Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática

La prevalencia de dolor lumbar en Brasil: una revisión sistemática

Paulo Roberto Carvalho do Nascimento Leonardo Oliveira Pena Costa Sobre os autores

Resumos

O artigo descreve a qualidade metodológica dos estudos publicados sobre prevalência de dor lombar realizados no Brasil. Dezoito estudos foram considerados elegíveis após pesquisas nas seguintes bases de dados: LILACS, PubMed, Embase, CINAHL, SPORTDiscus e SciELO. Alto risco de viés foi encontrado nos critérios de validade externa relacionados com a amostragem, e viés de não-resposta. Considerando os critérios de validade interna, a principal fonte de viés estava relacionada com a falta de uma definição de caso aceitável, bem como a utilização de instrumentos que não apresentavam construto de confiabilidade e a validade provados. Nenhum estudo representativo com valores de prevalência da dor lombar no Brasil foi encontrado. Os trabalhos publicados incluídos nesta revisão apresentaram um alto risco de viés que afetam os dados de prevalência. Futuros estudos com desenho metodológico adequado são necessários, a fim de apresentar o real impacto da dor lombar no Brasil e permitir comparações.

Dor Lombar; Viés (Epidemiologia); Revisão


El artículo describe la calidad metodológica de los estudios publicados sobre la prevalencia de dolor lumbar realizados en Brasil. Dieciocho estudios se consideraron elegibles, después de búsquedas en las siguientes bases de datos electrónicas: LILACS, PubMed, Embase, CINAHL, SPORTDiscus y SciELO. Se encontró una alta fuente de sesgo en los criterios de validez externos, relacionados con la toma de muestras, y el sesgo de no respuesta. Teniendo en cuenta los criterios de validez interna, la principal fuente de sesgo se relaciona con la falta de una definición de caso aceptable, y el uso de instrumentos que no tenían la fiabilidad y validez de constructo. No se encontraron estudios representativos que ofrecieran una prevalencia generalizable de dolor lumbar en Brasil. Los estudios publicados, incluidos en esta revisión, tenían un alto riesgo de sesgo que afecta a los datos de prevalencia. Son necesarios futuros estudios con diseño metodológico apropiado, con el fin de presentar el impacto real del dolor lumbar en Brasil para permitir comparaciones.

Dolor de la Región Lumbar; Sesgo (Epidemiología); Revisión


Introdução

A dor lombar é uma condição que pode atingir até 65% das pessoas anualmente e até 84% das pessoas em algum momento da vida 1Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000; 13:205-17., apresentando uma prevalência pontual de aproximadamente 11,9% na população mundial 2Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37., o que causa grande demanda aos serviços de saúde 3Hart LG, Deyo RA, Cherkin DC. Physician office visits for low back pain. Frequency, clinical evaluation, and treatment patterns from a U.S. national survey. Spine (Phila Pa 1976) 1995; 20:11-9.. Entretanto, esses valores podem estar subestimados uma vez que menos de 60% das pessoas que apresentam dor lombar procuram por tratamento 4Ferreira ML, Machado G, Latimer J, Maher C, Ferreira PH, Smeets RJ. Factors defining care-seeking in low back pain: a meta-analysis of population based surveys. Eur J Pain 2010; 14:747.e1-.e7.. Apesar desses números, um diagnóstico específico sobre possíveis causas da dor lombar não é determinado entre 90-95% dos casos 5Krismer M, van Tulder M. Low back pain (non-specific). Best Pract Res Clin Rheumatol 2007; 21: 77-91., uma vez que a dor lombar apresenta caráter multifatorial 6O’Sullivan P. Diagnosis and classification of chronic low back pain disorders: maladaptive movement and motor control impairments as underlying mechanism. Man Ther 2005; 10:242-55.. Todavia, existem autores 7Marras WS. Spine biomechanics, government regulation, and prevention of occupational low back pain. Spine J 2001; 1:163-5.,8Schneider S, Schmitt H, Zoller S, Schiltenwolf M. Workplace stress, lifestyle and social factors as correlates of back pain: a representative study of the German working population. Int Arch Occup Environ Health 2005; 78:253-69. que relacionam a presença da dor lombar a um conjunto de causas, como, por exemplo, fatores sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), estado de saúde, estilo de vida ou comportamento (tabagismo, alimentação e sedentarismo) e ocupação (trabalho físico pesado, movimentos repetitivos). Entretanto, em uma revisão sistemática conduzida por Vollin 9Volinn E. The epidemiology of low back pain in the rest of the world: a review of surveys in low- and middle-income countries. Spine (Phila Pa 1976) 1997; 22:1747-54., foi verificado que nos países desenvolvidos onde a demanda física no trabalho é menos intensa, a prevalência da dor lombar é duas vezes maior, quando comparada à população dos países de baixa renda, onde a exigência física laboral é maior. Com base nos achados deste estudo, o sedentarismo parece ter um maior impacto na ocorrência da dor lombar quando comparado ao trabalho físico intenso.

Devido ao fato da dor lombar ser responsável por grandes índices de incapacidade e faltas ao trabalho, gerando alto custo para a sociedade e para os sistemas de saúde nos países desenvolvidos 1010 Maetzel A, Li L. The economic burden of low back pain: a review of studies published between 1996 and 2001. Best Pract Res Clin Rheumatol 2002; 16:23-30.,1111 Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of illness studies in the United States and internationally. Spine J 2008; 8:8-20.,1212 van Tulder MW, Koes BW, Bouter LM. A cost-of-illness study of back pain in The Netherlands. Pain 1995; 62:233-40., diversas pesquisas 1313 Barker KL, Elliott CJ, Sackley CM, Fairbank JC. Treatment of chronic back pain by sensory discrimination training. A Phase I RCT of a novel device (FairMed) vs. TENS. BMC Musculoskelet Disord 2008; 9:97.,1414 Hay EM, Dunn KM, Hill JC, Lewis M, Mason EE, Konstantinou K, et al. A randomised clinical trial of subgrouping and targeted treatment for low back pain compared with best current care. The STarT Back Trial Study Protocol. BMC Musculoskelet Disord 2008; 9:58.,1515 Donzelli S, Di Domenica E, Cova AM, Galletti R, Giunta N. Two different techniques in the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Eura Medicophys 2006; 42:205-10.,1616 Rasmussen-Barr E, Nilsson-Wikmar L, Arvidsson I. Stabilizing training compared with manual treatment in sub-acute and chronic low-back pain. Man Ther 2003; 8:233-41.,1717 Kell RT, Asmundson GJ. A comparison of two forms of periodized exercise rehabilitation programs in the management of chronic nonspecific low-back pain. J Strength Cond Res 2009; 23:513-23.,1818 Ewert T, Limm H, Wessels T, Rackwitz B, von Garnier K, Freumuth R, et al. The comparative effectiveness of a multimodal program versus exercise alone for the secondary prevention of chronic low back pain and disability. PM R 2009; 1:798-808.,1919 Kuukkanen T, Malkia E, Kautiainen H, Pohjolainen T. Effectiveness of a home exercise programme in low back pain: a randomized five-year follow-up study. Physiother Res Int 2007; 12:213-24. têm sido conduzidas nos últimos anos buscando compreender mais sobre a dor lombar e como administrá-la. Entretanto, estimativas precisas de prevalência são necessárias para apresentar o panorama de desenvolvimento da dor lombar em diversos países 2020 Boyle MH. Guidelines for evaluating prevalence studies. Evid Based Ment Health 1998; 1:37-9.. Os estudos de prevalência são amplamente utilizados em epidemiologia por serem fáceis e econômicos, com duração de tempo relativamente curta, fornecendo indicadores da situação de saúde da comunidade, com base na avaliação individual do estado de saúde de cada membro do grupo, produzindo indicadores globais de saúde para o grupo investigado 2121 Almeida Filho N, Rouquayrol MZ. Introdução à epidemiologia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan; 2006..

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2222 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Um panorama da saúde no Brasil: acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde, 2008. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010., as dores da coluna (cervical, torácica, lombar e pélvica) são a segunda condição de saúde mais prevalente do Brasil (13,5%), entre as patologias crônicas identificadas por algum médico ou profissional de saúde, superadas apenas pelos casos de hipertensão arterial (14%). Porém, esta pesquisa não reporta valores de prevalência específicos para dor lombar que apresenta prognóstico e manifestação 2323 Hayden JA, Dunn KM, van der Windt DA, Shaw WS. What is the prognosis of back pain? Best Pract Res Clin Rheumatol 2010; 24:167-79. diferentes das dores cervicais 2424 Carroll LJ, Hogg-Johnson S, van der Velde G, Haldeman S, Holm LW, Carragee EJ, et al. Course and prognostic factors for neck pain in the general population: results of the Bone and Joint Decade 2000-2010 Task Force on Neck Pain and Its Associated Disorders. Spine (Phila Pa 1976) 2008; 33(4 Suppl):S75-82., torácicas 2525 Rex-Michael AL, Newman J, Seetharam Rao A. The assessment of thoracic pain. Orthop Trauma 2010; 24:63-73. e pélvicas 2626 Weijenborg PTM, Greeven A, Dekker FW, Peters AAW, ter Kuile MM. Clinical course of chronic pelvic pain in women. Pain 2007; 132 Suppl 1:S117-23.,2727 Loving S, Nordling J, Jaszczak P, Thomsen T. Does evidence support physiotherapy management of adult female chronic pelvic pain? A systematic review. Scand J Pain 2012; 3:70-81.. Mudanças no perfil da população brasileira têm ocorrido nos últimos anos, como o aumento do número de idosos que hoje representam 7,4% da população total 2828 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010., aumento de hábitos sedentários entre os adultos 2929 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; 2013. e, consequentemente, mudanças na composição corporal como aumento dos índices de sobrepeso e obesidade que atingem atualmente 58,4% das mulheres e 52,5% dos homens 3030 Ng M, Fleming T, Robinson M, Thomson B, Graetz N, Margono C, et al. Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet 2014; 384:766-81.. Considerando que essas mudanças são fatores de risco para a ocorrência de dor lombar 2Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37.,3131 Shiri R, Karppinen J, Leino-Arjas P, Solovieva S, Viikari-Juntura E. The association between obesity and low back pain: a meta-analysis. Am J Epidemiol 2010; 171:135-54., o conhecimento da prevalência atual deste tipo de dor no Brasil é importante, de forma que valores de referência sejam estabelecidos para comparações futuras verificando o impacto de tais mudanças na prevalência da dor lombar.

Dados referentes à prevalência da dor lombar no Brasil têm sido extraídos de estudos conduzidos em diversos segmentos da população brasileira, entretanto, até o momento não encontramos nenhum trabalho que buscou agrupar estes dados em uma revisão sistemática. Dessa forma, informações sobre a prevalência da dor lombar na população brasileira são um importante passo no sentido de revelar a abrangência e a magnitude de seus efeitos, proporcionando um direcionamento para as estratégias preventivas e de intervenção 3232 Hoy D, March L, Brooks P, Woolf A, Blyth F, Vos T, et al. Measuring the global burden of low back pain. Best Pract Res Clin Rheumatol 2010; 24:155-65.. Assim, o objetivo deste estudo foi revisar de forma sistemática e analisar a qualidade da literatura que se refere à prevalência de dor lombar no Brasil.

Métodos

Critérios de seleção

Para o desenvolvimento do presente trabalho foram incluídos todos os artigos indexados escritos em qualquer idioma, que reportavam dados sobre prevalência de dor lombar na população brasileira em geral ou em classes específicas desta (como por exemplo, caminhoneiros, enfermeiras etc.), independentemente do conceito de dor lombar estabelecido pelos autores, dos instrumentos de coletas de dados, da data de publicação, idade ou gênero. Artigos referentes a dados de prevalência de dor lombar em gestantes foram excluídos.

Estratégia de busca

As bases de dados eletrônicas LILACS, PubMed, Embase, CINAHL, SPORTDiscus e SciELO foram pesquisadas utilizando-se estratégias de busca específicas para cada uma destas bases (Tabela 1). A data da última busca foi em maio de 2013. Os artigos foram selecionados por dois examinadores independentes (L.O.P.C. e P.R.C.N.) com base na leitura do título ou resumo. Os artigos potencialmente elegíveis foram lidos completamente. Nós também checamos as listas de referências de todos os artigos elegíveis na tentativa de encontrar novas referências para esta revisão.

Tabela 1
Estratégia de busca para LILACS, SciELO, PubMed, Embase, CINAHL e SPORTDiscus.

Risco de viés

Devido ao fato dos estudos selecionados poderem apresentar potenciais fontes de viés contaminado os resultados da revisão, o instrumento desenvolvido por Hoy et al. 3333 Hoy D, Brooks P, Woolf A, Blyth F, March L, Bain C, et al. Assessing risk of bias in prevalence studies: modification of an existing tool and evidence of interrater agreement. J Clin Epidemiol 2012; 65:934-9. (Tabela 2) foi utilizado para avaliar o risco de viés entre os estudos elegíveis. Esse instrumento permite verificar o risco de viés para fatores relacionados à validade externa e validade interna, permitindo classificar o risco como baixo, moderado ou alto. A escolha desse instrumento foi principalmente devido ao fato de ser uma ferramenta de fácil uso, com alta concordância intraexaminadores e que foi desenvolvido especificamente para mensurar risco de viés em estudos de prevalência para pacientes com dor lombar 3333 Hoy D, Brooks P, Woolf A, Blyth F, March L, Bain C, et al. Assessing risk of bias in prevalence studies: modification of an existing tool and evidence of interrater agreement. J Clin Epidemiol 2012; 65:934-9..

Tabela 2
Avaliação do risco de viés.

O risco de viés foi analisado por dois examinadores independentes (L.O.P.C. e P.R.C.N.) baseando-se nos seguintes aspectos: (1) representatividade da amostra do estudo em relação à população nacional de forma a permitir generalizar os resultados; (2) sistema de amostragem que represente a população alvo; (3) método de seleção da amostra; (4) probabilidade de viés de não-resposta; (5) forma de obtenção da resposta de interesse; (6) definição do conceito de dor lombar utilizado para seleção da amostra; (7) confiabilidade e validade das ferramentas utilizadas; (8) padronização do processo de coleta; (9) período de prevalência de interesse apropriado; e (10) presença de erro no cálculo e/ou relato dos valores do numerador e denominador do parâmetro de interesse. Os quatro primeiros tópicos estão relacionados à validade externa do estudo, consequentemente, os demais itens reportam o risco de viés nos quesitos relativos à validade interna. Ao final da análise, os estudos foram classificados como apresentando baixo risco de viés, quando eram satisfeitos no mínimo nove dos critérios; médio risco de viés para os estudos que preenchiam entre sete e oito dos critérios; e alto risco de viés para os que preenchiam menos de sete dos critérios. Os casos em que não houve concordância foram discutidos pelos revisores e a classificação determinada por consenso. Não foram mensurados os níveis de concordância entre examinadores neste estudo. A operacionalização de cada um dos itens está apresentada na Tabela 2.

Extração e análise estatística dos dados

As variáveis de interesse (primeiro autor, ano de publicação, tipo de estudo, ferramenta de coleta, tamanho amostral, população, idade, gênero, conceito de dor lombar, período de prevalência e o porcentual de prevalência) foram transferidas por um dos autores para uma planilha eletrônica Excel (Microsoft Corp., Estados Unidos) (Tabela 3). Os dos dados de interesse foram tratados por meio de estatística descritiva. Devido à grande heterogeneidade dos trabalhos não foi possível realizar metanálise.

Tabela 3
Taxa de prevalência da dor lombar na população brasileira.

Resultados

A estratégia de busca elaborada retornou um total de 263 artigos, dos quais 63 eram duplicados. Após a triagem pela leitura dos títulos, resumos e do texto completo quando necessário, 18 estudos 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. com uma população de 19.387 indivíduos, em que as amostras variaram entre 56 e 3.269 participantes 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74., preencheram os critérios de inclusão. A Figura 1 mostra o processo de inclusão para esta revisão.

Figura 1
Fluxograma do processo de inclusão dos artigos na revisão sistemática.

Entre os estudos elegíveis foi possível verificar o recente interesse sobre a prevalência da dor lombar na população brasileira, sendo o primeiro registro publicado em 1998 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27. e todos os demais nos últimos dez anos. A maior parte dos estudos incluía homens e mulheres, envolvendo desde crianças 3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74. a idosos 5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34., com populações residentes nas zonas urbana e rural 4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.. Entretanto, não apresentaram valores de prevalência individuais de acordo com o gênero. Três estudos 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6. pesquisaram a prevalência da dor lombar exclusivamente em mulheres, sendo que dois deles apresentaram os valores observados em trabalhadoras da zona urbana 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13. e um em trabalhadoras rurais 4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6., porém, os diferentes períodos de prevalência estudados impediram qualquer comparação. O principal método de pesquisa utilizado foi o transversal. A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário próprio em 50% dos estudos 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34., e o questionário nórdico 5252 de Barros EN, Alexandre NM. Cross-cultural adaptation of the Nordic musculoskeletal questionnaire. Int Nurs Rev 2003; 50:101-8. foi utilizado nos demais 3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155.. A prevalência da dor lombar foi verificada na maioria dos estudos com classes trabalhadoras específicas e em estudantes. No Brasil, o estudo da dor lombar crônica demonstrou que esta apresenta-se mais prevalente na população de Salvador (Bahia) 4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102. (14,7%) em relação aos moradores de Pelotas (Rio Grande do Sul) 3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. (4,2% e 9,6%). A definição para dor lombar foi apresentada apenas em três trabalhos 4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5. que utilizaram diferentes conceitos. O período mínimo de dor para ser contabilizado como caso não foi informado em nenhum estudo desta revisão. Os períodos de prevalência mais estudados foram 1 ano, 7 dias e pontual, com os valores diferindo de acordo com o período de prevalência e a amostra estudada.

A grande heterogeneidade dos estudos elegíveis também impediu sumarizar a taxa de prevalência quanto ao tempo para a maior parte dos períodos analisados, sendo possível verificar apenas a prevalência anual da dor lombar que atinge mais de 50% dos adultos 3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22., entre 13,1% e 19,5% dos adolescentes 3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8., enquanto a dor lombar crônica atinge entre 4,2% e 14,7% da população 3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102..

Na avaliação do risco de viés, os artigos elegíveis apresentaram uma pontuação que variou entre 4 3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6. e 8 3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. de 10 pontos possíveis. A classificação quanto ao risco global de viés demonstrou que 11 estudos 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34. apresentaram alto risco de viés, e em sete estudos 3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. este risco foi moderado. Maior risco de viés foi verificado entre os critérios de validade externa, representação nacional da população alvo (18 estudos), sistema de amostragem (15), seleção aleatória (12), viés de não-resposta (5 estudos). Os itens referentes à validade interna, definição de caso e instrumento do estudo não foram preenchidos em 15 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. e 8 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34. estudos, respectivamente. Os critérios de avaliação do risco de viés para cada estudo são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4
Avaliação do risco de viés dos estudos.

Discussão

Esta revisão avaliou sistematicamente e analisou a qualidade metodológica da literatura existente que reporta dados sobre a prevalência da dor lombar na população brasileira. Este é o primeiro estudo de revisão sistemática conhecido sobre a prevalência da dor lombar no Brasil. Nossa revisão demonstrou o recente interesse sobre a epidemiologia da dor lombar no país, em que a maior parte dos trabalhos datam da última década.

O recente interesse na pesquisa sobre a prevalência da dor lombar na população brasileira pode ser um reflexo do custo financeiro que esta condição tem imposto nos últimos anos entre os serviços de saúde e seguridade social 5353 Meziat Filho N, Silva GA. Invalidez por dor nas costas entre segurados da Previdência Social do Brasil. Rev Saúde Pública 2011; 45:494-502.. Similarmente, estudos sobre a prevalência da dor lombar no continente africano 5454 Louw QA, Morris LD, Grimmer-Somers K. The prevalence of low back pain in Africa: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2007; 8:105. e da ocorrência da dor lombar global 1Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000; 13:205-17. também reportaram o recente interesse no assunto.

O resultado mais interessante referente à prevalência da dor lombar que pode ser observado nesta revisão demonstra a maior prevalência da dor lombar crônica em moradores da cidade de Salvador 4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102. (14,7%), quando comparados aos da cidade de Pelotas, reportado em dois estudos 3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. com uma estimativa de 4,2% e 9,6%. Embora a população do estudo de Salvador apresente algumas características diferentes como, por exemplo, maior número de indivíduos não brancos (70,2%), de classe social inferior (55,2%), baixa escolaridade (42,6%), obesos (50,4%) e sedentários (71,5%) comparadas aos valores encontrados na amostra de Pelotas, e que estas diferenças podem ter contribuído para a observação de maior prevalência da dor lombar na população de Salvador 4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5555 Hestbaek L, Larsen K, Weidick F, Leboeuf-Yde C. Low back pain in military recruits in relation to social background and previous low back pain. A cross-sectional and prospective observational survey. BMC Musculoskelet Disord 2005; 6:25.,5656 Bjorck-van Dijken C, Fjellman-Wiklund A, Hildingsson C. Low back pain, lifestyle factors and physical activity: a population based-study. J Rehabil Med 2008; 40:864-9.,5757 Valat JP, Goupille P, Vedere V. Low back pain: risk factors for chronicity. Rev Rhum Engl Ed 1997; 64:189-94.,5858 Shiri R, Karppinen J, Leino-Arjas P, Solovieva S, Viikari-Juntura E. The association between obesity and low back pain: a meta-analysis. Am J Epidemiol 2010; 171:135-54.,5959 Sitthipornvorakul E, Janwantanakul P, Purepong N, Pensri P, van der Beek AJ. The association between physical activity and neck and low back pain: a systematic review. Eur Spine J 2011; 20: 677-89.,6060 Taanila HP, Suni JH, Pihlajamaki HK, Mattila VM, Ohrankammen O, Vuorinen P, et al. Predictors of low back pain in physically active conscripts with special emphasis on muscular fitness. Spine J 2012; 12:737-48., acreditamos que o principal determinante para a diferença entre os valores apresentados está relacionado à falta de rigor metodológico nos estudos. Os trabalhos realizados em Pelotas apresentaram risco global de viés moderado, e no estudo envolvendo a população de Salvador este risco foi alto, o que potencialmente pode ter contaminado as taxas de prevalência nesse estudo.

Apesar da elevada prevalência da dor lombar crônica em adultos na cidade de Salvador em relação à população de Pelotas, os valores reportados demonstram uma prevalência reduzida em relação ao valor médio (19,4%) encontrado na população mundial 2Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37., porém, não podemos afirmar que a prevalência da dor lombar crônica no Brasil é menor, uma vez que estes valores refletem apenas dados regionais e devido à baixa qualidade metodológica dos estudos.

Nossos resultados demonstraram heterogeneidade nos métodos, modo de coleta dos dados, tipos de população estudada e resultados, impedindo qualquer agrupamento significativo dos dados, o mesmo problema reportado em outras revisões 1Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000; 13:205-17.,2Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37.,5454 Louw QA, Morris LD, Grimmer-Somers K. The prevalence of low back pain in Africa: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2007; 8:105.,6161 Dionne CE, Dunn KM, Croft PR. Does back pain prevalence really decrease with increasing age? A systematic review. Age Ageing 2006; 35:229-34.. Além disso, a maior parte dos estudos reportou valores referentes ao acometimento de trabalhadores e estudantes assim como observado por Louw et al. 5454 Louw QA, Morris LD, Grimmer-Somers K. The prevalence of low back pain in Africa: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2007; 8:105.. A preferência por essas classes da população pode ter ocorrido pela facilidade na obtenção dessas amostras e ao fato desses grupos apresentarem características definidas como fatores de risco para a ocorrência de dor lombar, como maior nível de estresse 6262 Pincus T, Burton AK, Vogel S, Field AP. A systematic review of psychological factors as predictors of chronicity/disability in prospective cohorts of low back pain. Spine (Phila Pa 1976) 2002; 27:E109-20. e manutenção de posturas sustentadas 6363 Thorbjornsson CB, Alfredsson L, Fredriksson K, Michelsen H, Punnett L, Vingard E, et al. Physical and psychosocial factors related to low back pain during a 24-year period. A nested case-control analysis. Spine (Phila Pa 1976) 2000; 25:369-74.,6464 Bakker EW, Verhagen AP, Lucas C, Koning HJ, de Haan RJ, Koes BW. Daily spinal mechanical loading as a risk factor for acute non-specific low back pain: a case-control study using the 24-Hour Schedule. Eur Spine J 2007; 16:107-13.,6565 Coenen P, Kingma I, Boot CR, Twisk JW, Bongers PM, van Dieen JH. Cumulative low back load at work as a risk factor of low back pain: a prospective cohort study. J Occup Rehabil 2013; 23:11-8.. O estudo da prevalência da dor lombar em estudantes permite não apenas conhecer o tamanho do problema nesta população, mas também possibilita estabelecer possíveis fatores contribuintes para o seu surgimento, uma vez que, de acordo com a faixa escolar os estudantes podem estar em uma fase de crescimento corporal acelerada, apresentar tensões em músculos específicos, além de hábitos cotidianos, como tabagismo, por exemplo, que são fatores de risco conhecidos para pacientes com dor lombar 6666 Feldman DE, Shrier I, Rossignol M, Abenhaim L. Risk factors for the development of low back pain in adolescence. Am J Epidemiol 2001; 154:30-6.,6767 Shiri R, Karppinen J, Leino-Arjas P, Solovieva S, Viikari-Juntura E. The association between smoking and low back pain: a meta-analysis. Am J Med 2010; 123:87.e7-35.. O conhecimento dos fatores de risco modificáveis é importante para o estabelecimento de estratégias preventivas, visto que a ocorrência de dor lombar na vida adulta é maior entre aqueles que apresentaram os sintomas na adolescência 6868 Harreby M, Kjer J, Hesselsoe G, Neergaard K. Epidemiological aspects and risk factors for low back pain in 38-year-old men and women: a 25-year prospective cohort study of 640 school children. Eur Spine J 1996; 5:312-8.,6969 Hestbaek L, Leboeuf-Yde C, Kyvik KO, Manniche C. The course of low back pain from adolescence to adulthood: eight-year follow-up of 9600 twins. Spine (Phila Pa 1976) 2006; 31:468-72..

O principal resultado desta revisão mostra que os estudos sobre prevalência conduzidos com amostras da população brasileira apresentam significativas limitações de delineamento metodológico nos aspectos relacionados às validades externa e interna. Dentre os critérios de validade externa, nenhum dos estudos apresentou uma amostra que represente a população alvo em nível nacional, sendo as amostras compostas principalmente por habitantes de municípios onde existem centros de pesquisa e de classes específicas da população. Estudos em que a amostra represente a população em nível nacional são de certa forma difíceis de serem conduzidos, uma vez que exigem a demanda de uma maior equipe e custo financeiro elevado. Talvez para a solução desse problema seja necessária a condução de estudos multicêntricos envolvendo grupos de pesquisa das diferentes regiões do país. Apenas dois estudos 4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34. descreveram em seus métodos o uso de cálculo amostral. Os estudos encontrados nesta revisão apresentam no geral tamanho amostral considerado insuficiente. Loney & Stratford 7070 Loney PL, Stratford PW. The prevalence of low back pain in adults: a methodological review of the literature. Phys Ther 1999; 79:384-96. em sua revisão metodológica, estabeleceram que, considerando a proporção de indivíduos que sofrem de dor lombar, o tamanho amostral considerado adequado para estudos de prevalência desta dor deveria ser de 1.067 participantes. O sistema de amostragem não foi considerado adequado em oito estudos 3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86., em que foi envolvido apenas um determinado subgrupo da população de interesse não descrito no título dos artigos (por exemplo, estudantes, enfermeiros, caminhoneiros etc.). A seleção aleatória foi utilizada em apenas seis estudos 3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155.. Nos demais, a amostra de conveniência foi a principal forma de seleção dos participantes. Muitos pesquisadores preferem essa técnica de amostragem por sua facilidade, rapidez e baixo custo 7171 Guimarães PRB. Métodos quantitativos estatísticos. Curitiba: IESDE Brasil S.A.; 2008.. Entretanto, esse processo de amostragem pode ser tendencioso gerando erro sistemático, e não refletir a real prevalência da dor lombar na população estudada 7171 Guimarães PRB. Métodos quantitativos estatísticos. Curitiba: IESDE Brasil S.A.; 2008.. O risco de viés de não-resposta foi verificado em dez estudos 3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34. que não reportaram a ocorrência de perdas ou recusas, o que pode gerar fatores de confusão, impedindo a generalização dos resultados. Mais uma vez, a falta de transparência sobre esse quesito pode gerar estimativas tendenciosas de prevalência.

Os itens referentes à validade interna, definição de caso e instrumento do estudo não foram preenchidos em 15 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4142,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4748,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. e 8 estudos 3434 Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.,3737 Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.,4141 Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.,4242 Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.,4444 Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.,4949 Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.,5050 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34., respectivamente. Apenas três estudos 4040 Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4646 Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5. citaram o que era considerado dor lombar apresentando conceitos distintos entre si: “dor entre a parte inferior das costelas e a prega glútea, mas não relacionada a traumas ou quedas”; “dor ou desconforto nos últimos 12 meses não relacionada à trauma ou à dor menstrual”; e “dor na área abaixo das costelas para os quadris”. Segundo consenso para a definição de dor lombar em estudos de prevalência 7272 Dionne CE, Dunn KM, Croft PR, Nachemson AL, Buchbinder R, Walker BF, et al. A consensus approach toward the standardization of back pain definitions for use in prevalence studies. Spine (Phila Pa 1976) 2008; 33:95-103., a melhor definição é a que deve incluir o local da dor, sintomas, duração, frequência e severidade.

A forma de coleta dos dados também foi diversificada, de maneira que dos 18 estudos elegíveis apenas a metade 3535 Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.,3636 Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.,3838 Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.,3939 Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.,4343 Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.,4545 de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.,4747 Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.,4848 Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.,5151 Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155. utilizou o questionário nórdico padronizado conforme proposto anteriormente por Lebouef-Yde & Lauritsen 7373 Leboeuf-Yde C, Lauritsen JM. The prevalence of low back pain in the literature. A structured review of 26 Nordic studies from 1954 to 1993. Spine (Phila Pa 1976) 1995; 20:2112-8.. Achados semelhantes foram encontrados na revisão publicada em 2000 por Walker 1Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000; 13:205-17.. Conforme demonstrado na literatura, o método de aplicação do questionário, assim como a ferramenta escolhida, influenciam nos resultados de estudos de prevalência 7474 Kelley K, Clark B, Brown V, Sitzia J. Good practice in the conduct and reporting of survey research. Int J Qual Health Care 2003; 15:261-6.. Em sua revisão sistemática, Hoy et al. 2Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37. encontraram que a ocorrência de alto risco de viés para os itens definição de caso, e validade e confiabilidade do instrumento utilizado, estão associados com resultados que reportam maior prevalência.

Assim como toda forma de pesquisa, nosso estudo está sujeito ao risco de viés. Na tentativa de minimizar esse risco, buscamos avaliar os critérios metodológicos dos estudos elegíveis, entretanto, diferentemente de outras revisões 1Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000; 13:205-17.,2Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37.,5454 Louw QA, Morris LD, Grimmer-Somers K. The prevalence of low back pain in Africa: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2007; 8:105. não estabelecemos nenhum ponto de corte baseado nesta avaliação metodológica para incluir os estudos nesta revisão. Essa decisão deve-se ao reduzido número de trabalhos que preencheriam os critérios de inclusão caso tal parâmetro fosse considerado, assim como ao fato desta ser a primeira revisão sistemática conhecida sobre a prevalência da dor lombar no Brasil, o que permite explicitar essas falhas e apontar possíveis maneiras para surpimi-las.

Nossa revisão demonstrou que os diferentes estudos que buscaram medir a prevalência da dor lombar encontraram uma alta taxa de prevalência anual (> 50%) em indivíduos adultos, entre 13,1% e 19,5% nos adolescentes, e valores de prevalência para dor lombar crônica entre 4,2% e 14,7% da população. Devido à baixa qualidade metodológica dos estudos encontrados, esses valores podem não refletir o real impacto da dor lombar no Brasil. A falta de dados epidemiológicos precisos dificulta o desenvolvimento de estratégias preventivas e de manejo adequado, o que pode resultar em piores prognósticos 7575 Costa LCM, Maher CG, Hancock MJ, McAuley JH, Herbert RD, Costa LOP. The prognosis of acute and persistent low-back pain: a meta-analysis. CMAJ 2012; 184:E613-24..

Este trabalho contribuiu para demonstrar a fragilidade das pesquisas sobre prevalência da dor lombar na população brasileira conduzidas até o momento, e expõe os principais pontos fracos permitindo o estabelecimento de ações para construção de evidências robustas sobre o tema. Recomenda-se fortemente que estudos robustos e com baixo nível de viés sejam realizados.

Referências

  • 1
    Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000; 13:205-17.
  • 2
    Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum 2012; 64:2028-37.
  • 3
    Hart LG, Deyo RA, Cherkin DC. Physician office visits for low back pain. Frequency, clinical evaluation, and treatment patterns from a U.S. national survey. Spine (Phila Pa 1976) 1995; 20:11-9.
  • 4
    Ferreira ML, Machado G, Latimer J, Maher C, Ferreira PH, Smeets RJ. Factors defining care-seeking in low back pain: a meta-analysis of population based surveys. Eur J Pain 2010; 14:747.e1-.e7.
  • 5
    Krismer M, van Tulder M. Low back pain (non-specific). Best Pract Res Clin Rheumatol 2007; 21: 77-91.
  • 6
    O’Sullivan P. Diagnosis and classification of chronic low back pain disorders: maladaptive movement and motor control impairments as underlying mechanism. Man Ther 2005; 10:242-55.
  • 7
    Marras WS. Spine biomechanics, government regulation, and prevention of occupational low back pain. Spine J 2001; 1:163-5.
  • 8
    Schneider S, Schmitt H, Zoller S, Schiltenwolf M. Workplace stress, lifestyle and social factors as correlates of back pain: a representative study of the German working population. Int Arch Occup Environ Health 2005; 78:253-69.
  • 9
    Volinn E. The epidemiology of low back pain in the rest of the world: a review of surveys in low- and middle-income countries. Spine (Phila Pa 1976) 1997; 22:1747-54.
  • 10
    Maetzel A, Li L. The economic burden of low back pain: a review of studies published between 1996 and 2001. Best Pract Res Clin Rheumatol 2002; 16:23-30.
  • 11
    Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of illness studies in the United States and internationally. Spine J 2008; 8:8-20.
  • 12
    van Tulder MW, Koes BW, Bouter LM. A cost-of-illness study of back pain in The Netherlands. Pain 1995; 62:233-40.
  • 13
    Barker KL, Elliott CJ, Sackley CM, Fairbank JC. Treatment of chronic back pain by sensory discrimination training. A Phase I RCT of a novel device (FairMed) vs. TENS. BMC Musculoskelet Disord 2008; 9:97.
  • 14
    Hay EM, Dunn KM, Hill JC, Lewis M, Mason EE, Konstantinou K, et al. A randomised clinical trial of subgrouping and targeted treatment for low back pain compared with best current care. The STarT Back Trial Study Protocol. BMC Musculoskelet Disord 2008; 9:58.
  • 15
    Donzelli S, Di Domenica E, Cova AM, Galletti R, Giunta N. Two different techniques in the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Eura Medicophys 2006; 42:205-10.
  • 16
    Rasmussen-Barr E, Nilsson-Wikmar L, Arvidsson I. Stabilizing training compared with manual treatment in sub-acute and chronic low-back pain. Man Ther 2003; 8:233-41.
  • 17
    Kell RT, Asmundson GJ. A comparison of two forms of periodized exercise rehabilitation programs in the management of chronic nonspecific low-back pain. J Strength Cond Res 2009; 23:513-23.
  • 18
    Ewert T, Limm H, Wessels T, Rackwitz B, von Garnier K, Freumuth R, et al. The comparative effectiveness of a multimodal program versus exercise alone for the secondary prevention of chronic low back pain and disability. PM R 2009; 1:798-808.
  • 19
    Kuukkanen T, Malkia E, Kautiainen H, Pohjolainen T. Effectiveness of a home exercise programme in low back pain: a randomized five-year follow-up study. Physiother Res Int 2007; 12:213-24.
  • 20
    Boyle MH. Guidelines for evaluating prevalence studies. Evid Based Ment Health 1998; 1:37-9.
  • 21
    Almeida Filho N, Rouquayrol MZ. Introdução à epidemiologia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan; 2006.
  • 22
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Um panorama da saúde no Brasil: acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde, 2008. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010.
  • 23
    Hayden JA, Dunn KM, van der Windt DA, Shaw WS. What is the prognosis of back pain? Best Pract Res Clin Rheumatol 2010; 24:167-79.
  • 24
    Carroll LJ, Hogg-Johnson S, van der Velde G, Haldeman S, Holm LW, Carragee EJ, et al. Course and prognostic factors for neck pain in the general population: results of the Bone and Joint Decade 2000-2010 Task Force on Neck Pain and Its Associated Disorders. Spine (Phila Pa 1976) 2008; 33(4 Suppl):S75-82.
  • 25
    Rex-Michael AL, Newman J, Seetharam Rao A. The assessment of thoracic pain. Orthop Trauma 2010; 24:63-73.
  • 26
    Weijenborg PTM, Greeven A, Dekker FW, Peters AAW, ter Kuile MM. Clinical course of chronic pelvic pain in women. Pain 2007; 132 Suppl 1:S117-23.
  • 27
    Loving S, Nordling J, Jaszczak P, Thomsen T. Does evidence support physiotherapy management of adult female chronic pelvic pain? A systematic review. Scand J Pain 2012; 3:70-81.
  • 28
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010.
  • 29
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; 2013.
  • 30
    Ng M, Fleming T, Robinson M, Thomson B, Graetz N, Margono C, et al. Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet 2014; 384:766-81.
  • 31
    Shiri R, Karppinen J, Leino-Arjas P, Solovieva S, Viikari-Juntura E. The association between obesity and low back pain: a meta-analysis. Am J Epidemiol 2010; 171:135-54.
  • 32
    Hoy D, March L, Brooks P, Woolf A, Blyth F, Vos T, et al. Measuring the global burden of low back pain. Best Pract Res Clin Rheumatol 2010; 24:155-65.
  • 33
    Hoy D, Brooks P, Woolf A, Blyth F, March L, Bain C, et al. Assessing risk of bias in prevalence studies: modification of an existing tool and evidence of interrater agreement. J Clin Epidemiol 2012; 65:934-9.
  • 34
    Araujo IEM, Alexandre NMC. Ocorrência de cervicodorsolombalgias em funcionários de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Bras Saúde Ocup 1998; 25:119-27.
  • 35
    Célia RCRS, Alexandre NMC. Distúrbios osteomusculares e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes. Rev Bras Enferm 2003; 56:494-8.
  • 36
    Gurgueira GP, Alexandre NMC, Corrêa Filho HR. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enferm 2003; 11:608-13.
  • 37
    Peres CPA. The postural disturbances in physical therapists: an occupational biomechanic approach. Fisioter Mov 2004; 17:19-25.
  • 38
    Silva MC, Fassa AG, Valle NC. Chronic low back pain in a Southern Brazilian adult population: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2004; 20:377-85.
  • 39
    Fassa AG, Facchini LA, Dall’Agnol MM, Christiani DC. Child labor and musculoskeletal disorders: the Pelotas (Brazil) epidemiological survey. Public Health Rep 2005; 120:665-74.
  • 40
    Andrusaitis SF, Oliveira RP, Barros Filho TEP. Study of the prevalence and risk factors for low back pain in truck drivers in the state of São Paulo, Brazil. Clinics 2006; 61:503-10.
  • 41
    Kreling MC, da Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm 2006; 59:509-13.
  • 42
    Almeida ICGB, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop 2008; 43:96-102.
  • 43
    Matos MG, Hennington EA, Hoefel AL, Dias-da-Costa JS. Lower back pain in health insurance policyholders: prevalence and associated factors. Cad Saúde Pública 2008; 24:2115-22.
  • 44
    Motta AF, Cardoso FL, Sacomori C, Sperandio FF, Santos GM. Dor lombar auto-referida em mulheres trabalhadoras rurais de sete comunidades de Concórdia-SC. Ter Man 2010; 8:10-6.
  • 45
    de Vitta A, Martinez MG, Piza NT, Simeão SFAP, Ferreira NP. Prevalência e fatores associados à dor lombar em escolares. Cad Saúde Pública 2011; 27:1520-8.
  • 46
    Falavigna A, Teles AR, Mazzocchin T, De Braga GL, Kleber FD, Barreto F, et al. Increased prevalence of low back pain among physiotherapy students compared to medical students. Eur Spine J 2011; 20:500-5.
  • 47
    Fernandes RCP, Carvalho FM, Assunção AA. Prevalence of musculoskeletal disorders among plastics industry workers. Cad Saúde Pública 2011; 27:78-86.
  • 48
    Ferreira GD, Silva MC, Rombaldi AJ, Wrege ED, Siqueira FV, Hallal PC. Prevalence and associated factors of back pain in adults from Southern Brazil: a population-based study. Rev Bras Fisioter 2011; 15:31-6.
  • 49
    Onofrio AC, Da Silva MC, Domingues MR, Rombaldi AJ. Acute low back pain in high school adolescents in Southern Brazil: prevalence and associated factors. Eur Spine J 2012; 21:1234-40.
  • 50
    Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrão ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública 2013; 29:325-34.
  • 51
    Meucci RD, Fassa AG, Paniz VMV, Silva MC, Wegman DH. Increase of chronic low back pain prevalence in a medium-sized city of southern Brazil. BMC Musculoskelet Disord 2013; 14:155.
  • 52
    de Barros EN, Alexandre NM. Cross-cultural adaptation of the Nordic musculoskeletal questionnaire. Int Nurs Rev 2003; 50:101-8.
  • 53
    Meziat Filho N, Silva GA. Invalidez por dor nas costas entre segurados da Previdência Social do Brasil. Rev Saúde Pública 2011; 45:494-502.
  • 54
    Louw QA, Morris LD, Grimmer-Somers K. The prevalence of low back pain in Africa: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2007; 8:105.
  • 55
    Hestbaek L, Larsen K, Weidick F, Leboeuf-Yde C. Low back pain in military recruits in relation to social background and previous low back pain. A cross-sectional and prospective observational survey. BMC Musculoskelet Disord 2005; 6:25.
  • 56
    Bjorck-van Dijken C, Fjellman-Wiklund A, Hildingsson C. Low back pain, lifestyle factors and physical activity: a population based-study. J Rehabil Med 2008; 40:864-9.
  • 57
    Valat JP, Goupille P, Vedere V. Low back pain: risk factors for chronicity. Rev Rhum Engl Ed 1997; 64:189-94.
  • 58
    Shiri R, Karppinen J, Leino-Arjas P, Solovieva S, Viikari-Juntura E. The association between obesity and low back pain: a meta-analysis. Am J Epidemiol 2010; 171:135-54.
  • 59
    Sitthipornvorakul E, Janwantanakul P, Purepong N, Pensri P, van der Beek AJ. The association between physical activity and neck and low back pain: a systematic review. Eur Spine J 2011; 20: 677-89.
  • 60
    Taanila HP, Suni JH, Pihlajamaki HK, Mattila VM, Ohrankammen O, Vuorinen P, et al. Predictors of low back pain in physically active conscripts with special emphasis on muscular fitness. Spine J 2012; 12:737-48.
  • 61
    Dionne CE, Dunn KM, Croft PR. Does back pain prevalence really decrease with increasing age? A systematic review. Age Ageing 2006; 35:229-34.
  • 62
    Pincus T, Burton AK, Vogel S, Field AP. A systematic review of psychological factors as predictors of chronicity/disability in prospective cohorts of low back pain. Spine (Phila Pa 1976) 2002; 27:E109-20.
  • 63
    Thorbjornsson CB, Alfredsson L, Fredriksson K, Michelsen H, Punnett L, Vingard E, et al. Physical and psychosocial factors related to low back pain during a 24-year period. A nested case-control analysis. Spine (Phila Pa 1976) 2000; 25:369-74.
  • 64
    Bakker EW, Verhagen AP, Lucas C, Koning HJ, de Haan RJ, Koes BW. Daily spinal mechanical loading as a risk factor for acute non-specific low back pain: a case-control study using the 24-Hour Schedule. Eur Spine J 2007; 16:107-13.
  • 65
    Coenen P, Kingma I, Boot CR, Twisk JW, Bongers PM, van Dieen JH. Cumulative low back load at work as a risk factor of low back pain: a prospective cohort study. J Occup Rehabil 2013; 23:11-8.
  • 66
    Feldman DE, Shrier I, Rossignol M, Abenhaim L. Risk factors for the development of low back pain in adolescence. Am J Epidemiol 2001; 154:30-6.
  • 67
    Shiri R, Karppinen J, Leino-Arjas P, Solovieva S, Viikari-Juntura E. The association between smoking and low back pain: a meta-analysis. Am J Med 2010; 123:87.e7-35.
  • 68
    Harreby M, Kjer J, Hesselsoe G, Neergaard K. Epidemiological aspects and risk factors for low back pain in 38-year-old men and women: a 25-year prospective cohort study of 640 school children. Eur Spine J 1996; 5:312-8.
  • 69
    Hestbaek L, Leboeuf-Yde C, Kyvik KO, Manniche C. The course of low back pain from adolescence to adulthood: eight-year follow-up of 9600 twins. Spine (Phila Pa 1976) 2006; 31:468-72.
  • 70
    Loney PL, Stratford PW. The prevalence of low back pain in adults: a methodological review of the literature. Phys Ther 1999; 79:384-96.
  • 71
    Guimarães PRB. Métodos quantitativos estatísticos. Curitiba: IESDE Brasil S.A.; 2008.
  • 72
    Dionne CE, Dunn KM, Croft PR, Nachemson AL, Buchbinder R, Walker BF, et al. A consensus approach toward the standardization of back pain definitions for use in prevalence studies. Spine (Phila Pa 1976) 2008; 33:95-103.
  • 73
    Leboeuf-Yde C, Lauritsen JM. The prevalence of low back pain in the literature. A structured review of 26 Nordic studies from 1954 to 1993. Spine (Phila Pa 1976) 1995; 20:2112-8.
  • 74
    Kelley K, Clark B, Brown V, Sitzia J. Good practice in the conduct and reporting of survey research. Int J Qual Health Care 2003; 15:261-6.
  • 75
    Costa LCM, Maher CG, Hancock MJ, McAuley JH, Herbert RD, Costa LOP. The prognosis of acute and persistent low-back pain: a meta-analysis. CMAJ 2012; 184:E613-24.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2015

Histórico

  • Recebido
    23 Mar 2014
  • Revisado
    05 Fev 2015
  • Aceito
    02 Mar 2015
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br