RESUMO
Objetivo
Buscar evidências na literatura sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal.
Metodologia
Foi realizada uma revisão integrativa, baseada no método preconizado em seis etapas e construída conforme a metodologia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Foram examinados artigos publicados entre 2005 e 2015 que relacionassem violência doméstica e constipação intestinal. As buscas ocorreram em setembro e outubro de 2015 nas bases de dados PubMed, MEDLINE, Scopus e Web of Science. A seleção compreendeu três etapas: busca, pré-seleção e inclusão de artigos.
Resultados
Dos 177 artigos inicialmente identificados, foram selecionados 11. Dos 11 selecionados, sete eram quantitativos, três eram qualitativos e um era misto. Quatro enfocaram crianças e adolescentes, dois investigaram o conhecimento médico sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal, um revisou distúrbios digestivos em idosos, um avaliou os resultados do biofeedback em constipados com e sem histórico de violência, um avaliou disfunção evacuatória e relacionou o resultado de defecografias com histórico de violência doméstica e dois estudos eram relatos de especialistas. Três estudos apresentaram nível de evidência 1B e grau de recomendação A. Todos os estudos detectaram relação entre violência doméstica e constipação intestinal.
Conclusão
Os resultados desta revisão indicam que existe correlação entre violência doméstica e constipação intestinal. É recomendável a investigação dessa relação nas práticas em saúde.
Palavras-chave
Violência doméstica; constipação intestinal; abuso físico
ABSTRACT
Objective
To search the literature for evidence of a relationship between domestic violence and constipation.
Methods
An integrative review was conducted using the six-step approach and the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). We examined articles published between 2005 and 2015 investigating the correlation between domestic violence and constipation. The search was performed in September and October of 2015 in PubMed, MEDLINE, Scopus, and Web of Science. The selection of articles was performed in three stages: search, pre-selection, and inclusion.
Results
Of 177 articles identified, 11 were included in the review. Of these 11 articles, seven were quantitative, three were qualitative, and one was mixed. Four articles focused on children and adolescents, two investigated medical knowledge regarding the relationship between domestic violence and constipation, one reviewed digestive disorders in the elderly, one evaluated the results of biofeedback for the treatment of constipated individuals with or without a history of violence, and one evaluated evacuatory disorders and correlated the result of defecography with history of domestic violence. Finally, two studies were specialist reports. Level of evidence was 1B and recommendation grade A in three studies. All studies detected a relationship between domestic violence and intestinal constipation.
Conclusion
The results of the present review support a correlation between domestic violence and intestinal constipation. The investigation of this relationship is recommended in clinical practice.
Keywords
Domestic violence; constipation; physical abuse
Em 1996, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a violência como um grave problema de saúde pública. Em 2002, o lançamento do primeiro Relatório Mundial sobre Violência e Saúde motivou muitos países a discutirem o assunto e desenvolverem políticas públicas para o enfrentamento da violência (11. Krug EG, Mercy JA, Dahlberg LL, Zwi AB. The world report on violence and health. Lancet. 2002;360(9339):1083–8.). Em 2014, em seu Relatório Mundial sobre Prevenção à Violência, que traz dados de 133 países e é o primeiro relato desse tipo a avaliar o combate à violência interpessoal, a OMS revelou lacunas nas medidas preventivas adotadas. Também reconheceu que as consequências da violência não são apenas imediatas, como a morte e a mutilação, mas que se estendem a longo prazo, repercutindo de diversos modos sobre a saúde das vítimas (22. World Health Organization (WHO). Global status report on violence prevention 2014. Disponível em: http://www.who.int/violence_injury_prevention/violence/status_report/2014/en/ Acessado em 25 de julho de 2016.
http://www.who.int/violence_injury_preve... ).
Mulheres, crianças, adolescentes, idosos e deficientes são os grupos populacionais mais vulneráveis à violência doméstica, com consequências imediatas e tardias reconhecidas nas esferas psicológica, emocional e física (33. Day VP, Telles LEdB, Zoratto PH, Azambuja MRFd, Machado DA, Silveira MB, et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Rev Psiquiatr R Gd Sul. 2003;25(supl 1):9.). Os tipos de violência mais referidos são o abuso físico, psicológico e sexual (44. Leserman J TT, Drossman DA. Medical consequences in women of sexual and physical abuse. Hum Med. 1995;11(1):23–8.–66. Coker A, Smith P, Bethea L, King M, McKeown R. Physical health consequences of physical and psychological intimate partner violence. Arch Fam Med. 2000;9(5):451–7.). Ao longo dos anos, estudos vêm apontando prováveis efeitos da violência doméstica sobre o aparelho digestivo e recomendam essa busca na investigação clínica. Um estudo recente recomenda a investigação da violência sobretudo em portadores de doenças funcionais do aparelho digestivo, tais como a síndrome do intestino irritável, a dispepsia funcional, a dor abdominal funcional e a constipação intestinal funcional (77. Drossman DA. Functional gastrointestinal disorders: history, pathophysiology, clinical reatures, and Rome IV. Gastroenterology. 2016;150(6):1262–79.e2.).
A constipação intestinal já foi apontada como a queixa mais frequente entre as pessoas que buscam atendimento médico por problemas digestivos (88. Sonnenberg A, Koch TR. Physician visits in the United States for constipation: 1958 to 1986. Dig Dis Sci. 1989;34(4):606.). Entre 2001 e 2004, foi a causa de cerca de 8 milhões de consultas ambulatoriais nos Estados Unidos (99. Bharucha AE, Pemberton JH, Locke GR. American Gastroenterological Association Technical Review on Constipation. Gastroenterology. 2013;144(1):218–38.). Um estudo realizado no Brasil na cidade de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, avaliou a constipação intestinal na população geral e também demonstrou uma prevalência elevada, em torno de 27% (1010. Collete VL, Araujo CL, Madruga SW. Prevalência e fatores associados à constipação intestinal: um estudo de base populacional em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, 2007. Cad Saude Publica. 2010;26(7):1391–402.). Entretanto, o histórico de violência doméstica não foi pesquisado nesses indivíduos.
Semelhante à violência doméstica, a constipação intestinal atinge todos os grupos populacionais, sendo predominante em mulheres, idosos e populações com baixas condições socioeconômicas. Os indivíduos afetados têm sua qualidade de vida comprometida, além de um elevado grau de insatisfação quanto aos resultados dos tratamentos (1111. Higgins PD, Johanson JF. Epidemiology of constipation in North America: a systematic review. Am J Gastroenterol. 2004;99(4):750–9.). Contudo, mesmo naqueles indivíduos que preenchem os critérios para diagnóstico de constipação intestinal funcional, o histórico de violência doméstica não é rotineiramente investigado (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25.).
Nesse contexto, cabe indagar se de fato existe uma relação entre esses fenômenos. Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão da literatura em busca de evidências sobre a relação entre violência doméstica e constipação intestinal.
MATERIAIS E MÉTODOS
O método escolhido para o presente estudo foi a revisão integrativa da literatura (1313. Mendes KDS, Silveira RCdCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enf. 2008;17(4):758.), seguindo o procedimento preconizado de seis etapas (1414. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546–53.): identificação do tema e seleção da hipótese, estabelecimento da estratégia de pesquisa, definição e coleta de dados, análise dos dados coletados, interpretação e apresentação dos resultados. A revisão do processo baseou-se nas recomendações da lista de conferência Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (1515. Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses (PRISMA). Disponível em: http://www.prisma-statement.org Acessado em 1 de agosto de 2016.
http://www.prisma-statement.org... ).
A pesquisa de artigos foi feita por um investigador independente, através do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com acesso às seguintes bases de dados eletrônicas: PubMed, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Scopus e Web of Science. Foram, também, realizadas buscas manuais nas listas de referências dos artigos selecionados. As buscas ocorreram em setembro e outubro de 2015. Foram utilizados os seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS): constipation (and): domestic violence, abuse, neglect. Optou-se pela utilização específica do descritor domestic violence, ao invés do termo genérico violence, tendo em vista o escopo da pesquisa. Ao utilizar o descritor abuse, foi possível abranger abuso físico, psicológico e sexual em adultos de ambos os sexos e de todas as idades, assim como em crianças e adolescentes. Não foi feita uma distinção entre constipação primária ou secundária e seus subtipos, pois a maioria dos estudos encontrados não fazia essa diferenciação.
Foram aplicados filtros de busca conforme os critérios de inclusão e exclusão determinados. Os critérios de inclusão adotados foram: ser artigo científico, em língua portuguesa, inglesa ou espanhola, publicado em periódicos revisados por pares, entre os anos de 2005 e 2015, oferecer texto para leitura na íntegra e tópico que relacionasse violência doméstica e constipação intestinal. Foram excluídos artigos duplicados, revisões sistemáticas, teses, dissertações, editoriais, cartas e similares.
A pré-seleção de artigos foi feita pela leitura preliminar de títulos e resumos. Os estudos pré-selecionados foram lidos na íntegra para seleção final dos artigos para análise. Esta fase está representada na figura 1.
Fluxograma da seleção de estudos sobre violência doméstica e constipação publicados entre 2005 e 2015
Os dados dos artigos selecionados foram registrados individualmente, por ordem de data de publicação, em uma matriz de coleta de dados, com destaque para tipologia, objetivo, metodologia, resultados, conclusão, nível de evidência e grau de recomendação de cada estudo (tabela 1). Os artigos foram classificados quanto ao nível de evidência (1A, 1B, 1C, 2A, 2B, 2C, 3A, 3B, 4 ou 5, sendo 1A o nível de evidência mais robusto, com maior aplicabilidade clínica) e ao grau de recomendação (A, B, C ou D, sendo os estudos com nível de evidência mais alto agrupados na categoria A, que reflete maior confiabilidade dos dados) (1616. Oxford Centre for Evidence-based Medicine. Levels of evidence (March 2009). Disponível em: http://www.cebm.net/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009/ Acessado em 18 de julho de 2016.
http://www.cebm.net/oxford-centre-eviden... ).
Matriz de coleta de dados sobre constipação e violência doméstica em artigos publicados entre 2005 e 2015
RESULTADOS
Foram identificados 177 artigos nas bases de dados pesquisadas através das estratégias de busca (figura 1). Após leitura dos títulos e resumos, 47 artigos foram considerados potencialmente elegíveis para inclusão no estudo e foram recuperados para leitura na íntegra. Após a leitura completa, 11 artigos foram selecionados mediante aplicação dos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, sendo três do tipo qualitativo (sendo o termo “artigo qualitativo” definido como qualquer pesquisa que empregue informação não numérica para explorar características individuais ou de grupo e que produz achados não acessíveis por procedimentos estatísticos ou outro meio quantitativo) (1717. Schwandt TA. Qualitative inquiry: a dictionary of terms. Thousand Oaks, CA: Sage Publications; 1997.), sete do tipo quantitativo e um do tipo misto. Trinta e um artigos foram excluídos por duplicidade, ou seja, o mesmo estudo ocorreu em mais de uma base de dados. Cinco artigos, que relacionavam distúrbios digestivos e violência doméstica em seus resumos, foram excluídos por não citarem especificamente constipação intestinal no texto.
Com relação à população estudada, quatro estudos estão relacionados à violência doméstica em crianças ou adolescentes constipados (1818. Lisboa V, Felizola M, Martins L, Tahan S, Neto U, de Morais M. Aggressiveness and hostility in the family environment and chronic constipation in children. Dig Dis Sci. 2008;53(9):2458–63.–2121. Devanarayana NM, Rajindrajith S, Perera MS, Nishanthanie SW, Karunanayake A, Benninga MA. Association between functional gastrointestinal diseases and exposure to abuse in teenagers. J Trop Pediatr. 2014;60(5):386–92.). Dois estudos buscaram determinar o conhecimento médico quanto à associação entre doenças gastrointestinais e histórico de violência doméstica (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84., 2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52.). Um estudo revisou doenças gastrointestinais e suas causas em idosos (2424. Zuchelli T, Myers S. Gastrointestinal issues in the older female patient. Gastroenterol Clin North America. 2011;40(2):449–66.). Um estudo avaliou o histórico de abuso e alterações psicológicas em adultos com disfunção evacuatória (2525. Hart SL, Lee JW, Berian J, Patterson TR, Del Rosario A, Varma MG. A randomized controlled trial of anorectal biofeedback for constipation. Int J Colorectal Dis. 2012;27(4):459.). Um estudo comparou o resultado de defecografias em adultos constipados com e sem histórico de abuso (2626. Kashyap AS, Kohli DR, Raizon A, Olden KW. A prospective study evaluating emotional disturbance in subjects undergoing defecating proctography. World J Gastroenterol. 2013;19(25):3990.) e dois estudos apresentaram relatos de experiência e opiniões de especialistas (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25., 2727. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural management of constipation. Neurogastroenterol Motil. 2009;21:55-61.).
Quanto às intervenções realizadas, três artigos apresentaram revisões não sistemáticas e, portanto, não houve intervenção ou descrição de metodologia (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25., 2424. Zuchelli T, Myers S. Gastrointestinal issues in the older female patient. Gastroenterol Clin North America. 2011;40(2):449–66., 2727. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural management of constipation. Neurogastroenterol Motil. 2009;21:55-61.). Três estudos utilizaram questionários estruturados, autoadministrados (1919. Devanarayama N, Rajindrajith S. Association between constipation and stressful life events in a cohort of Sri Lankan children and adolescents. J Trop Pediatr. 2009;58(3):144–8.–2121. Devanarayana NM, Rajindrajith S, Perera MS, Nishanthanie SW, Karunanayake A, Benninga MA. Association between functional gastrointestinal diseases and exposure to abuse in teenagers. J Trop Pediatr. 2014;60(5):386–92.), e um utilizou um questionário não estruturado e um painel com teste de percepção temática para crianças (1818. Lisboa V, Felizola M, Martins L, Tahan S, Neto U, de Morais M. Aggressiveness and hostility in the family environment and chronic constipation in children. Dig Dis Sci. 2008;53(9):2458–63.).
Um estudo avaliou a resposta a biofeedback em indivíduos com disfunção evacuatória em dois grupos randomizados (com e sem tratamento) e aplicou questionários validados para avaliar a constipação intestinal, síndrome do intestino irritável e qualidade de vida, alterações psicológicas e histórico de trauma. Os questionários utilizados foram: Constipation Severity Instrument (CSI), Irritable Bowel Syndrome Quality of Life Scale (IBS-QOL), Medical Outcomes Study Short Form-36 (SF-36), Physical Health Composite Scale (PCS), Mental Health Composite Scale (MCS) e Trauma History Questionnaire (2525. Hart SL, Lee JW, Berian J, Patterson TR, Del Rosario A, Varma MG. A randomized controlled trial of anorectal biofeedback for constipation. Int J Colorectal Dis. 2012;27(4):459.). Os dois estudos que avaliaram o conhecimento médico utilizaram questionários semiestruturados envolvendo perguntas sobre a prática clínica e o conhecimento sobre a relação entre abuso e doenças gastrointestinais (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84., 2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52.). Um estudo coletou o histórico de abuso físico, psicológico e sexual através de questionários validados e caracterizou a constipação intestinal pelos critérios de Roma III, comparando os resultados da defecografia de pessoas constipadas com e sem histórico de violência. Os questionários utilizados foram: Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), State-Trait Anxiety Inventory (STAI), Patient Health Questionnaire 15-Item Somatic Symptom Severity Scale (PHQ-15), questionários validados que medem abuso físico e sexual e um instrumento de avaliação de síndrome do estresse pós-traumático (2626. Kashyap AS, Kohli DR, Raizon A, Olden KW. A prospective study evaluating emotional disturbance in subjects undergoing defecating proctography. World J Gastroenterol. 2013;19(25):3990.).
Embora tenham sido buscados artigos publicados entre 2005 e 2015, não foram encontrados estudos que atendessem aos critérios de inclusão entre 2005 e 2007. Entre os artigos incluídos, um artigo foi publicado em 2008 (1919. Devanarayama N, Rajindrajith S. Association between constipation and stressful life events in a cohort of Sri Lankan children and adolescents. J Trop Pediatr. 2009;58(3):144–8.), dois em 2009 (1919. Devanarayama N, Rajindrajith S. Association between constipation and stressful life events in a cohort of Sri Lankan children and adolescents. J Trop Pediatr. 2009;58(3):144–8., 2727. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural management of constipation. Neurogastroenterol Motil. 2009;21:55-61.), dois em 2011 (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25., 2424. Zuchelli T, Myers S. Gastrointestinal issues in the older female patient. Gastroenterol Clin North America. 2011;40(2):449–66.), dois em 2012 (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84., 2525. Hart SL, Lee JW, Berian J, Patterson TR, Del Rosario A, Varma MG. A randomized controlled trial of anorectal biofeedback for constipation. Int J Colorectal Dis. 2012;27(4):459.), dois em 2013 (2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52., 2626. Kashyap AS, Kohli DR, Raizon A, Olden KW. A prospective study evaluating emotional disturbance in subjects undergoing defecating proctography. World J Gastroenterol. 2013;19(25):3990.) e dois em 2014 (2020. Rajindrajith S, Devanarayana NM, Lakmini C, Subasinghe V, de Silva DGH, Benninga MA. Association between child maltreatment and constipation: a school-based survey using Rome III criteria. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2014;58(4):486–90., 2121. Devanarayana NM, Rajindrajith S, Perera MS, Nishanthanie SW, Karunanayake A, Benninga MA. Association between functional gastrointestinal diseases and exposure to abuse in teenagers. J Trop Pediatr. 2014;60(5):386–92.).
Quanto ao nível de evidência e grau de recomendação, três estudos de coorte foram classificados como 1B com grau de recomendação A (1919. Devanarayama N, Rajindrajith S. Association between constipation and stressful life events in a cohort of Sri Lankan children and adolescents. J Trop Pediatr. 2009;58(3):144–8.
20. Rajindrajith S, Devanarayana NM, Lakmini C, Subasinghe V, de Silva DGH, Benninga MA. Association between child maltreatment and constipation: a school-based survey using Rome III criteria. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2014;58(4):486–90.-2121. Devanarayana NM, Rajindrajith S, Perera MS, Nishanthanie SW, Karunanayake A, Benninga MA. Association between functional gastrointestinal diseases and exposure to abuse in teenagers. J Trop Pediatr. 2014;60(5):386–92.); três foram classificados como 2B com grau de recomendação B (2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52., 2525. Hart SL, Lee JW, Berian J, Patterson TR, Del Rosario A, Varma MG. A randomized controlled trial of anorectal biofeedback for constipation. Int J Colorectal Dis. 2012;27(4):459., 2626. Kashyap AS, Kohli DR, Raizon A, Olden KW. A prospective study evaluating emotional disturbance in subjects undergoing defecating proctography. World J Gastroenterol. 2013;19(25):3990.); um foi classificado como 2B com grau de recomendação C (1818. Lisboa V, Felizola M, Martins L, Tahan S, Neto U, de Morais M. Aggressiveness and hostility in the family environment and chronic constipation in children. Dig Dis Sci. 2008;53(9):2458–63.); um foi classificado como 3B com grau de recomendação B (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84.); e três estudos não originais (um de revisão narrativa e dois de opinião e relato de experiência) foram classificados como nível de evidência 5 e grau de recomendação D (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25., 2424. Zuchelli T, Myers S. Gastrointestinal issues in the older female patient. Gastroenterol Clin North America. 2011;40(2):449–66., 2727. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural management of constipation. Neurogastroenterol Motil. 2009;21:55-61.). O tipo mais citado de violência doméstica foi o abuso sexual.
Quatro estudos (1818. Lisboa V, Felizola M, Martins L, Tahan S, Neto U, de Morais M. Aggressiveness and hostility in the family environment and chronic constipation in children. Dig Dis Sci. 2008;53(9):2458–63.–2121. Devanarayana NM, Rajindrajith S, Perera MS, Nishanthanie SW, Karunanayake A, Benninga MA. Association between functional gastrointestinal diseases and exposure to abuse in teenagers. J Trop Pediatr. 2014;60(5):386–92.) referiram em suas conclusões a associação entre violência doméstica e constipação intestinal (36,4%). Dois estudos, que analisaram o conhecimento médico quanto à interação entre violência doméstica e constipação intestinal, reconheceram essa associação e apontaram para a necessidade de maior capacitação profissional nessa questão (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84., 2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52.).
Um estudo concluiu que, em indivíduos com disfunção evacuatória e história de violência, a defecografia tem maior índice de normalidade, apesar da sintomatologia (2626. Kashyap AS, Kohli DR, Raizon A, Olden KW. A prospective study evaluating emotional disturbance in subjects undergoing defecating proctography. World J Gastroenterol. 2013;19(25):3990.). Outro estudo concluiu que indivíduos constipados com histórico de abuso têm pior resposta ao tratamento da constipação intestinal por biofeedback (2525. Hart SL, Lee JW, Berian J, Patterson TR, Del Rosario A, Varma MG. A randomized controlled trial of anorectal biofeedback for constipation. Int J Colorectal Dis. 2012;27(4):459.).
Dois estudos que apresentam o relato de especialistas concluíram que a ocorrência de violência doméstica deve ser investigada em pessoas com queixas digestivas, especialmente os casos refratários e severos (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25., 2727. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural management of constipation. Neurogastroenterol Motil. 2009;21:55-61.). Por fim, o estudo relacionado aos distúrbios gastrointestinais em idosos não referiu a associação com violência doméstica na conclusão, apesar de abordá-la durante a revisão (2424. Zuchelli T, Myers S. Gastrointestinal issues in the older female patient. Gastroenterol Clin North America. 2011;40(2):449–66.).
DISCUSSÃO
Antes de 2005, revisões de literatura, assim como artigos teóricos e empíricos, já vinham buscando a relação entre o histórico de violência e as doenças gastrointestinais. Esses trabalhos concluíram que essa inter-relação existe e recomendaram a sua inclusão na investigação clínica (55. Leroi A, Bernier C, Watier A, Hémond M, Goupil G, Black R, et al. Prevalence of sexual abuse among patients with functional disorders of the lower gastrointestinal tract. Int J Colorect Dis. 1995;10(4):200–6., 66. Coker A, Smith P, Bethea L, King M, McKeown R. Physical health consequences of physical and psychological intimate partner violence. Arch Fam Med. 2000;9(5):451–7., 2828. Dykes S, Smilgin-Humphreys S, Bass C. Chronic idiopathic constipation: a psychological enquiry. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2001;13(1):39–44.). Entretanto, essas recomendações ainda não fazem parte da rotina assistencial (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84., 2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52.). Os estudos aqui integrados continuam a apontar na mesma direção. Apesar dos diferentes níveis de evidência, existe convergência entre as recomendações de diferentes estudos.
Sabe-se que um dos fatores de risco para tornar-se um agressor é ter sido vítima de agressão, perpetuando o ciclo da violência (2929. Day VP, Telles LEB, Zoratto PH, Azambuja MRF, Machado DA, Silveira MB, et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2003;25(suppl.1):9–21.). Os resultados encontrados em crianças e adolescentes constipados sugerem a necessidade de considerar a hipótese de violência doméstica e incluir esse questionamento na avaliação (1818. Lisboa V, Felizola M, Martins L, Tahan S, Neto U, de Morais M. Aggressiveness and hostility in the family environment and chronic constipation in children. Dig Dis Sci. 2008;53(9):2458–63.–2121. Devanarayana NM, Rajindrajith S, Perera MS, Nishanthanie SW, Karunanayake A, Benninga MA. Association between functional gastrointestinal diseases and exposure to abuse in teenagers. J Trop Pediatr. 2014;60(5):386–92.). A intervenção precoce, além de reduzir os danos decorrentes da violência, tem um importante papel preventivo. Em contrapartida, a falta de conhecimento e o despreparo dos médicos avaliados em alguns estudos demonstram que é preciso maior capacitação profissional para essa abordagem (2222. Nicolai MPJ, Fidder HH, Beck JJH, Bekker MD, Putter H, Pelger RCM, et al. Sexual abuse history in GI illness, how do gastroenterologists deal with it? J Sex Med. 2012;9(5):1277–84., 2323. Motta C, Iêgo S, Oliveira J, Castro H, Silva L. What do pediatrics residents know about psychological factors in constipation? Psic Saude Doenças. 2013;14(1):38–52.). É possível que, além da necessidade de incorporar essa discussão na formação acadêmica dos profissionais da saúde, tabus sociais e culturais também devam ser vencidos. As revisões e relatos de especialistas reafirmam essa necessidade, além de ressaltar o papel fundamental da relação de confiança entre médico e paciente (1212. Drossman D. Abuse, trauma and GI illness: Is there a link? Am J Gastroenterol. 2011;106(1):14–25., 2727. Whitehead WE, Di Lorenzo C, Leroi AM, Porrett T, Rao SS. Conservative and behavioural management of constipation. Neurogastroenterol Motil. 2009;21:55-61.).
As observações realizadas nos estudos que avaliaram resultados terapêuticos (2525. Hart SL, Lee JW, Berian J, Patterson TR, Del Rosario A, Varma MG. A randomized controlled trial of anorectal biofeedback for constipation. Int J Colorectal Dis. 2012;27(4):459.) e resultados de exames complementares (2626. Kashyap AS, Kohli DR, Raizon A, Olden KW. A prospective study evaluating emotional disturbance in subjects undergoing defecating proctography. World J Gastroenterol. 2013;19(25):3990.) em adultos constipados apontam para a importância de considerar a hipótese de violência doméstica frente a resultados terapêuticos e diagnósticos insatisfatórios ou controversos. O único estudo com idosos (2424. Zuchelli T, Myers S. Gastrointestinal issues in the older female patient. Gastroenterol Clin North America. 2011;40(2):449–66.) referiu superficialmente a relação entre constipação intestinal, abuso e negligência, deixando uma importante lacuna sobre essa questão. Embora o interesse pelo tema da violência contra o idoso e suas consequências tenha crescido nos últimos anos, muitas questões ainda precisam ser investigadas (3030. de Souza Minayo MC, de Souza ER, de Paula DdR. Revisão sistemática da produção acadêmica brasileira sobre causas externas e violências contra a pessoa idosa. Cienc Saude Coletiva. 2010;15(6):2719–28.).
O número reduzido de estudos encontrados alerta principalmente para a necessidade de aprofundar as discussões sobre o tema. Embora estudos com maior rigor metodológico sejam um desafio para os pesquisadores, a prática baseada em evidências tem-se mostrado um caminho seguro para as tomadas de decisão em saúde (3131. Hoffmann TC, Montori VM, Del Mar C. The connection between evidence-based medicine and shared decision making. JAMA. 2014;312(13):1295–6.).
O presente estudo tem limitações que merecem atenção. As revisões integrativas têm o potencial de encontrar maiores informações sobre o estado da arte de um determinado tema, pois reúnem várias perspectivas em diferentes metodologias. Entretanto, pela complexidade que representa buscar, integrar e analisar métodos diversos, pode-se perder em rigor e incorrer em vieses de interpretação, muitas vezes deixando de incluir importantes estudos na área (1414. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546–53.). Outras limitações são o número reduzido de artigos encontrados e a diversidade das populações estudadas, que dificultam a extrapolação dos resultados. Entretanto, apesar dessas limitações, acreditamos que este estudo tenha alcançado o objetivo de encontrar evidências sobre o estado atual das investigações acerca da relação entre violência doméstica e constipação intestinal.
Considerações finais
A hipótese da existência de uma inter-relação entre violência doméstica e constipação intestinal foi confirmada pela maioria dos estudos encontrados, especialmente em crianças e adolescentes. Como foi descrito, a violência doméstica tem amplas repercussões sociais, humanas e políticas, ocultando-se nas mais diversas formas e causando as mais variadas consequências. Seus reflexos sobre a saúde estão bem documentados e é necessário abordar o tema nas avaliações clínicas.
Concluímos que há evidências da relação entre violência doméstica e constipação intestinal e recomendamos a busca cautelosa dessa relação nas práticas em saúde. Esperamos que essa busca gere novos estudos com níveis de evidência e graus de recomendação significativos, capazes de embasar fortemente a adoção de novas condutas. Dessa forma, será possível contribuir para a criação de novos paradigmas e estimular a criação de políticas públicas para o enfrentamento da violência e promoção da saúde.
- Como citar Coronel ALC, Silva HTH. Violência doméstica e constipação intestinal: uma revisão integrativa da literatura. Rev Panam Salud Publica. 2017;41:e19.
- Declaração de responsabilidade. A responsabilidade pelas opiniões expressas neste manuscrito é estritamente dos autores e não reflete necessariamente as opiniões ou políticas da RPSP/PAJPH nem da OPAS.
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
26 Jun 2018
Histórico
- Recebido
01 Mar 2016 - Aceito
01 Ago 2016