróides, em razão do largo e contínuo uso de materiais impregnados. Recentemente, duas populações de An. gambiae, coletadas na Costa do Marfim e em Burkina-Faso, foram encontradas naturalmente resistentes à permetrina, e os testes de laboratório mostraram que há também resistência à deltametrina e ao DDT, pois o efeito KD, isto é, de queda, e a mortalidade diminuíram no curso da seleção das duas raças (Darriet et al., 1997).

O uso de mosquiteiros impregnados na Amazônia Brasileira poderá ser indicado como uma medida de proteção individual, mas carece ainda ser demonstrada, em termos de eficácia, do ponto de vista de saúde pública, a vantagem do seu emprego em massa nas comunidades.

 

 

Agradecimentos

 

Os autores agradecem ao Dr. Victor Sadeck, Secretário de Saúde do Estado de Rondônia, que colocou à disposição a infra-estrutura do Centro de Pesquisas e Tratamento de Malária do Vale do Guaporé e proveu o material necessário para a confecção dos mosquiteiros. Agradecem também a Dr. Agostinho Cruz Marques (in memoriam), Dr. Orlando Ramirez, Dr. Romeo Rodrigues Fialho e Dr. João Durval Ramalho Trigueiro Mendes, da Fundação Nacional de Saúde, pelo apoio técnico. E, ainda, ao Sr. Sebastião Alves Teixeira, Prefeito Municipal de Costa Marques, pelo pronto atendimento das necessidades logísticas no trabalho de campo.

 

 

Referências

 

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Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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