Associação entre insegurança alimentar e doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: uma revisão sistemática

Jackson Silva Lima Laurentino Renatha Celiana da Silva Brito Rônisson Thomas de Oliveira-Silva Amanda Soares Thaís da Conceição Pereira Elisiandre Martins de Lima Ana Beatriz Macêdo Venâncio dos Santos Poliana de Araújo Palmeira Sobre os autores

RESUMO

Objetivo:

Analisar a associação da insegurança alimentar (IA) com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) no contexto brasileiro.

Métodos:

O protocolo da revisão foi registrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). As buscas foram realizadas na LILACS e na PubMed (setembro/2022). Foram incluídos estudos observacionais realizados com a população brasileira, publicados a partir de 2003, que: (1) analisam a associação da IA com DCNTs; e (2) utilizam a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Foram excluídos estudos com gestantes e que associam a IA com câncer, infecções sexualmente transmissíveis e doenças musculoesqueléticas e respiratórias. Os estudos foram submetidos à avaliação da qualidade metodológica.

Resultados:

Foram incluídos 27 estudos transversais, dentre os quais 9 utilizaram dados secundários de inquéritos nacionais e os demais utilizaram dados primários. Os estudos revelaram associação da IA com sobrepeso e obesidade em diferentes faixas etárias.

Conclusão:

Os artigos incluídos não produziram evidências sobre outras DCNTs de interesse para a saúde no Brasil, como a diabetes e a hipertensão arterial. No entanto, contribuem para corroborar a relação já conhecida entre obesidade e IA. Estudos sobre a temática, com desenho longitudinal, devem ser incentivados.

Palavras-chave:
Insegurança alimentar; Doenças crônicas não transmissíveis; Brasil; Revisão

INTRODUÇÃO

A Insegurança Alimentar (IA) se expressa por preocupação, medo, incerteza e privação no acesso a alimentos de qualidade e em quantidade suficientes para se manter uma vida saudável11 Kepple AW, Segall-Corrêa AM. Conceptualizing and measuring food and nutrition security. Cienc Saude Colet 2011; 16(1): 187-99. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100022
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. De acordo com o relatório da FAO 2022, estima-se que entre 702 e 828 milhões de pessoas vivenciaram a fome em 2021, totalizando cerca de 9,8% da população mundial22 FAO, IFAD, UNICEF, WFP, WHO. The State of Food Security and Nutrition in the World. Repurposing food and agricultural policies to make healthy diets more affordable. Rome: FAO; 2022. https://doi.org/10.4060/cc0639en
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. No Brasil observam-se elevadas taxas de IA, com dados apontando que cerca de 125,2 milhões de brasileiros encontravam-se em algum grau de IA e 33 milhões enfrentavam privação alimentar em 202233 II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-19 no Brasil [Internet]. São Paulo: REDE PENSSAN; 2022 [cited on Apr. 17, 2023]. Available at: https://olheparaafome.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Relatorio-II-VIGISAN-2022.pdf
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.

A exposição à IA associa-se a desfechos negativos em saúde, como a má nutrição e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), representando um dos mais importantes problemas de saúde pública a serem enfrentados44 Cabral NLA, Pequeno NPF, Roncalli AG, Marchioni DML, Lima SCVC, Lyra CO. Proposta metodológica para avaliação da insegurança alimentar sob a ótica de suas múltiplas dimensões. Cienc Saude Colet 2022; 27(7): 2855-66. https://doi.org/10.1590/1413-81232022277.11752021
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. Neste sentido, a IA tem sido associada a fatores de risco metabólicos e DCNTs importantes, como excesso de peso e obesidade55 Schlüssel MM, Silva AAM, Pérez-Escamilla R, Kac G. Household food insecurity and excess weight/obesity among Brazilian women and children: a life-course approach. Cad Saude Pública 2013; 29(2): 219-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200003
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,66 Santos LVTS, Cáceres LA, Pelogo GF. Insegurança alimentar, consumo de alimentos e estado nutricional de mulheres de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Interações (Campo Grande) 2019; 20(3): 831-44. https://doi.org/10.20435/inter.v0i0.1814
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, dislipidemia77 Arenas DJ, Zhou S, Thomas A, Wang J, Arroyo GV, Bash K. Negative health outcomes associated with food insecurity status in the United States of America: a systematic review of peer-reviewed studies. NutriXiv Preprints; 2018. https://doi.org/10.31232/osf.io/uk9xw
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, diabetes (DM)88 Mahmood MR, Najafipour H, Mohsenpour MA, Amiri M. The relationship between food insecurity with cardiovascular risk markers and metabolic syndrome components in patients with diabetes: a population-based study from Kerman coronary artery disease risk study. J Res Med Sci 2017; 22: 118. https://doi.org/10.4103/jrms.JRMS_12_17
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e hipertensão arterial sistêmica (HAS)99 Vasconcelos SML, Torres NCP, Silva PMC, Santos TMP, Silva JVL, Omena CMB, et al. Insegurança alimentar em domicílios de indivíduos portadores de hipertensão e/ou diabetes. Int J Cardiovasc Sci 2015; 28(2): 114-21.. A privação e a dificuldade de acesso a alimentos saudáveis entre pessoas em IA levam ao menor consumo de frutas e vegetais e ao aumento do consumo de alimentos de menor custo e alta densidade calórica, como os alimentos processados e ultraprocessados, gerando quadros de má nutrição. Esse fator contribui para o desenvolvimento de agravos à saúde, como as DCNTs1010 Nkambule SJ, Moodley I, Kuupiel D, Mashamba-Thompson TP. Association between food insecurity and key metabolic risk factors for diet-sensitive non-communicable diseases in sub-Saharan Africa: a systematic review and meta-analysis. Sci Rep 2021; 11(1): 5178. https://doi.org/10.1038/s41598-021-84344-0
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,1111 Aiyer JN, Raber M, Bello RS, Brewster A, Caballero E, Chennisi C, et al. A pilot food prescription program promotes produce intake and decreases food insecurity. Transl Behav Med 2019; 9(5): 922-30. https://doi.org/10.1093/tbm/ibz112
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.

O Brasil saiu do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, através de estratégias de Segurança Alimentar e Nutricional aplicadas desde meados da década de 1990. Todavia, em 2018, dados da Pesquisa de Orçamento Familiar1212 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamento familiares 2017-2018: análise da segurança alimentar no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. sinalizaram o aumento da IA no Brasil. Já o relatório da FAO, publicado em 2022, mostrou o retorno do país ao mapa da fome, em consequência da crise nos campos político, social e econômico, atrelados à pandemia da COVID-1922 FAO, IFAD, UNICEF, WFP, WHO. The State of Food Security and Nutrition in the World. Repurposing food and agricultural policies to make healthy diets more affordable. Rome: FAO; 2022. https://doi.org/10.4060/cc0639en
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. Soma-se ao cenário de evolução da IA no Brasil o aumento das DCNTs no país, que correspondeu a cerca de 76% do total de óbitos em 20191313 Malta DC, Duncan BB, Schmidt MI, Teixeira RA, Ribeiro ALP, Felisbino-Mendes MS, et al. Trends in mortality due to non-communicable diseases in the Brazilian adult population: national and subnational estimates and projections for 2030. Popul Health Metr 2020; 18(Suppl 1): 16. https://doi.org/10.1186/s12963-020-00216-1
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. O aumento das taxas de DCNTs no Brasil tem sido atribuído à exposição a fatores de risco relacionados a estilo de vida, como inatividade física, consumo abusivo de álcool, uso de tabaco, sobrepeso e hábitos alimentares não saudáveis, como o baixo consumo de frutas e vegetais e o alto consumo de alimentos processados e ultraprocessados. Esses fatores estão aliados às desigualdades sociais e às iniquidades em saúde1313 Malta DC, Duncan BB, Schmidt MI, Teixeira RA, Ribeiro ALP, Felisbino-Mendes MS, et al. Trends in mortality due to non-communicable diseases in the Brazilian adult population: national and subnational estimates and projections for 2030. Popul Health Metr 2020; 18(Suppl 1): 16. https://doi.org/10.1186/s12963-020-00216-1
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, gerando cenários progressivos e preocupantes de aumento de DCNTs no Brasil.

A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) é a principal ferramenta utilizada para mensurar e monitorar a IA no Brasil11 Kepple AW, Segall-Corrêa AM. Conceptualizing and measuring food and nutrition security. Cienc Saude Colet 2011; 16(1): 187-99. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100022
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,1414 Pérez-Escamilla R, Segall-Corrêa AM, Maranha LK, Sampaio MFA, Marín-León L, Panigassi G. An adapted version of the U.S. Department of Agriculture Food Insecurity Module is a valid tool for assessing household food insecurity in Campinas, Brazil. J Nutr 2004; 134(8): 1923-8. https://doi.org/10.1093/jn/134.8.1923
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, sendo uma escala de experiência com a privação alimentar, validada para a população brasileira desde 20041414 Pérez-Escamilla R, Segall-Corrêa AM, Maranha LK, Sampaio MFA, Marín-León L, Panigassi G. An adapted version of the U.S. Department of Agriculture Food Insecurity Module is a valid tool for assessing household food insecurity in Campinas, Brazil. J Nutr 2004; 134(8): 1923-8. https://doi.org/10.1093/jn/134.8.1923
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. Desde a sua validação, a EBIA foi incorporada aos principais inquéritos nacionais, a exemplo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)1515 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Segurança alimentar [Internet]. 2009 [cited on May 10, 2023]. Available at: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/19898-suplementos-pnad3.html?edicao=10527
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,1616 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Segurança alimentar [Internet]. 2013 [cited on May 10, 2023]. Available at: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/19898-suplementos-pnad3.html?edicao=10528
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e, mais recentemente, a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF (2017–2018)1212 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamento familiares 2017-2018: análise da segurança alimentar no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. e o VIGISAN33 II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-19 no Brasil [Internet]. São Paulo: REDE PENSSAN; 2022 [cited on Apr. 17, 2023]. Available at: https://olheparaafome.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Relatorio-II-VIGISAN-2022.pdf
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.

Contudo, apesar do acúmulo de estudos brasileiros sobre IA, a sua associação com DCNTs ainda não está bem documentada na população. Dessa maneira, o objetivo desta revisão foi analisar a associação da IA com as DCNTs no contexto brasileiro.

MÉTODOS

Esta revisão sistemática está registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO), sob o número CRD42023453178, e seguiu as recomendações de Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA)1717 Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ 2021; 372: n71. https://doi.org/10.1136/bmj.n71
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.

Estratégia de busca

A busca bibliográfica foi realizada nas duas principais bases de dados de indexação da produção científica brasileira, a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Biblioteca Nacional de Medicina – PubMed (data da última consulta: 14 de setembro de 2022). Os seguintes termos foram desenvolvidos pelos autores nas bases de dados: "Food Supply" (MeSH Terms); OR "Food Insecurity" (MeSH Terms); OR "Food Security" (MeSH Terms); OR "Household Food Security" (Title/Abstract); OR "Household Food Insecurity" (Title/Abstract); AND "Chronic Disease" (MeSH Terms); OR "Noncommunicable diseases" (MeSH Terms); OR "Overnutrition" (MeSH Terms); OR "Obesity" (MeSH Terms); OR "Glucose Metabolism Disorders" (MeSH Terms); OR "Lipid Metabolism Disorders" (MeSH Terms); OR "Hypertension" (MeSH Terms); OR "Body Mass Index" (MeSH Terms); OR "Health Status" (MeSH Terms); OR "Risk Factors" (MeSH Terms); OR "Pulmonary Disease, Chronic Obstructive" (MeSH Terms); OR "Renal Insufficiency, Chronic" (MeSH Terms); AND "Brazil" (MeSH Terms); OR "Brazil" (Title/Abstract); OR "Brazilian" (Title/Abstract).

A busca contemplou estudos publicados entre 2003 (validação da EBIA no Brasil) e setembro de 2022 (busca final de dados), em português, inglês e espanhol. Após a busca bibliográfica, os artigos duplicados foram excluídos com o auxílio do software EndNote.

Critérios de inclusão/exclusão e avaliação do risco de viés

Os critérios de inclusão foram aplicados em duas etapas. Primeiro, dois pesquisadores independentes avaliaram o título e o resumo dos artigos, de acordo com os seguintes critérios de inclusão:

  1. Estudos que analisaram a associação (por testes de associação) da IA com as DCNTs ou da IA com indicadores de risco para DCNTs;

  2. Estudos realizados na população brasileira incluindo todos os grupos etários de crianças, adolescentes, adultos e idosos;

  3. Estudos que utilizam a EBIA para mensurar IA (a EBIA possui questões dicotômicas que se adequam à composição familiar, sendo 8 questões para domicílios sem indivíduos <18 anos e 14 para domicílios com >18 anos, as duas foram incluídas);

  4. Estudos que usaram medidas validadas para diagnóstico de DCNTs e indicadores de risco para DCNTs; e

  5. Estudos observacionais: transversais, longitudinais.

Na segunda etapa, os artigos que atenderam os critérios de inclusão foram lidos na íntegra e avaliados quanto à conformidade com os critérios do Quality Assessment Tool For Quantitative Studies (QATFQS)1818 Effective Public Health Practice Project. Quality assessment tool for quantitative studies [Internet]. Hamilton: Effective Public Health Practice Project; 1998 [cited on Sept. 10, 2023]. Available at: https://merst.healthsci.mcmaster.ca/ephpp/
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, que classifica os estudos quanto à sua qualidade, em "forte", "moderada" e "fraca". Esse instrumento foi escolhido por apresentar-se pertinente para a avaliação de estudos observacionais transversais. Os estudos com classificação "fraca" foram excluídos.

Não atenderam aos critérios de inclusão estudos metodológicos, qualitativos e quantitativos com desenho ecológico ou caso controle. Também foram excluídos estudos com gestantes e que associaram a IA com infecções sexualmente transmissíveis, câncer, doenças musculoesqueléticas (artrite, osteoporose) e doenças respiratórias (asma). Os artigos publicados em preprint também foram excluídos.

Na etapa de inclusão, a concordância entre os pesquisadores foi avaliada pelo índice de Kappa1919 Shrout PE. Measurement reliability and agreement in psychiatry. Stat Methods Med Res 1998; 7(3): 301-17. https://doi.org/10.1177/096228029800700306
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. A concordância foi determinada quando os dois pesquisadores optaram por excluir ou incluir o mesmo artigo.

Extração de dados

A extração dos dados foi realizada por dois pesquisadores independentes. As informações a serem extraídas foram previamente estabelecidas pelos pesquisadores, sendo elas: autores; ano de publicação; objetivo do estudo; local do estudo (cidade/estado); tipo de estudo; população do estudo e ano da coleta de dados; tipo da amostra (probabilística e não probabilística); fonte dos dados (primários ou secundários); tipo de análises estatísticas; principais resultados sobre a associação da IA com DCNTs; hipóteses e justificativas utilizadas pelos autores para explicar a associação da IA com DCNTs.

As hipóteses e justificativas utilizadas pelos autores para explicar a associação da IA com as DCNTs foram utilizadas para a proposição de um modelo conceitual sobre os caminhos da associação da IA com as DCNTs.

Durante o processo de extração dos dados, notou-se que dois dos artigos incluídos2020 Pimentel PG, Sichieri R, Salles-Costa R. Food insecurity, socioeconomic conditions and anthropometric indicators in children living in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro, Brazil. Rev Bras Estud 2009; 26(2): 283-94. https://doi.org/10.1590/S0102-30982009000200008
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,2121 Vieira PD, Frota MTBA, Rocha EMB, Szarfarc SC, Bezerra IMP, Nascimento VG, et al. Nutritional profile of women assisted by the program of Family Health Strategy in Maranhão State, Brazil. J Hum Growth Dev 2020; 30(1): 24-31. https://doi.org/10.7322/jhgd.v30.9963
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utilizaram as respostas da EBIA como variável contínua para as análises, o que não é adequado. Estes, portanto, foram excluídos. Os resultados foram sintetizados e apresentados de maneira descritiva.

RESULTADOS

A busca inicial identificou 222 artigos. Com a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram retirados 188 (19 por duplicidade e 169 por não atenderem os critérios de inclusão). Após a avaliação da qualidade, esta revisão incluiu 27 artigos (Figura 1). Na etapa de inclusão, o índice Kappa foi de 1,0, indicando concordância perfeita.

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos estudos incluídos na revisão sistemática sobre insegurança alimentar e doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2023.

Dentre os 27 artigos, 9 foram realizados com amostras nacionais da população. Os demais estudos usaram amostras regionais, sendo n=9 na região Nordeste, n=5 na Sudeste, n=2 na Centro-Oeste e n=2 na Sul (material suplementar).

Os artigos foram publicados entre 2012 e 2022 e os dados foram coletados entre 2005 e 2019. Todos os artigos analisados apresentam desenho transversal, 66,7% (n=18) utilizaram dados primários e 33,3% (n=9) dados secundários oriundos de dois inquéritos nacionais: a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde – PNDS (n=8) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF (n=1). A maioria dos estudos usou amostra probabilística (85,2%).

Os grupos populacionais incluídos nos estudos foram: adolescentes (n=8), crianças (n=7), mulheres com filhos (n=4), adultos (n=4), mulheres adultas (n=2), adultos e idosos (n=1), idosos (n=1) e adultos e idosos com diagnóstico de DM e/ou HAS usuários de Unidade Básica de Saúde – UBS (n=1).

Os indicadores de risco para DCNTs foram: índice de massa corporal (IMC) (n=21), índice de peso-por-idade (n=2), índice de peso-por-altura (n=2), circunferência da cintura (CC) (n=2), pressão arterial (PA) (n=1) e análise capilar de triglicerídeos (n=1).

Para analisar as associações da IA com os indicadores de risco para as DCNTs (Tabela 1)55 Schlüssel MM, Silva AAM, Pérez-Escamilla R, Kac G. Household food insecurity and excess weight/obesity among Brazilian women and children: a life-course approach. Cad Saude Pública 2013; 29(2): 219-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200003
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,99 Vasconcelos SML, Torres NCP, Silva PMC, Santos TMP, Silva JVL, Omena CMB, et al. Insegurança alimentar em domicílios de indivíduos portadores de hipertensão e/ou diabetes. Int J Cardiovasc Sci 2015; 28(2): 114-21.,2222 Kac G, Velásquez-Melendez G, Schlüssel M, Segall-Côrrea A, Silva A, Pérez-Escamilla R. Severe food insecurity is associated with obesity among Brazilian adolescent females. Public Health Nutr 2012; 15(10): 1854-60. https://doi.org/10.1017/S1368980011003582
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3333 Poblacion AP, Cook JT, Marín-León L, Segall-Corrêa AM, Silveira JAC, Konstantyner T, et al. Food insecurity and the negative impact on Brazilian children's health-why does food security matter for our future prosperity? Brazilian National Survey (PNDS 2006/07). Food Nutr Bull 2016; 37(4): 585-98. https://doi.org/10.1177/0379572116664167
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, a maioria dos autores aplicou modelos de análise multivariada: Regressão de Poisson (n=12), Regressão logística (n=7), Regressão linear (n=3), e Modelo de equação estrutural (n=1). Em cinco artigos foi realizada a associação por teste de qui-quadrado (χ2 test).

Tabela 1
Características gerais e principais resultados dos estudos incluídos na revisão sistemática que demonstraram associações da insegurança alimentar com as doenças crônicas não transmissíveis, 2023.

Para fins de análise, os artigos incluídos categorizaram a EBIA em: 2 categorias (SA x IA, 9 artigos; SA/IA leve x IA moderada/grave, 4 artigos; SA x IA moderada/grave, 2 artigos; SA x IA moderada, 1 artigo; SA x IA leve, 1 artigo; SA/IA leve/moderada x IA grave, 1 artigo), 3 categorias (SA x IA leve x IA moderada/grave, 3 artigos) e 4 categorias (SA x IA leve x IA moderada x IA grave, 6 artigos).

Em relação à associação da IA com as DCNTs, a Tabela 1 apresenta a síntese das características gerais e dos principais resultados dos artigos incluídos que apresentaram associações. Os estudos revelaram a associação da IA com sobrepeso e excesso de peso/obesidade em diferentes faixas de idade do ciclo da vida e entre homens e mulheres, avaliada principalmente por meio do IMC. No tocante a como a variável de IA foi utilizada nas análises, 18 estudos a utilizaram como variável de exposição/fator de risco55 Schlüssel MM, Silva AAM, Pérez-Escamilla R, Kac G. Household food insecurity and excess weight/obesity among Brazilian women and children: a life-course approach. Cad Saude Pública 2013; 29(2): 219-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200003
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,2222 Kac G, Velásquez-Melendez G, Schlüssel M, Segall-Côrrea A, Silva A, Pérez-Escamilla R. Severe food insecurity is associated with obesity among Brazilian adolescent females. Public Health Nutr 2012; 15(10): 1854-60. https://doi.org/10.1017/S1368980011003582
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2424 Santos NF, Lira PIC, Tavares FCLP, Leal VS, Oliveira JS, Pessoa JT, et al. Overweight in adolescents: food insecurity and multifactoriality in semiarid regions of Pernambuco. Rev Paul Pediatr 2019; 38: e2018177. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2020/38/2018177
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,2626 Pequeno NPF, Cabral NLA, Oliveira AGRC, Crispim SP, Rocha C, Marchioni DM, et al. Chronic diseases and emotional disorders are associated with low perception of quality of life in food insecurity/security. Front Public Health 2022; 10: 893601. https://doi.org/10.3389/fpubh.2022.893601
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2828 Velásquez-Melendez G, Schlüssel MM, Brito AS, Silva AA, Lopes-Filho JD, Kac G. Mild but not light or severe food insecurity is associated with obesity among Brazilian women. J Nutr 2011; 141(5): 898-902. https://doi.org/10.3945/jn.110.135046
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,3131 Gubert MB, Spaniol AM, Segall-Corrêa AM, Pérez-Escamilla R. Understanding the double burden of malnutrition in food insecure households in Brazil. Matern Child Nutr 2017; 13(3): e12347. https://doi.org/10.1111/mcn.12347
https://doi.org/10.1111/mcn.12347...
,3232 Vicenzi K, Henn RL, Weber AP, Backes V, Paniz VMV, Donatti T, et al. Insegurança alimentar e excesso de peso em escolares do primeiro ano do Ensino Fundamental da rede municipal de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31(5): 1084-94. https://doi.org/10.1590/0102-311X00055914
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,3434 Domingos TB, Pereira AF, Yokoo EM, Salles-Costa R. Low fruit consumption and omission of daily meals as risk factors for increased blood pressure in adults. Br J Nutr 2016; 116(4): 683-91. https://doi.org/10.1017/S0007114516002397
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4242 Pinheiro MM, Oliveira JS, Leal VS, Lira PIC, Souza NP, Campos FACS. Prevalence of overweight and associated factors in women in reproductive age in Northeast Brazil. Rev Nutr 2016; 29(5): 679-89. https://doi.org/10.1590/1678-98652016000500006
https://doi.org/10.1590/1678-98652016000...
e 9 estudos como variável desfecho99 Vasconcelos SML, Torres NCP, Silva PMC, Santos TMP, Silva JVL, Omena CMB, et al. Insegurança alimentar em domicílios de indivíduos portadores de hipertensão e/ou diabetes. Int J Cardiovasc Sci 2015; 28(2): 114-21.,2525 Costa NS, Santos MO, Carvalho CPO, Assunção ML, Ferreira HS. Prevalence and factors associated with food insecurity in the context of the economic crisis in Brazil. Curr Dev Nutr 2017; 1(10): e000869. https://doi.org/10.3945/cdn.117.000869
https://doi.org/10.3945/cdn.117.000869...
,2929 Dias MS, Dumith SC, Vaz JS, Susin LRO. Insegurança alimentar em um município do extremo sul do Rio Grande do Sul, 2016: um estudo de base populacional. Epidemiol Serv Saúde 2020; 29(2): e2019204. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200007
https://doi.org/10.5123/S1679-4974202000...
,3030 Souza BFNJ, Marín-León L. Insegurança alimentar em idosos: estudo transversal com usuários de restaurante popular. Rev Nutr 2013; 26(6): 679-91. https://doi.org/10.1590/S1415-52732013000600007
https://doi.org/10.1590/S1415-5273201300...
,3333 Poblacion AP, Cook JT, Marín-León L, Segall-Corrêa AM, Silveira JAC, Konstantyner T, et al. Food insecurity and the negative impact on Brazilian children's health-why does food security matter for our future prosperity? Brazilian National Survey (PNDS 2006/07). Food Nutr Bull 2016; 37(4): 585-98. https://doi.org/10.1177/0379572116664167
https://doi.org/10.1177/0379572116664167...
,4343 Gubert M, Spaniol A, Bortolini G, Pérez-Escamilla, R. Household food insecurity, nutritional status and morbidity in Brazilian children. Public Health Nutr 2016; 19(12): 2240-5. https://doi.org/10.1017/S1368980016000239
https://doi.org/10.1017/S136898001600023...
4646 Guerra LDS, Espinosa MM, Bezerra ACD, Guimarães LV, Lima-Lopes MA. Insegurança alimentar em domicílios com adolescentes da Amazônia Legal Brasileira: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública 2013; 29(2): 335-48. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200020
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
.

Em adolescentes, os estudos encontraram associação de excesso de peso e IA grave55 Schlüssel MM, Silva AAM, Pérez-Escamilla R, Kac G. Household food insecurity and excess weight/obesity among Brazilian women and children: a life-course approach. Cad Saude Pública 2013; 29(2): 219-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200003
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
e associação entre IA grave2222 Kac G, Velásquez-Melendez G, Schlüssel M, Segall-Côrrea A, Silva A, Pérez-Escamilla R. Severe food insecurity is associated with obesity among Brazilian adolescent females. Public Health Nutr 2012; 15(10): 1854-60. https://doi.org/10.1017/S1368980011003582
https://doi.org/10.1017/S136898001100358...
, IA moderada/grave2323 Santana DD, Barros EG, Salles-Costa R, Veiga GV. Mudanças na prevalência de excesso de peso em adolescentes residentes em área de alta vulnerabilidade à insegurança alimentar. Ciênc Saúde Colet 2021; 26(12): 6189-98. https://doi.org/10.1590/1413-812320212612.26092020
https://doi.org/10.1590/1413-81232021261...
e SA/IA leve2424 Santos NF, Lira PIC, Tavares FCLP, Leal VS, Oliveira JS, Pessoa JT, et al. Overweight in adolescents: food insecurity and multifactoriality in semiarid regions of Pernambuco. Rev Paul Pediatr 2019; 38: e2018177. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2020/38/2018177
https://doi.org/10.1590/1984-0462/2020/3...
com excesso de peso. Encontrou-se também associação do sobrepeso com a IA (SA x IA) em mulheres2525 Costa NS, Santos MO, Carvalho CPO, Assunção ML, Ferreira HS. Prevalence and factors associated with food insecurity in the context of the economic crisis in Brazil. Curr Dev Nutr 2017; 1(10): e000869. https://doi.org/10.3945/cdn.117.000869
https://doi.org/10.3945/cdn.117.000869...
e em adultos e idosos, independente do sexo2626 Pequeno NPF, Cabral NLA, Oliveira AGRC, Crispim SP, Rocha C, Marchioni DM, et al. Chronic diseases and emotional disorders are associated with low perception of quality of life in food insecurity/security. Front Public Health 2022; 10: 893601. https://doi.org/10.3389/fpubh.2022.893601
https://doi.org/10.3389/fpubh.2022.89360...
.

Sobre a obesidade, encontrou-se associação desta condição com todos os níveis de IA2727 Domingos T, Sichieri R, Salles-Costa, R. Sex differences in the relationship between food insecurity and weight status in Brazil. Br J Nutr 2022; 1-19. https://doi.org/10.1017/S0007114522001192
https://doi.org/10.1017/S000711452200119...
e IA moderada55 Schlüssel MM, Silva AAM, Pérez-Escamilla R, Kac G. Household food insecurity and excess weight/obesity among Brazilian women and children: a life-course approach. Cad Saude Pública 2013; 29(2): 219-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200003
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
em mulheres. Ademais, observou-se associação da variável de IA moderada2828 Velásquez-Melendez G, Schlüssel MM, Brito AS, Silva AA, Lopes-Filho JD, Kac G. Mild but not light or severe food insecurity is associated with obesity among Brazilian women. J Nutr 2011; 141(5): 898-902. https://doi.org/10.3945/jn.110.135046
https://doi.org/10.3945/jn.110.135046...
com obesidade em mulheres. Também foi identificada associação da obesidade com a IA entre os responsáveis pelo domicílio2929 Dias MS, Dumith SC, Vaz JS, Susin LRO. Insegurança alimentar em um município do extremo sul do Rio Grande do Sul, 2016: um estudo de base populacional. Epidemiol Serv Saúde 2020; 29(2): e2019204. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200007
https://doi.org/10.5123/S1679-4974202000...
e associada à IA leve em idosos3030 Souza BFNJ, Marín-León L. Insegurança alimentar em idosos: estudo transversal com usuários de restaurante popular. Rev Nutr 2013; 26(6): 679-91. https://doi.org/10.1590/S1415-52732013000600007
https://doi.org/10.1590/S1415-5273201300...
. Além disso, foi percebida associação da IA grave com a dupla carga da má nutrição, ou seja, mãe com sobrepeso e filhos com baixa estatura no mesmo domicílio3131 Gubert MB, Spaniol AM, Segall-Corrêa AM, Pérez-Escamilla R. Understanding the double burden of malnutrition in food insecure households in Brazil. Matern Child Nutr 2017; 13(3): e12347. https://doi.org/10.1111/mcn.12347
https://doi.org/10.1111/mcn.12347...
.

Por outro lado, a menor prevalência de obesidade abdominal e hipertrigliceridemia em usuários com HAS e/ou DM atendidos em UBS foi associada a IA99 Vasconcelos SML, Torres NCP, Silva PMC, Santos TMP, Silva JVL, Omena CMB, et al. Insegurança alimentar em domicílios de indivíduos portadores de hipertensão e/ou diabetes. Int J Cardiovasc Sci 2015; 28(2): 114-21. e a menor prevalência de sobrepeso e obesidade foi associada a IA moderada e grave em homens2929 Dias MS, Dumith SC, Vaz JS, Susin LRO. Insegurança alimentar em um município do extremo sul do Rio Grande do Sul, 2016: um estudo de base populacional. Epidemiol Serv Saúde 2020; 29(2): e2019204. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200007
https://doi.org/10.5123/S1679-4974202000...
. Já a IA foi associada a menor probabilidade de ter excesso de peso em escolares maiores de 5 anos3232 Vicenzi K, Henn RL, Weber AP, Backes V, Paniz VMV, Donatti T, et al. Insegurança alimentar e excesso de peso em escolares do primeiro ano do Ensino Fundamental da rede municipal de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31(5): 1084-94. https://doi.org/10.1590/0102-311X00055914
https://doi.org/10.1590/0102-311X0005591...
, e o baixo peso foi associado a IA moderada/grave em crianças menores 5 anos3333 Poblacion AP, Cook JT, Marín-León L, Segall-Corrêa AM, Silveira JAC, Konstantyner T, et al. Food insecurity and the negative impact on Brazilian children's health-why does food security matter for our future prosperity? Brazilian National Survey (PNDS 2006/07). Food Nutr Bull 2016; 37(4): 585-98. https://doi.org/10.1177/0379572116664167
https://doi.org/10.1177/0379572116664167...
.

Dos artigos incluídos, 13 não demonstraram associação da IA com os indicadores relacionados às DCNTs3434 Domingos TB, Pereira AF, Yokoo EM, Salles-Costa R. Low fruit consumption and omission of daily meals as risk factors for increased blood pressure in adults. Br J Nutr 2016; 116(4): 683-91. https://doi.org/10.1017/S0007114516002397
https://doi.org/10.1017/S000711451600239...
4646 Guerra LDS, Espinosa MM, Bezerra ACD, Guimarães LV, Lima-Lopes MA. Insegurança alimentar em domicílios com adolescentes da Amazônia Legal Brasileira: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública 2013; 29(2): 335-48. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200020
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
, sendo 8 deles realizados com crianças e adolescentes3737 Kac G, Schlüssel MM, Pérez-Escamilla R, Velásquez-Melendez G, Silva AAM. Household food insecurity is not associated with BMI for age or weight for height among Brazilian children aged 0–60 months. PLoS One 2012; 7(9): e45747. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0045747
https://doi.org/10.1371/journal.pone.004...
4343 Gubert M, Spaniol A, Bortolini G, Pérez-Escamilla, R. Household food insecurity, nutritional status and morbidity in Brazilian children. Public Health Nutr 2016; 19(12): 2240-5. https://doi.org/10.1017/S1368980016000239
https://doi.org/10.1017/S136898001600023...
,4646 Guerra LDS, Espinosa MM, Bezerra ACD, Guimarães LV, Lima-Lopes MA. Insegurança alimentar em domicílios com adolescentes da Amazônia Legal Brasileira: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública 2013; 29(2): 335-48. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200020
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
. Esses artigos estão dispostos em material suplementar.

Com as hipóteses e justificativas utilizadas pelos autores dos estudos incluídos para explicar a associação da IA com a obesidade, foi proposto um modelo teórico com os principais caminhos dessa associação, apresentados na Figura 2.

Figura 2
Modelo conceitual dos caminhos utilizados nos artigos incluídos para explicar a associação da insegurança alimentar com a obesidade e as demais doenças crônicas não transmissíveis. Revisão sistemática, 2023.

DISCUSSÃO

O objetivo principal desta revisão sistemática foi utilizar-se do bem-sucedido histórico de estudos sobre a IA para determinar e documentar evidências sobre a associação da IA com as DCNTs no contexto da população brasileira. Os achados demonstram a existência de uma associação da IA com o sobrepeso em adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos e com a obesidade em mulheres e idosos.

A associação da IA com as DCNTs tem sido abordada em revisões sistemáticas. Miguel et al.4747 Miguel ES, Lopes SO, Araújo SP, Priore SE, Alfenas RCG, Hermsdorff HHM. Association between food insecurity and cardiometabolic risk in adults and the elderly: a systematic review. J Glob Health 2020; 10(2): 020402. https://doi.org/10.7189/jogh.10.020402
https://doi.org/10.7189/jogh.10.020402...
estudaram a relação da IA com os fatores de riscos cardiometabólicos em adultos e idosos. A revisão incluiu 11 estudos com medidas proxy para DCNTs, mostrando a existência de uma associação direta da IA com condições como excesso de peso, HAS, DM, dislipidemias e estresse. No tocante à DM, Abdurahman et al.4848 Abdurahman AA, Chaka EE, Nedjat S, Dorosty AR, Majdzadeh R. The association of household food insecurity with the risk of type 2 diabetes mellitus in adults: a systematic review and meta-analysis. Eur J Nutr 2019; 58(4): 1341-50. https://doi.org/10.1007/s00394-018-1705-2
https://doi.org/10.1007/s00394-018-1705-...
identificaram que a IA esteve associada à DM do tipo 2, porém, destacaram que no Canadá a escolha do instrumento de medição IA influencia o efeito sobre a chance de desenvolver a DM. Já Beltrán et al.4949 Beltrán S, Arenas DJ, Pharel M, Montgomery C, Lopez-Hinojosa I, DeLisser HM. Food insecurity, type 2 diabetes, and hyperglycaemia: a systematic review and meta-analysis. Endocrinol Diabetes Metab 2022; 5(1): e00315. https://doi.org/10.1002/edm2.315
https://doi.org/10.1002/edm2.315...
não encontraram associação da DM com a IA. Para as doenças cardiovasculares, Liu e Eicher-Miller5050 Liu Y, Eicher-Miller HA. Food insecurity and cardiovascular disease risk. Curr Atheroscler Rep 2021; 23(6): 24. https://doi.org/10.1007/s11883-021-00923-6
https://doi.org/10.1007/s11883-021-00923...
observaram associação da IA com HAS, doença cardíaca coronariana e ataque cardíaco em norte-americanos maiores de 17 anos.

Beltrán et al.5151 Beltrán S, Pharel M, Montgomery CT, López-Hinojosa IJ, Arenas DJ, DeLisser HM. Food insecurity and hypertension: a systematic review and meta-analysis. PLoS One 2020; 15(11): e0241628. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0241628
https://doi.org/10.1371/journal.pone.024...
encontraram associação da IA em adultos com a HAS autorreferida, mas essa associação não foi encontrada quando os autores realizaram o diagnóstico por meio da medida da pressão arterial ou revisão de prontuários. Arenas et al.5252 Arenas DJ, Beltrán S, Montgomery C, Pharel M, Lopez-Hinojosa I, Vilá-Arroyo G, et al. A systematic review and meta-analysis of food insecurity and dyslipidemia. J Am Board Fam Med 2022; 35(4): 656-67. https://doi.org/10.3122/jabfm.2022.04.210413
https://doi.org/10.3122/jabfm.2022.04.21...
estudaram a associação da IA com dislipidemias, e os resultados não revelaram associação da IA com dislipidemia aferida por dosagem lipídica laboratorial, porém os indivíduos em IA foram mais propensos a autorrelatar diagnósticos prévios de dislipidemia. Por fim, no cenário internacional, a associação da IA com a obesidade também foi documentada em revisões sistemáticas prévias5353 Farrell P, Thow AM, Abimbola S, Faruqui N, Negin J. How food insecurity could lead to obesity in LMICs: when not enough is too much: a realist review of how food insecurity could lead to obesity in low-and middle-income countries. Health Promot Int 2018; 33(5): 812-26. https://doi.org/10.1093/heapro/dax026
https://doi.org/10.1093/heapro/dax026...
5656 Eskandari F, Lake AA, Rose K, Butler M, O'Malley C. A mixed-method systematic review and meta-analysis of the influences of food environments and food insecurity on obesity in high-income countries. Food Sci Nutr 2022; 10(11): 3689-723. https://doi.org/10.1002/fsn3.2969
https://doi.org/10.1002/fsn3.2969...
.

Nesta revisão, dedicada a estudar a população brasileira, apesar do amplo espectro de busca, a maioria expressiva dos estudos disponíveis abordou o estado nutricional e as análises da condição de sobrepeso e obesidade relacionada com a IA, destacando, assim, o pouco volume de estudos com população em risco ou acometida por HAS, DM, dislipidemias e doenças cardiovasculares. Também se observou a pouca diversidade de indicadores de risco, tendo a maioria dos estudos utilizado apenas o IMC.

Assim como observado nesta revisão, outras revisões documentaram a associação da IA com o excesso de peso/obesidade na população brasileira. Morais et al.5757 Morais DC, Dutra LV, Franceschini SCC, Priore SE. Insegurança alimentar e indicadores antropométricos, dietéticos e sociais em estudos brasileiros: uma revisão sistemática. Ciênc Saúde Colet 2014; 19(5): 1475-88. https://doi.org/10.1590/1413-81232014195.13012013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014195...
,5858 Morais DC, Lopes SO, Priore SE. Indicadores de avaliação da Insegurança Alimentar e Nutricional e fatores associados: revisão sistemática. Ciênc Saúde Colet 2020; 25(7): 2687-700. https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.23672018
https://doi.org/10.1590/1413-81232020257...
observaram associação da IA com o excesso de peso e a obesidade na população brasileira, porém, no que se refere à população rural, Trivellato et al.5959 Trivellato PT, Morais DC, Lopes SO, Miguel ES, Franceschini SCC, Priore SE. Insegurança alimentar e nutricional em famílias do meio rural brasileiro: revisão sistemática. Ciênc Saúde Colet 2019; 24(3): 865-74. https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.05352017
https://doi.org/10.1590/1413-81232018243...
não encontraram associação entre estado nutricional (excesso de peso, baixo peso e/ou desnutrição crônica) e IA.

A Figura 2 ilustra um modelo teórico contendo os principais caminhos utilizados pelos autores dos estudos incluídos para explicar a associação da IA com a obesidade, sendo eles:

  1. A má nutrição;

  2. Os mecanismos de enfrentamento e de convivência com a IA; e

  3. O sedentarismo.

O caminho mais utilizado pelos autores para explicar essa associação foi o da má nutrição, ou seja, em famílias que vivenciam a IA há a aquisição e o consumo de alimentos de baixo custo, como os alimentos processados e ultraprocessados, e, consequentemente, o aumento da ingestão energética, de açúcares, gorduras e sal.

O segundo caminho mais utilizado pelos autores está embasado na existência de mecanismos de enfrentamento e de convivência com a IA dentro das famílias, como o ciclo de fome-fartura, caracterizado por períodos restritivos de subconsumo seguidos de períodos compensatórios de superconsumo. Tal mecanismo predispõe alterações metabólicas e psicológicas como medo, incerteza, restrição, privação, ansiedade e depressão, configurando quadros de estresse agudos e crônicos que alteram o comportamento alimentar e favorecem o desenvolvimento da obesidade.

O caminho menos utilizado foi o do sedentarismo, que teoriza que o estado de inatividade física de pessoas em IA, decorrente da situação socioeconômica, favorece o desenvolvimento da obesidade. Nos três caminhos utilizados nos artigos incluídos, a obesidade figura como fator que media o processo de desenvolvimento das demais DCNTs.

Em concordância, em nível internacional, os pesquisadores também utilizam esses caminhos para explicar a associação5353 Farrell P, Thow AM, Abimbola S, Faruqui N, Negin J. How food insecurity could lead to obesity in LMICs: when not enough is too much: a realist review of how food insecurity could lead to obesity in low-and middle-income countries. Health Promot Int 2018; 33(5): 812-26. https://doi.org/10.1093/heapro/dax026
https://doi.org/10.1093/heapro/dax026...
,5454 Moradi S, Mirzababaei A, Dadfarma A, Rezaei S, Mohammadi H, Jannat B, et al. Food insecurity and adult weight abnormality risk: a systematic review and meta-analysis. Eur J Nutr 2019; 58(1): 45-61. https://doi.org/10.1007/s00394-018-1819-6
https://doi.org/10.1007/s00394-018-1819-...
,6060 Nettle D, Andrews C, Bateson M. Food insecurity as a driver of obesity in humans: the insurance hypothesis. Behav Brain Sci 2017; 40: e105. https://doi.org/10.1017/S0140525X16000947
https://doi.org/10.1017/S0140525X1600094...
,6161 Carvajal-Aldaz D, Cucalon G, Ordonez C. Food insecurity as a risk factor for obesity: a review. Front Nutr 2022; 9: 1012734. https://doi.org/10.3389/fnut.2022.1012734
https://doi.org/10.3389/fnut.2022.101273...
. A relação da IA com a má nutrição está documentada na literatura. Autores descrevem que a presença da IA está acompanhada da menor variedade de alimentos, da maior ingestão energética e de dietas monótonas, ou seja, não se trata apenas da ausência de alimentos, mas também do acesso a alimentos de baixa qualidade4747 Miguel ES, Lopes SO, Araújo SP, Priore SE, Alfenas RCG, Hermsdorff HHM. Association between food insecurity and cardiometabolic risk in adults and the elderly: a systematic review. J Glob Health 2020; 10(2): 020402. https://doi.org/10.7189/jogh.10.020402
https://doi.org/10.7189/jogh.10.020402...
,5757 Morais DC, Dutra LV, Franceschini SCC, Priore SE. Insegurança alimentar e indicadores antropométricos, dietéticos e sociais em estudos brasileiros: uma revisão sistemática. Ciênc Saúde Colet 2014; 19(5): 1475-88. https://doi.org/10.1590/1413-81232014195.13012013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014195...
,6262 Panigassi G, Segall-Corrêa AM, Marin-León L, Pérez-Escamilla R, Maranha LK, Sampaio MFA. Insegurança alimentar intrafamiliar e perfil de consumo de alimentos. Rev Nutr 2008; 21(supl): 135s-144s. https://doi.org/10.1590/S1415-52732008000700012
https://doi.org/10.1590/S1415-5273200800...
,6363 Castro MA, Fontanelli MM, Nogueira-de-Almeida CA, Fisberg M. Food insecurity reduces the chance of following a nutrient-dense dietary pattern by Brazilian adults: insights from a nationwide cross-sectional survey. Nutrients 2022; 14(10): 2126. https://doi.org/10.3390/nu14102126
https://doi.org/10.3390/nu14102126...
.

Estudos apontam a presença da obesidade como o principal caminho e mediador que conecta a IA ao desenvolvimento das demais DCNTs, como DM e HAS. Porém, autores destacam a importância de se analisar os potenciais efeitos negativos da IA para a saúde, independente da obesidade5050 Liu Y, Eicher-Miller HA. Food insecurity and cardiovascular disease risk. Curr Atheroscler Rep 2021; 23(6): 24. https://doi.org/10.1007/s11883-021-00923-6
https://doi.org/10.1007/s11883-021-00923...
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Cabe destacar a necessidade de adensar o debate sobre a associação da IA com as DCNTs, incorporando aos estudos variáveis relacionadas às desigualdades sociais, e no que se refere ao acesso à saúde, às condições de trabalho e ao ambiente alimentar, temas que contribuem para ampliar o contexto de discussão e a rede de fatores que importam para o debate, tanto da IA como das DCNTs — especialmente no cenário brasileiro, marcado pela profunda desigualdade social e regional.

Desse modo, a associação entre IA e DCNTs é complexa. O surgimento de uma condição crônica, como a obesidade, a DM e a HAS, é resultado de um conjunto amplo de fatores determinantes e também está relacionado a uma exposição prévia e contínua a esses determinantes. No entanto, destaca-se que nos estudos incluídos na revisão, o tempo de exposição da população à IA não foi considerado, devido à natureza transversal dos estudos.

Assim, a ausência de estudos longitudinais que analisem o desenvolvimento de DCNTs a partir da exposição à IA é uma lacuna científica importante. Por outro lado, os estudos estabeleceram a associação entre IA e o risco/presença de DCNTs, ou seja, indivíduos que convivem com essas condições também sofrem com a privação alimentar, contexto que se expressa como um importante limitante da implementação e adoção de medidas de cuidado e tratamento dessas condições crônicas.

Vale ressaltar que, em nível global, os métodos de mensuração de IA diferem entre os países/regiões, especialmente no tempo de referência da IA, dificultando também a comparação das evidências. Outra complexidade relacionada à análise da IA e DCNTs está no contexto social e econômico de cada país, de forma que diferenças nos sistemas agroalimentares, níveis de desenvolvimento e o estado da transição nutricional devem ser considerados nos estudos futuros e para a comparação com os resultados observados no Brasil.

Os artigos incluídos nesta revisão não produziram evidências sobre outras DCNTs de interesse para a saúde pública no Brasil, como a DM e a HAS, evidenciando uma importante lacuna científica e a necessidade da construção de uma agenda de pesquisa no tema que priorize estudos longitudinais, na perspectiva de gerar evidências de causalidade na relação da IA com as DCNTs.

As evidências aqui geradas reforçam que o acesso aos alimentos deve ser garantido, com práticas promotoras de saúde, e fornecem subsídios para a focalização de intervenção e programas em saúde pública com vistas a combater a IA e promover, prevenir e controlar as DCNTs. Os serviços de saúde devem estar atentos à alta prevalência da IA na população brasileira e a como esse cenário pode implicar no cuidado ofertado aos indivíduos acometidos por DCNTs. Os investimentos nas intervenções e os programas públicos relacionados ao tema da associação da IA com as DCNTs vão de encontro aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, assumidos pelo Brasil para a Agenda 2030.

Portanto, apesar do seu bem-sucedido histórico de estudos sobre IA, no Brasil a associação da IA com as DCNTs permanece pouco abordada. Os estudos revisados corroboram evidências de associação da IA com o sobrepeso em todas as faixas etárias, a obesidade entre mulheres e idosos. Assim, são necessárias intervenções públicas e uma agenda forte de combate à fome aliada com práticas promotoras de saúde e cuidado nutricional, especialmente na Atenção Primária à Saúde. Sugerem-se investimentos em estudos que abordem a temática da associação da IA com as DCNTs, além da obesidade, principalmente com desenho longitudinal.

  • FONTE DE FINANCIAMENTO:

    Os autores pós-graduandos contaram com o financiamento de suas bolsas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

AGRADECIMENTOS:

Agradecimentos ao Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação Emergencial de Consolidação Estratégica dos Programas de Pós-Graduação stricto sensu, n° do auxílio: 1782/2022, por custear as taxas de editoração deste artigo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Ago 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    20 Jan 2024
  • Revisado
    18 Abr 2024
  • Aceito
    07 Maio 2024
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