Experiências de extensão em educação popular em saúde no enfrentamento à pandemia da Covid-19 na Atenção Primária à Saúde

Experiencias de extensión en educación popular en salud en el enfrentamiento a la pandemia de Covid-19 en la Atención Primaria de la Salud

Ingrid Gabriele de Souza Lais Maria Silva de Carvalho Felipe Marques da Silva Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Pedro José dos Santos Carneiro Cruz Sobre os autores

Resumos

Empenhando-se em abordar a Educação Popular em Saúde (EPS) como ponte universidade-sistema de saúde, este artigo objetiva relatar experiências de extensão universitária realizadas no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) para a contribuição no enfrentamento à pandemia do Covid-19. Teve como caminho metodológico a análise documental e crítica das práticas realizadas por um programa de extensão em EPS de março a dezembro de 2020. Enfocam-se processos formativos mobilizados pelos extensionistas, bem como produção de materiais de apoio à divulgação e ao fortalecimento dos saberes populares em saúde nas mídias sociais. Tais iniciativas deram visibilidade aos saberes e aprendizados oriundos de práticas populares em saúde e ações de EPS na APS. Os espaços educativos possibilitaram o compartilhamento de experiências, bem como o adensamento da formação das pessoas na perspectiva pedagógica da EPS como alternativa de resposta nesse desafiador contexto.

Palavras-chave
Empoderamento para a saúde; Atenção Primária à Saúde; Covid-19; Educação a distância; Educação em Saúde


Con el empeño de abordar la Educación Popular en Salud (EPS) como puente de la universidad–sistema de salud, este artículo tiene el objetivo de relatar experiencias de extensión universitaria realizadas en el contexto de la Atención Primaria de la Salud (APS) para la contribución en el enfrentamiento de la pandemia de covid-19. Tuvo como camino metodológico el análisis documental y crítico de las prácticas realizadas por un programa de extensión en EPS de marzo a diciembre de 2020. Se enfocan en los procesos formativos movilizados por los extensionistas, así como la producción de materiales de apoyo a la divulgación y al fortalecimiento de los saberes populares en salud de las redes sociales. Tales iniciativas dieron visibilidad a los saberes y aprendizajes provenientes de prácticas populares en salud y acciones de EPS en la APS. Los espacios educacionales hicieron posible compartir experiencias, así como adensar en la formación de las personas bajo la perspectiva pedagógica de la EPS como alternativa de respuesta en ese contexto desafiador.

Palabras clave
Empoderamiento para la salud; Atención primaria de la salud; Covid-19; Educación a distancia; Educación en salud


Introdução

A Educação Popular (EP) constitui uma concepção educativa que entende o processo pedagógico mediante a construção compartilhada dos saberes, buscando mobilizar no indivíduo o olhar crítico e reflexivo sobre as diversas dimensões da realidade social. Valoriza o protagonismo do educando no processo de aprendizagem e a promoção da autonomia e do poder de luta do povo11 Brandão CR. Educação popular. São Paulo: Brasiliense; 1982. (Coleção primeiros passos).,22 Sthal HC, Leal CRAA. Educação popular como política de saúde: interfaces com a formação profissional em saúde. Cad Pesqui. 2017; 24(2):125-38.. Surgiu na América Latina e passou a tomar forma no final da década de 1950, na abordagem de ensino de jovens e adultos e em movimentos de cultura popular33 Wiggins N, Hughes A, Rios-Campos T, Rodriguez A, Potter C. La palabra es salud (The Word is Health): combining mixed methods and CBPR to understand the comparative effectiveness of popular and conventional education. J Mix Methods Res. 2014; 8(3):278-98.,44 Mota Neto JC, Streck DR. Fontes da educação popular na América Latina: contribuições para uma genealogia de um pensar pedagógico decolonial. Educ Rev. 2019; 35(78):207-23.. Por sua vez, a Educação Popular em Saúde (EPS) orienta práticas que contribuem para o cuidado com um olhar que se contrapõe a abordagens biologicistas e prescritivas22 Sthal HC, Leal CRAA. Educação popular como política de saúde: interfaces com a formação profissional em saúde. Cad Pesqui. 2017; 24(2):125-38.,55 Costa ACP, Aragão TAP, Pereira CS, Nogueira FJS, Rodrigues MG, Callou Filho CR, et al. Educação e saúde: a extensão universitária como espaço para tencionar e pensar a educação em saúde. Braz J Develop. 2020; 6(4):21616-30.. A EPS enfatiza o enfrentamento dos problemas de saúde por meio do diálogo com as classes populares e do reconhecimento de suas culturas e saberes66 Amaral MCS, Pontes AGV, Silva JV. O ensino de Educação Popular em Saúde para o SUS: experiência de articulação entre graduandos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. Interface (Botucatu). 2014; 18(2):1547-58., visando à humanização, libertação e emancipação77 Brasil. Ministério da Educação. Caderno de educação popular e saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2007.. Segundo Wallerstein88 Wallerstein N. Empowerment to reduce health disparities. Scand J Public Health. 2002; 30(59):72-7., busca a intensificação da participação popular nas políticas públicas, sendo necessário o empoderamento como um processo social de ação que inclui indivíduo, comunidades e organizações na busca pelo domínio de saúde integral, pela garantia da equidade e também da qualidade de vida.

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos espaços estratégicos para a atuação com a EPS tem sido a Atenção Primária à Saúde (APS), a qual é caracterizada por ser o nível com menor densidade tecnológica na hierarquização do sistema, sendo a porta de entrada do usuário para acesso aos serviços de saúde. Abrange ações de promoção, prevenção e assistência, considerando os determinantes que possam interferir no processo saúde-doença nos territórios99 Lavras C. Atenção Primária à Saúde e a Organização de Redes Regionais de Atenção à Saúde no Brasil. Saude Soc. 2011; 20(4):867-74..

A situação atual da pandemia, causada pela nova cepa viral da família Coronaviridae (SARS-CoV-2), que provoca a doença Covid-19, vem provocando consequências não só na área da Saúde, mas também nas dimensões sociais, políticas, culturais, ambientais e econômicas. Dificuldades preexistentes foram acentuadas, como as relacionadas ao acesso a alimentação, medicamentos, transporte e saneamento básico. Essas mudanças interferem diretamente na vida dos indivíduos e variam de acordo com condições financeiras, habitacionais, de gênero e de escolaridade. Por isso, segmentos e grupos vulneráveis necessitam de um olhar diferenciado1010 Mendonça MH, Silva JA, Cunha CL, Latgé P. A pandemia Covid-19 no Brasil: ecos e reflexos nas comunidades periféricas. APS Rev. 2020; 2(2):162-8.

11 Bezerra ACV, Silva CEM, Soares FRG, Silva JAM. Fatores associados ao comportamento da população durante o isolamento social na pandemia de Covid-19. Cienc Saude Colet. 2020; 25(1):2411-21.
-1212 Silva CLF, Silva MS, Santos DS, Braga TGM, Freitas TPM. Impactos socioambientais da pandemia de SARS-CoV-2 (Covid-19) no Brasil: como superá-los? Rev Bras Educ Ambiental. 2020; 15(4):220-36..

Tendo em vista a rápida propagação e gravidade da Covid-19, algumas medidas de controle e prevenção, como o isolamento social, são incentivadas pelos órgãos de saúde1313 Sohrabi C, Alsafi Z, O’Neill N, Khan M, Kerwan A, Al-Jabir A, et al. World Health Organization declares global emergency: a review of the 2019 novel coronavirus (Covid-19). Int J Surg. 2020; 76:71-6.,1414 Harapan H, Itoh N, Yufika A, Winardi W, Keam S, Te H, et al. Coronavirus disease 2019 (Covid-19): a literature review. J Infect Public Health. 2020; 13(5):667-73.. O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) se intensificou, mudando o modo de as pessoas se relacionarem e a dinâmica de prestação de serviços. Podemos destacar alguns exemplos, como o aumento dos processos remotos no ensino e trabalho, a ampliação do uso dos recursos de videoconferência, entre outros.

Ante o exposto, o presente manuscrito busca relatar experiências de EPS vivenciadas pelo Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica” (Pinab), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na contribuição ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 no contexto da APS, apontando, a partir da sua relação com uma equipe de Saúde da Família e com protagonistas de um território, caminhos e possibilidades de processos educativos orientados pela EPS nessa desafiadora realidade.

Este manuscrito constitui um relato de experiência cujo desenvolvimento se apoia na perspectiva metodológica da sistematização de experiências, conforme Oscar Jara Holliday1515 Holliday OJ. Para sistematizar experiências. 2a ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; 2006.. Há uma descrição da experiência, que procurou ser referenciada em um olhar crítico e reflexivo e teve origem na pactuação dos extensionistas quanto à necessidade de explicitar aprendizados das experiências desveladas no período da pandemia.

Para tanto, houve uma série de reuniões, nas quais se planejaram eixos de sistematização, sendo um deles as “Potencialidades da Extensão em EPS no enfrentamento à pandemia da Covid-19 na APS”. Tomando como base a consulta e análise documental, a equipe promoveu encontros com debates reflexivos sobre esse eixo na experiência, os quais confluíram para a explicitação de aprendizados emergentes. A consulta documental foi conduzida com a participação de protagonistas dessa experiência, particularmente dois docentes e três discentes. Estes selecionaram intencionalmente as seguintes fontes documentais: a) registros de atas de reuniões, de atividades formativas e de ações comunitárias promovidas pelo programa, conforme disponíveis na conta do Google Drive do mesmo; b) publicações das páginas eletrônicas do programa, tanto o blog quanto o perfil no Facebook; c) matéria de divulgação científica produzida pelos extensionistas, organizada pelo Grupo Temático de EPS da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e publicada na página da referida associação. No fim do processo, a equipe buscou organizar e evidenciar, de forma sistemática e dentro do eixo escolhido, dimensões fundamentais dos aprendizados emergentes em cada uma das etapas do desenrolar da experiência sistematizada, as quais constituíram, então, as seções do presente artigo.

Uma breve contextualização do Programa de Extensão Pinab

Desde 2007, o Programa de Extensão Pinab realiza suas ações de forma compartilhada com profissionais de saúde da Unidade de Saúde da Família (USF) – Vila Saúde e com protagonistas das comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa, PB, Brasil.

Sob esse prisma, o Pinab atua, nos dias de hoje, com quatro frentes de atividades: a) promoção de cursos de formação para o aprimoramento teórico-metodológico de atores sociais na pedagogia freiriana, para protagonistas de diferentes experiências e movimentos sociais do Brasil; b) editoração de publicações de textos oriundos de experiências de EP vinculadas aos movimentos e às práticas populares na Paraíba; c) promoção de conteúdos e cursos voltados à valorização e divulgação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), com abertura de espaços de diálogo com a Comunidade do Cristo-JP; e d) processos formativos de lideranças comunitárias no âmbito da APS em busca de efetivação da participação popular e do controle social no Sistema Único de Saúde (SUS). Com tais ações, é intenção do programa qualificar e ampliar as iniciativas em EP nos movimentos sociais e nos serviços do SUS no estado, estimulando a EP como expressão da construção de caminhos e novas práticas de saúde.

No atual cenário sanitário mundial, no qual o ideal são os encontros a distância, o Pinab manteve suas ações com o uso de ferramentas digitais para assegurar o cuidado continuado, compartilhar saberes e promover espaços de formação. Para tanto, serão descritas, a seguir, algumas práticas realizadas até então.

Uma experiência de ensino integrada à extensão e seu desenvolvimento durante a pandemia: abordando o cuidado à saúde das populações em situação de exclusão

Diante do isolamento físico, a UFPB implementou um calendário suplementar com o objetivo de ofertar, de modo opcional, componentes curriculares e extracurriculares em atividades de ensino e de aprendizagem remotas. Sendo assim, entendendo a importância dessas questões, o programa Pinab apoiou, por meio de três de seus professores, a oferta de uma disciplina optativa denominada “O cuidado às populações excluídas” para estudantes de cursos da área da Saúde. Essa disciplina foi originalmente criada no contexto da mais recente reforma curricular do curso de Medicina da UFPB.

Essa disciplina contou com cinquenta estudantes, entre graduandos de Medicina e de Nutrição. Ocorreu semanalmente, totalizando uma carga horária de 30 horas distribuídas em 10 encontros, por meio da plataforma digital Google Meet e tendo o aplicativo de mensagens WhatsApp como apoio complementar nesse processo. As temáticas abordaram exclusão social e saúde; EP e o cuidado em saúde; vulnerabilidade e o cuidado em saúde; equidade, políticas públicas e o cuidado com as populações excluídas; e prática do cuidado em saúde em populações excluídas – como população em situação de rua, que faz uso abusivo de álcool e outras drogas, LGBTQIA+; e pessoa com deficiência.

As aulas valorizavam as dinâmicas interativas e dialogadas, além de contarem com a exibição de vídeos e debate. Também contaram com rodas de conversas envolvendo convidados que colaboraram com esse processo formativo como representantes de alguns movimentos sociais: o de responsáveis por crianças com transtorno do espectro autista; o do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST); o da comunidade LGBTQIA+; o de experiências e práticas agroecológicas; e o da juventude negra e camponesa.

A integração da disciplina com a Extensão, por meio do Pinab, foi central no desenvolvimento de um processo formativo articulado com a realidade social e com as demandas pertinentes à dinâmica dos serviços na APS. A vivência dos organizadores da disciplina no programa e a consequente convivência com lideranças comunitárias e trabalhadores de saúde auxiliaram no levantamento de temas que, estando entre aqueles conectados à ementa, vinham se revelando como necessidades de aprendizagem para o aprimoramento da atuação na APS. Ademais, a extensão inspirou a escolha metodológica de incluir na disciplina aulas com relatos de vivências, lutas e trabalhos desenvolvidos por protagonistas de movimentos e práticas sociais na defesa e na afirmação de direitos sociais e humanos e de enfrentamento à exclusão social. Vários estudantes desse e de outros Programas de Extensão da instituição participaram da disciplina, fazendo desse um momento de formação de estudantes que estivessem em ação na APS.

Como atividade integrada ao processo pedagógico, a estratégia avaliativa ocorreu de forma processual e continuada por meio de um portfólio no qual os estudantes – provocados a partir dos momentos educativos – construíam um texto crítico e reflexivo com aprendizados, dúvidas, inquietações e curiosidades.

Ao fim da disciplina, foram possíveis oportunidades de estímulo e de mobilização de habilidades que permitiram atingir o objetivo proposto de possibilitar a compreensão dos aspectos relacionados ao cuidado em saúde das populações socialmente excluídas dos bens, serviços e direitos sociais, além de suas implicações para a garantia da atenção à saúde integral, de qualidade e universal.

Produção da série de vídeos “Caminhos do saber: por entre práticas de Saúde Popular”

A série audiovisual “Caminhos do saber: por entre práticas de Saúde Popular”, que foi composta por três temporadas, foi concebida na perspectiva de potencialização da utilização dos recursos virtuais que ganharam mais ênfase durante esse período de isolamento social vivenciado na pandemia, com vistas à publicização e difusão de ideias e de conhecimentos em EPS e em PICS. Visou-se compartilhar amplamente, por meio de redes sociais e de mídias digitais, vídeos com perspectivas, experiências e saberes, com a participação de convidados protagonizando falas com inserção em cada temática abordada, buscando se conectar com alguns dos princípios presentes na Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS (PNEPS-SUS), em especial, com o diálogo e a construção compartilhada do conhecimento1616 Brasil. Ministério da Saúde. Comitê Nacional De Educação Popular Em Saúde. Portaria nº 2.761, de 19 Novembro de 2013. Institui a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS). Brasília: Ministério da Saúde; 2012..

Na primeira temporada, foram intercalados semanalmente os temas de EP e das PICS. Cada um desses temas era escolhido nas segundas-feiras pelos seguidores do perfil do Instagram do Pinab (@pinab.ufpb), que votavam em uma de duas opções sugeridas pelos extensionistas. Após essa votação na enquete do story do Instagram, o tópico vencedor era o escolhido da semana. Contatava-se o convidado para abordá-lo por meio de um vídeo produzido por ele mesmo, posteriormente editado no Adobe After Effects e Adobe Premiere por um dos extensionistas, que acrescentava a vinheta da série e a legenda do vídeo. Por fim, nas sextas-feiras, o vídeo da semana era divulgado no feed do Instagram, com duração entre quatro e dez minutos, e era disponibilizado permanentemente nesse espaço e no canal do Programa no YouTube. Foram produzidos seis vídeos com os seguintes tópicos: O que é EP; O que são PICS; PNEPS-SUS; PNPIC-SUS e sua implementação no SUS; A APS e a EPS no enfrentamento da pandemia da Covid-19; e PICS no enfrentamento da pandemia de Covid-19.

A segunda temporada, intitulada “Caminhos do Saber: dialogando sobre o desenvolvimento de lideranças comunitárias no SUS”, abordou o controle social, a participação popular, a gestão participativa no SUS, direitos e deveres do usuário da saúde e o protagonismo das lideranças comunitárias na APS. Foi totalmente desenvolvida pelos extensionistas, que produziram vídeos curtos e explicativos editados no programa de edição Movavi, no formato de animações, utilizando fantoches. Esses temas buscaram fomentar o debate e o conhecimento da população a respeito da força da ação participativa de cada cidadão na luta por seus direitos, além de visar contribuir para ampliação do conhecimento de parte da população acerca dos movimentos sociais da área da saúde. Ademais, essa segunda temporada visou reafirmar que a participação popular não se restringe apenas a conselhos e conferências de saúde, trazendo visibilidade a outros espaços da sociedade, como grupos da comunidade, associação de moradores e audiências públicas.

Por sua vez, a terceira temporada da série enfatizou experiências de EPS no contexto da pandemia desenvolvidas tanto no estado da Paraíba quanto em outras regiões do país. Para tanto, os vídeos foram editados com legenda e abertura, mantendo-se um padrão de, em média, seis minutos por vídeo. Nessa temporada, as experiências relatadas foram: Projeto Fundo Casa e a Ação de fitoterápicos no enfrentamento da Covid-19 no campo e na cidade com os povos tradicionais; Ações e experiências do Movimento Negro Unificado em Pernambuco; Experiências Agroecológicas e a Soberania Alimentar e Nutricional no Polo da Borborema, PB; Experiências do Projeto comunidade universitária em ação (Comuna), CE; Experiências do GT de Educação Popular e Saúde da Abrasco na pandemia da Covid-19; Terapia Comunitária Integrativa (TCI) no contexto pandêmico da Covid-19; e EPS, controle social e território sustentável.

Essa iniciativa demonstrou ser uma alternativa de adequação à necessidade do uso das TICs, facilitando espaços de compartilhamento de saberes e de abordagens em práticas sociais em EPS na realidade pandêmica, traduzindo um momento de oportuna superação de alguns dos limites do isolamento social. Com a série, o Pinab também contribuiu para manter aceso o debate sobre a construção da EPS nas redes sociais nacionais, evidenciando seus desafios, potencialidades e experiências promotoras da saúde.

Curso de extensão “Participação, Educação Popular e Promoção da Saúde: saberes, ideias e práticas”

Entre maio e julho de 2020, foi desenvolvido pelo Pinab um projeto voltado à formação de protagonistas sociais em EPS, intitulado “Participação, educação popular e promoção da Saúde: saberes, ideias e práticas”, que ocorreu na modalidade virtual. Sua promoção visou subsidiar a criação de abordagens, experiências e projetos de cunho crítico e participativo por diferentes atores (sujeitos de movimentos sociais, de práticas comunitárias, de setores acadêmicos, de serviços de saúde, de educação e de proteção social) nos territórios da APS.

O curso contou com 325 inscritos, sendo que, desse total, 113 participantes frequentaram, pelo menos, uma das aulas, e 96 foram concluintes, com direito a certificado. Esses inscritos eram procedentes dos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins, além de termos uma participante de Portugal. Entre eles, havia variadas inserções profissionais: agentes comunitários de saúde, assistentes sociais, educadores populares, enfermeira(o)s, estudantes de diversos cursos de graduação e pós-graduação, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, odontólogos, pedagoga(o)s, professores, psicóloga(o)s e terapeutas ocupacionais. Contou-se também com a participação de protagonistas comunitários e de movimentos sociais, como Levante Popular da Juventude; Integrante do Fórum Turiense de Mulheres; Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos, Movimento Negro Unificado; Rede Übuntu de Cursinhos Populares; Instituto Consciência Planetária; Comunidade Tradicional Pesqueira Ilha de Deus; Liderança do Território Quilombola Águas do Velho Chico; Ativistas Negras e Quilombo Rosa; Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde; e Coletivo de Mulheres Hydras do Terra.

Considerando o elevado quantitativo de inscritos, as aulas alternavam-se entre momentos de concentração do conjunto da turma e de debate de grupos em salas virtuais com menor número de participantes, visando estabelecer a garantia da espontaneidade e da circulação da palavra pela metodologia de três horas de encontros a distância. Além disso, para manter uma participação ativa dos cursistas, buscamos mantê-los em constante movimento entre salas, requerendo a continuidade da atenção entre os debates e a necessidade de se localizarem em tempo e espaço virtual à medida que fosse requisitada uma nova mudança de sala. Desse modo, buscou-se a promoção do diálogo e do aprofundamento das discussões mediante uma abordagem orientada pela metodologia dos círculos de cultura, abordada por Brandão1717 Brandão CR. O que é o Método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense; 2013., empenhando-se em favorecer a troca contínua e horizontalizada de papéis e ressaltando a importância da participação individual para a legitimação do coletivo1818 Lima LO, Pekelman R. O diálogo como estratégia formativa. Rev Educ Pop. 2020; (esp):290-7..

Cada sala de pequeno grupo contou com o apoio de um monitor (extensionista) e um coordenador (profissional de saúde egresso do Programa) para mediar os diálogos. Nessa abordagem, era reservado o tempo de uma hora, no qual eram disponibilizados momentos de fala para os participantes trazerem seus saberes e experiências e construírem em conjunto o diálogo entre si. Um tempo médio de fala era pactuado anteriormente e visava proporcionar que mais pessoas, dentro do tempo total de atividade, pudessem exercitar sua fala. A dinâmica em pequenos grupos visava deixar os participantes mais à vontade para discutir os temas em questão. Ademais, a convivência em grupos com número menor de pessoas favorecia a construção de vínculo e a manutenção do compromisso e estímulo à permanência no curso, o que foi corroborado pelo fato de que mais de 84% dos participantes que iniciaram o curso se mantiveram até o final.

Contamos com oito encontros, que incluíram variadas temáticas. Abordaram-se os sentidos e as percepções sobre a participação social, a EP e a promoção da saúde no atual contexto de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Levantaram-se ideias e propostas de como atuar com a EP, assim como estratégias de inserção da EP no âmbito de espaços universitários, buscando olhar, refletir e agir sobre a importância da formação de profissionais humanizados e preparados para lidar e compreender as diversas realidades sociais. Surgiram muitos exemplos de práticas realizadas nesse contexto de enfrentamento à pandemia Covid-19, como a Frente Aroeira, que resgata saberes ancestrais e populares, e terapias comunitárias a distância.

Pautou-se a dimensão da participação popular na APS, especialmente com as experiências de duas educadoras populares que atuam conjuntamente com o Pinab e que evidenciaram os pontos mais marcantes de sua trajetória, relatando a origem do interesse pelas plantas medicinais e pela fitoterapia e destacando a aproximação com experiências da extensão popular, como o Pinab, e sua importância em uma perspectiva emancipatória e de autonomia em diversos processos de sua vida. Enfocou-se, ainda, a inserção das hortas comunitárias nos territórios de ação do Pinab e a construção compartilhada de saberes nesses processos. Em outros momentos do curso, priorizou-se o aprofundamento teórico e conceitual, como na aula sobre a concepção de EP e suas contribuições para a emancipação humana nos processos formativos, tendo em vista o enfrentamento aos desafios do atual contexto brasileiro.

Desde os primeiros encontros, foram disponibilizados espaços para acolhimento dos participantes e de suas percepções. E, no decorrer do processo, buscou-se, por meio de uma avaliação parcial, dialogar com os participantes acerca das suas críticas e percepções sobre o curso e, por fim, foi realizada uma avaliação com todos os envolvidos, visando qualificar as iniciativas vindouras. Esses processos de avaliação trouxeram o entendimento do ensino a distância como um recurso com vantagens e desvantagens, pois, ao mesmo tempo que não possibilita o contato presencial e não é acessível a todas as pessoas que gostariam de participar, pode ampliar e diversificar os protagonistas, incluindo sujeitos de diferentes locais do Brasil e até de outros países.

Por se tratar de um ambiente virtual e não permitir o contato “olho no olho”, fugia da nossa alçada a participação ativa de alguns dos cursistas, os quais, particularmente, não ligavam suas câmeras e não se manifestavam de outras formas. Nesse sentido, é justo ponderar que muitas pessoas não possuíam espaços mais reservados dentro de suas casas para poderem abrir suas câmeras, ou mesmo para falarem de maneira aberta e fluida. Houve casos, ainda, de problemas de instabilidade de conexão, dificultando uma participação mais proativa de algumas pessoas. Nesse sentido, foi necessário à equipe organizadora aprender a respeitar esses limites, sugerindo que as câmeras fossem ligadas por quem se sentisse à vontade/quem pudesse e disponibilizando outros meios de expressão, como apenas por áudio ou apenas texto no bate-papo da sala. Para contemplar as pessoas com problemas de conexão nos momentos síncronos, as aulas eram gravadas e disponibilizadas no Youtube do Pinab, sendo possível sua visualização de forma assíncrona.

Mediante a avaliação positiva dessa iniciativa, a equipe do Pinab compreende ter contribuído para a mobilização de atores para protagonizarem a criação, o fortalecimento e o aperfeiçoamento de espaços sociais e comunitários, com a ótica da EPS, no âmbito dos territórios e dos serviços da APS.

Aprendizados desvelados pelas experiências

Em nossa avaliação, as atividades desenvolvidas pelo Pinab no contexto da pandemia corroboraram com a potencialização da EPS como estratégia para a constituição de espaços, ambientes e experiências de cuidado integral na APS, particularmente de iniciativas nas quais se vislumbram oportunidades de um agir sanitário dialogado entre os saberes científicos e populares. Seja na disciplina curricular ofertada, seja nos cursos de extensão ou na série de vídeos publicadas nas redes sociais, enfatizou-se a viabilidade da construção de processos participativos em saúde que democratizam o cuidado e promovem um agir solidário e colaborativo entre os moradores da comunidade e os trabalhadores da área – ambos como potenciais protagonistas de importantes processos de promoção da saúde. Como diz Stotz1919 Stotz E. Enfoques sobre a educação popular e saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2007. (Caderno de educação popular e saúde)., a EPS envolve um movimento social e de luta entre profissionais da área e protagonistas da comunidade a fim de estabelecer uma construção coletiva de conhecimentos científicos e populares, que surge de um trabalho político e abre caminhos para a conquista da autonomia de direitos. Assim, ao pensar em EP, compreendemos a importância da sua construção sob uma relação horizontal e dialógica entre educadores e educandos, bem como do estabelecimento de processos de formação permanente dos protagonistas das práticas e das experiências de EPS.

Como referencial orientador dessas iniciativas, a EPS estimulou a mobilização, nos extensionistas, de um olhar crítico de si e do mundo. Com isso, estudantes em processo de formação na área de Saúde puderam também criar oportunidades de formação e de acesso – livre e digital – das pessoas ao conhecimento oriundo de experiências, nas quais se combinou a promoção da saúde com a prevenção de agravos, tendo como fio condutor o envolvimento proativo da comunidade e seu papel protagonista no desvelamento de processos para a constituição de espaços e de ambientes coerentes com a qualidade de vida ampla e digna. Evidentemente, tais objetivos e princípios não se restringem, em sua aplicação, aos estudantes do Pinab, mas valem também para os processos formativos desempenhados pelo Pinab, com o protagonismo desses estudantes, no sentido de colaborar com a formação de profissionais de vários contextos do país, o que vem sendo possível por meio de cursos de extensão promovidos pelo Pinab na modalidade remota.

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) referentes aos cursos da Saúde preconizam uma remodelação no processo formativo tecnicista, fragmentado e descontextualizado para uma formação humanística e integral2020 Costa DAS, Silva RF, Lima VV, Ribeiro ECO. Diretrizes curriculares nacionais das profissões da Saúde 2001-2004: análise à luz das teorias de desenvolvimento curricular. Interface (Botucatu). 2018; 22(67):1183-95.. Ressaltam ainda a importância de ferramentas que possam auxiliar a construção do ser crítico, reflexivo e integrante ativo na construção do seu conhecimento, permitindo uma visão ampla sobre a realidade do território, do cidadão e dos inúmeros determinantes sociais, culturais e históricos envolvidos no processo saúde-doença2020 Costa DAS, Silva RF, Lima VV, Ribeiro ECO. Diretrizes curriculares nacionais das profissões da Saúde 2001-2004: análise à luz das teorias de desenvolvimento curricular. Interface (Botucatu). 2018; 22(67):1183-95.,2121 Rios DRS, Caputo MC. Para além da formação tradicional em saúde: experiência de educação popular em saúde na formação médica. Rev Bras Educ Med. 2019; 43(3):184-95..

Embora o conceito de vulnerabilidade possa variar, possibilitando perspectivas distintas sobre o tema, é comum na sua definição a presença do componente individual, social e programático, uma vez que eles entrelaçam as condições multidimensionais enfrentadas pelo indivíduo. Na EPS, a ideia de vulnerabilidade, em sua perspectiva social, compõe a percepção crítica de contextos nos quais a população enfrenta situações de opressão e luta cotidiana pela conquista de liberdade e autonomia2222 Silva CC, Cruz MM, Vargas EP. Práticas de cuidado e população em situação de rua: o caso do consultório na rua. Saude Debate. 2015; 39:246-56.,2323 Sevalho GO. Conceito de vulnerabilidade e a educação em saúde fundamentada em Paulo Freire. Interface (Botucatu). 2018; 22(64):177-88.. O ato de cuidar diz respeito a uma interação entre dois ou mais sujeitos, visando ao alívio de um sofrimento ou ao alcance de um bem-estar. O cuidado nas práticas de saúde articula princípios teóricos e práticos, buscando romper o atendimento fragmentado e oferecer um atendimento humanizado, destacando a responsabilidade e a identidade do indivíduo2424 Ayres JRCM. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saude Soc. 2004; 13(3):16-29.. Em um contexto de perspectiva governamental e de agenda pública marcada pela austeridade, pela redução ou exclusão de direitos sociais e por pouco ou nenhum investimento público em políticas e ações sociais2525 David HMSL, Nespoli G, Lemões MAM. Incertezas em tempos de pandemia. Rev Educ Pop. 2020; (esp):259-67., as iniciativas do Pinab são profícuas na direção de apoiar o protagonismo popular, no sentido de desvelar práticas sociais e comunitárias de cuidado.

Na atual realidade, essas práticas tornam-se não apenas essenciais, mas, em muitas situações, também condições singulares para a própria sobrevivência das pessoas nesse período de crise e desestabilidades2525 David HMSL, Nespoli G, Lemões MAM. Incertezas em tempos de pandemia. Rev Educ Pop. 2020; (esp):259-67.,2626 Lima LO, Silva MRF, Cruz PJSC, Pekelman R, Pulga VL, Dantas VLA. Perspectivas da Educação Popular em Saúde e de seu Grupo Temático na Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Cienc Saude Colet. 2020; 25(7):2737-42. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.26122020.
https://doi.org/10.1590/1413-81232020257...
. Para tanto, o Pinab tem se utilizado da EP para fomentar o protagonismo popular e a educação permanente dos profissionais no sentido da promoção integral da saúde nas comunidades, de modo a socializar amplamente tecnologias, metodologias, ideias, saberes, dicas, estratégias e experiências promotoras de saúde e de ambientes saudáveis e sustentáveis.

Como apontam Lima et al.2626 Lima LO, Silva MRF, Cruz PJSC, Pekelman R, Pulga VL, Dantas VLA. Perspectivas da Educação Popular em Saúde e de seu Grupo Temático na Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Cienc Saude Colet. 2020; 25(7):2737-42. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.26122020.
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, a EP compreende que os profissionais de saúde têm uma capacidade privilegiada de olhar para a realidade social de forma crítica e adotar uma postura criativa e criadora de resistência e enfrentamento das situações complexas de saúde com as pessoas. É esse “fazer com” que envida a constituição de um processo de cuidado em saúde que não é apenas integral, por olhar o outro e a outra por inteiro e com suas complexidades, mas também participativo e inclusivo porque mobiliza o protagonismo das pessoas na construção de sua saúde e na mobilização de atitudes, procedimentos e experiências direcionados a ambientes e contextos saudáveis e sustentáveis.

Considerações finais

Em meio à pandemia e à evidência da ampliação das desigualdades sociais, ressalta-se a importância da formação em Saúde na perspectiva da defesa e do aprimoramento do SUS, bem como do direito à saúde. A EPS possibilitou novas criatividades nos processos formativos e sociais no período da pandemia, de modo que o Pinab e a ação comunitária territorial onde atuamos não ficaram parados nesse período. Fez-se muito para aproveitar as possibilidades apresentadas pelas ferramentas das TICs para a EPS, no sentido de se construírem trabalhos sociais significativos. Assim, ainda que com limites (em especial do ponto de vista pedagógico e de acesso de algumas pessoas), o uso das TICs desabrocha como uma oportunidade estratégica face às necessidades de formação durante esse período.

Entre as dificuldades sentidas, cabe assinalar a dificuldade em se manterem espaços virtuais de encontro com participação ativa da maior parte das pessoas, sendo um exemplo desse fenômeno a falta de interação visual em virtude de algumas câmeras estarem desligadas. Ademais, a ausência de ações presenciais fragilizou o adensamento cotidiano das relações humanas e seus afetos, afetações e emoções, elementos essenciais na prática da EP.

Em que pesem essas limitações, os processos de EP desenvolvidos pela extensão nesse período lograram êxito na criação de vínculos, na produção do esperançar coletivo e nos espaços de criação e criticidade, valorizando o respeito às diversidades e às individualidades e o cuidado integral em saúde. Tais iniciativas deram visibilidade aos saberes e aprendizados oriundos de práticas populares em saúde e ações de EPS na APS. Os espaços educativos possibilitaram o compartilhamento de experiências, bem como o adensamento da formação das pessoas na perspectiva pedagógica da EPS como alternativa de resposta nesse desafiador contexto.

  • Financiamento

    Este trabalho possui financiamento institucional, recebendo a Bolsa do Programa de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) vinculada à Universidade Federal da Paraíba (UFPB), edital PROEX 02/2020.
  • Souza IG, Carvalho LMS, Silva FM, Vasconcelos ACCP, Cruz PJS. Experiências de extensão em educação popular em saúde no enfrentamento à pandemia da Covid-19 na Atenção Primária à Saúde. Interface (Botucatu). 2022; 26: e210146 https://doi.org/10.1590/interface.210146

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    » https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.26122020

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Fev 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    06 Jun 2021
  • Aceito
    19 Nov 2021
UNESP Botucatu - SP - Brazil
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