Inquérito de cobertura vacinal segundo estrato social em crianças até 24 meses de vida, em Londrina, Paraná, entre 2021 e 2022

Edmilson de Oliveira José Cássio de Moraes Ana Paula França Grupo ICV 2020Sobre os autores Adriana Ilha da Silva Alberto Novaes Ramos Jr. Ana Paula França Andrea de Nazaré Marvão Oliveira Antonio Fernando Boing Carla Magda Allan Santos Domingues Consuelo Silva de Oliveira Ethel Leonor Noia Maciel Ione Aquemi Guibu Isabelle Ribeiro Barbosa Mirabal Jaqueline Caracas Barbosa Jaqueline Costa Lima José Cássio de Moraes Karin Regina Luhm Karlla Antonieta Amorim Caetano Luisa Helena de Oliveira Lima Maria Bernadete de Cerqueira Antunes Maria da Gloria Teixeira Maria Denise de Castro Teixeira Maria Fernanda de Sousa Oliveira Borges Rejane Christine de Sousa Queiroz Ricardo Queiroz Gurgel Rita Barradas Barata Roberta Nogueira Calandrini de Azevedo Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira Sheila Araújo Teles Silvana Granado Nogueira da Gama Sotero Serrate Mengue Taynãna César Simões Valdir Nascimento Wildo Navegantes de Araújo Sobre os autores

RESUMO

Objetivo

Analisar a cobertura vacinal segundo estrato social, em crianças até 24 meses de vida, residentes no município de Londrina (PR).

Métodos

Inquérito de base populacional, realizado entre em 2021 e 2022, em que se avaliou a cobertura vacinal e os aspectos sociodemográficos das mães e das famílias, através do teste qui-quadrado de Pearson.

Resultados

Em uma amostra de 456 crianças, a cobertura vacinal completa variou de acordo com o estrato social, sendo no estrato A de 36,0% (IC95% 26,8;57,8); no estrato B, de 59,5% (IC95% 26,1;86); no estrato C, de 66,2% (IC95% 51,7;78,1); e no estrato D, de 70,0% (IC95% 56,1;81,0).

Conclusão

A análise da cobertura vacinal indicou o estrato social A como o de maior risco para doenças prevenidas por vacinas.

Palavras-chave
Cobertura Vacinal; Esquema de Imunização; Inquéritos Epidemiológicos; Avaliação de Programa

Contribuições do estudo

Principais resultados

Os resultados do estudo evidenciaram cobertura vacinal completa baixa em crianças até 24 meses de vida em Londrina, sendo maior no estrato social menos favorecido financeiramente, comparado ao mais favorecido.

Implicações para os serviços

Os resultados encontrados podem subsidiar a qualificação do programa de imunização e possibilitar, a partir de planejamento e educação permanente em saúde, a definição de estratégias singularizadas para melhorar a cobertura vacinal.

Perspectivas

Como perspectivas futuras, sinaliza-se a importância da realização de investigações a respeito dos desafios inerentes à vacinação, bem como de pesquisas qualitativas e quantitativas abordando profissionais de saúde para melhor compreensão dos dados.

Palavras-chave
Cobertura Vacinal; Esquema de Imunização; Inquéritos Epidemiológicos; Avaliação de Programa

INTRODUÇÃO

O conhecimento preciso da cobertura vacinal em crianças é um dos elementos importantes para a avaliação dos programas de vigilância epidemiológica, na medida em que permite acompanhar o aumento do número de indivíduos suscetíveis na população, bem como avaliar a efetividade da imunidade adquirida como barreira para a transmissão de doenças prevenidas por vacinas.11 Moraes JC, Barata RB, de Almeida Ribeira MCS, Castro PC. CV no primeiro ano de vida em quatro cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health. 8(5), 2000. Disponível em: https://scielosp.org/pdf/rpsp/v8n5/3626.pdf

As vacinas são importantes investimentos em saúde pública, por prevenirem doenças infecciosas, reduzirem a gravidade das doenças e apoiarem na redução da mortalidade infantil, apresentando alta eficácia, segurança e custo-benefício.22 World Health Organization. Section navigation [Internet]. Geneva: WHO; 2013. Disponível em: https://www.who.int/teams/immunization-vaccines-and-biologicals/essential-programme-on-immunization
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Nos últimos 20 anos, houve grande comprometimento dos gestores em saúde visando ao avanço global dos programas de vacinação, que obtiveram sucesso em países pobres, com mais de 300 milhões de crianças imunizadas e cerca de 4 milhões de crianças salvas.33 Homma A, Martins R de M, Leal M da LF, Freire M da S, Couto AR. Atualização em vacinas, imunizações e inovação tecnológica. Cienc e Saude Coletiva. 2011;16(2):445-58. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33812

No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) é a instância responsável por promover o controle de doenças transmissíveis por meio da vacinação de rotina, campanhas de vacinação periódicas e vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis.44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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Ainda é um desafio sustentar as coberturas vacinais em níveis recomendados para garantir a prevenção da saúde das crianças,55 Pan American Health Organization (PAHO). Institutional Repository for information Sharing. Relatório 30 anos de SUS, que SUS para 2030? Brasília (DF). 2018;222. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/49663
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com metas recomendadas de 90% para as vacinas Bacilo Calmette-Guérin (BCG) e contra rotavírus humano; e de 95% para as vacinas contra a poliomielite, contra a difteria, tétano e coqueluche (DTP), contra o sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral), contra a hepatite B, contra a febre amarela, vacina pentavalente, vacina meningocócica C conjugada, vacina pneumocócica 10-valente, vacina contra a varicela, vacina contra a hepatite A e vacina tetravalente.44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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O último inquérito nacional domiciliar de cobertura vacinal, realizado em 2007 nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, mostrou os seguintes percentuais de cobertura: 97% para BCG, 96% para poliomielite, 94% para DTP, 91% para hepatite B e 91% para tríplice viral, indicando que apenas as vacinas BCG e poliomielite alcançaram os parâmetros recomendados.44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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,66 Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão. Inquérito de cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais. Brasil (cobertura vacinal 2007). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inquerito_cobertura_vacinal_urbanas.pdf
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Quanto ao esquema de vacinação completo para doses válidas, aquelas aplicadas no período recomendado pelo PNI, o estudo identificou uma cobertura geral de 68,0%.77 Moraes JC, Almeida Ribeiro MCS. Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquéritos domiciliares. Rev Bras Epidemiol. 2008;11:113-37. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/7LVm96t5JssG46Bw5sRD74Q/

Além de investigar a cobertura vacinal, estudos têm buscado compreender como os determinantes sociais interferem na vacinação em crianças. No Brasil, entre o período de 2010 e 2020, as menores coberturas vacinais e maiores tendências à queda se relacionaram aos menores índices de desenvolvimento humano, concentrados nas regiões Norte e Nordeste.88 Leite IS, Ribeiro DAG, Vieira ILV, Gama FO. A evolução das coberturas vacinais brasileiras e os impactos provocados pela pandemia de Covid-19 nas metas de imunização. Research, Society and Development. 2022 Aug 20;11(11). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/33041-Article-376117-1-10-20220820.pdf

Para enfrentar essas disparidades, estudos do tipo inquérito de cobertura vacinal são ferramentas essenciais, já que possibilitam demonstrar a situação vacinal de forma fidedigna; identificar o número de suscetíveis para doenças infecciosas; auxiliar a compreender o acesso e a adesão ao PNI; apoiar na análise e confiabilidade dos dados administrativos; bem como investigar as condições de vida que interferem na cobertura vacinal, buscando identificar as desigualdades sociais em saúde.77 Moraes JC, Almeida Ribeiro MCS. Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquéritos domiciliares. Rev Bras Epidemiol. 2008;11:113-37. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/7LVm96t5JssG46Bw5sRD74Q/

Considerando a importância da manutenção de boas coberturas vacinais para a promoção da saúde das crianças até 24 meses de vida e a necessidade do conhecimento da situação vacinal segundo o status social para compreensão dos desafios atuais a serem enfrentados, o presente estudo teve por objetivo analisar a cobertura vacinal de acordo com o estrato social em crianças até 24 meses de vida, residentes no município de Londrina (PR).

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo inquérito de base domiciliar que identificou a cobertura vacinal em crianças até 24 meses de vida, realizado nos meses de outubro de 2021 a janeiro de 2022. Esta pesquisa faz parte de uma investigação ampliada denominada “Inquérito de Cobertura Vacinal em municípios com mais de 200.000 habitantes”.

O estudo foi realizado no município de Londrina, localizado na região norte do Paraná, cuja população residente é de 575.377 habitantes e a densidade demográfica de 306,52 habitantes/km.99 IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados 2020. Estimativa-Paraná. Rio de Janeiro, 2020. [Internet]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/pr/londrina.html
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A organização da Atenção Primária em Saúde conta com 54 unidades básicas de saúde e 74 salas de vacina.1010 Secretaria Municipal de Saúde de Londrina. Plano Municipal de Saúde 2022-2025. 2021. Londrina (PR); 1-132. Disponível em: https://saude.londrina.pr.gov.br/images/DPGS/Plano_Municipal_Saude_2022-25.pdf
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Como critério de inclusão, definiu-se crianças residentes na área urbana do município de Londrina, nascidas vivas em 2017 e 2018. A base populacional foi obtida pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e o período de seguimento foi retrospectivo. Os recém-nascidos foram georreferenciados nos setores censitários de residência,1111 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) [Internet]. 2019. Disponível em: https://svs.aids.gov.br/daent/cgiae/sinasc/apresentacao/
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obtidos através do Censo Demográfico 2010.99 IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados 2020. Estimativa-Paraná. Rio de Janeiro, 2020. [Internet]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/pr/londrina.html
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O tamanho da amostra levou em conta o efeito do desenho pela utilização de conglomerados de setores censitários, estabelecido em 1,4, com base em estudos anteriores; população hipotética de 14 mil nascidos vivos (NV); prevalência estimada de cobertura vacinal de 70%, erro de estimativa de 5% e 1,96 para intervalo de confiança de 95%.1212 Barata RB, França AP, Guibu IA, Vasconcellos MTL, Moraes JC, Grupo ICV 2020. Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal 2020: métodos e aspectos operacionais. Rev Bras Epidemiol. 2023;26:e230031. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720230031.2
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A amostra foi alocada em quatro estratos sociais dos setores censitários, formada por aproximadamente 113 crianças. Além de utilizar procedimentos de alocação desproporcional, foi necessário calcular e utilizar pesos amostrais para cada domicílio entrevistado, de modo a permitir a estimação sem viés dos parâmetros de interesse na população.1212 Barata RB, França AP, Guibu IA, Vasconcellos MTL, Moraes JC, Grupo ICV 2020. Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal 2020: métodos e aspectos operacionais. Rev Bras Epidemiol. 2023;26:e230031. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720230031.2
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Os dados usados na classificação dos setores censitários foram: renda média dos responsáveis pelo domicílio, proporção de responsáveis alfabetizados e proporção de responsáveis com renda maior ou igual a 20 salários mínimos; em seguida, foram divididos nos estratos sociais A (alto), B (médio-alto), C (médio-baixo) e D (baixo). Os setores foram agrupados por meio da análise de cluster em conglomerados.1212 Barata RB, França AP, Guibu IA, Vasconcellos MTL, Moraes JC, Grupo ICV 2020. Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal 2020: métodos e aspectos operacionais. Rev Bras Epidemiol. 2023;26:e230031. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720230031.2
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Para identificar o nível de consumo familiar, as famílias foram classificadas de acordo com os critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP),1313 Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de classificação econômica do Brasil [Internet]. 2018. Disponível em: https://www.abep.org
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como: A, B, C e D, sendo A o nível de consumo mais alto e D o mais baixo. As características do domicílio consideradas foram: número de pessoas residentes no domicílio, número de cômodos servindo de dormitório, número de banheiros de uso exclusivo dos residentes, número de automóveis de passeio de uso exclusivo familiar, número de motocicletas para uso exclusivo, número de empregados mensalistas, número de geladeiras, freezers, máquinas de lavar roupa, de lavar louça, fornos de micro-ondas, secadoras de roupa, leitores de DVD e microcomputadores.1212 Barata RB, França AP, Guibu IA, Vasconcellos MTL, Moraes JC, Grupo ICV 2020. Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal 2020: métodos e aspectos operacionais. Rev Bras Epidemiol. 2023;26:e230031. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720230031.2
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A coleta dos dados foi feita por empresa especializada em realização de inquéritos domiciliares, seguindo os requisitos legais para a contratação, considerando que os pesquisadores de campo tivessem formação na área da saúde, experiência em coleta de dados e conhecimento em imunização. As variáveis foram obtidas por aplicação de um questionário e as doses aplicadas de vacina foram obtidas por uma foto legível da(s) caderneta(s) de vacinação da criança. Essas datas foram lidas por profissionais de saúde que trabalham com vacina e transcritas para o questionário eletrônico.

Em relação às características das crianças, as variáveis avaliadas foram: sexo (masculino e feminino) e raça/cor da pele autodeclarada (branca, preta, parda, amarela e indígena). As características das mães foram: faixa etária da mãe (< 20 anos, 20 a 34 anos e acima de 35 anos), escolaridade (até 8 anos, 9 a 12 anos, 13 a 15 anos e 16 anos ou mais), raça/cor da pele autodeclarada (branca, preta, parda, amarela e indígena) e Bolsa Família (sim). Para renda familiar mensal, considerou-se: até R$ 300; R$ 301 até R$ 1.000; R$ 1.001 a R$ 3.000; R$ 3.001 a R$ 5.000. Ao se avaliarem os níveis de consumo separadamente, identificou-se pequena proporção no nível A, optando-se por agrupar os níveis A e B; e C e D.

As vacinas incluídas no estudo foram: BCG, hepatite B, rotavírus, pentavalente, vacina poliomielite Inativada (VIP), pneumocócica, meningocócica C, vacina poliomielite oral (VOP), hepatite A, DTP e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Considerou-se como esquema completo aos 24 meses de vida a recomendação do PNI, que define como completo o esquema vacinal quando pelo menos 90% das crianças receberam as vacinas BCG (uma dose) e rotavírus humano (duas doses), e 95% receberam as vacinas contra poliomielite (três doses e um reforço), DTP (três doses e um reforço), tríplice viral (duas doses), hepatite B (uma dose), febre amarela (uma dose), pentavalente (três doses), meningocócica C conjugada (três doses), pneumocócica 10-valente (três doses), varicela (uma dose), hepatite A (uma dose) e tetraviral (uma dose).44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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O cálculo da cobertura vacinal foi realizado considerando-se como numerador o número de vacinas aplicadas e como denominador o quantitativo de crianças até 24 meses de vida no município de Londrina. Também foi calculada a proporção de crianças vacinadas em cada estrato social, identificando-se a cobertura em cada estrato analisado.

Todas as análises foram realizadas no programa Stata®, versão 17, utilizando-se o módulo survey analysis, considerando-se os pesos amostrais e o delineamento do estudo. Para identificar diferenças estatísticas, as coberturas vacinais foram apresentadas com os respectivos IC95% e as diferenças nas proporções das variáveis entre os grupos de crianças foram avaliadas utilizando-se o teste qui-quadrado de Pearson com significância de 5% (p < 0,05).

Os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e a confidencialidade dos dados foi mantida pelos pesquisadores envolvidos. O estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, sob parecer nº 3.366.818, em 4 de junho de 2019, com Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) 4306919.5.0000.5030, e da Irmandade da Santa Casa de São Paulo, sob parecer nº 4.380.019, em 4 de novembro de 2020, com CAAE 39412020.0.0000.5479.

RESULTADOS

Participaram do estudo 456 crianças, obtidas a partir de uma população de nascidos vivos em 2017 e 2018 no município de Londrina, de 14.091 crianças. O estudo incluiu 3,1% dessa população, não havendo perdas. Do total de crianças da amostra, 56,0% eram do sexo masculino e 44,0% do sexo feminino. Quanto à raça/cor da pele, 65,0% foram declaradas como brancas; 30,0%, pardas; 3,0%, pretas; 1,0%, indígenas; e 1,0%, amarelas (Tabela 1).

Tabela 1
Características sociodemográficas das crianças até 24 meses de vida, segundo estrato social, Londrina, Paraná, 2021-2022 (n = 456)

A faixa etária das mães mais prevalente foi a de 20 a 34 anos, representando 29,0% das mães do estrato A, 44,4% do estrato B, 71,9% do estrato C e 76,1% do estrato D. Mães com menos de 20 anos foram encontradas em maior proporção no estrato B (21,8%). Já o grupo de mães com 35 anos ou mais foi mais prevalente no estrato A, representando 70,0% do total (Tabela 2).

Tabela 2
Características maternas e das familias das crianças até 24 meses de vida, segundo estrato social, Londrina, Paraná, 2021-2022 (n = 456)

A maioria das mães estudou entre 13 e 15 anos (32,57%), vindo em seguida a faixa de 16 anos ou mais (31,42%). Os anos de estudo variaram de acordo com o estrato social: mães pertencentes ao estrato D estudaram em sua maioria menos de 8 anos (36,2%). As mães pertencentes ao estrato A foram as que tiveram maior tempo de estudo, totalizando 82,3% das que estudaram 16 anos ou mais. Em relação à raça/cor da pele da mãe, para os estratos A, B e C, predominaram a raça/cor da pele branca, com respectivamente 85,8%, 57,9% e 70,0% do total, enquanto para o estrato D sobressaiu a parda, com 47,0% (Tabela 2).

A proporção de crianças que recebiam o benefício do programa Bolsa Família variou entre os estratos, sendo 4,6% no estrato A, 24,7% no estrato B, 38,2% no estrato C e 50,5% no estrato D. Em relação à renda mensal familiar, no estrato A, 44,3% tinham renda entre R$ 1.001 e R$ 3.000, no estrato B, 34,8% tinham renda até R$ 300, no estrato C, 52,0% tinham renda entre R$ 301 e R$ 1.000, e no estrato D, 45,2% tinham renda entre R$ 301 e R$ 1.000. Em relação ao nível de consumo familiar, 81,4% das famílias do estrato A tiveram um nível de consumo classificado como AB (maior), enquanto 93,2% das famílias do estrato D tiveram um nível de consumo classificado como CD (menor). (Tabela 2).

A cobertura vacinal variou de acordo com o estrato social das famílias avaliadas. As crianças pertencentes ao estrato social D apresentaram as maiores coberturas vacinais, alcançando a meta do PNI44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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para as vacinas: BCG (96,0%), rotavírus (93,5%), pentavalente (97,0%), vacina pneumocócica conjugada 10-valente (96,6%), meningo C (96,4%) e VOP (95,2%). Já o grupo de crianças pertencentes ao estrato A somente alcançou a meta44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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recomendada para a vacina BCG (93,6%) (Tabela 3).

Tabela 3
Cobertura das vacinas recomendadas até 24 meses de vida, segundo estrato social, Londrina, Paraná, 2021-2022 (n = 456)

A cobertura vacinal geral foi de 61,3% (IC95% 44,9;75,4), sendo o estrato de menor cobertura o A, com 36,0% (IC95% 26,8;57,8), seguido pelo B (59,5%; IC95% 26,1;86), C (66,2% IC95% 51,7;78,1) e D (70,0%; IC95% 56,1;81) (Figura 1).

Figura 1
Cobertura das vacinas (esquema completo, exceto febre amarela) previstas no calendário até 24 meses de vida, segundo estrato social, Londrina, Paraná, 2021-2022 (n = 456)

O seguimento da cobertura vacinal demonstrou uma redução nas doses aplicadas ao longo do tempo em todos os estratos sociais. No estrato A, a cobertura vacinal se iniciou em 93,6% para a vacina BCG e finalizou o segundo ano de vida da criança com 36,0% para a vacina contra varicela. Já no estrato D, as quedas foram menos acentuadas, iniciando-se com 99,0% para a vacina BCG e finalizando com 70,0% para a vacina contra varicela (Figura 2).

Figura 2
Evolução da cobertura vacinal em crianças até 24 meses de vida, segundo estrato social, Londrina, Paraná, 2021-2022 (n = 456)

DISCUSSÃO

Este estudo identificou que o esquema de vacinação para menores de 24 meses de vida não atingiu as metas preconizadas pelo PNI,44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
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exceto para a vacina BCG. Ao se analisar a cobertura vacinal segundo estrato social, nota-se que as piores coberturas foram observadas nos estratos de melhor status social e as melhores coberturas no grupo de menor condição financeira, dialogando com a tendência global,1414 Galles NC, Liu PY, Updike RL, Fullman N, Nguyen J, Rolfe S, et al. Measuring routine childhood vaccination coverage in 204 countries and territories, 1980-2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study. 2020, Release 1. Lancet. 2021 Aug 7;398(10299):503-21. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)00984-3/fulltext e exemplificada pelas coberturas vacinais nos países da América Latina e do Caribe.1414 Galles NC, Liu PY, Updike RL, Fullman N, Nguyen J, Rolfe S, et al. Measuring routine childhood vaccination coverage in 204 countries and territories, 1980-2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study. 2020, Release 1. Lancet. 2021 Aug 7;398(10299):503-21. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)00984-3/fulltext,1515 Bechini A, Boccalini S, Ninci A, Zanobini P, Sartor G, Bonaccorsi G, et al. Childhood vaccination coverage in Europe: impact of different public health policies. Vol. 18, Expert Review of Vaccines. Taylor and Francis Lth; 2019. p. 693-701. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31268739/
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Na Europa, a média das coberturas vacinais também diminuiu e apresenta alto grau de heterogeneidade entre os diferentes países.1515 Bechini A, Boccalini S, Ninci A, Zanobini P, Sartor G, Bonaccorsi G, et al. Childhood vaccination coverage in Europe: impact of different public health policies. Vol. 18, Expert Review of Vaccines. Taylor and Francis Lth; 2019. p. 693-701. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31268739/
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Os resultados deste estudo confirmam achados anteriores, indicando que os setores censitários com melhores indicadores sociais têm menor cobertura vacinal completa.1616 Barata RB, de Almeida Ribeiro MCS, Moraes JC, Flannery B. Socioeconomic inequalities and vaccination coverage: Results of an immunisation coverage survey in 27 Brazilian capitals, 2007-2008. J Epidemiol Community Health. 2012 Oct;66(10):934-41. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22268129 Estudos também revelam maior hesitação vacinal e recusa entre estratos sociais mais altos, influenciados por movimentos antivacina que prejudicam as taxas de cobertura vacinal.1616 Barata RB, de Almeida Ribeiro MCS, Moraes JC, Flannery B. Socioeconomic inequalities and vaccination coverage: Results of an immunisation coverage survey in 27 Brazilian capitals, 2007-2008. J Epidemiol Community Health. 2012 Oct;66(10):934-41. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22268129,1717 West AMM, Pacheco TO, Lopes IMD. Cobertura vacinal em crianças abaixo de 1 ano de idade - uma análise entre diferentes regiões do Brasil. Research, Society and Development. 2023 Jan 9;12(1). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/39741-Article-426929-1-10-20230109-1.pdf Além disso, famílias com melhores condições socioeconômicas podem subestimar a importância das vacinas para a saúde infantil, associando suas circunstâncias a um menor risco de doenças infecciosas.11 Moraes JC, Barata RB, de Almeida Ribeira MCS, Castro PC. CV no primeiro ano de vida em quatro cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health. 8(5), 2000. Disponível em: https://scielosp.org/pdf/rpsp/v8n5/3626.pdf

Outro fato importante sobre a relação entre a cobertura vacinal e o estrato social é que alguns estudos já demonstraram que, para uma população predominantemente pobre, a cobertura é melhor nos indivíduos que fazem parte do grupo de maior pobreza,1818 Barcelos RS, Santos IS, Munhoz TN, Blumenberg C, Bortolotto CC, Matijasevich A, et al. Cobertura vacinal em crianças de até 2 anos de idade beneficiárias do Programa Bolsa Família, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2021;30(3). Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/ysK5G4Cq86KWCD4BkGxDLQG/?lang=pt# achado este observado na avaliação da população de 45 países menos desenvolvidos.1919 Moraes JC, Barata RB, de Almeida Ribeira MCS, Castro PC. Cobertura vacinal no primeiro ano de vida em quatro cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health. 8(5), 2000. Disponível em: https://scielosp.org/pdf/rpsp/v8n5/3626.pdf,2020 Arsenault C, Harper S, Nandi A, Mendoza Rodríguez JM, Hansen PM, Johri M. Monitoring equity in vaccination coverage: A systematic analysis of demographic and health surveys from 45 Gavi-supported countries. Vaccine. 2017 Feb 7;35(6):951-9. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28069359/

Mesmo em regiões do país onde a cobertura vacinal atinge as metas preconizadas pelo PNI,66 Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão. Inquérito de cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais. Brasil (cobertura vacinal 2007). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inquerito_cobertura_vacinal_urbanas.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
a cobertura é melhor em populações mais pobres. Em 2007, na capital do Paraná, Curitiba, o esquema de vacinação geral completo aos 18 meses foi de 97,7%. Analisando por estrato social, o estrato com menor cobertura foi o A, com 92,4%, seguido pelo estrato B, com 97,8%, C, com 98,4% e o D, com 98,5%. O estrato com maior cobertura foi o estrato E com 99,5%, sendo esse o de menor riqueza.1616 Barata RB, de Almeida Ribeiro MCS, Moraes JC, Flannery B. Socioeconomic inequalities and vaccination coverage: Results of an immunisation coverage survey in 27 Brazilian capitals, 2007-2008. J Epidemiol Community Health. 2012 Oct;66(10):934-41. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22268129 Isso demonstra o impacto de políticas de saúde que consideram os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a importância da oferta de serviço de saúde e de imunização com equidade.

Vale destacar que as quedas nas coberturas vacinais são mais perceptíveis para as vacinas que deveriam ser aplicadas no 4º e no 6º mês de vida, período em que as crianças estão mais expostas a doenças infecciosas, como caxumba, rubéola e sarampo, demonstrando o fenômeno do abandono do esquema vacinal.1717 West AMM, Pacheco TO, Lopes IMD. Cobertura vacinal em crianças abaixo de 1 ano de idade - uma análise entre diferentes regiões do Brasil. Research, Society and Development. 2023 Jan 9;12(1). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/39741-Article-426929-1-10-20230109-1.pdf

Estudos realizados em 2022 abordaram o abandono ao longo do esquema de vacinação das crianças. O período de 2020 a 2021 demonstrou que em Macapá a proporção de abandono foi de 42,26%; em Boa Vista, de 31,57%; em Porto Velho, de 29,19%; em Palmas, de 27,10%; em Manaus, de 26,95%; em Belém, de 24,77%; e em Rio Branco, de 10,15%.2121 Oliveira WL, Dantas S, Guimarães AS, Júnior GS, Da Silva JV, Ferreira VS, et al. Indicadores de cobertura vacinal/taxa de abandono nas capitais da região norte do Brasil: um desafio a educação popular em saúde na perspectiva da Atenção Primária. Brazilian Journal of Development. 2022;8(5):33779-89. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/47480 Considerando-se o abandono por tipo de vacina, para a vacina BCG, a redução chega a 0,9%; poliomielite, a 1,3%; e tríplice viral a 2,7%. Os estados do Brasil que se destacavam em relação ao abandono do esquema vacinal foram Pará, Maranhão e Bahia.1717 West AMM, Pacheco TO, Lopes IMD. Cobertura vacinal em crianças abaixo de 1 ano de idade - uma análise entre diferentes regiões do Brasil. Research, Society and Development. 2023 Jan 9;12(1). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/39741-Article-426929-1-10-20230109-1.pdf,2222 Asif AM, Akbar M. Decomposing socio-economic inequality in vaccination coverage among Pakistani children: A population-based cross-sectional study. Heal Soc Care Community. 2022 Feb 1;30(2):602-11. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32959465/

Algumas capitais do Brasil apresentam impacto preocupante do abandono do esquema de vacinação em crianças, prejudicando o alcance das coberturas vacinais adequadas.44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
Em 2019 e 2020, Manaus e Macapá obtiveram abandono de 50%, já Brasília, Teresina e Curitiba identificaram 20% e 10%.77 Moraes JC, Almeida Ribeiro MCS. Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquéritos domiciliares. Rev Bras Epidemiol. 2008;11:113-37. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/7LVm96t5JssG46Bw5sRD74Q/ Em relação às vacinas, a cobertura vacinal foi: para a pentavalente, de 44,3%; VIP, de 51,7%; pneumocócica, de 54,6%; meningo C, de 58,2%; primeira dose da tríplice viral, de 58,2%; tríplice bacteriana, de 6,1%; e VOP, de 36%.1818 Barcelos RS, Santos IS, Munhoz TN, Blumenberg C, Bortolotto CC, Matijasevich A, et al. Cobertura vacinal em crianças de até 2 anos de idade beneficiárias do Programa Bolsa Família, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2021;30(3). Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/ysK5G4Cq86KWCD4BkGxDLQG/?lang=pt#

No Brasil, estudos indicaram que, entre 2012 e 2021, houve redução na cobertura vacinal de 27,22%; para a vacina contra poliomielite, 26,01% para a primeira dose da tríplice viral, e 55,8% para a segunda dose. Desde 2010, o país não atinge a meta de 95,0% para a vacina contra a febre amarela; desde 2013, as vacinas pentavalente e tríplice viral também não alcançaram essa meta. Em 2019 e 2020, a vacina BCG também não alcançou a meta, destacando-se acentuada redução das coberturas desde 2016.88 Leite IS, Ribeiro DAG, Vieira ILV, Gama FO. A evolução das coberturas vacinais brasileiras e os impactos provocados pela pandemia de Covid-19 nas metas de imunização. Research, Society and Development. 2022 Aug 20;11(11). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/33041-Article-376117-1-10-20220820.pdf

Resultados do último inquérito domiciliar vacinal realizado no Brasil, em 2007, mostraram que o esquema vacinal completo não alcançou as recomendações para aumentar a proteção diante do risco de doenças infecciosas em crianças menores de 24 meses de vida.44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
,66 Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão. Inquérito de cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais. Brasil (cobertura vacinal 2007). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inquerito_cobertura_vacinal_urbanas.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...

No presente estudo, o abandono do esquema vacinal foi maior na população do estrato social mais alto, demonstrando que essa população deve ser considerada potencialmente vulnerável, tendo como consequência o aumento do risco também para populações dos estratos sociais mais baixos, por não se estabelecer um melhor controle das doenças imunopreveníveis. Esse fenômeno aumenta o número de crianças suscetíveis, e existem variações de acordo com a disponibilidade de recursos e situação socioeconômica.2424 Rocha BM, Neves TAC. Implicações da queda na cobertura vacinal infantil no Brasil: análise dos últimos 10 anos. Brazilian Journal of Development. 2022;8(11):73202-14. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/54185 Considerando-se a característica populacional do município de Londrina, pode-se inferir que os resultados indicam que esse grupo de responsáveis pelas crianças acabam não valorizando o status vacinal das crianças menores de 24 meses de vida. Uma possível justificativa pode estar na necessidade de desenvolver atividades fora do domicílio, como trabalho e estudo. Outra possibilidade pode estar em torno da organização do sistema de saúde, que busca beneficiar a população de maior vulnerabilidade social e considera que grupos populacionais de maior poder aquisitivo tenham desenvolvido maior consciência social e de saúde.

Outra fragilidade identificada na literatura é a falta de profissionais com conhecimento adequado da indicação das vacinas e a respeito de aplicação simultânea, o que impacta a segurança do profissional e a confiança dos familiares, e resulta na perda de oportunidade para atualizar o esquema vacinal.1717 West AMM, Pacheco TO, Lopes IMD. Cobertura vacinal em crianças abaixo de 1 ano de idade - uma análise entre diferentes regiões do Brasil. Research, Society and Development. 2023 Jan 9;12(1). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/39741-Article-426929-1-10-20230109-1.pdf Destaca-se também o desabastecimento e a falta de vacina nas unidades para realizar a vacinação,2525 Silva FS, Barbosa YC, Batalha MA, Ribeiro MRC, Simões VMF, Branco MDRFC, et al. Incompletude vacinal infantil de vacinas novas e antigas e fatores associados: Coorte de nascimento BRISA, São Luís, Maranhão, Nordeste do Brasil. Cad Saúde Pública. 2018;34(3). Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/rffgtWkzw7ndPSwHzVfttsz/ que ocorreu devido à capacidade limitada na produção de vacinas e ao aumento da demanda mundial, afetando as vacinas BCG, tríplice viral, pentavalente e rotavírus, entre 2015 e 2017.88 Leite IS, Ribeiro DAG, Vieira ILV, Gama FO. A evolução das coberturas vacinais brasileiras e os impactos provocados pela pandemia de Covid-19 nas metas de imunização. Research, Society and Development. 2022 Aug 20;11(11). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/33041-Article-376117-1-10-20220820.pdf

Os desafios atuais para melhorar o alcance das metas preconizadas pelo PNI se relacionam à falta de consciência da população com relação à importância das doenças infecciosas, às demandas crescentes no serviço de saúde para o atendimento de doenças agudas, à fragilidade na comunicação com a população sobre a segurança e o benefício das vacinas, ao aumento significativo de informações que provocam desconfiança sobre as vacinas, à oferta de vacinação extramuro incipiente, aos problemas com qualidade de registros e às dificuldades com sistemas de informação.55 Pan American Health Organization (PAHO). Institutional Repository for information Sharing. Relatório 30 anos de SUS, que SUS para 2030? Brasília (DF). 2018;222. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/49663
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Para lidar com a complexidade dos desafios em manter coberturas vacinais adequadas, o uso do planejamento estratégico, considerando o contexto local, pode contribuir para melhorar os resultados encontrados neste estudo, associado à consolidação de tecnologias organizacionais para serviços de saúde e capacidades ampliadas de humanização, para acolher as necessidades da população local e melhorar a vacinação oportuna, evitando as perdas de oportunidade.2323 Arroyo LH, Ramos ACV, Yamamura M, Weiller TH, de Almeida Crispim J, Cartagena-Ramos D, et al. Areas with declining vaccination coverage for BCG, poliomyelitis, and MMR in Brazil (2006-2016): Maps of regional heterogeneity. Cad Saúde Pública. 2020;36(4):1-18. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/qw4q8qKLKvC4fDJ5S3BrDkJ/abstract/?lang=en O fortalecimento da comunicação para o fornecimento de informações seguras, confiáveis e atualizadas sobre os benefícios da vacinação é apontado como umas das estratégias de sucesso.1515 Bechini A, Boccalini S, Ninci A, Zanobini P, Sartor G, Bonaccorsi G, et al. Childhood vaccination coverage in Europe: impact of different public health policies. Vol. 18, Expert Review of Vaccines. Taylor and Francis Lth; 2019. p. 693-701. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31268739/
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Programas voltados para crianças e que consideram como estratégia a visita domiciliar contribuíram com o aumento da taxa de vacinação.1818 Barcelos RS, Santos IS, Munhoz TN, Blumenberg C, Bortolotto CC, Matijasevich A, et al. Cobertura vacinal em crianças de até 2 anos de idade beneficiárias do Programa Bolsa Família, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2021;30(3). Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/ysK5G4Cq86KWCD4BkGxDLQG/?lang=pt# Ressalta-se ainda que a capacitação dos profissionais de saúde para desenvolver estratégias que busquem melhorar as coberturas vacinais vem se mostrando um caminho importante a ser considerado. O profissional de enfermagem qualificado não só para a execução da vacina, mas também para a construção de vínculo com a família e habilidades de comunicação efetiva em defesa da vacinação, mostrou-se uma estratégia que resultou em melhores coberturas vacinais.88 Leite IS, Ribeiro DAG, Vieira ILV, Gama FO. A evolução das coberturas vacinais brasileiras e os impactos provocados pela pandemia de Covid-19 nas metas de imunização. Research, Society and Development. 2022 Aug 20;11(11). Disponível em: file:///C:/Users/Edmilson/Downloads/33041-Article-376117-1-10-20220820.pdf

Como limitações deste estudo, podemos indicar dificuldades na leitura da caderneta de vacinação, uma vez que não existe padronização dos modelos utilizados, e presença de erros e registros que dificultaram a leitura, podendo gerar viés de interpretação; também utilizamos o censo desatualizado. Para evitar os vieses, os dados foram coletados por profissionais de saúde devidamente treinados em imunização.

Conclui-se que os resultados demonstraram a situação vacinal com maior clareza e que atingir as metas estabelecidas pelo PNI é um grande desafio. O estrato social A, considerado o mais rico, foi o que apresentou maior vulnerabilidade para doenças prevenidas por vacinas, assim como maior efeito de seguimento do calendário de vacinação até os 24 meses de vida. Esses achados reforçam a necessidade contínua de qualificar o programa de vacinação e possibilitar o maior acesso às vacinas para as crianças, sendo evidências robustas para subsidiar o gestor local e os profissionais de saúde no fortalecimento de estratégias de comunicação com a população sobre os riscos de doenças preveníveis por vacinas, possibilitando maior eficiência do PNI.

Recomenda-se o uso dos resultados do estudo como disparadores de processos de educação permanente em saúde, com intuito de estimular o diálogo a partir de discussões e reflexões da prática de vacinação, buscando as causas contextualizadas das baixas coberturas. Ademais, é necessário possibilitar a construção coletiva de estratégias locais para o alcance das metas estabelecidas pelo PNI, estimulando as possibilidades de instituir ações alternativas e inovadoras a partir da percepção dos profissionais de saúde e da comunidade.

  • FINANCIAMENTO

    Ministério da Saúde. Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, por meio do CNPq, processo nº 404131.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Out 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    05 Mar 2023
  • Aceito
    08 Jul 2024
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