É com grande satisfação que abro o Suplemento Especial de Educação Popular em Saúde da revista Interface: Comunicação, Saúde, Educação.
Acreditamos que ao acolher a proposta apresentada pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SGEP/MS) de viabilizar esta produção, o Corpo Editorial da Interface não só expressam seu reconhecimento em relação à Educação Popular em Saúde (EPS), como demonstram seu compromisso com a democratização do Sistema Único de Saúde.
Ao reconhecer e legitimar este campo afirma-se que o fazer saúde perpassa o pensar, o sentir e o agir. Dimensões essas, potencializadas quando assumimos uma postura integralizadora na produção do conhecimento. A articulação entre os diversos saberes, sejam populares, técnicos ou acadêmicos, se apresenta como imperativo ético para a gestão participativa, a formação, o controle social e o cuidado em saúde na contemporaneidade.
Destaca-se a intensidade que o momento atual imprime a este tema e a esta publicação. No mínimo duas realidades embasam esta afirmativa. Em primeiro, o fato de que estamos vivenciando a institucionalização da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS), publicada em novembro de 2013. Após uma significativa caminhada desde sua inclusão na estrutura político-administrativa do Ministério da Saúde, ao reunir um conjunto de saberes e práticas construídos em diálogo com gestores, trabalhadores, educadores, movimentos sociais e populares, a EPS conquistou materialidade para se configurar enquanto Política. Em segundo, a constatação de que a sociedade brasileira, provocada pela proposta da Política Nacional de Participação Social, em pauta no Congresso Nacional, encontra-se mobilizada no debate sobre as possibilidades de ampliação da democracia participativa na gestão das políticas públicas, garantidoras dos direitos da cidadania.
Este Suplemento ao apresentar a riqueza de reflexões teóricas e de sistematização de vivências e práticas de Educação Popular em Saúde, contribuirá de forma substancial para a construção dialética, problematizadora e amorosa, inerente à perspectiva freiriana, do “como fazer” e por quais caminhos devemos percorrer para implementação efetiva da PNEPS-SUS nos múltiplos espaços da produção da saúde.
Desejamos uma boa e prazerosa leitura a todos e todas e que esta semente germine em suas práticas cotidianas desenvolvidas no Sistema Único de Saúde.
André Luis Bonifácio
Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
Jan 2015