Resumo
Objetivo:
analisar a prevalência e fatores associados à fragilidade em idosos na cidade de Pelotas, RS, Brasil, em 2014.
Métodos:
estudo transversal de base populacional incluindo indivíduos com 60 anos ou mais de idade; a fragilidade foi avaliada por uma versão modificada da Escala de Fragilidade de Edmonton; estimaram-se razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), utilizando-se a regressão de Poisson.
Resultados:
a prevalência de fragilidade foi de 13,8%, sendo maior em idosos com 75 anos ou mais (RP 4,33 - IC95% 2,94;6,39), do sexo feminino (RP 1,46 - IC95% 1,06;2,03) e que viviam sem companheiro (RP 1,54 - IC95% 1,16;2,04); as morbidades com maior magnitude de associação à fragilidade foram epilepsia (RP 3,58 - IC95% 2,19;5,85), isquemia (RP 2,56 - IC95% 2,00;3,28) e insuficiência cardíaca (RP 2,48 - IC95% 1,92;3,19).
Conclusão:
a fragilidade em idosos associou-se a maior idade, sexo feminino, ausência de companheiro e maior número de morbidades.
Palavras-chave:
Idoso; Estudos Transversais; Fragilidade; Idoso Fragilizado; Epidemiologia; Saúde do Idoso
Resumen
Objetivo:
analizar la prevalencia y factores asociados a la fragilidad en ancianos en la ciudad de Pelotas, RS, Brasil, en 2014.
Métodos:
estudio transversal de base poblacional incluyendo individuos con 60 años o más de edad; la fragilidad fue evaluada mediante una versión modificada de la Escala de Fragilidad de Edmonton; se estimó la razón de prevalencia (PR) y sus respectivos intervalos de confianza de 95% (IC95%) utilizando la regresión de Poisson.
Resultados:
la prevalencia de fragilidad fue del 13,8%, siendo mayor en ancianos con 75 o más años de edad (RP 4,33 - IC95% 2,94;6,39), del sexo femenino (RP 1,46 - IC95% 1,06;2,03) y viviendo sin compañero (RP 1,54 - IC95% 1,16;2,04); las morbilidades con mayores magnitudes de asociación con la fragilidad fueron epilepsia (RP 3,58 - IC95% 2,19;5,85), isquemia (RP 2,56 - IC95% 2,00;3,28) e insuficiencia cardíaca (RP 2,48 - IC95% 1,92;3,19).
Conclusión:
la fragilidad estuvo asociada a mayor edad, sexo femenino, vivir sin compañero y mayor número de morbilidades.
Palabras clave:
Anciano; Estudios Transversales; Fragilidad; Anciano Frágil; Epidemiología; Salud del Anciano
Introdução
O envelhecimento da população, fenômeno observado em países de alta renda, encontra-se em processo acelerado entre países de média e baixa renda. O Brasil passou de uma população de 15,5 milhões (9,0%) de indivíduos com 60 anos ou mais de idade, em 2001, para 23,5 milhões (12,1%) em 2011.11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2012 [citado 2018 nov 7]. Disponível em: Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv62715.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza... O envelhecimento está associado à fragilidade, embora não se possam considerar sinônimos. A fragilidade é uma síndrome multidimensional que envolve fatores biológicos, físicos, psicológicos, cognitivos, sociais, econômicos e ambientais. Ela torna o idoso vulnerável a eventos adversos, aumentando sua incapacidade e risco de dependência funcional.22. Fabrício-Wehbe SCC, Dantas RAS, Rodrigues RAP, Schiaveto FV, Vendrusculo TR, Haas VJ. Cross-cultural adaptation and validity of the ‘Edmonton Frail Scale - EFS’ in a Brazilian elderly sample. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2009 Nov-Dec [cited 2018 Dec 24];17(6):1043-9. Available in: Available in: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000600018 . doi: 10.1590/S0104-11692009000600018
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Não obstante a importância da fragilidade na população idosa, existem poucos estudos sobre o assunto em países de baixa renda. Visando à orientação do planejamento e implementação de políticas de saúde para idosos, incluindo ações preventivas e de reabilitação de indivíduos com fragilidade, o objetivo deste estudo foi analisar a prevalência e os fatores associados à fragilidade em idosos residentes no município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Métodos
Os dados utilizados fazem parte do estudo COMO VAI? - acrônimo adotado para o Consórcio de Mestrado Orientado para a Valorização da Atenção ao Idoso. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, realizado em Pelotas, RS, entre janeiro e agosto de 2014. Sua população-alvo foi constituída por indivíduos com 60 anos ou mais de idade, não institucionalizados, residentes na cidade.
De acordo com a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),1818. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Censo demográfico 2010 [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica; 2010 [citado 2018 nov 7]. Disponível em: Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010
https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica... em 2010, Pelotas possuía 328.275 habitantes, dos quais 46.099 eram idosos. Para seleção dos indivíduos pesquisados, realizou-se uma amostragem em dois estágios. Inicialmente foram selecionados, por sorteio sistemático, ordenados de acordo com a renda média do chefe da família, 133 dos 488 setores censitários da cidade de Pelotas. Esta estratégia garantiu a inclusão de bairros com situações econômicas distintas. Logo, realizou-se a contagem de domicílios ocupados nos setores selecionados e, estimando-se aproximadamente um idoso para cada três domicílios, realizou-se o sorteio sistemático de 31 domicílios por setor, totalizando 4.123 domicílios. Em cada domicílio sorteado, todos os habitantes com 60 anos ou mais eram elegíveis para o estudo. O critério de exclusão foi estar institucionalizado ou apresentar deficit cognitivo sem a presença de cuidador.
O tamanho da amostra concluída para estimar a prevalência de fragilidade, tendo em vista uma prevalência esperada de desfecho de 30%22. Fabrício-Wehbe SCC, Dantas RAS, Rodrigues RAP, Schiaveto FV, Vendrusculo TR, Haas VJ. Cross-cultural adaptation and validity of the ‘Edmonton Frail Scale - EFS’ in a Brazilian elderly sample. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2009 Nov-Dec [cited 2018 Dec 24];17(6):1043-9. Available in: Available in: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000600018 . doi: 10.1590/S0104-11692009000600018
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... com margem de erro de 4 pontos percentuais, nível de confiança de 95% e efeito do delineamento (DEFF) de 1,5, e acrescentando-se 10% para perdas e recusas, foi de 857 idosos. A análise das associações considerou um nível de significância de 5% e poder estatístico de 80%, com acréscimo de 10% para perdas e recusas e mais 10% para controle de fatores de confusão. A maior amostra tida como necessária foi de 1.323 idosos, para estimar (i) a associação entre escore de morbidade, que apresenta uma relação exposto-não exposto de 1:4, e (ii) a fragilidade, com uma razão de prevalência maior que 1,5.
Os domicílios foram visitados por um grupo de 23 entrevistadoras com ensino médio completo. Elas receberam capacitação com duração de 40 horas, para a aplicação do questionário. Este foi previamente avaliado mediante um estudo-piloto com idosos da mesma população. Em um primeiro momento, as entrevistadoras realizavam a identificação dos moradores (nome, idade, sexo) e verificavam se havia um morador elegível. Em um segundo momento, questionários eletrônicos padronizados eram aplicados utilizando-se notebooks. Para a realização das entrevistas, foram feitas pelo menos três tentativas de contato em cada domicílio.
A variável dependente foi a fragilidade, avaliada por meio de itens baseados na versão em português da Escala de Fragilidade de Edmonton (EFE).22. Fabrício-Wehbe SCC, Dantas RAS, Rodrigues RAP, Schiaveto FV, Vendrusculo TR, Haas VJ. Cross-cultural adaptation and validity of the ‘Edmonton Frail Scale - EFS’ in a Brazilian elderly sample. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2009 Nov-Dec [cited 2018 Dec 24];17(6):1043-9. Available in: Available in: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000600018 . doi: 10.1590/S0104-11692009000600018
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... ,1717. Rolfson DB, Majumdar SR, Tsuyuki RT, Tahir A, Rockwood K. Validity and reliabilityof the edmonton frail scale. Age Ageing [Internet]. 2006 Sep [cited 2018 Dec 24];35(5):526-9. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16757522
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1675... Foram avaliados os nove domínios da EFE: cognição, estado geral de saúde, independência funcional, suporte social, uso de medicação, nutrição, humor, continência urinária e desempenho funcional do idoso. Pela EFE, o domínio ‘cognição’ é avaliado pelo chamado “teste do relógio”; porém, esse teste pode classificar como tendo problemas cognitivos indivíduos com baixa escolaridade, razão por que se optou por avaliar esse item de acordo com a capacidade - autorrelatada - do idoso para responder ao questionário sem ajuda, com ajuda de um cuidador ou, por não ter capacidade de responder, ter o questionário respondido apenas pelo cuidador, pontuando-se as opções com zero, 1 ou 2 respectivamente. Todos os demais domínios foram avaliados de acordo com o modelo proposto pela EFE: a escala utiliza uma a duas perguntas para cada domínio, pontuadas gerando um escore com 17 pontos. A partir do escore gerado, os idosos foram classificados segundo níveis de fragilidade: não frágil (0-4 pontos), vulnerável (5-6 pontos), com fragilidade leve (7-8 pontos), moderada (9-10 pontos) ou grave (11-17 pontos). Como variável dependente, considerou-se a seguinte variável dicotômica: não frágil (0-6 pontos) ou frágil (7-17 pontos).
Como variáveis independentes, foram observadas:
a) Características demográficas
- sexo (masculino; feminino);
- idade (em anos completos: 60-64; 65-69; 70-74; 75 ou mais);
- raça/cor da pele, observada pela entrevistadora (branca; outra ); e
- situação conjugal (com companheiro; sem companheiro).
b) Características socioeconômicas
- renda familiar (em salários mínimos: até R$724,00 ; R$724,01 a R$2.172,00 ; R$2.172,01 a R$3.620,00 ; R$3.620,01 a R$7.240,00 ; R$7.241,01 ou mais );
- nível econômico, de acordo com a classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP)1919. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil. São Paulo: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa; 2010. do ano de 2010 (dividida em três categorias: A/B; C; D/E); e
- escolaridade (em anos de estudo completos: nenhum; 1-3; 4-7; 8-11; e 12 ou mais);
c) Morbidades autorrelatadas
Em resposta à pergunta “Algum médico ou profissional de saúde já disse que o(a) sr.(a) tem...”, foram autorrelatadas hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, problemas de coração, insuficiência cardíaca, enfisema, isquemia ou derrame, artrite ou reumatismo, doença de Parkinson, insuficiência renal, epilepsia ou convulsões, osteoporose, glaucoma e câncer. O número de morbidades que acometiam o entrevistado constituiu um escore: nenhuma; 1-3; 4 ou mais.
d) Características comportamentais
- tabagismo (não; sim; ex-fumante);
- CAGE2020. Mayfield D, McLeod G, Hall P. The CAGE questionnaire: validation of new alcoholism screening instrument. Am J Psychiatry [Internet]. 1974 Oct [cited 2018 Dec 24];131(10):1121-3. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4416585
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4416... (acrônimo em inglês, refere quatro questões: Cut down, Annoyed by criticism, Guilty and Eye-opener), utilizado para a percepção da pessoa sobre sua dependência à bebida alcoólica: até 1 resposta positiva, negativo; 2 ou mais respostas positivas, positivo); e- atividade física no lazer, avaliada pelo questionário IPAQ2121. Craig CL, Marshall AL, Sjöström M, Bauman AE, Booth ML, Ainsworth BE, et al. International physical activity questionnaire: 12-country reliability and validity. Med Sci Sports Exerc [Internet]. 2003 Aug [cited 2018 Dec 24];35(8):1381-95. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12900694
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1290... (IPAQ: International Physical Activity Questionnaire), dicotomizada (até 150 minutos por semana, insuficientemente ativo; acima de 150 minutos por semana, ativo).
Inicialmente, foram descritas as prevalências das variáveis independentes e do desfecho ‘fragilidade’. Em seguida, realizou-se a análise bruta e ajustada para avaliar a associação das variáveis independentes com o desfecho dicotômico. Utilizou-se a regressão de Poisson com variância robusta para o cálculo das razões de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), considerando-se o efeito do delineamento. A análise múltipla foi realizada seguindo um modelo hierarquizado2222. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto M. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol [Internet]. 1997 Feb [cited 2018 Dec 24];26(1):224-7. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9126524
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9126... com seleção backward, tendo no primeiro nível as variáveis demográficas, no segundo nível as variáveis socioeconômicas, no terceiro nível o escore de morbidades e no quarto nível as variáveis comportamentais (Figura 1). A associação estatística foi avaliada pelos testes de Wald para heterogeneidade e tendência linear. As variáveis que apresentavam associação significativa com o desfecho na análise bruta eram incluídas no modelo múltiplo. Associações com valor de p menor ou igual a 0,05 foram consideradas significativas; variáveis independentes associadas ao desfecho com valor-p menor que 0,2 foram mantidas no modelo múltiplo, para controle de confusão. As análises foram feitas utilizando-se o software Stata 12.1 (Stata Corp, College Station, TX, USA).
O estudo COMO VAI? foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas: Parecer no 472.357, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) no 24538513.1.0000.5317, em 28 de novembro de 2013. Para participar da entrevista, cada sujeito assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi garantido o anonimato das informações prestadas e o direito à recusa em participar do estudo.
Resultados
Dos 4.123 domicílios selecionados, foram visitados 3.799. Destes, 1.379 possuíam moradores na idade de 60 anos ou mais, sendo identificado um total de 1.844 idosos elegíveis para o estudo. Foram entrevistados 1.451 idosos, dos quais 1.399 responderam a todas as questões sobre o desfecho, possibilitando o cálculo do escore de fragilidade. As perdas e recusas totalizaram 21,3%, sendo a maioria do sexo feminino (60,0%), proporção semelhante à dos respondentes (63,0% - IC95%60,5;65,5) e da faixa etária de 60-69 anos (59,0%), e superior à dos idosos participantes (52,3% - IC95%49,7;54,9).
Entre os entrevistados, 63,2% eram mulheres, 52,7% tinham até 69 anos, 83,7% eram de raça/cor da pele branca e 53,1% viviam com companheiro. Quanto à renda familiar, 42,8% dos entrevistados recebiam entre R$724,01 e R$2.172,00, 52,6% pertenciam ao nível econômico C (classificação ABEP/2010) e 13,6% não tinham nenhuma escolaridade. Do total de idosos, 25,4% tinham quatro ou mais morbidades, 12,6% eram fumantes e 33,3% ex-fumantes, e 1,0% apresentou teste CAGE positivo; 81,6% dos idosos foram considerados insuficientemente ativos no lazer (Tabela 1).
A prevalência de algum nível de fragilidade foi de 13,8% (IC95% 12,0;15,6). Considerando-se o grau de fragilidade, 69,5% dos participantes foram classificados no nível ‘não frágil’, 16,7% como ‘vulnerável’, 8,6% com ‘fragilidade leve’, 4,0% com ‘fragilidade moderada’ e 1,2% com ‘fragilidade grave’ (Tabela 1).
Na comparação por sexo, as mulheres apresentaram diferenças mais acentuadas de fragilidade nos níveis leve (10,6%, frente a 5,1% nos homens) e moderado (4,9%, frente a 2,5% nos homens), enquanto o sexo masculino, mais fragilidade grave (1,4%, frente a 1,1% no sexo feminino). Observou-se maior fragilidade entre idosos que vivem sem companheiro (19,6%), em relação aos que têm companheiro (8,8%); entretanto, essa diferença é maior para as fragilidades leve e moderada, comparativamente à grave. Idosos com mais morbidades apresentaram mais fragilidade (nenhuma, 4,1%; 4 ou mais, 29,5%), sendo maiores as diferenças nas proporções para fragilidade moderada e grave (Tabela 2).
Epilepsia (RP 3,58 - IC95% 2,19;5,85), isquemia (RP 2,56 - IC95% 2,00;3,28), insuficiência cardíaca (RP 2,48 - IC95% 1,92;3,19), doença de Parkinson (RP 2,06 - IC95% 1,22;3,47) e diabetes mellitus (RP 2,04 - IC95% 1,59;2,67) foram as doenças mais associadas à fragilidade, após ajuste para variáveis sociodemográficas (Tabela 3). Glaucoma, artrite e enfisema não apresentaram associação estatisticamente significativa, após ajuste.
Na análise bruta, idade de 75 anos ou mais, ser do sexo feminino, viver sem companheiro, ter menor escolaridade e renda familiar, referir maior número de morbidades e apresentar atividade física insuficiente foram fatores associados à fragilidade. Na análise multivariável, de acordo com o modelo hierarquizado, a idade manteve associação direta com a fragilidade, sendo a prevalência quatro vezes maior em idosos com 75 anos ou mais (RP 4,33 - IC95% 2,94;6,39), quando comparados aos de 60 a 64 anos. Mulheres (RP 1,46 - IC95% 1,06;2,03) e indivíduos que viviam sem companheiro (RP 1,54 - IC95% 1,16;2,04) tiveram probabilidade cerca de 50% maior de apresentar fragilidade. A escolaridade esteve inversamente associada ao desfecho. O escore de morbidades apresentou associação direta com a fragilidade, e idosos insuficientemente ativos apresentaram prevalência duas vezes maior em relação aos idosos ativos (RP 2,37 - IC95% 1,29;4,35) (Tabela 4).
Discussão
Este estudo encontrou uma prevalência de fragilidade de 13,8% em idosos. Essa prevalência foi maior no sexo feminino, na idade mais avançada, para quem vivia sem companheiro/a, de menor escolaridade, com autorrelato de quatro ou mais morbidades e insuficientemente ativo no lazer. As morbidades com maior magnitude de associação à fragilidade foram epilepsia, isquemia, insuficiência cardíaca, doença de Parkinson e diabetes mellitus.
A prevalência de fragilidade revelada aqui diverge da concluída em estudos anteriores realizados no Brasil e que utilizaram a Escala de Fragilidade de Edmonton (31 a 47,2%).22. Fabrício-Wehbe SCC, Dantas RAS, Rodrigues RAP, Schiaveto FV, Vendrusculo TR, Haas VJ. Cross-cultural adaptation and validity of the ‘Edmonton Frail Scale - EFS’ in a Brazilian elderly sample. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2009 Nov-Dec [cited 2018 Dec 24];17(6):1043-9. Available in: Available in: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000600018 . doi: 10.1590/S0104-11692009000600018
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... ,99. Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Mendonça JMG, Costa FM, Caldeira AP. Prevalência e fatores associados à fragilidade em idosos não institucionalizados. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016 maio-jun [citado 2018 dez 24];69(3):435-42. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000300435 . doi: 10.1590/0034-7167.2016690304i
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... ,1010. Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Medeiros SM, Lima CA, Costa FM, et al. Prevalência e fatores associados à incontinência urinária em idosos não institucionalizados. Cad Saúde Colet [Internet]. 2017 jul [citado 2018 dez 24];25(3):268-77. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-462X2017000300268&script=sci_abstract&tlng=pt . doi: 10.1590/1414-462x201700030295
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141... Entretanto, a presente amostra foi composta por idosos mais jovens que os sujeitos daqueles estudos e, consequentemente, menos frágeis. Como já foi comentado neste relato, o “teste do relógio” foi preterido, dado seu poder de superestimar a prevalência de fragilidade, classificar com problemas cognitivos idosos de baixa escolaridade e, por conseguinte, provocar um erro de classificação positivo na fragilidade.22. Fabrício-Wehbe SCC, Dantas RAS, Rodrigues RAP, Schiaveto FV, Vendrusculo TR, Haas VJ. Cross-cultural adaptation and validity of the ‘Edmonton Frail Scale - EFS’ in a Brazilian elderly sample. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2009 Nov-Dec [cited 2018 Dec 24];17(6):1043-9. Available in: Available in: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000600018 . doi: 10.1590/S0104-11692009000600018
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... Considera-se que o autorrelato sobre a capacidade de responder ao questionário mostrou-se adequado para avaliar o domínio ‘cognição’, ao incluir no estudo populações de baixo nível econômico.
A rede de pesquisa FIBRA (Fragilidade em Idosos Brasileiros),77. Vieira RA, Guerra RO, Giacomin KC, Vasconcelos KSS, Andrade ACS, Pereira LSM, et al. Prevalência de fragilidade e fatores associados em idosos comunitários de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: dados do estudo FIBRA. Cad Saúde Pública [Internet]. 2013 ago [citado 2018 dez 24];29(8):1631-43. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2013000800015 . doi: 10.1590/0102-311X00126312
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... ao avaliar a fragilidade entre idosos residentes em diversas cidades brasileiras no período 2008-2009, por meio do Fenótipo de Fragilidade de Fried, encontrou uma prevalência de 9,1%. De acordo com a mesma pesquisa FIBRA, na região Nordeste, a prevalência de fragilidade foi de 17%,66. Sousa AC, Dias RC, Maciel AC, Guerra RO. Frailty syndrome and associated factors in community-dwelling elderly in Northeast Brazil. Arch Gerontol Geriatr [Internet]. 2012 Mar-Apr [cited 2018 Dec 24];54(2):e95-e101. Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21930311. doi: 10.1016/j.archger.2011.08.010
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2193... e no Sudeste, 9%.88. Neri AL, Yassuda MS, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: estudo FIBRA. Cad Saúde Pública [Internet]. 2013 abr [citado 2018 dez 24];29(4):778-92. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2013000400015&script=sci_abstract&tlng=pt . doi: 10.1590/S0102-311X2013000400015
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010... A prevalência de fragilidade em países de alta renda, avaliada por diferentes instrumentos, varia de 4,0 a 59,0%.2323. Collard RM, Boter H, Schoevers RA, Oude Voshaar RC. Prevalence of frailty in community-dwelling older persons: a systematic review. J Am Geriatr Soc [Internet]. 2012 Aug [cited 2018 Dec 24];60(8):1487-92. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22881367 . doi: 10.1111/j.1532-5415.2012.04054.x
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2288... A variabilidade nas escalas utilizadas limita a comparabilidade dos achados, pois escalas de abordagem mais ampla, como a EFE, tendem a encontrar prevalências maiores de fragilidade, comparadas aos instrumentos de enfoque biológico. Porém, menores prevalências de fragilidade, encontradas em países de alta renda e no Sudeste do Brasil, sugerem que o envelhecimento em locais sob melhores condições socioeconômicas faz-se acompanhar de uma melhor qualidade de vida, incluindo sistemas de saúde mais preparados para lidar com o número crescente de idosos na população e suas necessidades em saúde.
Idosos “mais velhos” são mais frágeis, tanto em países de alta renda como nos de renda baixa e média.55. Fhon JRS, Diniz MA, Leonardo KC, Kusumota L, Haas VJ, Rodrigues RAP. Síndrome de fragilidade relacionada à incapacidade funcional no idoso. Acta Paul Enferm [Internet]. 2012 jul [citado 2018 dez 24];25(4):589-94. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002012000400017 . doi: 10.1590/S0103-21002012005000016
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... ,1111. Chen CY, Wu SC, Chen LJ, Lue BH. The prevalence of subjective frailty and factors associated with frailty in Taiwan. Arch Gerontol Geriatr [Internet]. 2010 Feb [cited 2018 Dec 24];50 Suppl1:S43-7. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20171456 . doi: 10.1016/S0167-4943(10)70012-1
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12. Cigolle CT, Ofstedal MB, Tian Z, Blaum CS. Comparing models of frailty: the health and retirement study. J Am Geriatr Soc [Internet]. 2009 May [cited 2018 Dec 24];57(5):830-9. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19453306 . doi: 10.1111/j.1532-5415.2009.02225.x
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2285... Essa fragilidade decorre de fatores biológicos, psicológicos, cognitivos e sociais, advindos do processo de envelhecimento fisiológico e da presença de patologias. É mister buscar um envelhecimento saudável, em que a perda de funcionalidade seja pequena e não afete a manutenção da independência e qualidade de vida do idoso.2424. Fabrício SCC, Rodrigues RAP. Revisão da literatura sobre fragilidade e sua relação com o envelhecimento. Rev RENE [Internet]. 2008 abr-jun [citado 2018 dez 24];9(2):113-9. Disponível em: Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/rene/article/view/5046
http://www.periodicos.ufc.br/rene/articl...
As mulheres, segundo o Censo Demográfico de 2010, constituem cerca de 56,0% da população brasileira na idade de 60 anos ou mais.11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2012 [citado 2018 nov 7]. Disponível em: Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv62715.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza... São mais longevas que os homens, e em contrapartida mais frágeis, sendo os achados do presente estudo consistentes com a literatura.99. Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Mendonça JMG, Costa FM, Caldeira AP. Prevalência e fatores associados à fragilidade em idosos não institucionalizados. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016 maio-jun [citado 2018 dez 24];69(3):435-42. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000300435 . doi: 10.1590/0034-7167.2016690304i
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1125... Os homens, por sua vez, sofrem mais doenças fatais e apresentam mais incapacidade grave, atribuída a problemas crônicos de saúde,2525. Bird CE, Rieker PP. Gender matters: an integrated model for understanding men's and women's health. Soc Sci Med [Internet]. 1999 Mar [cited 2018 Dec 24];48(6):745-55. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10190637
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1019... o que aumenta o risco de fragilização de nível grave encontrado por este estudo.
A baixa escolaridade, aqui associada a maior prevalência do desfecho, está relacionada a condições sanitárias deficientes, menor acesso a serviços de infraestrutura básica e de saúde, favorecendo o desenvolvimento de doenças2626. Travassos C, Castro MSM. Determinantes e desigualdades sociais no acesso e na utilização de serviços de saúde. In: Giovanella LES, Lobato LVC, Noronha JC, Carvalho Al, editores. Políticas e sistema de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2008. p. 215-43. e aumentando a ocorrência de fragilidade. A presença do cônjuge ou familiar oferece ao idoso um estímulo para se manter ativo por períodos mais longos.2727. Abreu-Rodrigues M, Seidl EMF. A importância do apoio social em pacientes coronarianos. Paidéia [Internet]. 2008 [citado 2018 dez 24];18(40):279-88. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2008000200006 . doi: 10.1590/S0103-863X2008000200006
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... Idosos que moram sozinhos e não contam com o apoio de familiares, tornam-se mais suscetíveis a quedas e decorrentes incapacidades.2828. Soares WJS, Moraes SA, Ferriolli E, Perracini MR. Fatores associados a quedas e quedas recorrentes em idosos: estudo de base populacional. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2014 mar [citado 2018 dez 24];17(1):49-60. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v17n1/1809-9823-rbgg-17-01-00049.pdf . doi: 10.1590/S1809-98232014000100006
http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v17n1/1809...
As comorbidades alimentam o ciclo de fragilidade e dificultam a realização de atividades rotineiras, provocando redução na autonomia dos idosos.1313. Jurschik P, Nunin C, Botigué T, Escobar MA, Lavedán A, Viladrosa M. Prevalence of frailty and factors associated with frailty in the elderly population of Lleida, Spain: the FRALLE survey. Arch Gerontol Geriatr [Internet]. 2012 Nov-Dec [cited 2018 Dec 24];55(3):625-31. Available in: Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22857807 . doi: 10.1016/j.archger.2012.07.002
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2285... Alterações no estado de saúde, como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, doenças renais, osteoporose e câncer, estiveram associadas à fragilidade, segundo esta pesquisa, achado consistente com a literatura.99. Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Mendonça JMG, Costa FM, Caldeira AP. Prevalência e fatores associados à fragilidade em idosos não institucionalizados. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016 maio-jun [citado 2018 dez 24];69(3):435-42. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000300435 . doi: 10.1590/0034-7167.2016690304i
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2017... Entretanto, a associação entre morbidades e fragilidade também pode ser afetada por causalidade reversa. As morbidades mais relacionadas à fragilidade foram epilepsia, isquemia, insuficiência cardíaca e doença de Parkinson, das quais algumas não aparecem em pesquisas prévias, seja por uma provável variabilidade nas morbidades analisadas, seja pela ausência de ajuste para variáveis sociodemográficas, ao contrário deste estudo. Vale ressaltar a hipertensão arterial: apesar de não se apresentar como uma das morbidades com maior magnitude de associação, dada sua alta prevalência na população idosa, deve ser considerada entre o grupo de morbidades mais relacionadas à fragilidade, e serem priorizadas quando se rastreia essa condição entre idosos.
Hábitos saudáveis, como manter-se ativo no lazer, acarretam benefícios, capazes de evitar ou retardar uma possível fragilização.2929. Tribess S, Virtuoso Júnior JS, Oliveira RJ. Atividade física como preditor da ausência de fragilidade em idosos. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2012 maio-jun [citado 2018 dez 24];58(3):341-7. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302012000300015 . doi: 10.1590/S0104-42302012000300015
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s... Não obstante, o idoso frágil pode apresentar limitações físicas para a prática de exercícios, de modo a não ficar claro se o idoso mais ativo é menos frágil ou se os mais frágeis não têm condições de se exercitar, caracterizando a possível causalidade reversa.
A utilização da Escala de Fragilidade de Edmonton, em substituição ao ‘teste do relógio’ na avaliação sobre a capacidade para responder ao questionário, pareceu adequada, considerando-se a alta prevalência de população de baixa renda na amostra analisada. Tal substituição, entretanto, limita a avaliação da consistência dos achados frente a estudos prévios. Houve maior perda de indivíduos nas faixas etárias mais jovens (60 a 69 anos), levando a um possível viés de seleção - e possível subestimação da prevalência de fragilidade entre os idosos mais jovens. Porém, levando-se em consideração a relação direta da prevalência de fragilidade com o aumento da idade, o impacto dessa perda seria baixo. Outra limitação do presente estudo remete à avaliação das morbidades por meio do autorrelato dos entrevistados sobre diagnóstico médico, estando o dado sujeito a um possível viés de informação; aqui também, existe a possibilidade de as prevalências estarem subestimadas na amostra: indivíduos de nível econômico mais baixo, com menor acesso a serviço de saúde, tendem a ser menos diagnosticados ou receber um diagnóstico mais tardio.
O estudo em tela reforça a adequação das ações previstas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI)3030. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa [Internet]. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 2006 out 20 [citado 2018 dez 24]; Seção I:142. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis... que visam evitar a fragilização, identificar indivíduos em estágios iniciais de fragilidade e estimular sua reabilitação, sem perda de sua autonomia. Tais ações priorizam idosos mais velhos, do sexo feminino, que vivem sem companheiro, com menor escolaridade e que apresentam comorbidades, logo, sob alto risco para desenvolver fragilidade. Contudo, ao recomendar o uso do Fenótipo de Fragilidade de Fried, a PNSPI enfatiza a avaliação do componente físico.
Considera-se importante incluir elementos psicológicos, sociais e ambientais na avaliação de fragilidade. A Escala de Fragilidade de Edmonton, instrumento utilizado para esta avaliação, demonstrou ser de fácil aplicação, com potencial para inclusão na rotina dos serviços de saúde enquanto ferramenta de análise dos diferentes níveis de fragilidade em idosos. Outrossim, os domínios avaliados, nos moldes dessa escala, podem orientar o profissional de saúde sobre a elaboração de estratégias de reabilitação, garantindo ao idoso uma melhor qualidade de vida.
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- *Artigo derivado de dissertação de mestrado intitulada ‘Fragilidade em idosos em uma cidade do sul do Brasil’, defendida por Simone Farías-Antúnez junto ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas em 20 de novembro de 2014. Estudo financiado com recursos do Consórcio de Pesquisa do Mestrado em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas 2013/14: Programa de Excelência Acadêmica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PROEX/CAPES) no 23038.003968/2013-99 ; Auxílio Financeiro a Projeto Educacional ou de Pesquisa pelo Programa de Excelência Acadêmica (AUXPE/PROEX) no 1107/2013.
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
21 Mar 2019
Histórico
- Recebido
09 Out 2017 - Aceito
30 Nov 2018