Resumo
Objetivo:
estimar a prevalência de incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária e sua associação com características socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde em idosos.
Métodos:
estudo transversal de base populacional realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, em 2014; as escalas de Katz e de Lawton foram utilizadas para definição dos desfechos; empregou-se regressão de Poisson.
Resultados:
foram incluídos 1.451 idosos; a prevalência de incapacidade funcional foi de 36,1% para atividades básicas, 34,0% para instrumentais e 18,1% para ambas; maiores prevalências de incapacidade funcional foram observadas em idosos ≥80 anos (RP=3,01; IC95% 2,17;4,18), que não trabalhavam (RP=2,02; IC95% 1,13;3,60)) e com múltiplas morbidades (RP=3,28; IC95% 1,38;7,79); e menores naqueles com ≥12 anos de estudo (RP=0,40; IC95% 0,24;0,66), e que eram ativos no lazer (RP=0,42; IC95% 0,21;0,82).
Conclusão:
as incapacidades funcionais associaram-se a maior idade, menor escolaridade e multimorbidades.
Palavras-chave:
Idoso; Atividades Cotidianas; Incapacidade Funcional; Estudos Transversais
Resumen
Objetivo:
estimar la prevalencia de discapacidad funcional para actividades básicas e instrumentales de la vida diaria en ancianos y evaluar su asociación con características socioeconómicas, demográficas, conductuales y de salud.
Métodos:
estudio transversal de base poblacional realizado en Pelotas, Brasil, en 2014; las escalas de Katz y Lawton fueron empleadas para evaluar discapacidades; fue utilizada regresión de Poisson.
Resultados:
fueron incluidos 1.451 ancianos; la prevalencia de discapacidad fue 36,1% para actividades básicas, 34,0% para instrumentales y 18,1% para ambas; la prevalencia de discapacidad funcional fue mayor entre individuos ≥80 años (RP=3,01; IC95% 2,17;4,18), que no trabajaban (RP=2,02; IC95% 1,13;3,60) y con múltiples morbilidades (RP=3,28; IC 95% 1,38;7,79); y menores entre individuos con ≥12 años de escolaridad (RP=0,40; IC95% 0,24;0,66), y que eran activos físicamente (RP=0,42; IC95% 0,21;0,82).
Conclusión:
la discapacidad funcional estuvo asociada a mayor edad, menor escolaridad y múltiples morbilidades.
Palabras-clave:
Ancianos; Actividades Cotidianas; Personas con Discapacidad; Estudios Transversales
Introdução
A partir da década de 1940, os países de baixa e média renda vêm apresentando um declínio progressivo nas taxas de mortalidade e, desde a década de 1960, nas taxas de fecundidade.11. Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Pública. 1997 abr;31(2):184-200. Esses dois fatores, associados, promovem a base demográfica para o envelhecimento populacional, à semelhança do que ocorre, ainda que em menor escala, nos países de alta renda.11. Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Pública. 1997 abr;31(2):184-200. Concomitantemente a esse processo, observa-se o aumento da prevalência e incidência de incapacidade funcional em idosos.22. Barbosa BR, Almeida JM, Barbosa MR, Rossi-Barbosa LAR. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Ciênc Saúde Coletiva. 2014 ago;19(8):3317-25.,33. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010 jun;44(3):468-78.,44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805.
A incapacidade funcional é definida pela dificuldade do indivíduo ou necessidade de ajuda para executar tarefas básicas ou mais complexas no seu dia a dia, essenciais para uma vida independente.55. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da população idosa: uma revisão de literatura. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008 jul-ago;13(4):1199-207. Em sua investigação, são verificadas as habilidades funcionais do indivíduo, por meio das atividades básicas da vida diária (ABVD) ou das atividades instrumentais da vida diária (AIVD). Nas ABVD, são avaliados os comportamentos básicos e habituais de autocuidado, como a capacidade de alimentar-se, banhar-se e vestir-se, enquanto nas AIVD, tarefas mais complexas e relacionadas à autonomia e participação social, como capacidade de realizar compras, atender ao telefone e utilizar meios de transporte, são avaliadas.55. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da população idosa: uma revisão de literatura. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008 jul-ago;13(4):1199-207.
Algumas das consequências decorrentes da incapacidade funcional incluem a limitação da autonomia do idoso na realização das atividades cotidianas, redução da qualidade de vida e aumento do risco de dependência, de institucionalização, e até mesmo de morte prematura.66. Fried LP, Guralnik JM. Disability in older adults: evidence regarding significance, etiology, and risk. J Am Geriatr Soc. 1997 Jan;45(1):92-100. Fatores individuais têm sido apontados como responsáveis por esse processo, e estudos prévios evidenciam que o declínio funcional está relacionado a fatores demográficos, como idade, sexo, cor da pele e situação conjugal, ou socioeconômicos, como escolaridade e renda, como também às condições adversas de saúde, majoritariamente as morbidades crônicas.22. Barbosa BR, Almeida JM, Barbosa MR, Rossi-Barbosa LAR. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Ciênc Saúde Coletiva. 2014 ago;19(8):3317-25.,33. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010 jun;44(3):468-78.,44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. A despeito do corpo emergente de estudos sobre a temática, o monitoramento contínuo da prevalência de incapacidade funcional em idosos e seus determinantes torna-se mais importante à medida que, com o envelhecimento populacional, esta condição e suas complicações tendem a aumentar, elevando a demanda por serviços de saúde.77. Alves LC, Leimann BCQ, Vasconcelos MEL, Carvalho MS, Vasconcelos AGG, Fonseca TCO, et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007 ago;23(8):1924-30.
Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária e sua associação com características socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde em idosos.
Métodos
Estudo transversal, de base populacional, utilizando dados do Consórcio de Mestrado Orientado para a Valorização da Atenção ao Idoso - Pesquisa “COMO VAI?” -, cujos participantes foram indivíduos com 60 anos de idade ou mais, não institucionalizados, residentes na zona urbana do município de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 2014.
O processo amostral foi realizado em duplo estágio, (i) setores censitários e (ii) domicílios. A unidade amostral primária constituiu-se dos setores censitários do município. Inicialmente, foram identificados os 488 setores urbanos de Pelotas segundo o Censo Populacional de 2010, realizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).88. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010 [Internet]. 2011 [citado 2018 fev 16]. Disponível em: Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/... Entre seus dados foram identificados 113.023 domicílios ocupados na zona urbana do município e uma população de 46.099 indivíduos com 60 anos ou mais. Desta forma, esperava-se encontrar 0,4 idoso por domicílio, 12 por setor censitário, implicando a inclusão de 133 setores. Os 488 setores foram listados de acordo com sua renda média e 133 foram selecionados sistematicamente. A seguir, foi realizada a seleção sistemática dos domicílios. Todos os indivíduos com 60 ou mais anos de idade, residentes nos domicílios selecionados, foram elegíveis para participar deste estudo.
O número de idosos necessário para atender aos objetivos do estudo foi estimado em 1.340. Neste cálculo de tamanho amostral, utilizou-se uma prevalência de 30% para atividades instrumentais e efeito de delineamento de 1,36, conforme encontrado no estudo de Del Duca et al.,44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. com nível de confiança de 95%, precisão de 3 pontos percentuais e acréscimo de 10% para perdas e recusas. Além do cálculo de tamanho de amostra, foi realizado o cálculo de poder a posteriori para todas as associações investigadas. Com exceção da variável classe econômica, todas as variáveis alcançaram um poder mínimo de 80% para as associações investigadas.
O estudo foi conduzido por estudantes do Mestrado em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). As entrevistas foram realizadas na residência dos idosos, conduzidas por entrevistadoras previamente capacitadas. Foi aplicado instrumento com questões sobre características socioeconômicas, demográficas, comportamentais e de saúde. O questionário poderia ser respondido com ajuda, ou totalmente pelo cuidador ou responsável quando o idoso apresentava dificuldade para responder. Os idosos foram pesados com balança da marca Tanita®, modelo UM-080, com capacidade máxima de 150 quilogramas e precisão de 100 gramas; sua altura foi estimada a partir de equações preditivas, propostas por Chumlea e Gulo,99. Chumlea WC, Guo S. Equations for predicting stature in white and black elderly individuals. J Gerontol. 1992 Nov;47(6):M197-203. utilizando-se a altura do joelho, medida com antropômetro infantil em madeira da marca Indaiá®, com escala de 100 centímetros, e graduação em milímetros numerada a cada centímetro. Esta forma de medida é considerada mais adequada para essa população.1010. World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO expert committee [Internet]. Geneva: World Health Organization; 1995 [cited 2018 Feb 16]. (WHO technical report series, 854). 452 p. Available in: Available in: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/37003/1/WHO_TRS_854.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665...
A incapacidade funcional, variável dependente deste estudo, foi avaliada tendo como referência duas escalas: a (i) escala de Katz1111. Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged.the index of adl: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA. 1963 Sep;185:914-19. foi utilizada para avaliar incapacidade para ABVD (tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, deitar e levantar da cama/cadeira, comer, urinar e/ou evacuar); e a (ii) escala de Lawton,1212. Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. 1969 Autumn;9(3):179-86. incapacidade para AIVD (usar telefone, usar meio de transporte, fazer compras, arrumar a casa, lavar roupas, cuidar do dinheiro e tomar remédios). Em cada um dos dois domínios, ‘incapacidade funcional’ foi definida como a necessidade (parcial ou total) de ajuda para realizar pelo menos uma atividade. A incapacidade em ambas as atividades foi definida como necessidade de ajuda em pelo menos uma ABVD e uma AIVD.
As variáveis independentes foram:
- sexo (masculino; feminino);
- idade (em anos completos: 60-69; 70-79; 80 ou mais);
- situação conjugal (casado[a], solteiro[a], separado[a], viúvo[a]);
- classe econômica, de acordo com a classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) para o ano de 20101313. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil [Internet]. São Paulo: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa ; 2010 [citado 2018 fev 16]. 3 p. Disponível em: Disponível em: http://www.abep.org/Servicos/Download.aspx?id=07
http://www.abep.org/Servicos/Download.as... (A/B; C; D/E);- trabalho atual (sim, não);
- escolaridade (em anos completos: nenhum; 1-3; 4-7; 8-11; 12 ou mais);
- autorrelato de consumo de qualquer dose de álcool nos últimos 30 dias (sim, não); e
- atividade física no lazer, medida pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)1414. Craig CL, Marshall AL, Sjöström M, Bauman AE, Booth ML, Ainsworth BE, et al. International physical activity questionnaire: 12-country reliability and validity. Med Sci Sports Exerc. 2003 Aug;35(8):1381-95. (inativo; ativo - considerado ativo o idoso que realizava 150 minutos ou mais de atividades por semana);
- índice de massa corporal (IMC), calculado pela relação entre peso e altura (baixo peso: <18,5kg/m²; peso adequado: 18,5 a 24,9kg/m²; e sobrepeso, >24,9kg/m²);1010. World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO expert committee [Internet]. Geneva: World Health Organization; 1995 [cited 2018 Feb 16]. (WHO technical report series, 854). 452 p. Available in: Available in: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/37003/1/WHO_TRS_854.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665...- presença de morbidades autorrelatadas, incluindo hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, problemas de coração, insuficiência cardíaca, enfisema, isquemia ou derrame, artrite ou reumatismo, doença de Parkinson, perda da função dos rins, epilepsia ou convulsões, osteoporose, glaucoma e câncer (nenhuma; 1; 2 ou mais).
As análises foram realizadas com auxílio do software Stata versão 12.1 (Stata Corp, College Station, TX, USA), utilizando-se o comando survey, dado o complexo processo de amostragem do estudo. Inicialmente, foi descrita a prevalência de incapacidade funcional para ABVD e AIVD e demais características da amostra. A seguir, foi descrita a prevalência de independência e necessidade de ajuda parcial e total para cada atividade básica e instrumental que compõe as escalas de Katz1111. Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged.the index of adl: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA. 1963 Sep;185:914-19. e Lawton.1212. Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. 1969 Autumn;9(3):179-86. Para avaliar associação entre incapacidade funcional e as variáveis de exposição, realizou-se análise bruta e ajustada para fatores de confusão, por meio de regressão de Poisson. Utilizou-se modelo conceitual de análise por níveis,1515. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol. 1997 Feb;26(1):224-7. sendo que no 1º nível foram incluídas as variáveis socioeconômicas e demográficas, no 2º nível a variável referente ao trabalho atual, no 3º nível as variáveis comportamentais e no 4º nível as variáveis de saúde. As variáveis foram mantidas no modelo independentemente do valor de p obtido na análise bruta. A associação estatística foi avaliada pelos testes Wald de heterogeneidade e de tendência linear. Adotou-se nível de significância de 5%.
A pesquisa “COMO VAI?” foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFPel sob o Parecer no 472.357, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) no 24538513.1.0000.5317, em 28 de novembro de 2013. O consentimento dos participantes ou de seus responsáveis foi obtido por escrito, mediante assinatura.
Resultados
Dos 1.844 idosos identificados para participar do estudo, 1.451 foram entrevistados, com 78,7% de resposta. As perdas e recusas foram superiores no sexo feminino (61,0%), embora consistentes com a distribuição deste sexo na amostra (63,0%; IC95% 60,9;65,1) e na faixa etária de 60 a 69 anos (59,0%), com diferença em relação à amostra (52,3%; IC95% 49,1;55,4). Para a escala de incapacidades nas atividades básicas, foram obtidas informações completas para 1.440 idosos, 1.269 para as atividades instrumentais e 1.268 para ambos os domínios.
A maioria da amostra era composta por mulheres (63,0%), idosos entre 60 e 69 anos (52,3%), casados (52,7%), pertencentes à classe econômica C (52,5%), com quatro a sete anos completos de estudo (31,0%) e que não estavam trabalhando (80,4%). Mais da metade dos idosos (71,8%) tinham sobrepeso, 66,2% eram acometidos por duas ou mais morbidades, 81,5% eram insuficientemente ativos e 21,2% haviam consumido bebidas alcoólicas nos últimos 30 dias (Tabela 1).
A prevalência de incapacidades para ABVD e AIVD foi de 36,1% (IC95% 33,5;38,8) e 34,0% (IC95% 30,8;37,2), respectivamente, sendo que 18,1% (IC95% 15,9;20,4) apresentavam incapacidade para ambas as atividades (Tabela 1). Em relação às atividades básicas, a maior frequência de dependência foi para urinar e/ou evacuar (32,4%), seguida de vestir-se (8,8%) e tomar banho (7,0%), enquanto para as atividades instrumentais a maior proporção foi para fazer compras (20,7%), arrumar a casa (18,7%) e usar meio de transporte (16,7%) (Tabela 2).
Após ajuste, mulheres (RP=1,43; IC95% 1,21;1,69), indivíduos de 80 anos ou mais (RP=1,73; IC95% 1,44;2,07) e com duas ou mais morbidades (RP=2,24; IC95% 1,48;3,40) apresentaram maiores prevalências de ABVD, enquanto idosos com 12 anos ou mais de estudo (RP=0,53; IC95% 0,40;0,70) e ativos no lazer (RP=0,68; IC95% 0,52;0,90) tiveram menores prevalências dessa incapacidade (Tabela 3).
No que se refere às AIVD, após ajuste para possíveis fatores de confusão, idosos com 80 anos ou mais (RP=2,39; IC95% 1,95;2,93), viúvos (RP=1,61; IC95% 1,32;1,97), aqueles que não estavam trabalhando (RP=1,42; IC95% 1,07;1,88) e com duas ou mais morbidades (RP=2,04; IC95% 1,30;3,20) apresentaram maior prevalência de incapacidade. Aqueles com 12 ou mais anos de estudo tiveram menor prevalência de incapacidade para AIVD (RP=0,42; IC95% 0,31;0,59), comparados aos com nenhuma escolaridade (Tabela 4).
Considerando-se a presença de incapacidade para atividades básicas e instrumentais de maneira simultânea, após ajuste, as mulheres (RP=1,46; IC95% 1,06;1,99), idosos com 80 anos ou mais (RP=3,01; IC95% 2,17;4,18), viúvos (RP=1,52; IC95% 1,13;2,04), aqueles que não estavam trabalhando (RP=2,02; IC95% 1,13;3,60) e com duas ou mais morbidades (RP=3,28; IC95% 1,38;7,79) apresentaram as maiores prevalências. Idosos com 12 ou mais anos de escolaridade (RP=0,40; IC95% 0,24;0,66) e ativos no lazer (RP=0,42; IC95% 0,21;0,82) tiveram as menores prevalências (Tabela 5).
Discussão
Entre idosos residentes na zona urbana do município de Pelotas, RS, aproximadamente um terço apresentava incapacidade para ABVD ou AIVD, sendo essa condição mais frequente em mulheres, naqueles com idade superior a 80 anos, menor escolaridade e maior número de morbidades.
A prevalência de incapacidade funcional em idosos no Brasil publicada em 2016, segundo metanálise de estudos realizados em todas as regiões do país, variou de 12,3 a 94,1% para os homens e de 14,9 a 84,6% em mulheres.1616. Campos ACV, Almeida MHM, Campos GV, Bogutchi TF. Prevalência de incapacidade funcional por gênero em idosos brasileiros: uma revisão sistemática com metanálise. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016 jun;19(3):545-59. A comparabilidade dos achados desse estudo com outros é limitada, principalmente pelo fato de existirem vários instrumentos para avaliação da capacidade funcional em idosos e, em algumas situações, ainda para um mesmo instrumento, diferentes pontos de corte.55. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da população idosa: uma revisão de literatura. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008 jul-ago;13(4):1199-207. Além disso, a falta de padronização na classificação da dependência também pode dificultar a interpretação e comparação dos estudos.
O mesmo desfecho foi pesquisado em estudo que se muniu do mesmo instrumento e na mesma Pelotas, no biênio 2007-2008;44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. contudo, prevalências inferiores foram observadas: 26,8% (IC95% 23,0%;30,8%) para ABVD, 28,8% (IC95% 24,5%;33,1%) para AIVD e 16,0% para ambos os domínios. Tendo em vista que os estudos foram realizados no mesmo município e que possuem características amostrais muito semelhantes, esses resultados sugerem um aumento da prevalência de incapacidade funcional para ABVD entre os idosos de Pelotas, enquanto para o domínio instrumental, os intervalos de confiança sobrepõem-se. A prevalência de recebimento de ajuda total para a realização das atividades foi maior no estudo anterior, com exceção das atividades urinar e/ou evacuar.44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. Apesar de as amostras serem semelhantes quanto a variáveis demográficas, incluída a idade, e socioeconômicas, no estudo citado44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. não foi avaliada a presença de morbidades nos idosos, de forma que as diferenças encontradas podem ser reflexo de uma amostra mais enferma no referido estudo.1717. Ferreira-Agreli B, Dias FA, Santos-Ferreira PC, Gomes NC, Santos-Tavares DM. Incapacidade funcional e morbidades entre idosos, segundo condições sociodemográficas e indicativo de depressão. Invest Educ Enferm. 2017 jan; 35(1):48-58.
As maiores prevalências de incapacidade para as atividades básicas de urinar e/ou evacuar e para a atividade instrumental de fazer compras, encontradas no presente estudo, são semelhantes às descritas no estudo de 2009 supracitado, também realizado em Pelotas.44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. Principalmente quanto à incapacidade para a atividade básica de urinar e/evacuar, o achado é preocupante: pode levar o idoso ao isolamento social, além de causar alterações em sua autoestima e autoimagem, diminuindo sua qualidade de vida.1818. Abrams P, Smith AP, Cotterill N. The impact of urinary incontinence on health-related quality of life (HRQoL) in a real-world population of women aged 45-60 years: results from a survey in France, Germany, the UK and the USA. BJU Int. 2015 Jan;115(1):143-52.
A prevalência de incapacidade funcional para as atividades básicas foi maior entre as mulheres, enquanto para as atividades instrumentais, não se encontrou diferente prevalência entre sexos. Um estudo que analisou dados de 57 países participantes da Pesquisa Mundial de Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 2002 e 2004, evidenciou maior prevalência de condições incapacitantes nas mulheres, entre elas as incapacidades funcionais.1919. Hosseinpoor AR, Williams JS, Jann B, Kowal P, Officer A, Posarac A, et al. Social determinants of sex differences in disability among older adults: a multi;country decomposition analysis using the World Health Survey. Int J Equity Health. 2012 Sep;11:52. Uma possível justificativa para esse achado pode estar relacionada ao fato de as mulheres apresentarem maior prevalência de condições incapacitantes não fatais (por exemplo, maiores prevalências de osteoporose, artrite e depressão) e, portanto, possuírem sobrevida mais larga, ficando mais vulneráveis aos desfechos em questão.2020. Giacomin KC, Peixoto SV, Uchoa E, Lima-Costa MF. Estudo de base populacional dos fatores associados à incapacidade funcional entre idosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008 jun;24(6):1260-70. Ou ainda, ao fato de as mulheres, em geral, serem mais inativas do que os homens,2121. Sun F, Norman IJ, While AE. Physical activity in older people: a systematic review. BMC Public Health. 2013 May;13:449. restritas principalmente a atividades domésticas e práticas com foco em saúde, enquanto homens são mais estimulados a praticar esportes no lazer e com foco em exercícios de força.2222. Salles-Costa R, Heilborn ML, Werneck GL, Faerstein E, Lopes CS. Gênero e prática de atividade física de lazer. Cad Saúde Pública. 2003;19(Suppl 2):S325-33. As idosas deste estudo apresentaram maior prevalência de inatividade física quando comparadas aos homens (dados não apresentados), enquanto ser ativo associou-se a menor prevalência de incapacidade funcional.
O aumento da idade está relacionado a maiores níveis de incapacidade funcional,44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. confirma este estudo, que evidenciou maior prevalência de incapacidade funcional conforme o avançar da idade, tanto para atividades básicas quanto para atividades instrumentais. As alterações fisiológicas resultantes do processo de envelhecimento, como declínio da capacidade aeróbia e da musculatura esquelética, relacionadas com o declínio da capacidade funcional, acentuam-se com o avançar da idade.2323. Del Duca GF, Silva MC, Silva SG, Nahas MV, Hallal PC. Incapacidade funcional em idosos institucionalizados. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2011;16(2):120-4. Além disso, a maior prevalência de condições crônicas entre os idosos pode contribuir para o aumento da incapacidade nessa população.1717. Ferreira-Agreli B, Dias FA, Santos-Ferreira PC, Gomes NC, Santos-Tavares DM. Incapacidade funcional e morbidades entre idosos, segundo condições sociodemográficas e indicativo de depressão. Invest Educ Enferm. 2017 jan; 35(1):48-58.,2323. Del Duca GF, Silva MC, Silva SG, Nahas MV, Hallal PC. Incapacidade funcional em idosos institucionalizados. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2011;16(2):120-4. Em se tratando de delineamento transversal, não se pode descartar a possibilidade do viés de causalidade reversa. A presença de multimorbidades pode dificultar a realização de ABVD e AIVD, assim como idosos, enquanto incapacitados, estão mais propensos a desenvolver algumas doenças. Neste estudo, a escolaridade foi determinante da incapacidade funcional, observando-se que, ao aumentar os anos de estudo, diminuía a prevalência dos desfechos em qualquer um dos domínios avaliados, o que é consistente com a literatura.22. Barbosa BR, Almeida JM, Barbosa MR, Rossi-Barbosa LAR. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Ciênc Saúde Coletiva. 2014 ago;19(8):3317-25.,33. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010 jun;44(3):468-78.,2424. Pereira GN, Bastos GAN, Del Duca GF, Bós AJG. Indicadores demográficos e socioeconômicos associados à incapacidade funcional em idosos. Cad Saúde Pública. 2012 nov;28(11):2035-42. De acordo com a OMS (2005), a baixa escolaridade está associada a maiores riscos de deficiência e morte,2525. World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde [Internet]. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005 [citado 2018 fev 16]. 60 p. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe... principalmente porque oportunidades de aprendizado podem ajudar as pessoas a desenvolver habilidades, confiança para se adaptar e experimentar um processo de envelhecimento mais saudável.
Quanto à situação conjugal, os viúvos apresentaram maior prevalência de incapacidade funcional para atividades instrumentais e para ambas as incapacidades simultaneamente. A viuvez, para o idoso, pode levar a uma situação de isolamento e menor preocupação com a saúde, com possível influência negativa em sua capacidade funcional.2626. Kawamoto R, Yoshida O, Oka Y. Factors related to functional capacity in community-dwelling elderly. Geriatr Gerontol Int. 2004 Jun;4(2):105-10. Além disso, Pereira et al.2424. Pereira GN, Bastos GAN, Del Duca GF, Bós AJG. Indicadores demográficos e socioeconômicos associados à incapacidade funcional em idosos. Cad Saúde Pública. 2012 nov;28(11):2035-42. sugerem que a maior prevalência de incapacidade funcional em viúvos pode estar relacionada ao fato de a situação de viuvez tender a ser maior em mulheres e pessoas mais idosas, justamente os dois grupos com maiores prevalências de incapacidade. Isto também ficou evidenciado no presente estudo.
Idosos que estavam trabalhando tiveram menor prevalência de incapacidade para atividades instrumentais, que envolvem aquelas mais complexas, e de incapacidade funcional de forma geral (considerando-se ambos os domínios, concomitantemente). Este achado é consistente com o observado em outros estudos,33. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010 jun;44(3):468-78.,2727. d’OrsiI E, Xavier AJ, Ramos LR. Trabalho, suporte social e lazer protegem idosos da perda funcional: estudo epidoso. Rev Saúde Pública. 2011 ago;45(4):685-92. pois a atividade laboral implica desafios diários, que mantêm o trabalhador ativo, contribuindo para a manutenção de sua capacidade funcional.2727. d’OrsiI E, Xavier AJ, Ramos LR. Trabalho, suporte social e lazer protegem idosos da perda funcional: estudo epidoso. Rev Saúde Pública. 2011 ago;45(4):685-92. Todavia, é importante pontuar que os idosos poderiam não estar trabalhando em razão da própria incapacidade. De forma semelhante, idosos ativos no lazer também apresentaram menor prevalência de incapacidade nas atividades básicas e em ambos domínios os simultaneamente. A redução do nível de atividade física aliada à maior ocorrência de doenças crônicas, situações comuns nessa faixa etária, pode explicar a maior prevalência de incapacidades no grupo idoso.2828. Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, et al. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. 2007 Aug;39(8):1423-34. No entanto, cabe destacar que essa relação está sujeita ao viés de causalidade reversa: tanto a inatividade física aumenta o risco de incapacidade, como aqueles que têm mais incapacidades apresentarão, consequentemente, maiores níveis de inatividade física.
A associação entre doenças crônicas e incapacidade funcional encontrada neste estudo também foi observada em estudos prévios.33. Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010 jun;44(3):468-78.,44. Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805. A presença de doenças crônicas está relacionada ao envelhecimento2525. World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde [Internet]. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005 [citado 2018 fev 16]. 60 p. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe... e pode, por sua vez, tornar o idoso mais incapaz na realização de suas atividades diárias.
Algumas limitações ao presente trabalho devem ser mencionadas. Em função do delineamento transversal, a principal limitação do estudo está no possível viés de causalidade reversa em algumas associações, como já foi comentado. Cabe lembrar que o objetivo do estudo foi identificar fatores associados e não estabelecer relações causais. Um possível viés de seleção, devido à perda diferencial de idosos com menor idade na amostra, é outra limitação a citar, desde que a prevalência de incapacidade funcional em idosos na faixa etária de 60 a 69 anos pode estar subestimada. Não obstante, essa limitação teria pouco impacto sobre os resultados, pois, conforme já foi dito, a prevalência de incapacidade funcional tende a aumentar com o avanço da idade. E ainda existe a possibilidade de viés de sobrevivência, uma vez que idosos mais dependentes - e, consequentemente, com piores condições de saúde - possivelmente já morreram ou poderiam estar hospitalizados, o que subestimaria as prevalências dos desfechos estudados. Entre os idosos entrevistados, 171 tinham informações para ABVD e não para AIVD. A prevalência de incapacidade para ABVD entre esses idosos era de 50,0% (IC95% 42,5%;57,5%). Acredita-se que a prevalência de incapacidade para AIVD possa estar subestimada, já que entre as perdas a prevalência para ABVD foi superior à estimada para a amostra geral.
Com o envelhecimento da população a se acelerar em países de renda média, como o Brasil, a agenda de políticas sociais tem buscado se ajustar à nova realidade com a elaboração de políticas e programas focados na saúde dos idosos.2929. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (BR). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2012 [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2012 [citado 2018 fev 16]. (Estudos & Pesquisas, Informação demográfica e socioeconômica, 36). 293 p. Disponível em: Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv62715.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza... A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa3030. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.529, de 19 de outubro de 2006. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia (DF), 2006 out 20; Seção 1:142. determina a atenção prioritária à saúde de idosos em situação de dependência funcional. É recomendável a inserção na rotina da atenção básica da avaliação da capacidade funcional de idosos, por meio de instrumentos de triagem validados, de fácil aplicação, que busquem identificar precocemente homens e mulheres idosos em risco de incapacidade; instrumentos como as escalas de Katz1111. Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged.the index of adl: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA. 1963 Sep;185:914-19. e Lawton,1212. Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. 1969 Autumn;9(3):179-86. se fossem implementadas na rotina dos serviços na atenção à saúde do idoso. Finalmente, as autoras deste estudo acreditam ser necessário que os grupos de risco aqui identificados - mulheres, idosos de mais idade, de baixa escolaridade e porta-dores de enfermidades crônicas - sejam priorizados nessa avaliação.
Referências
- 1Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Pública. 1997 abr;31(2):184-200.
- 2Barbosa BR, Almeida JM, Barbosa MR, Rossi-Barbosa LAR. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Ciênc Saúde Coletiva. 2014 ago;19(8):3317-25.
- 3Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Fatores associados à incapacidade funcional dos idosos no Brasil: análise multinível. Rev Saúde Pública. 2010 jun;44(3):468-78.
- 4Del Duca GF, Silva MC, Hallal PC. Incapacidade funcional para atividades básicas e instrumentais da vida diária em idosos. Rev Saúde Pública. 2009 out;43(5):796-805.
- 5Alves LC, Leite IC, Machado CJ. Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da população idosa: uma revisão de literatura. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008 jul-ago;13(4):1199-207.
- 6Fried LP, Guralnik JM. Disability in older adults: evidence regarding significance, etiology, and risk. J Am Geriatr Soc. 1997 Jan;45(1):92-100.
- 7Alves LC, Leimann BCQ, Vasconcelos MEL, Carvalho MS, Vasconcelos AGG, Fonseca TCO, et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007 ago;23(8):1924-30.
- 8Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010 [Internet]. 2011 [citado 2018 fev 16]. Disponível em: Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/
» http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/ - 9Chumlea WC, Guo S. Equations for predicting stature in white and black elderly individuals. J Gerontol. 1992 Nov;47(6):M197-203.
- 10World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO expert committee [Internet]. Geneva: World Health Organization; 1995 [cited 2018 Feb 16]. (WHO technical report series, 854). 452 p. Available in: Available in: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/37003/1/WHO_TRS_854.pdf
» http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/37003/1/WHO_TRS_854.pdf - 11Katz S, Ford AB, Moskowitz RW, Jackson BA, Jaffe MW. Studies of illness in the aged.the index of adl: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA. 1963 Sep;185:914-19.
- 12Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. 1969 Autumn;9(3):179-86.
- 13Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil [Internet]. São Paulo: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa ; 2010 [citado 2018 fev 16]. 3 p. Disponível em: Disponível em: http://www.abep.org/Servicos/Download.aspx?id=07
» http://www.abep.org/Servicos/Download.aspx?id=07 - 14Craig CL, Marshall AL, Sjöström M, Bauman AE, Booth ML, Ainsworth BE, et al. International physical activity questionnaire: 12-country reliability and validity. Med Sci Sports Exerc. 2003 Aug;35(8):1381-95.
- 15Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol. 1997 Feb;26(1):224-7.
- 16Campos ACV, Almeida MHM, Campos GV, Bogutchi TF. Prevalência de incapacidade funcional por gênero em idosos brasileiros: uma revisão sistemática com metanálise. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016 jun;19(3):545-59.
- 17Ferreira-Agreli B, Dias FA, Santos-Ferreira PC, Gomes NC, Santos-Tavares DM. Incapacidade funcional e morbidades entre idosos, segundo condições sociodemográficas e indicativo de depressão. Invest Educ Enferm. 2017 jan; 35(1):48-58.
- 18Abrams P, Smith AP, Cotterill N. The impact of urinary incontinence on health-related quality of life (HRQoL) in a real-world population of women aged 45-60 years: results from a survey in France, Germany, the UK and the USA. BJU Int. 2015 Jan;115(1):143-52.
- 19Hosseinpoor AR, Williams JS, Jann B, Kowal P, Officer A, Posarac A, et al. Social determinants of sex differences in disability among older adults: a multi;country decomposition analysis using the World Health Survey. Int J Equity Health. 2012 Sep;11:52.
- 20Giacomin KC, Peixoto SV, Uchoa E, Lima-Costa MF. Estudo de base populacional dos fatores associados à incapacidade funcional entre idosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008 jun;24(6):1260-70.
- 21Sun F, Norman IJ, While AE. Physical activity in older people: a systematic review. BMC Public Health. 2013 May;13:449.
- 22Salles-Costa R, Heilborn ML, Werneck GL, Faerstein E, Lopes CS. Gênero e prática de atividade física de lazer. Cad Saúde Pública. 2003;19(Suppl 2):S325-33.
- 23Del Duca GF, Silva MC, Silva SG, Nahas MV, Hallal PC. Incapacidade funcional em idosos institucionalizados. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2011;16(2):120-4.
- 24Pereira GN, Bastos GAN, Del Duca GF, Bós AJG. Indicadores demográficos e socioeconômicos associados à incapacidade funcional em idosos. Cad Saúde Pública. 2012 nov;28(11):2035-42.
- 25World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde [Internet]. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005 [citado 2018 fev 16]. 60 p. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
» http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf - 26Kawamoto R, Yoshida O, Oka Y. Factors related to functional capacity in community-dwelling elderly. Geriatr Gerontol Int. 2004 Jun;4(2):105-10.
- 27d’OrsiI E, Xavier AJ, Ramos LR. Trabalho, suporte social e lazer protegem idosos da perda funcional: estudo epidoso. Rev Saúde Pública. 2011 ago;45(4):685-92.
- 28Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, et al. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. 2007 Aug;39(8):1423-34.
- 29Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (BR). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2012 [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2012 [citado 2018 fev 16]. (Estudos & Pesquisas, Informação demográfica e socioeconômica, 36). 293 p. Disponível em: Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv62715.pdf
» https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv62715.pdf - 30Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.529, de 19 de outubro de 2006. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia (DF), 2006 out 20; Seção 1:142.
- *O estudo foi financiado com recursos do Consórcio de Pesquisa do Mestrado em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas 2013/14 (Programa de Excelência Acadêmica/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/Ministério da Educação [processo: PROEX/CAPES no 23038.003968/2013-99]; e Auxílio Financeiro para Projeto Educacional ou de Pesquisa/PROEX/CAPES [processo: AUXPE/PROEX no 1107/2013]).
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
11 Jun 2018
Histórico
- Recebido
10 Ago 2017 - Aceito
02 Jan 2018