RESUMO
São apresentadas neste artigo as principais contribuições acadêmicas da Profa. Marlúcia Oliveira (AMO) (in memoriam), nutricionista, docente da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia, Doutora em Epidemiologia e Pesquisadora A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), no período de 1980 a 2021. A Profa. Ana acumulou, ao longo de sua carreira acadêmica, artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais; livro e capítulos de livro de sua autoria; trabalhos apresentados em eventos científicos, além de ter orientado projetos de iniciação científica, dissertações e teses. Coordenou vários projetos de pesquisa no campo da alimentação e nutrição em saúde coletiva, com foco na epidemiologia nutricional. O escopo dos assuntos abordados na sua produção científica expressou a inquietude que a mobilizava em torno da produção de conhecimentos para o enfrentamento dos complexos problemas de saúde e nutrição do Brasil. Sua forma de ser no mundo, acolhendo e cuidando das pessoas que se aproximavam em busca de oportunidades de qualificação, seu exemplo, suas palavras e ensinamentos influenciaram, e ainda influenciam, a trajetória e a formação de nutricionistas e de professores e pesquisadores na Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (ENUFBA) e em outras instituições nacionais e internacionais. Trata-se de uma pesquisadora e intelectual brasileira comprometida com a saúde das populações mais vulneráveis e com o combate contra a desnutrição e a fome no nosso país. Sua vasta e fecunda obra nos deixou um legado a ser lembrado e continuado. Alguns dos seus amigos, colegas e colaboradores prestam este tributo à sua memória e ao legado que ela deixou para todos nós e para as próximas gerações.
Palavras-chave:
Ciências da nutrição; Biografia; Docente
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo apresentar a trajetória acadêmica da Profa. Ana Marlúcia Oliveira (in memoriam) e suas importantes contribuições para o campo da alimentação e nutrição e para o combate à fome no Brasil. A Profa. doutora Ana Marlúcia Oliveira foi titular da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (ENUFBA). Ao realizarmos este registro, para além de sistematizar pelo menos parte das contribuições da professora para o ensino e a pesquisa em alimentação e nutrição na Bahia e no Brasil, estamos refazendo parte dos elementos que compõem a trajetória da própria conformação desse campo de saberes e práticas, na medida em que ela foi uma ativa agente desse percurso. Nos seus 45 anos como nutricionista, 42 destes ensinando e formando novos profissionais, ela esteve sempre presente no cerne de debates teóricos e metodológicos de maior relevância, como será apresentado neste texto. Vamos começar apresentando um pouco da biografia da Profa. Ana Marlúcia, que nasceu no interior da Bahia, em Itabuna, em 1949. Formou-se em nutrição pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1974, portanto em momento de forte repressão da ditadura militar. Já em 1977, naqueles tempos tão difíceis, partiu para fazer mestrado na Escola de Saúde Pública do México, defendendo dissertação cujo tema marcaria suas buscas como pesquisadora e militante acadêmica: a epidemiologia da desnutrição na América Latina. Em 1980, assumiu como professora na ENUFBA, da qual se aposentou em 2020; mas seguiu orientando e pesquisando até o momento em que a sua saúde não mais permitiu. Em sua trajetória, focou seus estudos nos determinantes sociais da má nutrição nos diversos ciclos da vida, particularmente na infância. O grupo materno-infantil foi uma de suas paixões, e a ele dirigiu vários estudos e a formação de nutricionistas, ao responder por anos pela disciplina “Nutrição Materno-Infantil”. Ana tinha alma e mente inquietas, de pesquisadora fora da zona de conforto, o que lhe permitiu dialogar com estudiosos de várias áreas do conhecimento sem perder o foco: a epidemiologia nutricional e a saúde e nutrição dos grupos mais vulneráveis da sociedade brasileira.
Organizamos este registro em principais temas da obra de Ana e por aspectos centrais em sua vida acadêmica: pesquisa, extensão e o ensino. Em tempos de limitada inclusão das pessoas mais pobres em uma universidade pública, Ana conseguiu esse intento e formou toda a família. Por isso e pela família ampliada que construiu com seus amigos, alunos e orientandos, este artigo não pretende ser um ato de enlevação da sua trajetória acadêmica. Neste país, em que a pesquisa em nutrição social prossegue sendo essencial, faz-se um convite a jovens nutricionistas e demais pesquisadores para que, em sua formação e prática, nos serviços e na academia, não declinem de perseguir o caminho trilhado pela Profa. Ana, de uma acadêmica comprometida com a luta pela saúde e pela alimentação como direitos fundamentais.
Das denúncias da fome, desnutrição e desigualdades às prospecções de alternativas para enfrentamento da situação
No currículo Lattes de Ana, registram-se 124 artigos científicos publicados. Por meio de análise bibliométrica foi possível compor um panorama temático da sua produção (Figura 1). Os termos identificados refletem a inquietude e as potencialidades contemporâneas delineadas no campo da alimentação e nutrição na perspectiva da saúde coletiva. O foco central da sua produção acadêmica foi o de gerar conhecimentos sobre os determinantes sociais dos complexos problemas de nutrição e saúde existentes ou potenciais e que afligem especialmente o grupo materno-infantil. Este ciclo de vida foi o grande “xodó” de Ana. No subcampo da Epidemiologia Nutricional, que engloba todo o amplo conjunto das doenças nutricionais relacionadas à carência e/ou excesso de nutrientes, Ana destacou-se, inicialmente, com os seus estudos voltados para a identificação dos fatores associados às deficiências nutricionais no binômio mãe-filho, especialmente as de ferro e vitamina A que assolavam esses grupos na época inicial dos seus estudos. Posteriormente, acompanhando a transição nutricional na população brasileira, ressaltam-se seus estudos com foco na obesidade infantil e seus determinantes.
Seus primeiros manuscritos contribuíram com a geração de conhecimentos que visavam entender o quanto os determinantes sociais, políticos e ambientais estavam associados às doenças infantis ligadas à pobreza e à fome e como elas se relacionavam (desnutrição proteico-calórica, deficiências nutricionais, doenças infecciosas e parasitárias). Ana foi pioneira em estabelecer a ideia de que a “fome era uma questão política”11. Assis AMO, Freitas MCS, Prado MS. Expropriação e fome: estudo sobre a determinação social da fome em dois municípios da Bahia. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia; 1987.. Entender, por exemplo, o impacto da diarreia sobre o estado de nutrição infantil foi tema amplamente explorado nos seus estudos nos anos de 200022. Barreto ML, Santos LM, Assis AM, Araújo MP, Farenzena GG, Santos PA, et al. Effect of vitamin A supplementation on diarrhoea and acute lower-respiratory-tract infections in young children in Brazil. Lancet 1994; 344(8917): 228-31. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(94)92998-x
https://doi.org/10.1016/s0140-6736(94)92... ,33. Assis AM, Barreto ML, Santos LM, Fiaccone R, Silva Gomes GS. Growth faltering in childhood related to diarrhea: a longitudinal community based study. Eur J Clin Nutr 2005; 59(11): 1317-23. https://doi.org/10.1038/sj.ejcn.1602245
https://doi.org/10.1038/sj.ejcn.1602245... . Com os anos, ocorreram grandes transformações em várias esferas da vida da sociedade brasileira, acompanhando o que ocorria em todo o globo, especialmente nos campos político, econômico, social, cultural e ambiental, as quais constituem os principais fatores explicativos das expressivas melhoras nas condições de saúde observadas44. Barreto ML. Desigualdades em saúde: uma perspectiva global. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22(7): 2097-108. https://doi.org/10.1590/1413-81232017227.02742017
https://doi.org/10.1590/1413-81232017227... . O cenário epidemiológico foi sofrendo mudanças importantes. Com o aumento real do salário-mínimo, melhorias na educação, políticas governamentais de proteção social e outras políticas públicas pró-equidade implementadas após a democratização e, de forma mais intensa, a partir do primeiro governo Lula, a desnutrição e a mortalidade na infância caíram de forma acentuada e a expectativa de vida aumentou com mais qualidade55. Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Ministério da Saúde. Mortalidade Infantil. ONU: Brasil cumpre meta de redução da mortalidade infantil [Internet]. 2015 [acessado em 15 jun. 2023]. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/09/onu-brasil-cumpre-meta-de-reducao-da-mortalidade-infantil
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-jus... . Assim, no campo da nutrição e da saúde, o país enfrentava novos e difíceis desafios. Por exemplo, na última década, a taxa de obesidade no país quase dobrou, e a parcela de pessoas com sobrepeso praticamente triplicou66. Monteiro CM, Louzada MLC. Ultraprocessamento de alimentos e doenças crônicas não transmissíveis: implicações para políticas públicas. In. Nogueira RP, Santana JP, Rodrigues VA, Oliveira ZV. Observatório internacional de capacidades humanas, desenvolvimento e políticas públicas: estudos e análises. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2015. p. 167-80. Simultaneamente, a disponibilidade crescente de alimentos industrializados, altamente calóricos e pobres em nutrientes, gerava um novo tipo de desnutrição, caracterizado por pessoas com sobrepeso e, ao mesmo tempo, estado nutricional precário (paradoxo nutricional brasileiro)77. Assis AMO, Barreto ML. Epidemiologia nutricional. In: Almeida Filho N, Barreto ML, orgs. Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplicações. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda; 2011. p. 593-9,88. Batista Filho M, Assis AMO, Kac G. Transição nutricional: conceito e características. In: Kac G, Sichieri R, Gigante DP, orgs. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Atheneu; 2007. p. 445-60. Diante deste novo quadro epidemiológico, a Profa. Ana buscou formular novas hipóteses e estudar várias estratégias para mostrar quanto os procedimentos e as intervenções praticadas (promoção de práticas e hábitos saudáveis) poderiam ser eficazes ou efetivos para a promoção da saúde e de um peso saudável; agora explorando o tema em crianças e adolescentes99. Barreto SM, Pinheiro ARO, Sichieri R, Monteiro CA, Batista Filho M, Schimidt MI, et al. Análise da estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiol Serv Saúde 2005; 14(1): p. 41-68. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742005000100005
https://doi.org/10.5123/S1679-4974200500... . Essa mudança se refletiria nas pesquisas e publicações de Ana, que passava a explorar temas relacionados à obesidade e às doenças relacionadas à alimentação, especialmente entre adolescentes, grupo em que as escolhas alimentares são fortemente influenciadas por questões sociais e ambientais1010. Assis AMO, Portela ML, Santos SS, pinheiro SMC. Diagnóstico de saúde e nutrição da população de Mutuípe. Salvador: EDUFBA; 2002.
Com o advento da pandemia de COVID-19, foi uma das primeiras pesquisadoras a explorar o tema no campo da segurança alimentar e nutricional1111. Pereira M, Oliveira AM. Poverty and food insecurity may increase as the threat of COVID-19 spreads. Public Health Nutr 2020; 23(17): 3236-40. https://doi.org/10.1017/S1368980020003493
https://doi.org/10.1017/S136898002000349... . Contudo, no contexto da transição epidemiológica brasileira, a emergência de doenças modernas (por exemplo, transtornos alimentares e doenças relacionadas à alimentação) não a distanciou das pesquisas sobre epidemiologia das doenças dos mais vulneráveis, com ênfase nos fatores de origem ambiental, social e política.
Pesquisa e extensão como intenção
Coerente com sua responsabilidade social e opção ideológica de trabalhar pelo fortalecimento da Universidade Pública, a qual deve manter seu compromisso de ser gratuita, de qualidade, inclusiva e, portanto, social e culturalmente referenciada, Ana não poderia deixar de dedicar-se à função extensionista. O modelo de Extensão Universitária ao qual se vinculou com todo o seu entusiasmo foi especialmente consolidado por meio de projetos de Apoio ao Desenvolvimento Comunitário, realizado em periferias urbanas e comunidades rurais, sobretudo em municípios marcados pela pobreza extrema e consequentemente baixos indicadores sociais e de nutrição e saúde, tanto na Bahia como em outros Estados do Nordeste. Neste último caso, através do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Nordeste II (CECAN NE II). Foram projetos que visaram à melhoria das condições de vida das famílias, realizando-se com base no trabalho participativo (famílias, trabalhadores, entidades representativas das comunidades, lideranças e universidade) e contando também com alguma colaboração de serviços públicos. Projetos eminentemente interdisciplinares, com foco na sustentabilidade e integrados com o ensino e a pesquisa, tendo todos eles gerado publicações, importantes na divulgação especialmente para o ambiente universitário, das conquistas do esforço extensionista. Ana integrou as equipes docentes, coordenou, atualizou e criou modelos de intervenção que resultaram em melhoria do quadro de segurança alimentar e nutricional com ações de realimentação de crianças desnutridas e de inúmeras tecnologias e práticas educativas de cuidados de saúde. Além das áreas de saúde, nutrição e alimentação, os projetos incluíram acesso à água potável (especialmente na Região do Semiárido), apoio às atividades produtivas e consequente geração de rendas, melhoria das habitações, treinamentos em várias áreas, cabendo destaque aos Agentes Comunitários de Saúde. Vale também enfatizar que os gestores de saúde, equipes técnicas municipais, prefeitos dos municípios eram também sujeitos da atenção dos projetos, para receberem orientação de como implantar e melhorar as políticas públicas, ampliando assim o escopo daqueles diretamente envolvidos com o desenvolvimento local. Pelo volume das ações realizadas, duração, tamanho e diversidade das equipes e particularmente pelos bons resultados alcançados, destacam-se o Projeto Cansanção1212. Gaudenzi EN. Projeto cansanção: uma vivência da universidade no sertão da Bahia. Salvador: UFBA; 1992, o Projeto de Desenvolvimento Rural Integrado de Sapeaçu (PDRI)1313. Assis AMO. Uso e posse da terra e estado nutricional em população de 0 a 5 anos de idade em localidades do Município de Sapeaçu-Bahia. In: Assis AMO, org. Expropriação e fome. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia; 1987. p. 15-68. e o Projeto Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Mutuípe1010. Assis AMO, Portela ML, Santos SS, pinheiro SMC. Diagnóstico de saúde e nutrição da população de Mutuípe. Salvador: EDUFBA; 2002, três municípios baianos caracterizados pelo alto grau de vulnerabilidade econômica e social.
Formação de profissionais, docentes e pesquisadores como vocação
No ensino, foram inúmeras as contribuições da Profa. Ana. Ela marcou a vida de gerações de estudantes, futuros profissionais e nos distintos espaços de ensino-aprendizagem imprimiu a sua forma de capacitar nutricionistas para atuar na atenção materno-infantil com ênfase nos determinantes sociais das doenças. Sala de aula com quadro negro, caderno “secreto” com os apontamentos para as aulas (depois as transparências, slides e multimídias), leituras exaustivas dos livros didáticos e artigos, exigência máxima nos tópicos de avaliação de aprendizagem, tudo isso e muito mais lastreavam o passaporte para entrar e estar em campo. Os campos de práticas eram as oportunidades de encontros com a realidade social, nos hospitais pediátricos, postos de saúde, associação de moradores e comunidades. Ana não resistia às oportunidades de estar com os estudantes atuando em comunidades mais vulneráveis. Ali, nas cenas do cotidiano, era possível perceber a Ana cidadã, política e acadêmica cientificamente sólida e socialmente comprometida, discorrer sobre os limites e possibilidades para prescrições/orientações baseadas na ciência da alimentação e alicerçadas na condição econômica e social das comunidades. O ensino da nutrição materno-infantil na Bahia foi e ainda é influenciado pelos ensinamentos da Profa. Ana.
Para além da produção científica e da legitimação da área de Nutrição é relevante pontuar aqui sua contribuição na formação de profissionais. Ao longo dos anos em que esteve no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PGNUT), participou intensamente da vida do programa, coordenando-o por duas gestões e orientando estudantes de Mestrado (28) e Doutorado (10). Ana integrava também o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (PPGSC-ISC/UFBA). Suas contribuições, assim como sua generosidade intelectual, eram valorizadas pelos docentes e discentes, que sempre aguardavam seus precisos e respeitosos comentários. Em tempos de frivolidade e inconsistência, Ana relacionava-se intensamente com aqueles em quem confiava e mantinha-se combativa em face daquilo que acreditava ser um espaço de consciência crítica, expressão de uma sociedade democrática e pluricultural, lugar do respeito ao outro, da construção e da disseminação de saberes: a universidade. Foi esse espírito acadêmico que, cotidianamente, nas mais de três décadas na ENUFBA, serviu de inspiração para que muitos discentes e colegas de trabalho desenhassem suas trajetórias inspirados pela Profa. Ana.
CONCLUSÃO
O escopo dos assuntos abordados na sua produção científica foi fruto da sua inquietude, com a preocupação central de gerar conhecimento para o enfrentamento dos complexos problemas de saúde e nutrição do Brasil. Com este exercício de revisitar a história acadêmica e profissional de Ana deixamos aqui os nossos agradecimentos sinceros àquela que sempre prezou um Estado brasileiro indutor de políticas econômicas e sociais capazes de fomentar a inclusão de camadas excluídas da sociedade, expandindo e assegurando direitos sociais àquelas populações ainda marginalizadas e sem os ganhos advindos do progresso e da riqueza do país. Além disso, aquela que sempre apostou no fortalecimento das universidades, dos institutos de pesquisa e do aparato da ciência e tecnologia. Atenta aos cortes orçamentários do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e do Ministério de Ciências e Tecnologia e Inovação (MCTI) observados nas gestões Temer e Bolsonaro, preocupava-se com o rumo das novas gerações de pesquisadores e do sustento das pesquisas.
Para finalizar, na tentativa de expressar o seu jeito cuidadoso e amoroso, compartilhamos aqui com vocês a impressão sentir o seu sorriso, o seu olhar acolhedor e ouvir a voz da própria Ana: “Cê tá boazinha?”
- FONTE DE FINANCIAMENTO: nenhuma.
REFERÊNCIAS
- 1.Assis AMO, Freitas MCS, Prado MS. Expropriação e fome: estudo sobre a determinação social da fome em dois municípios da Bahia. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia; 1987.
- 2.Barreto ML, Santos LM, Assis AM, Araújo MP, Farenzena GG, Santos PA, et al. Effect of vitamin A supplementation on diarrhoea and acute lower-respiratory-tract infections in young children in Brazil. Lancet 1994; 344(8917): 228-31. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(94)92998-x
» https://doi.org/10.1016/s0140-6736(94)92998-x - 3.Assis AM, Barreto ML, Santos LM, Fiaccone R, Silva Gomes GS. Growth faltering in childhood related to diarrhea: a longitudinal community based study. Eur J Clin Nutr 2005; 59(11): 1317-23. https://doi.org/10.1038/sj.ejcn.1602245
» https://doi.org/10.1038/sj.ejcn.1602245 - 4.Barreto ML. Desigualdades em saúde: uma perspectiva global. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22(7): 2097-108. https://doi.org/10.1590/1413-81232017227.02742017
» https://doi.org/10.1590/1413-81232017227.02742017 - 5.Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Ministério da Saúde. Mortalidade Infantil. ONU: Brasil cumpre meta de redução da mortalidade infantil [Internet]. 2015 [acessado em 15 jun. 2023]. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/09/onu-brasil-cumpre-meta-de-reducao-da-mortalidade-infantil
» http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/09/onu-brasil-cumpre-meta-de-reducao-da-mortalidade-infantil - 6.Monteiro CM, Louzada MLC. Ultraprocessamento de alimentos e doenças crônicas não transmissíveis: implicações para políticas públicas. In. Nogueira RP, Santana JP, Rodrigues VA, Oliveira ZV. Observatório internacional de capacidades humanas, desenvolvimento e políticas públicas: estudos e análises. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2015. p. 167-80
- 7.Assis AMO, Barreto ML. Epidemiologia nutricional. In: Almeida Filho N, Barreto ML, orgs. Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplicações. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda; 2011. p. 593-9
- 8.Batista Filho M, Assis AMO, Kac G. Transição nutricional: conceito e características. In: Kac G, Sichieri R, Gigante DP, orgs. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Atheneu; 2007. p. 445-60
- 9.Barreto SM, Pinheiro ARO, Sichieri R, Monteiro CA, Batista Filho M, Schimidt MI, et al. Análise da estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiol Serv Saúde 2005; 14(1): p. 41-68. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742005000100005
» https://doi.org/10.5123/S1679-49742005000100005 - 10.Assis AMO, Portela ML, Santos SS, pinheiro SMC. Diagnóstico de saúde e nutrição da população de Mutuípe. Salvador: EDUFBA; 2002
- 11.Pereira M, Oliveira AM. Poverty and food insecurity may increase as the threat of COVID-19 spreads. Public Health Nutr 2020; 23(17): 3236-40. https://doi.org/10.1017/S1368980020003493
» https://doi.org/10.1017/S1368980020003493 - 12.Gaudenzi EN. Projeto cansanção: uma vivência da universidade no sertão da Bahia. Salvador: UFBA; 1992
- 13.Assis AMO. Uso e posse da terra e estado nutricional em população de 0 a 5 anos de idade em localidades do Município de Sapeaçu-Bahia. In: Assis AMO, org. Expropriação e fome. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia; 1987. p. 15-68.
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
09 Out 2023 - Data do Fascículo
2023
Histórico
- Recebido
18 Jun 2023 - Aceito
23 Jun 2023