Prevalência e fatores associados ao diabetes em idosos no município de Viçosa, Minas Gerais

Nayla Cordeiro Vitoi Aline Siqueira Fogal Clarissa de Matos Nascimento Sylvia do Carmo Castro Franceschini Andréia Queiroz Ribeiro Sobre os autores

RESUMO:

Objetivo:

Avaliar a prevalência e os fatores associados ao diabetes em idosos, bem como verificar a concordância entre o uso de medicamentos para diabetes e a informação referida sobre a doença.

Métodos:

Estudo epidemiológico transversal realizado na cidade de Viçosa, Minas Gerais, com 621 idosos com 60 anos ou mais, selecionados a partir de amostragem aleatória simples. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário semiestruturado que constava de perguntas sobre condições sociodemográficas, estilo de vida, condições de saúde e estado nutricional. Foram aferidos peso e altura, além do perímetro da cintura. A variável dependente do estudo foi o diabetes autorreferido. A análise da associação entre as diversas variáveis explicativas e a presença de diabetes foi feita por meio da regressão de Poisson com variância robusta simples e múltipla. Nas análises bivariadas foi utilizado o valor p < 0,25 para inclusão das variáveis na análise de regressão múltipla hierarquizada e, no modelo final, permaneceram as associações cujas variáveis apresentaram associação com o desfecho com valor p < 0,05.

Resultados:

A prevalência de diabetes foi de 22,4%. A análise múltipla hierarquizada evidenciou como fatores independentemente e positivamente associados ao diabetes: gênero, autopercepção da saúde, história de hipertensão e/ou dislipidemias, polifarmácia e obesidade abdominal. A escolaridade se manteve negativamente associada à presença de diabetes.

Conclusão:

Os resultados obtidos são similares aos de outros estudos conduzidos no país, sugerindo que os fatores associados ao diabetes entre idosos são semelhantes em todo o país. Ainda, observou-se moderada concordância entre o uso de medicamentos para diabetes e a informação referida sobre a doença, o que sugere o uso da última como método alternativo de investigação quando não se dispuser de outra forma de avaliação.

Palavras-chave:
Idoso; Diabetes mellitus; Doença crônica; Prevalência; Saúde do idoso; Envelhecimento da população.

INTRODUÇÃO

O conhecimento do processo saúde-doença e seus determinantes na população idosa tem assumido importância crescente no âmbito das pesquisas em saúde no Brasil. Esse fato está relacionado ao fenômeno do envelhecimento populacional, o qual delineia uma série de desafios para a garantia de adequadas condições de vida a esse grupo etário crescente11. Lima-Costa MF, Matos DL, Camargos VP, Macinko J. Tendências em dez anos das condições de saúde de idosos brasileiros: evidências da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1998, 2003, 2008). Ciênc Saúde Coletiva 2011; 16(9): 3689-96..

As modificações no perfil demográfico brasileiro são acompanhadas de mudanças no perfil epidemiológico. Atualmente, há predomínio de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), principalmente em faixas etárias mais avançadas, dentre as quais se destaca o diabetes; que representam um importante problema de saúde pública com alta morbidade, mortalidade e repercussões econômicas significativas22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica nº 19. Série A. Normas e manuais técnicos. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 33. Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Transição demográfica: a experiência brasileira. Epidemiol Serv Saúde 2012; 21(4): 539-48..

O diabetes mellitus (DM) configura-se como uma epidemia mundial. Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 346 milhões de pessoas sejam diabéticas; em 2030, estima-se que as mortes por essa condição crônica dobrem em relação a 200544. World Health Organization (WHO). Diabetes. Fact sheet nº 312. 2011. [Internet]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/index.html (Acessado em 20 de janeiro de 2014).
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. A estimativa atual do total de portadores de DM com idade entre 20 e 79 anos no Brasil é de 11,9 milhões, equivalendo a quase 6% da população brasileira55. International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas. 6th ed. 2013.. Na população idosa brasileira, a prevalência de DM é de 16,1%66. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2010). Síntese de Indicadores 2009. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv42820.pdf (Acessado em: 16 agosto de 2015).
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Diferentes fatores de risco para o DM têm sido apontados na literatura, como história familiar da doença, etnia e aumento da idade. Outros fatores estão relacionados com a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade, sendo esses os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do DM em todo o mundo77. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 3 ed. Itapevi; 2009. 88. Naranjo AA, Rodríguez ÁY, Llera RE, Aroche R. Diabetes risk in a Cuban primary care setting in persons with no known glucose abnormalities. MEDICC Rev 2013; 15(2): 16-9. 99. Marinho NBP, Vasconcelos HCA, Alencar AMPG, Almeida PC, Damasceno MMC. Risco para diabetes mellitus tipo 2 e fatores associados. Acta Paul Enferm 2013; 26(6): 569-74..

Embora sabidamente crescente no mundo, pouco se conhece sobre a prevalência dessa condição em cidades que não sejam capitais brasileiras. As diferenças sociais, econômicas e culturais são claras entre as diversas populações brasileiras e a efetividade dos programas e campanhas de prevenção do DM são influenciadas por essas diferentes realidades1010. Lyra R, Silva RS, Montenegro Jr RM, Matos MVC, Cézar NJB, Maurício-da-Silva L. Prevalência de diabetes melito e fatores associados em população urbana adulta de baixa escolaridade e renda do sertão nordestino brasileiro. Arq Bras Endocrinol Metab 2010; 54(6): 560-6. 1111. Viegas-Pereira APF, Rodrigues RN, Machado CJ. Fatores associados à prevalência de diabetes auto-referido entre idosos de Minas Gerais. Rev Bras Estud Popul 2008; 25(2): 365-76..

Um dos motivos para o desconhecimento da prevalência é a dificuldade de sua determinação por meio da mensuração da glicemia e o uso de hipoglicemiantes, que geram custos e dificuldades operacionais1212. Genuth S, Alberti KG, Bennett P, Buse J, Defronzo R, Kahn R, Kitzmiller J, et al. Follow-up report on the diagnosis ofdiabetes mellitus. Diabetes Care 2003; 26(11): 3160-7.. Uma alternativa é a utilização da informação autorreferida, que é obtida rapidamente e possui baixo custo, viabilizando a sua adoção em estudos populacionais. Porém, em decorrência de alguns vieses - desconhecimento da informação de interesse pelo respondente, viés de memória e o desejo de não informar que possui a doença ou o fato dela ainda não ter sido diagnosticada - há a necessidade de se avaliar a confiabilidade do diabetes autorreferido1313. De Bruin A, Picavet HS, Nossikov A. Health interview surveys: towards international harmonization of methods and instruments. WHO Reg Publ Eur Ser 1996; 58(1-13): 1-161. 1414. Goldman N, Lin IF, Weinstein M, Lin YH. Evaluating the quality of self-reports of hypertension and diabetes. J Clin Epidemiol 2003; 56(2): 148-54..

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e os fatores associados ao diabetes autorreferido em idosos, bem como verificar a concordância entre o uso de medicamentos para DM e a informação referida sobre a doença.

MÉTODOS

DESENHO E SUJEITOS

Estudo epidemiológico transversal (inquérito domiciliar), realizado no município de Viçosa, Minas Gerais, durante o ano de 2009.

Foram estudados 621 idosos com idade de 60 ou mais anos, da zona urbana e rural, selecionados a partir de amostragem aleatória simples da população de referência de 7.980 idosos.

Os idosos foram recenseados durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, no período de abril a maio de 2008. Posteriormente, foram obtidos o banco de dados dos Servidores da Universidade Federal de Viçosa, ativos e aposentados, os cadastros dos idosos do Programa de Saúde da Família (PSF), do serviço de fisioterapia municipal, do centro de saúde da mulher, serviço psicossocial, unidade de atendimento, HiperDia e Policlínica, os quais foram confrontados entre si. Essa junção dos bancos objetivou identificar os idosos não participantes da campanha de vacinação de 2008 para complementar a base cadastral. Após a junção dos bancos, o registro de pessoas com 60 anos e mais totalizou 7.980, que serviu de base para a obtenção da amostra. Não fizeram parte do presente estudo os idosos institucionalizados.

O cálculo do tamanho amostral foi realizado considerando a população de referência de 7.980 idosos, nível de confiança de 95%, prevalência estimada de 50% para diferentes desfechos de interesse do estudo e 4% de erro tolerado. A partir desses parâmetros, a amostra mínima final seria de 558 idosos, à qual se acrescentou 20% para cobrir possíveis perdas, totalizando 670 idosos a serem estudados. Devido a perdas por recusas, falecimento ou outros motivos (7,3%), foram efetivamente estudados 621 idosos.

COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados foi utilizado como instrumento um questionário semiestruturado, testado em fase piloto. As entrevistas foram domiciliares e, preferencialmente, pré-agendadas. Duplas de entrevistadores, previamente treinados, localizavam os domicílios e visitavam os idosos com o objetivo de explicar os objetivos da pesquisa. Esses eram então convidados a participar e agendava-se dia e horário para os que aceitavam.

A coleta de dados foi realizada por cinco duplas de entrevistadores. Esses foram devidamente treinados, previamente à realização da coleta de dados. Essa etapa constou de quatro dias de treinamento, sendo que as duplas aplicaram questionários e realizaram as medidas antropométricas entre elas com um observador para monitorar e avaliar o desempenho.

As informações foram obtidas usando-se um questionário semiestruturado com a maioria das perguntas fechadas e pré-codificadas. O questionário era aplicado diretamente ao idoso, mas caso ele expressasse alguma dificuldade o respondente próximo (familiar ou cuidador) o auxiliava. Cerca de 25,7% dos idosos foram auxiliados em alguma seção do questionário por apresentarem déficit cognitivo ou de comunicação, sendo a grande maioria dos auxílios prestada por familiares (95%).

VARIÁVEIS DO ESTUDO

A variável dependente deste estudo foi o DM, obtido pela seguinte pergunta: "Alguma vez um médico ou outro profissional de saúde disse que o(a) Sr.(a) tem diabetes?" As variáveis independentes analisadas foram: características sociodemográficas (sexo, faixa etária e escolaridade); características de estilo de vida (tabagismo e prática de atividade física), condições de saúde (percepção da própria saúde, número de consultas realizadas no último ano, história de hipertensão arterial, dislipidemias e/ou doença renal, uso de medicamentos nos últimos 15 dias) e estado nutricional (excesso de peso e obesidade abdominal).

A investigação acerca da prática de atividade física foi autorreferida (sim ou não) e restrita àquela realizada regularmente, pelo menos 20 minutos, 3 vezes por semana, desconsiderando outras dimensões de atividades realizadas em meio doméstico, no trabalho e no deslocamento.

O índice de massa corporal (IMC) foi usado para caracterizar os idosos quanto ao estado nutricional e classificado de acordo com os pontos de corte para idosos propostos por Lipschitz1515. Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care 1994; 21(1) :55-67.: baixo peso < 22 kg/m²; eutrofia entre 22 e 27 kg/m²; e excesso de peso > 27 kg/m².

O perímetro da cintura foi usado para detectar obesidade abdominal, sendo uma medida considerada preditora de risco cardiovascular1616. World Health Organization (WHO). Waist circumference and waist-hip ratio: report of a WHO expert consultation. Geneva: WHO; 2011. . Os pontos de corte adotados foram os preconizados por Lean et al.1717. Lean ME, Han TS, Morrison CE. Waist circumference as a measure for indicating need for weight management. BMJ 1995; 311(6998): 158-61. e recomendados pela OMS1818. World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation (WHO Ttechnical Report Series).; Geneva: WHO 1998., de acordo com o grau de risco para doenças associadas à obesidade: risco aumentado para mulheres ≥ 80 cm e para homens ≥ 94 cm; e risco muito aumentado para mulheres ≥ 88 cm e para homens ≥102 cm.

Foi identificado o uso de medicamentos nos 15 dias anteriores à entrevista, sendo coletadas as informações referentes à identificação dos medicamentos utilizados nesse período; tempo de uso dos medicamentos, frequência e duração do uso desses medicamentos; e origem da prescrição/indicação. A maioria dos medicamentos teve seu uso comprovado por bulas, embalagens e/ou prescrições apresentadas pelos participantes.

Todos os medicamentos consumidos e relatados foram transcritos para os respectivos nomes genéricos. Posteriormente, foi realizada a classificação dos medicamentos antidiabéticos com base na classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC)1919. World Health Organization (WHO). The Anatomical Therapeutic Chemical Classification System with Defined Daily Doses (ATC/DDD). [Internet]. 2003. Disponível em: http://www.who.int/classifications/atcddd/en/ (Acessado em: 20 de fevereiro de 2014).
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ANÁLISE DOS DADOS

Inicialmente, foi realizada análise descritiva dos dados. Estimou-se, ainda, a prevalência de DM na amostra e seu respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%). A análise da associação entre as diversas variáveis independentes e o DM foi verificada pelo teste do χ2 de Pearson e χ2 de tendência linear com nível de significância de 5%; e da regressão de Poisson simples com variância robusta, para estimar as razões de prevalência brutas.

No modelo de regressão múltipla foram incluídas todas as variáveis que apresentaram um valor p < 0,25; permitindo assim maior número de variáveis no modelo. As variáveis explicativas foram incluídas usando abordagem hierárquica em três níveis: variáveis sociodemográficas no nível distal; variáveis de estilo de vida no nível intermediário; e variáveis de condição de saúde e estado nutricional no nível proximal (Figura 1).

Figura 1:
Modelo hierárquico para determinação do diabetes.

De acordo com a proposta hierarquizada, uma vez incluídas no modelo, as variáveis foram mantidas até o final, independentemente do valor p nas etapas sucessivas. No modelo final, permaneceram as associações cujas variáveis apresentaram associação com o desfecho com valor p < 0,05.

Para avaliar a concordância entre a variável "uso de medicamentos diabéticos" e "diabetes autorreferido", foi usado o coeficiente Kappa, com a seguinte interpretação: valores maiores que 0,75 indicam excelente concordância; valores abaixo de 0,40 indicam baixa concordância; e valores situados entre 0,40 e 0,75 representam concordância moderada2020. Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics 1977; 33(1): 159-74..

As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do software Stata 11.

PROCEDIMENTOS ÉTICOS

A entrevista foi realizada após a assinatura do Termo de Consentimento pelo idoso ou seu cuidador, e o protocolo da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, processo nº 027/2008.

RESULTADOS

Foram estudados 621 idosos, sendo a maioria (53,3%) do sexo feminino. A idade variou entre 60 e 98 anos, com mediana de 69 anos e média de 70,8 anos, sendo o desvio padrão (DP) de 8,06 anos. Cerca de metade dos idosos estava na faixa de 60 a 69 anos (50,1%). A maioria relatou ter estudado até as séries iniciais do ensino fundamental (64,0%) (Tabela 1).

Tabela 1:
Prevalência e razão de prevalência de diabetes autorreferido, segundo variáveis sociodemográficas e de estilo de vida dos idosos. Viçosa, MG, 2009.

A prevalência de diabetes autorreferido foi de 22,4% (IC95% 18,8 - 26,4). Dentre as variáveis sociodemográficas, o sexo e o grau de escolaridade estiveram estatisticamente associados ao DM. Foi verificada maior prevalência da morbidade entre mulheres e entre aqueles que tinham menos anos de estudo. A maioria dos idosos relatou não praticar atividade física (70%) e nunca ter fumado (55,7%), não tendo sido observada associação significante entre essas variáveis e diabetes autorreferido (Tabela 1).

Observou-se associação significante entre todos os indicadores de condição de saúde e estado nutricional selecionados e a presença de diabetes autorreferido. A prevalência de auto-avaliação negativa da saúde e de excesso de peso foi maior entre os diabéticos do que entre os não diabéticos (Tabela 2).

Tabela 2:
Prevalência e razão de prevalência de diabetes autorreferido, segundo variáveis de condição de saúde e estado nutricional dos idosos. Viçosa, MG, 2009.

Entre os idosos entrevistados, 45,0% apresentavam excesso de peso à época da pesquisa. A prevalência de DM nesses idosos foi 55% superior em relação aos indivíduos eutróficos. Na aferição do perímetro da cintura, houve uma perda de 3,9% das medidas devido a condições que impediram sua mensuração (indivíduos acamados) e ou recusa. Verificou-se que 38,2% dos idosos possuíam perímetro da cintura muito elevado, sendo que desses, 31,1% eram diabéticos, resultando numa prevalência de DM três vezes maior do que aquela entre idosos com valores de perímetro da cintura ≤ 94 cm e ≤ 80 cm para homens e mulheres, respectivamente (Tabela 2).

Entre os 97 idosos que usaram medicamentos antidiabéticos nos 15 dias anteriores à entrevista, 94 (96,9%) referiram história de DM. Entre os 139 idosos que relataram história de DM, 45 (32,4%) não faziam uso de hipolipemiantes. O coeficiente Kappa obtido foi de 0,75 (IC95% 0,68 - 0,82), evidenciando uma concordância moderada a elevada entre as duas variáveis.

A análise múltipla hierarquizada evidenciou como fatores independentemente e positivamente associados ao DM o gênero, a autopercepção da saúde, história de hipertensão e/ou dislipidemias, polifarmácia e obesidade abdominal. A escolaridade se manteve negativamente associada à presença de DM (Tabela 3).

Tabela 3:
Prevalência e razão de prevalência de diabetes autorreferido, segundo as variáveis de interesse na análise de regressão múltipla hierarquizada. Viçosa, MG, 2009.

DISCUSSÃO

Neste estudo, a prevalência de diabetes autorreferido em idosos foi estimada em 22,4%, sendo superior ao observado em outros estudos1111. Viegas-Pereira APF, Rodrigues RN, Machado CJ. Fatores associados à prevalência de diabetes auto-referido entre idosos de Minas Gerais. Rev Bras Estud Popul 2008; 25(2): 365-76. 2121. Ali MK, McKeever Bullard K, Imperatore G, Barker L, Gregg EW. Characteristics associated with poor glycemic control among adults with self-reported diagnosed diabetes: National Health and Nutrition Examination Survey, United States, 2007-2010. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2012; 61(Suppl): 32-7. 2222. Francisco PMSB, Belon AP, Barros MBA, Carandina L, Alves MCGP, Goldbaum M, et al. Diabetes auto-referido em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle. Cad Saúde Pública 2010; 26(1): 175-84. 2323. Oba S, Nagata C, Nakamura K, Takatsuka N, Shimizu H. Self-reported diabetes mellitus and risk of mortality from all causes, cardiovascular disease, and cancer in Takayama: a population-based prospective cohort study in Japan. J Epidemiol 2008; 18(5): 197-203. 2424. Pelegrini A, Coqueiro RS, Petroski EL, Benedetti TRB. Diabetes mellitus auto-referido e sua associação com excesso de peso em idosos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum (Online) 2011; 13(6): 442-7.. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) , a prevalência de DM na população idosa no Brasil é de 16,1%66. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2010). Síntese de Indicadores 2009. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv42820.pdf (Acessado em: 16 agosto de 2015).
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Em relação às características sociodemográficas, houve uma maior prevalência de DM entre as mulheres, conforme observado por outros estudos no Brasil1111. Viegas-Pereira APF, Rodrigues RN, Machado CJ. Fatores associados à prevalência de diabetes auto-referido entre idosos de Minas Gerais. Rev Bras Estud Popul 2008; 25(2): 365-76. 2525. Silva RCP, Simões MJS, Leite AA. fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos com diabetes mellitus tipo 2. Rev Ciênc Farm Básica Apl 2007; 28(1): 113-21.. Uma explicação possível para esses resultados seriam as maiores proporções de desconhecimento da presença da doença entre os homens e maior frequência das mulheres nos serviços de saúde2626. Gomes R, Moreira MCN, Nascimento EF, Rebello LEFS, Couto MT, Schraiber LB. Os homens não vêm! Ausência e/ou invisibilidade masculina na atenção primária. Ciênc Saúde Coletiva 2011; 16(Suppl 1): 983-92.. As alterações hormonais associadas ao climatério parecem responder pela maior prevalência de DM em mulheres do que em homens, a partir dos 50 anos de idade2727. Kim C. Does menopause increase diabetes risk? Strategies for diabetes prevention in midlife women. Womens Health (Lond Engl) 2012; 8(2): 155-67..

No presente estudo, níveis educacionais mais altos associaram-se inversamente à ocorrência de DM, assim como em outros estudos1010. Lyra R, Silva RS, Montenegro Jr RM, Matos MVC, Cézar NJB, Maurício-da-Silva L. Prevalência de diabetes melito e fatores associados em população urbana adulta de baixa escolaridade e renda do sertão nordestino brasileiro. Arq Bras Endocrinol Metab 2010; 54(6): 560-6. 1111. Viegas-Pereira APF, Rodrigues RN, Machado CJ. Fatores associados à prevalência de diabetes auto-referido entre idosos de Minas Gerais. Rev Bras Estud Popul 2008; 25(2): 365-76. 2828. Passos VM, Barreto SM, Diniz LM, Lima-Costa MF. Type 2 diabetes: prevalence and associated factors in a Brazilian community: the Bambuí health and aging study. Sao Paulo Med J 2005; 123(2): 66-71.. O baixo grau de escolaridade pode limitar o acesso a informações em saúde e dificultar a compreensão das orientações sobre prevenção e/ou tratamento do DM, implicando em menor controle adequado e risco de complicações. Esse fato é especialmente relevante no Brasil, onde a taxa de analfabetismo entre idosos ainda é elevada: 30,7% dos idosos brasileiros têm menos de um ano de instrução66. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2010). Síntese de Indicadores 2009. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv42820.pdf (Acessado em: 16 agosto de 2015).
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Quanto à faixa etária, houve um aumento não significante da prevalência de DM com o aumento da idade. Esse resultado está em consonância com o observado por outros estudos nacionais1111. Viegas-Pereira APF, Rodrigues RN, Machado CJ. Fatores associados à prevalência de diabetes auto-referido entre idosos de Minas Gerais. Rev Bras Estud Popul 2008; 25(2): 365-76. 2121. Ali MK, McKeever Bullard K, Imperatore G, Barker L, Gregg EW. Characteristics associated with poor glycemic control among adults with self-reported diagnosed diabetes: National Health and Nutrition Examination Survey, United States, 2007-2010. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2012; 61(Suppl): 32-7. 2222. Francisco PMSB, Belon AP, Barros MBA, Carandina L, Alves MCGP, Goldbaum M, et al. Diabetes auto-referido em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle. Cad Saúde Pública 2010; 26(1): 175-84. 2929. Gündogan K, Bayram F, Capak M, Tanriverdi F, Karaman A, Ozturk A, et al. Prevalence of metabolic syndrome in the Mediterranean region of Turkey: evaluation of hypertension, diabetes mellitus, obesity, and dyslipidemia. Metab Syndr Relat Disord. 2009; 7(5): 427-34. .

A grande maioria dos idosos entrevistados não realizava atividade física. Foi observado ainda um ligeiro aumento, embora não significante, na prevalência de DM entre os indivíduos que praticam atividade física, fato que pode ter ocorrido devido à orientações para melhora das condições de saúde desses idosos. O exercício físico resulta em melhoras significativas para os portadores de DM tipo 2, como a redução da glicemia após a realização de exercício, redução da glicemia de jejum, da hemoglobina glicada, bem como melhora da função vascular77. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 3 ed. Itapevi; 2009. 3030. Ockene IS, Tellez TL, Rosal MC, Reed GW, Mordes J, Merriam PA, et al. Outcomes of a Latino community-based intervention for the prevention of diabetes: the Lawrence Latino Diabetes Prevention Project. Am J Public Health 2012; 102(2): 336-42..

O IMC mostrou-se significantemente associado ao DM, o que replica os achados de diversos estudos que registram uma relação estatisticamente significante entre obesidade e incidência ou prevalência de DM entre idosos2222. Francisco PMSB, Belon AP, Barros MBA, Carandina L, Alves MCGP, Goldbaum M, et al. Diabetes auto-referido em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle. Cad Saúde Pública 2010; 26(1): 175-84. 2727. Kim C. Does menopause increase diabetes risk? Strategies for diabetes prevention in midlife women. Womens Health (Lond Engl) 2012; 8(2): 155-67. 3030. Ockene IS, Tellez TL, Rosal MC, Reed GW, Mordes J, Merriam PA, et al. Outcomes of a Latino community-based intervention for the prevention of diabetes: the Lawrence Latino Diabetes Prevention Project. Am J Public Health 2012; 102(2): 336-42.. Além da prevalência aumentada de excesso de peso geral, verificou-se alta prevalência de obesidade abdominal entre os idosos diabéticos. A obesidade abdominal associa-se a importantes alterações cardiovasculares e metabólicas, como dislipidemias, intolerância à glicose ou DM e hipertensão arterial, sendo considerada mais relevante no diagnóstico de indivíduos com elevação do risco à saúde do que a adiposidade geral3131. World Health Organization (WHO). Waist circumference and waist-hip ratio. Report of a WHO Expert Consultation.; Geneva: WHO 2008..

Em relação aos indicadores das condições de saúde, foi encontrada associação significante entre todas as variáveis e o diabetes autorreferido. A mensuração do estado de saúde é bastante difícil, já que engloba diversos aspectos da vida do indivíduo, mas a autopercepção da saúde tem se mostrado um método subjetivo confiável, robusto e abrangente, sendo útil inclusive na predição de risco de mortalidade. Indivíduos que percebem sua saúde como ruim ou muito ruim apresentam maior risco de mortalidade por todas as causas de morte em comparação com aqueles que relatam ter uma saúde excelente3232. DeSalvo KB, Bloser N, Reynolds K, He J, Muntner P. Mortality prediction with a single general self-rated health question: a meta-analysis. J Gen Intern Med 2006; 21(3): 267-75..

A maior frequência de consultas ao médico esteve associada à presença de DM e aponta para a maior utilização de consultas entre os portadores de problemas crônicos, visto que sua maior complexidade poderia exigir um número maior de contatos médicos2828. Passos VM, Barreto SM, Diniz LM, Lima-Costa MF. Type 2 diabetes: prevalence and associated factors in a Brazilian community: the Bambuí health and aging study. Sao Paulo Med J 2005; 123(2): 66-71. 3333. Dias-da-Costa JS, Olinto MTA, Gigante DP, Menezes AMB, Macedo S, Daltoé T, et al. Utilização de serviços ambulatoriais de saúde em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: alguns fatores relacionados com as consultas médicas acima da média. Cad Saúde Pública 2008; 24(2): 353-63.. Considera-se ainda que pessoas com problemas de saúde e que avaliam negativamente seu estado de saúde tendem a se consultar com maior frequência com médicos para tratamento e acompanhamento3434. Sáez M. Factors conditioning primary care services utilization: empirical evidence and methodological inconsistencies. Gac Sanit 2003; 17(5): 412-9.. No estudo de Boing et al.3535. Boing AF, Matos IB, Arruda MP, Oliveira MC, Njaine K. Prevalência de consultas médicas e fatores associados: um estudo de base populacional no sul do Brasil. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(1): 41-6., a prevalência de consultas médicas no último ano foi 13% mais elevada entre as pessoas que autorreferiram DM e 11% maior entre aquelas que classificaram negativamente sua saúde.

O relato de hipertensão e dislipidemias pelos idosos foi alto, e a maior prevalência significativa dessas enfermidades entre os diabéticos era esperada, em face das pesquisas clínicas que comprovam a relação entre elas2222. Francisco PMSB, Belon AP, Barros MBA, Carandina L, Alves MCGP, Goldbaum M, et al. Diabetes auto-referido em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle. Cad Saúde Pública 2010; 26(1): 175-84. 2525. Silva RCP, Simões MJS, Leite AA. fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos com diabetes mellitus tipo 2. Rev Ciênc Farm Básica Apl 2007; 28(1): 113-21.. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes77. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 3 ed. Itapevi; 2009. , a hipertensão arterial e as alterações nos lipídios e lipoproteínas plasmáticas (caracteristicamente elevação de triglicerídeos e redução de colesterol HDL) se configuram como fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as quais contribuem para até 80% das mortes dos diabéticos.

No Brasil, a utilização de grande número de medicamentos é amplamente observada entre indivíduos com 60 anos ou mais3636. Ribeiro AQ, Acurcio FA, Wick JY. Pharmacoepidemiology of the elderly in Brazil: state of the art. Consult Pharm 2009; 24(1): 30-6, 41-4. 3737. Silva AL, Ribeiro AQ, Klein CH, Acurcio FA. Utilização de medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etária: um inquérito postal. Cad Saúde Pública 2012; 28(6): 1033-45.. Esses são passíveis de acometimento simultâneo de disfunções em diferentes órgãos ou sistemas e, portanto, candidatos ao multiuso de medicamentos. No presente estudo, observou-se uma maior prevalência no consumo de cinco ou mais medicamentos entre os diabéticos. Aqui, torna-se importante refletir sob quais condições a polifarmácia ocorre, tendo em vista que vários estudos têm relacionado esse fenômeno ao uso inadequado de medicamentos em idosos3838. Hajjar ER, Cafiero AC, Hanlon JT. Polypharmacy in elderly patients. Am J Geriatr Pharmacother 2007; 5(4): 345-51. 3939. Guaraldo L, Cano FG, Damasceno GS, Rozenfeld S. Inappropriate medication use among the elderly: a systematic review of administrative databases. BMC Geriatr 2011; 11: 79., podendo ser um agravante ao adequado controle do DM nessa população.

Algumas limitações do estudo podem ser apontadas. A primeira delas é o delineamento transversal, que não permite estabelecer a relação causal entre as variáveis explicativas e o desfecho. Outra limitação pode ser o fato de ter sido utilizada a variável "diabetes" por medidas de autorrelato. No entanto, a utilização de informação autorreferida é recomendada pela OMS1313. De Bruin A, Picavet HS, Nossikov A. Health interview surveys: towards international harmonization of methods and instruments. WHO Reg Publ Eur Ser 1996; 58(1-13): 1-161. e estudos comprovam que as informações obtidas sobre a presença de doenças crônicas apresentam boa concordância quando comparadas com registros médicos ou exames clínicos4040. Ferraro KF, Su YP. Physician-evaluated and self-reported morbidity for predicting disability. Am J Public Health 2000; 90(1): 103-8. 4141. Haapanen N, Miilunpalo S, Pasanen M, Oja P, Vuori I. Agreement between questionnaire data and medical records of chronic diseases in middle-aged and elderly Finnish men and women. Am J Epidemiol 1997; 145(8): 762-9. 4242. Wu SC, Li CY, Ke DS. The agreement between self-reporting and clinical diagnosis for selected medical conditions among the elderly in Taiwan. Public Health 2000; 114(2): 137-42.. Ademais, no presente estudo observou-se concordância moderada a excelente verificada por meio do teste Kappa entre o uso de medicamentos antidiabéticos e o relato de DM. Embora essa concordância não seja suficiente para validar a utilização da variável dependente "diabetes autorreferido" como método diagnóstico de DM na amostra.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos, sugere-se que os fatores associados ao DM entre idosos de municípios de pequeno porte são similares aos de outras pesquisas de âmbito nacional, sugerindo que os fatores associados ao DM são semelhantes em todo o país.

Adicionalmente, a elevada concordância observada entre o uso de medicamentos para DM e a informação referida sobre a doença sugere o uso do diabetes autorreferido como método alternativo de investigação quando não houver outra forma de avaliação.

À luz dos resultados observados, esforços devem ser feitos para a implementação e o aprimoramento de políticas e práticas para prevenção e controle do DM. Nesse sentido, as ações devem enfatizar a adesão terapêutica, a promoção de hábitos alimentares saudáveis e o estímulo à prática da atividade física entre idosos.

A despeito da elevada concordância entre o diabetes autorreferido e o uso de hipoglicemiantes observada, ainda são necessários estudos que avaliem o DM a partir de medidas mais confiáveis, como exames laboratoriais, e que, além disso, avaliem outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do DM na população idosa.

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  • Fonte de financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo 579255/2008-5 e 474689-2008-5; e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), processo 23038.039412/2008-73.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    17 Abr 2015
  • Aceito
    01 Out 2015
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
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