Resumo
OBJETIVO:
Revisar a literatura sobre estudos que estimaram a prevalência de pressão arterial elevada (PAE) ou hipertensão arterial sistêmica (HAS) em adolescentes brasileiros, considerando os procedimentos metodológicos empregados.
MÉTODOS:
Pesquisa bibliográfica de estudos de prevalência de PAE/HAS em adolescentes de 1995 a 2010. A busca foi realizada nas bases de dados eletrônicos PubMed/Medline, Lilacs, SciELO, Isi e Adolec. Foram utilizados os descritores: "hipertensão", "pressão arterial", "adolescente", "estudantes", "estudos transversais", "prevalência" e "Brasil", nas línguas portuguesa e inglesa. Além disso, foi elaborado um escore, baseado nas Recommendations for Blood Pressure Measurement in Humans and Experimental Animals e nas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, para a análise dos procedimentos utilizados para medida da PA nos estudos variando de 0 a 18.
RESULTADOS:
Foram identificados 21 artigos, a maioria publicada nos últimos 10 anos, sendo 90,5% realizados em base escolar e nas regiões sudeste, nordeste e sul do país. As prevalências de PAE/HAS variaram de 2,5 a 30,9%. A pontuação dos estudos variou de 0 a 16. Foi observada uma correlação negativa significante (rho = -0,504; p = 0,020) entre a prevalência de PAE/HAS e o escore da qualidade da medida da PA.
CONCLUSÃO:
A grande variabilidade das estimativas da PAE/HAS parece ser influenciada pelos procedimentos metodológicos utilizados nos estudos.
Adolescente; Hipertensão; Pressão arterial; Estudantes; Revisão; Brasil
Introdução
As doenças cardiovasculares são atualmente responsáveis por aproximadamente 40% da mortalidade mundial11. Yusuf S, Reddy S, Ôunpuu S, Anand S. Global burden of cardiovascular diseases. Circulation 2001; 104(23): 2855-64.. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares e seu diagnóstico precoce vem sendo enfatizado como importante estratégia de saúde pública.
No Brasil, estudos apontam uma prevalência HAS que varia de 22 até 44% na população adulta22. Sociedade Brasileira de Cardiologia. IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2004; 82(Suppl IV): 1-14.. Embora a maior parte dos diagnósticos de HAS seja firmada na idade adulta, sabe-se que essa doença pode ter seu início na infância33. Shear CL, Burke GL, Freedman DS, Berenson GS. Value of childhood blood pressure measurements and family history in predicting future blood pressure status: results from 8 years of follow-up in the Bogalusa Heart Study. Pediatrics 1986; 77(6): 862-9.. Assim, a medida de pressão arterial (PA) tem sido recomendada pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão44. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2010. p. 1-51., bem como pela Segunda Força Tarefa Americana para Controle da PA em Crianças, desde 198755. Horan MJ. Report of the second Task Force on Blood Pressure Control in Children-1987. Task Force on Blood Pressure Control in Children. National Heart, Lung, and Blood Institute, Bethesda, Maryland. Pediatrics 1987; 79(1): 1-25. como importante componente na rotina pediátrica66. Sinaiko AR. Hypertension in children. N Engl J Med 1996; 335(26): 1968-73., permitindo o diagnóstico precoce da doença.
Ao longo dos últimos anos, diversos estudos têm investigado a prevalência da HAS em crianças e adolescentes no Brasil, todavia, as estimativas de prevalência fornecidas pelos estudos apresentam uma ampla variação. Por exemplo, no estudo realizado por Rezende et al.77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6., a prevalência encontrada foi de 2,4%, enquanto que no estudo de Sakamoto et al.88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90., a prevalência foi de 30,9%. Essa variabilidade dos resultados das estimativas pode ser decorrente de diferentes procedimentos metodológicos empregados especialmente no que diz respeito aos procedimentos adotados para a medida da PA. Assim, faz-se necessária uma síntese dos estudos para possibilitar maior compreensão dos dados disponíveis na literatura, o que pode subsidiar as políticas públicas de prevenção e tratamento da HAS em adolescentes brasileiros.
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente os estudos que estimam a prevalência da PA elevada em adolescentes brasileiros, de acordo com as características da amostra e os procedimentos metodológicos empregados.
Métodos
Foi realizada pesquisa bibliográfica de estudos epidemiológicos descritivos que analisaram a prevalência de PA elevada em adolescentes, até o ano de 2010. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicos PubMed/Medline (National Library of Medicine), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Scielo (Scientific Electronic Library Online), Isi Web of knowledge e Adolec. A seleção dos descritores utilizados na revisão foi efetuada mediante consulta ao MeSH (Medical Subject Headings) e ao DeCS (Descritores em Ciências da Saúde). Foram considerados os seguintes descritores, em língua inglesa e portuguesa: "hipertensão", "pressão arterial", "adolescente", "estudantes", "estudos transversais", "prevalência" e "Brasil" (para localizar artigos com amostras nacionais). Além dos operadores lógicos "and" e "or" para combinação dos termos. Todos os processos de busca, seleção e avaliação de artigos foram realizados por pares, que analisaram integralmente e independentemente todos os estudos que atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados obtidos pelos avaliadores foram comparados a fim de verificar a concordância entre os pares. Na eventualidade de divergências, o artigo foi revisado por um terceiro membro da equipe de pesquisa.
A partir da pesquisa bibliográfica foram identificadas 479 publicações (PubMed = 262; Lilacs = 83; SciELO = 13; Isi = 28 e Adolec = 93). Foram incluídos apenas os estudos que investigaram adolescentes (10 a 19 anos)99. World Health Organization. Young People´s Health - a Challenge for Society. Report of a WHO Study Group on Young People and Health for All. Technical Report Series 731. Geneva: WHO. 1986., mesmo abrangendo outras faixas de idade e que realizaram coleta de dados no Brasil; artigos de revisão, teses, dissertações e monografias não foram incluídos, bem como os estudos com populações específicas, como asmáticos, obesos ou filhos de hipertensos.
Após a leitura dos títulos dos artigos, 92 permaneceram para a análise dos resumos. A partir da análise dos resumos, os artigos que atendiam aos critérios de inclusão foram lidos na íntegra, pelos dois avaliadores, que analisaram integralmente e independentemente todos os estudos que atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados obtidos pelos avaliadores foram comparados a fim de verificar a concordância entre os pares. Na eventualidade de divergências, o artigo foi revisado por um terceiro pesquisador. Foi observado ainda, se os estudos continham dimensionamento adequado da amostra, envolvendo seleção aleatória, além de menção a aspectos éticos. Ao final destes procedimentos foram identificados 19 manuscritos. Após a leitura dos manuscritos, foram identificados mais dois estudos citados na lista de referências que não tinham sido identificados na pesquisa1010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. , 1111. Freitas RW, Silva AR, Araújo MF, Marinho NB, Damasceno MM, Oliveira MR. Prática de atividade física por adolescentes de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm 2010; 63(3): 410-5., os quais foram incluídos a posteriori, totalizando ao final 21 artigos, conforme está apresentado na Figura 1.
Para a análise dos artigos foram observados os seguintes aspectos: ano e região na qual o estudo foi realizado, faixa etária, tamanho da amostra, tipo de inquérito, critério utilizado no diagnóstico da PA elevada e/ou HAS, critério empregado para a medida da PA (posicionamento, repouso prévio e calibração), tipo de aparelho utilizado (aneroide, coluna de mercúrio ou eletrônico), dimensão do manguito do esfigmomanômetro, quantidade de medidas tomadas, a escolha do valor utilizado para determinar a prevalência da PA elevada e/ou HAS por sexo e prevalência total da PA elevada e/ou HAS.
Para a avaliação da metodologia adotada na verificação da PA em crianças e adolescentes, foi elaborado um escore com base nas Recommendations for Blood Pressure Measurement in Humans and Experimental Animals 1212. Pickering TG, Hall JE, Appel LJ, Falkaner BE, Graves J, Hill MN, et al. Recommendations for blood pressure measurement in humans and experimental animals: part 1: blood pressure measurement in humans: a statement for professionals from the Subcommittee of Professional and Public Education of the American Heart Association Council on High Blood Pressure Research. Circulation 2005; 111(5): 697-716. e nas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão44. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2010. p. 1-51. (Quadro 1), cujas pontuações variaram de um a três pontos de acordo com o nível de importância das recomendações. Com base nos critérios estabelecidos, a pontuação máxima possível foi de 18 pontos, quando todos os itens das recomendações foram atendidos.
Pontuação para avaliação do método utilizado na medida da pressão arterial baseada nas na VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) e nas Recommendations for Blood Pressure Measurement in Humans and Experimental Animals (2005).
Para a análise estatística, foi utilizado o software SPSS for Windows, versão 10.0. A normalidade e a homogeneidade de variância dos dados foram analisadas e os dados não mostraram uma distribuição normal. Assim, foi empregada a correlação de Spearman para analisar a correlação entre as prevalências encontradas e os escores obtidos, utilizando o nível de significância de 5%.
Resultados
Foram identificados 21 artigos publicados entre os anos de 1998 e 2010. Na Tabela 1 são apresentadas as informações gerais dos estudos, recomendações utilizadas para a medida da PA, a terminologia utilizada e as prevalências encontradas. Em relação à terminologia 55,1%77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86.
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Todos os artigos incluíram adolescentes do sexo masculino e feminino, porém apenas 52% apresentaram as prevalências da PA elevada estratificada por gênero77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86.
14. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. - 1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45. , 2020. Rodrigues AN, Perez AJ, Pires JG, Carletti L, Araújo MT, Moyses MR. Fatores de risco cardiovasculares, suas associações e presença de síndrome metabólica em adolescentes. J Pediatr (Rio J) 2009; 85(1): 55-60.
21. Rosa ML, Mesquita ET, da Rocha ER, Fonseca V de M. Índice de massa corporal e circunferência da cintura como marcadores de hipertensão arterial em adolescentes. Arq Bras Cardiol 2007; 88(5): 573-8. - 2222. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92. , 2525. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. , 2828. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5.. Destes, 18,1%1414. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. , 2020. Rodrigues AN, Perez AJ, Pires JG, Carletti L, Araújo MT, Moyses MR. Fatores de risco cardiovasculares, suas associações e presença de síndrome metabólica em adolescentes. J Pediatr (Rio J) 2009; 85(1): 55-60. não apresentaram diferença significativa da PA elevada entre homens e mulheres, 36,4%88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86. , 1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 2121. Rosa ML, Mesquita ET, da Rocha ER, Fonseca V de M. Índice de massa corporal e circunferência da cintura como marcadores de hipertensão arterial em adolescentes. Arq Bras Cardiol 2007; 88(5): 573-8. apontaram uma prevalência maior para o sexo masculino e em 45,5%77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45. , 2222. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92. , 2525. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. , 2828. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5. dos estudos o sexo feminino obteve maior prevalência de PA elevada.
Os estudos compilados foram realizados nas regiões sudeste (38%)77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86.
14. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. - 1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66.
20. Rodrigues AN, Perez AJ, Pires JG, Carletti L, Araújo MT, Moyses MR. Fatores de risco cardiovasculares, suas associações e presença de síndrome metabólica em adolescentes. J Pediatr (Rio J) 2009; 85(1): 55-60. - 2121. Rosa ML, Mesquita ET, da Rocha ER, Fonseca V de M. Índice de massa corporal e circunferência da cintura como marcadores de hipertensão arterial em adolescentes. Arq Bras Cardiol 2007; 88(5): 573-8. , 2929. Ribeiro RQ, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006; 86(6): 408-18., nordeste (28,5%)1111. Freitas RW, Silva AR, Araújo MF, Marinho NB, Damasceno MM, Oliveira MR. Prática de atividade física por adolescentes de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm 2010; 63(3): 410-5. , 1616. Griz LHM, Viégas M, Barros M, Griz AL, Freese E, Bandeira F. Prevalence of central obesity in a large sample of adolescents from public schools in Recife, Brazil. Arq Bras Endocrinol Metabol 2010; 54(7): 607-11. , 1717. Mendes MJFL, Alves JGB, Alves AV, Siqueira PP, Freire EFC. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev Bras Saude Mater Infant 2006; 6(Suppl. 1): s49-s54. , 2222. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92. , 2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81. , 2525. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40., sul (24%)88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. , 2424. Leite N, Moser DC, Góes SM, Cieslak F, Milano GE, Stefanello JMF. Medidas hipertensivas e excesso de peso em escolares da rede pública de Curitiba-PR. Fisioter Mov 2009; 22(4): 477-87. , 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81. , 2727. da Silva AC, Rosa AA. Blood pressure and obesity of children and adolescents association with body mass index and waist circumference. Arch Latinoam Nutr 2006; 56(3): 244-50. e centro-oeste (9,5%)1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45. , 2828. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5.. Não foram identificados estudos realizados na região norte. O tamanho da amostra dos estudos variou de 5588. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. a 3169 indivíduos1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45.. Apenas um estudo teve abrangência regional1616. Griz LHM, Viégas M, Barros M, Griz AL, Freese E, Bandeira F. Prevalence of central obesity in a large sample of adolescents from public schools in Recife, Brazil. Arq Bras Endocrinol Metabol 2010; 54(7): 607-11., os demais ficaram restritos à circunscrição municipal. Dos 21 artigos, 90% foram realizados por meio de inquérito escolar77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. , 1111. Freitas RW, Silva AR, Araújo MF, Marinho NB, Damasceno MM, Oliveira MR. Prática de atividade física por adolescentes de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm 2010; 63(3): 410-5. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86. , 1414. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. , 1616. Griz LHM, Viégas M, Barros M, Griz AL, Freese E, Bandeira F. Prevalence of central obesity in a large sample of adolescents from public schools in Recife, Brazil. Arq Bras Endocrinol Metabol 2010; 54(7): 607-11.
17. Mendes MJFL, Alves JGB, Alves AV, Siqueira PP, Freire EFC. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev Bras Saude Mater Infant 2006; 6(Suppl. 1): s49-s54.
18. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45.
19. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66. - 2020. Rodrigues AN, Perez AJ, Pires JG, Carletti L, Araújo MT, Moyses MR. Fatores de risco cardiovasculares, suas associações e presença de síndrome metabólica em adolescentes. J Pediatr (Rio J) 2009; 85(1): 55-60. , 2222. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92.
23. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81.
24. Leite N, Moser DC, Góes SM, Cieslak F, Milano GE, Stefanello JMF. Medidas hipertensivas e excesso de peso em escolares da rede pública de Curitiba-PR. Fisioter Mov 2009; 22(4): 477-87.
25. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. - 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81. , 2828. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5.
29. Ribeiro RQ, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006; 86(6): 408-18. - 3030. Rosa MLG, Fonseca VM, Oigman G, Mesquita ET. Pré-hipertensão arterial e pressão de pulso aumentada em adolescentes: prevalência e fatores associados. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 46-53. e 10% por inquérito domiciliar1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 2727. da Silva AC, Rosa AA. Blood pressure and obesity of children and adolescents association with body mass index and waist circumference. Arch Latinoam Nutr 2006; 56(3): 244-50.. Nos inquéritos escolares a prevalência variou de 2,577. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. a 30,9%88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90., já nos estudos domiciliares foram descritas prevalências variando de 12,32727. da Silva AC, Rosa AA. Blood pressure and obesity of children and adolescents association with body mass index and waist circumference. Arch Latinoam Nutr 2006; 56(3): 244-50. a 17,9%1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279..
Na Tabela 2 é apresentado um sumário dos métodos utilizados no estudo. O método auscultatório foi utilizado em 61,9%77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 1010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. , 1111. Freitas RW, Silva AR, Araújo MF, Marinho NB, Damasceno MM, Oliveira MR. Prática de atividade física por adolescentes de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm 2010; 63(3): 410-5. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86. , 1616. Griz LHM, Viégas M, Barros M, Griz AL, Freese E, Bandeira F. Prevalence of central obesity in a large sample of adolescents from public schools in Recife, Brazil. Arq Bras Endocrinol Metabol 2010; 54(7): 607-11. , 1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45.
19. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66. - 2020. Rodrigues AN, Perez AJ, Pires JG, Carletti L, Araújo MT, Moyses MR. Fatores de risco cardiovasculares, suas associações e presença de síndrome metabólica em adolescentes. J Pediatr (Rio J) 2009; 85(1): 55-60. , 2222. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92.
23. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81.
24. Leite N, Moser DC, Góes SM, Cieslak F, Milano GE, Stefanello JMF. Medidas hipertensivas e excesso de peso em escolares da rede pública de Curitiba-PR. Fisioter Mov 2009; 22(4): 477-87.
25. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. - 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81., em 14,3% o método oscilométrico88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1414. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. , 2121. Rosa ML, Mesquita ET, da Rocha ER, Fonseca V de M. Índice de massa corporal e circunferência da cintura como marcadores de hipertensão arterial em adolescentes. Arq Bras Cardiol 2007; 88(5): 573-8. e 23,8% não relataram o método utilizado1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 1717. Mendes MJFL, Alves JGB, Alves AV, Siqueira PP, Freire EFC. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev Bras Saude Mater Infant 2006; 6(Suppl. 1): s49-s54. , 2727. da Silva AC, Rosa AA. Blood pressure and obesity of children and adolescents association with body mass index and waist circumference. Arch Latinoam Nutr 2006; 56(3): 244-50.
28. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5. - 2929. Ribeiro RQ, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006; 86(6): 408-18.. A calibração do instrumento de medida da PA foi relatada em 19% dos estudos77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66. , 2424. Leite N, Moser DC, Góes SM, Cieslak F, Milano GE, Stefanello JMF. Medidas hipertensivas e excesso de peso em escolares da rede pública de Curitiba-PR. Fisioter Mov 2009; 22(4): 477-87. , 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81.. Quanto ao número de avaliadores para a tomada da medida da PA, 23,8% dos estudos relataram uma única pessoa77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1111. Freitas RW, Silva AR, Araújo MF, Marinho NB, Damasceno MM, Oliveira MR. Prática de atividade física por adolescentes de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm 2010; 63(3): 410-5. , 2222. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92. , 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81. e 4,8% informaram que a aferição foi realizada por 4 avaliadores, onde os mesmos passaram por avaliação audiométrica.
Dos 21 estudos, 43% não especificaram a utilização de manguitos de tamanhos diferentes de acordo com a circunferência do braço do avaliado88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. , 1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86.
14. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. - 1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 1717. Mendes MJFL, Alves JGB, Alves AV, Siqueira PP, Freire EFC. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev Bras Saude Mater Infant 2006; 6(Suppl. 1): s49-s54. , 2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81. , 2828. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5. , 2929. Ribeiro RQ, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006; 86(6): 408-18.. O repouso prévio à aferição da PA foi descrita em 48% dos artigos, sendo que a duração do repouso variou de 21818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45. a 30 minutos1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86..
Quanto ao número de aferições da PA no mesmo dia, 9,5% dos estudos não detalharam a logística de coleta1010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. , 1717. Mendes MJFL, Alves JGB, Alves AV, Siqueira PP, Freire EFC. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev Bras Saude Mater Infant 2006; 6(Suppl. 1): s49-s54., um estudo reportou uma única medida2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81. e os demais mencionaram duas ou três medidas. Os estudos que realizaram medidas consecutivas da PA observaram que a prevalência de PAE tende a diminuir conforme o aumento do número de medidas77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66. , 2121. Rosa ML, Mesquita ET, da Rocha ER, Fonseca V de M. Índice de massa corporal e circunferência da cintura como marcadores de hipertensão arterial em adolescentes. Arq Bras Cardiol 2007; 88(5): 573-8..
No que diz respeito à escolha do valor final da PA, 48% utilizaram a média das medidas obtidas1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86.
14. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. - 1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66.
20. Rodrigues AN, Perez AJ, Pires JG, Carletti L, Araújo MT, Moyses MR. Fatores de risco cardiovasculares, suas associações e presença de síndrome metabólica em adolescentes. J Pediatr (Rio J) 2009; 85(1): 55-60.
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A pontuação dos estudos variou de 0 a 16 pontos. Com a divisão dos artigos em tercís, em relação aos escores, as prevalências encontradas no primeiro tercil (pontuação de 0 a 6) variaram de 11,11010. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol 2010; 95(2): 166-72. a 30,9%88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90., enquanto que no último tercil (pontuação de 12 a 18) foram observadas prevalências entre 2,577. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. e 12,3%2727. da Silva AC, Rosa AA. Blood pressure and obesity of children and adolescents association with body mass index and waist circumference. Arch Latinoam Nutr 2006; 56(3): 244-50.. A Figura 2 representa a relação entre os escores supracitados e as prevalências encontradas nos artigos utilizados na presente pesquisa. Foi observada correlação negativa significante (rho = -0,504; p = 0,020) entre a prevalência de PAE/HAS e o escore da qualidade da medida da PA.
Relação entre as prevalências de pressão arterial elevada em adolescentes brasileiros no período de 1995 a 2010 e os escores obtidos em relação aos processos metodológicos utilizados (rho = -0,504; p = 0,020).
Discussão
Por meio desta revisão foi possível identificar que os estudos de prevalência de PAE elevada em adolescentes foram realizados em sua maioria nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul do país. Apenas dois estudos foram realizados na região Centro-oeste, enquanto nenhum estudo foi identificado na região Norte. Foi observado, por meio dos resultados, que a prevalência de PAE elevada variou entre as regiões. Por exemplo, a maior prevalência de PAE elevada identificada na região Centro-oeste foi 11,7%, enquanto nas regiões Sudeste e Nordeste foram de aproximadamente 17% e na região sul foi de 30,9%. Da mesma forma, houve variação na menor prevalência identificada nas regiões. Esses resultados sugerem que a prevalência da PAE elevada pode ser influenciada pela região em que o adolescente reside, sendo importante que estudos futuros busquem identificar as causas dessa variabilidade inter-regional.
Os valores médios de PA elevada identificados no Brasil são próximos aos relatados em estudo internacionais. Em estudo realizado na China, a prevalência foi de aproximadamente 20%3131. Zhang YX, Zhao JS, Sun GZ, Lin M, Chu ZH. Prevalent trends in relatively high blood pressure among children and adolescents in Shandong, China. Ann Hum Biol 2012; 39(3): 259-63.. Estudo com adolescentes no México também observou prevalência de PA elevada nos adolescentes de 20,6%3232. Urrutia-Rojas X, Egbuchunam CU, Bae S, Menchaca J, Bayona M, Rivers PA, et al. High blood pressure in school children: prevalence and risk factors. BMC Pediatr 2006; 6: 32.. Kollias et al.33 33. Kollias A, Antonodimitrakis P, Grammatikos E, Chatziantonakis N, Grammatikos EE, Stergiou GS. Trends in high blood pressure prevalence in Greek adolescents. J Hum Hypertens 2009; 23(6): 385-90.em um estudo com adolescentes de 12 a17 anos na Grécia relataram que 22,9% desses jovens analisados tinham PA elevada. No entanto, ressalta-se que assim como nos estudos nacionais, a comparação com estudos internacionais também fica dificultada pelos diferentes procedimentos metodológicos empregados.
Os resultados deste estudo indicaram que a faixa etária da amostra dos estudos variou de 6 a 20 anos. Como a prevalência de PAE elevada tende a aumentar com a idade3434. Christofaro DGD, Andrade SM, Fernandes RA, Cabrera MAS, Dias RMR. Prevalência de pressão arterial elevada em crianças e adolescentes: revisão sistemática. Rev Bras Saude Matern Infant 2011; 11(4): 361-7., a quantidade de indivíduos nas diferentes faixas etárias é um fator que contribui para as diferentes prevalências descritas pelos estudos3434. Christofaro DGD, Andrade SM, Fernandes RA, Cabrera MAS, Dias RMR. Prevalência de pressão arterial elevada em crianças e adolescentes: revisão sistemática. Rev Bras Saude Matern Infant 2011; 11(4): 361-7.. Dos trabalhos analisados, 28,6%1414. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. , 1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66. , 2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81. , 2525. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. , 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81. demonstraram as prevalências estratificadas por faixa etária, sendo evidenciado pela maioria, que a distribuição percentual de PAE elevada, segundo a faixa etária, aumentou com a idade1414. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66. , 2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81. , 2525. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. , 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81.. No entanto, no estudo de Monego et al.1818. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45., que incluiu crianças e adolescentes (7 a 14 anos), tal relação não foi evidenciada uma vez que as maiores prevalências de PAE elevada ficaram concentradas na faixa etária de crianças (7 a 10 anos). Já em estudo realizado por Gomes et al.2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81., que usou apenas a população adolescente (14 a 20 anos), foi demonstrado o aumento do percentil com a idade, no qual foram encontrados os valores de 14,9% na faixa etária de 14 e 15 anos a 18,8% na de 18 a 20 anos. Tal relação, semelhante à encontrada por Romanzini et al.2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81., que também abordou apenas adolescentes, é possivelmente decorrente das alterações hormonais e na composição corporal observadas nessa fase da vida.
A maioria dos estudos optou pela utilização de inquéritos escolares. Essa metodologia tem sido adotada pela facilidade de acesso a essa população. Os resultados do estudo indicaram que nos inquéritos escolares a prevalência variou de 2,5 a 30,9%, já nos estudos domiciliares foram descritas prevalências variando de 12,3 a 17,9%, indicando dados mais homogêneos nos estudos domiciliares. A maior variabilidade nos estudos de base escolar pode ser decorrente da influência de fatores relacionados à escola nos estudantes. De fato, fatores que sabidamente influenciam os níveis de PA como o clima, o acesso aos alimentos e os espaços disponíveis para a prática de atividade física na escola exercem influência em todos os estudantes. Como os estudos sobre essa temática incluem diferentes escolas, essa influência acaba acarretando variabilidade dos resultados. Em contrapartida, nos estudos domiciliares a influência da escola acaba sendo minimizada, pois são incluídos estudantes de maior número de escolas.
Por meio desta revisão foi possível identificar que os critérios utilizados para determinar os níveis elevados de PA foram diferentes entre os estudos. De fato, enquanto alguns estudos utilizaram o percentil acima de 90 como ponto de corte para definição de PAE elevada88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90. , 1717. Mendes MJFL, Alves JGB, Alves AV, Siqueira PP, Freire EFC. Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais. Rev Bras Saude Mater Infant 2006; 6(Suppl. 1): s49-s54. , 2424. Leite N, Moser DC, Góes SM, Cieslak F, Milano GE, Stefanello JMF. Medidas hipertensivas e excesso de peso em escolares da rede pública de Curitiba-PR. Fisioter Mov 2009; 22(4): 477-87. , 2626. Romanzini M, Reichert FF, Lopes Ada S, Petroski EL, de farias Júnior JC. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Cad Saude Publica 2008; 24(11): 2573-81. , 2828. Vieira MA, Carmona DPD, Anjos LA, Souza T, Espinosa MM, Ribeiro RLR. Pressão arterial de crianças e adolescentes de escolas públicas de Cuiabá, Mato Grosso. Acta Paul Enferm 2009; 22(1): 473-5. , 2929. Ribeiro RQ, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006; 86(6): 408-18., outros utilizaram o percentil para maiores de 18 anos1515. Costa RS, Sichieri R. Relação entre sobrepeso, adiposidade e distribuição de gordura com a pressão arterial de adolescentes no município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol 1998; 1(3): 268-279. , 1919. Oliveira RG, Lamounier JA, Oliveira AD, Castro MD, Oliveira JS. Pressão arterial em escolares e adolescentes: O estudo de Belo Horizonte. J Pediatr (Rio J) 1999; 75(4): 256-66., diferente do que é preconizado pelas VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão que indica que a pressão de um indivíduo com idade de 1 a 17 anos é considerada normal se tiver valores abaixo do percentil 90, desde que inferiores a 120/80 mmHg; entre os percentis 90 e 95, será considerada limítrofe ou pré-hipertensão, quando iguais ou superiores ao percentil 95, como hipertensão arterial3535. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2006; 1-48., conforme protocolo utilizado em 66,7% dos estudos pertencentes à atual pesquisa77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. , 1111. Freitas RW, Silva AR, Araújo MF, Marinho NB, Damasceno MM, Oliveira MR. Prática de atividade física por adolescentes de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm 2010; 63(3): 410-5. , 1414. Cândido A, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, et al. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr 2009; 168(11): 1373-82.
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22. Silva MA, Rivera IR, Ferraz MR, Pinheiro AJ, Alves SW, Moura AA, et al. Prevalência de Fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arq Bras Cardiol 2005; 84(5): 387-92. - 2323. Gomes Bda M, Alves JG. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em estudantes de Ensino Médio de escolas públicas da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2006. Cad Saude Publica 2009; 25(2): 375-81. , 2525. Moura AA, Silva MAM, Ferraz MRMT, Rivera IR. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e adolescentes de Maceió. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(1): 35-40. , 2727. da Silva AC, Rosa AA. Blood pressure and obesity of children and adolescents association with body mass index and waist circumference. Arch Latinoam Nutr 2006; 56(3): 244-50. , 2929. Ribeiro RQ, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006; 86(6): 408-18..
De acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial44. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2010. p. 1-51. para o diagnóstico da HAS, é necessário que uma série de procedimentos sejam realizados. Os resultados do presente estudo indicaram correlação negativa significante entre o escore da qualidade da medida da PA e a prevalência de PAE elevada ou HAS. Esses resultados sugerem que a prevalência de PAE elevada ou HAS observada nos estudos pode ter sido superestimada em virtude da não realização dos procedimentos recomendados para a medida da PA.
Dentre os fatores que parecem ter maior influência nos dados de PA, a quantidade de medidas realizadas parece ser muito importante. De fato, enquanto nos estudos que utilizaram 3 medidas a maior prevalência encontrada foi 14,2%1313. Almeida FA, Yoshizumi AM, Mota AC, Fernandes, APM, Gushi AC, Nakamoto AYK, et al. Distribuição dos valores pressóricos e prevalência de hipertensão arterial em jovens de escolas do ensino médio em Sorocaba, SP. J Bras Nefrol 2003; 25(4): 179-86., nos estudos que utilizaram duas medidas ou menos a prevalência identificada chegou a 30,9%88. Sakamoto FY, Marcon SS, Oliveira AAB, Nardo Junior N. Relação da hipertensão, sobrepeso e aptidão física em estudantes do ensino médio, Maringá-PR. Ciên Cuid Saúde 2007; 6(3): 285-90.. Um dos estudos incluídos nessa revisão3636. Borges LM, Peres MA, Horta BL. Prevalência de níveis pressóricos elevados em escolares de Cuiabá, Mato Grosso. Rev Saude Publica 2007; 41(4): 530-8. observou prevalência de PAE elevada de 8,7% na primeira medida e 2,3% na 3ª medida da PA. Outra variável que tem grande influência nas estimativas da PAE elevada é o número de dias em que a medida foi realizada. Rezende et al.77. Rezende DF, Scarpelli RAB, Souza GF, Costa JO, Scarpelli AM, Scarpelli PA, et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14 years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999. Arq Bras Cardiol 2003; 81(4): 381-6. obtiveram prevalências de 16,6; 4,6 e 2,5% para as medidas da PA aferidas no primeiro, segundo e terceiro dia, respectivamente. Assim, recomenda-se cautela na análise dos estudos que realizaram apenas uma medida no mesmo dia ou realizaram medidas em apenas um dia, visto que, esses dois fatores estão diretamente relacionados com a superestimação na prevalência de PAE elevada ou HAS.
Os resultados dos estudos incluídos nesta revisão apontaram para a presença de PA elevada já na infância e adolescência. Em termos práticos, esses resultados sugerem que os gestores e profissionais da área da saúde devem elaborar ações de promoção à saúde que possam ser aplicados desde as primeiras idades.
Uma limitação do presente estudo foi a utilização de um escore para a classificação da qualidade dos estudos que não foi previamente validado. Apesar dos itens utilizados para elaboração do escore terem sido estabelecidos de acordo com os protocolos para a medida da PA recomendados na literatura, é possível que, apesar de lógico, os pesos dados a cada item possam ter algum viés.
Conclusão
Com base na presente revisão, foi evidenciado que a grande variação relacionada à prevalência de PAE elevada pode ser atribuída, pelo menos em parte, à qualidade dos procedimentos utilizados para a medida da PA.
Além disso, disparidades regionais devem ser minimizadas, com estímulo a estudos nas regiões Centro-oeste e Norte. Outra observação importante é que os resultados sejam estratificados por faixa etária uma vez que evidências demonstram diferenças nas prevalências de PAE elevada entre crianças e adolescentes. Ademais, estudos domiciliares devem ser estimulados para o conhecimento dos fatores de risco relacionados às crianças e aos adolescentes que se encontram fora da escola, fornecendo indicativos para que possíveis políticas públicas e ações de promoção da saúde possam ser elaboradas para essa população como um todo, contribuindo dessa forma para a prevenção da instalação deste fator de risco cardiovascular na vida adulta.
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- 18Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol 2006; 87(1): 37-45.
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
Dez 2013
Histórico
- Recebido
29 Dez 2012 - Revisado
26 Mar 2013 - Aceito
05 Jun 2013