Com seu espaço aberto para as diferentes formas de expressão, principalmente nas áreas de Comunicação, Saúde e Educação, mas também com um diálogo com as artes, o fascículo 49 da revista Interface apresenta mais um rico conjunto de ideias oriundas da pesquisa e de experiências realizadas nessas áreas, compartilhando com seus leitores uma multiplicidade de reflexões que certamente os influenciarão para outras e ao desejo de ampliá-las ou discuti-las em novos estudos.
Em artigo sobre teatro e saúde mental, discute-se a recepção estética de apresentações teatrais com atores com história de sofrimento psíquico.
Três artigos tratam da saúde em diferentes perspectivas: um sobre o uso do crack e as cicatrizes no ser humano; outro sobre as relações entre o corpo e o poder no trabalho em uma grande fábrica; e o terceiro, sobre saúde, dinâmica social e o suicídio em idosos.
A formação profissional no ensino superior, na área da saúde, coloca o foco na formação em odontologia com vivência no SUS e na formação em Enfermagem e os movimentos macropolíticos e micropolíticos na relação com o SUS. Um outro artigo aproxima-se desta última discussão, trabalhando a formação em saúde e micropolítica.
Seis artigos abordam a atuação do profissional da saúde, dois deles relacionados à Saúde da Família, sendo um sobre a atuação de preceptores da Estratégia de Saúde da Família no que concerne à interdisciplinaridade e o outro sobre percepções e práticas de equipes de Saúde da Família na atenção primária da saúde do trabalhador. Um terceiro artigo trata de ética e comprometimento do profissional da saúde, pós reestruturação produtiva, enquanto outro trata de práticas integrativas e terapias complementares na atenção primária e promoção da saúde em serviços de referência. Os dois últimos artigos sobre a atuação do profissional da saúde trazem, respectivamente, a reflexão sobre práticas de cuidado do consultório de/na rua, serviço do SUS junto a pessoas em situação de rua e uma análise da visão de profissionais de saúde em capacitação, diante de temas tais como direitos sexuais e reprodutivos e aborto.
Em Espaço Aberto tem-se o destaque para oficinas de atividades de Terapia Ocupacional como método de estudo e de intervenção junto a jovens pobres de periferias urbanas.
Resenhas de duas obras ganham espaço neste número, uma delas sobre cultura moral e educação e outra sobre a etnografia na era da informática como método, campo e reflexividade, sendo indicada como referência de amplo espectro para pesquisadores da saúde.
Completando o fascículo, na seção Teses apresenta-se o resumo de dissertação de Mestrado que discute o corpo como belo e saudável na relação com o poder, incluindo a percepção de “personal trainers”. E na seção de Criação é apresentada a Oficina Terapêutica de Mosaico de Papel, para pacientes idosos com ou sem deficiências físicas.
Desejamos a todos que se sintam provocados a refletir e que usufruam da leitura dos textos desta edição
Neusi Berbel
editora de área
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
Apr-Jun 2014