Convidamos as pesquisadoras Gina Torres Rego Monteiro e Inês Echenique Mattos grandes parceiras de trabalho do Prof. Sergio Koifman para essa homenagem.
“A Epidemiologia brasileira perdeu um de seus grandes mestres com o falecimento de Sergio Koifman, no dia 21 de maio de 2014. O breve histórico de sua formação – médico pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado em Medicina Social na área de Epidemiologia pela Universidad Nacional Autónoma de México, doutorado em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado na School of Occupational Health da McGill University, no Canadá – revela um profissional com sólida formação no campo da Saúde Coletiva.
Foi um verdadeiro mestre, formou várias gerações de epidemiologistas e era possível perceber sua grande alegria a cada conquista de seus antigos alunos. Seu exemplo de homem íntegro, profissional respeitado, excelente professor e amigo permanecerá com seus alunos e com todos aqueles que tiveram o privilégio de com ele conviver e trabalhar. Seu legado para a Saúde Pública, além da extensa produção científica publicada nos melhores periódicos da área, estará presente em cada atividade desenvolvida por todos os epidemiologistas que formou ao longo dos seus anos de docência na Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz”.
Gina complementou:
“Estudei e trabalhei com Sergio Koifman nos últimos 30 anos. Nesses dias tenho lembrado muitas coisas que partilhamos: alegrias, raivas, conversas, confidências...
Como aluna, conheci um professor que amava ensinar e, aos poucos, fui me dando conta do amplo conhecimento que ele tinha de várias áreas do saber. Ele fazia perguntas e, quando ninguém se atrevia a responder, estimulava: vocês são estudantes, por enquanto têm carta branca para errar! Quando a resposta não era correta, não salientava o erro, mas incentivava o aluno a refletir e completar, ou refazer, a linha de raciocínio.
Como colega, conheci um homem bom, íntegro, coerente, generoso. Já na primeira aula de cada turma, ele explicitava que a ciência só caminha com a crítica que deve ser acolhida como a generosa contribuição de um colega para melhorar nosso trabalho. E ele era incisivo na crítica! Nunca se omitia. No entanto suas colocações não se restringiam a apontar pontos débeis, mas acrescentava opções para correção ou enriquecimento do trabalho. Várias vezes eu vi alunos fascinados com suas sugestões: parecia que a proposta era muito mais promissora do que eles pensavam inicialmente.
Penso que todos que fomos seus alunos estamos nos sentindo órfãos. Mas também nos sentimos compromissados em continuar o trabalho, estimulados por seu exemplo”.
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
Jul 2014