Diretrizes de 2021 da Organização Mundial da Saúde sobre o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial: repercussões para as políticas na Região das Américas**Tradução oficial em português do artigo em inglês realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde. Em caso de discrepância entre as duas versões, prevalecerá a versão em inglês. Acesso ao artigo original publicado em Lancet Regional Health-Americas: https://doi.org/10.1016/j.lana.2022.100219

2021 World Health Organization guideline on pharmacological treatment of hypertension: Policy implications for the Region of the Americas

Directrices de la Organización Mundial de la Salud del 2021 sobre el tratamiento farmacológico de la hipertensión: implicaciones de política para la Región de las Américas

Norm R.C. Campbell Melanie Paccot Burnens Paul K. Whelton Sonia Y. Angell Marc G. Jaffe Jennifer Cohn Alfredo Espinosa Brito Vilma Irazola Jeffrey W. Brettler Edward J. Roccella Javier Isaac Maldonado Figueredo Andres Rosende Pedro Ordunez Sobre os autores

RESUMO

A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte nas Américas, e a pressão arterial elevada é responsável por mais de 50% dos casos de DCV. Nas Américas, mais de um quarto das mulheres adultas e quatro de cada dez homens adultos têm hipertensão arterial, sendo que diagnóstico, tratamento e controle estão abaixo do ideal. Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma atualização das diretrizes para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em adultos. Esta publicação ressalta o papel facilitador da iniciativa Global HEARTS da OMS e da iniciativa HEARTS nas Américas para catalisar a implementação dessas diretrizes, oferece recomendações específicas de políticas para sua implementação e enfatiza a necessidade de uma abordagem estratégica abrangente para o controle da hipertensão arterial. Os autores clamam para que tanto as pessoas que advogam pela Saúde, quanto as autoridades responsáveis, priorizem a prevenção e o controle da hipertensão arterial como forma de melhorar a saúde e o bem-estar das populações e reduzir as disparidades de saúde cardiovascular dentro das populações das Américas e entre elas.

Palavras-chave
Hipertensão; guia de prática clínica; política de saúde; protocolos clínicos; serviços de saúde; saúde pública; doença cardiovascular; América

ABSTRACT

Cardiovascular disease (CVD) is the leading cause of death in the Americas and raised blood pressure accounts for over 50% of CVD. In the Americas over a quarter of adult women and four in ten adult men have hypertension and the diagnosis, treatment and control are suboptimal. In 2021, the World Health Organization (WHO) released an updated guideline for the pharmacological treatment of hypertension in adults. This policy paper highlights the facilitating role of the WHO Global HEARTS initiative and the HEARTS in the Americas initiative to catalyze the implementation of this guideline, provides specific policy advice for implementation, and emphasizes that an overarching strategic approach for hypertension control is needed. The authors urge health advocates and policymakers to prioritize the prevention and control of hypertension to improve the health and wellbeing of their populations and to reduce CVD health disparities within and between populations of the Americas.

Keywords
Hypertension; health policy; practice guideline; clinical protocols; health services; public health; cardiovascular disease; Américas

RESUMEN

Las enfermedades cardiovasculares son la principal causa de muerte en la Región de las Américas y la hipertensión es la causa de más del 50% de ellas. En la Región, más de una cuarta parte de las mujeres adultas y cuatro de cada diez hombres adultos tienen hipertensión y su diagnóstico, tratamiento y control son deficientes. En el 2021, la Organización Mundial de la Salud (OMS) publicó directrices actualizadas sobre el tratamiento farmacológico de la hipertensión en personas adultas. En este artículo se destaca el papel facilitador de la iniciativa mundial HEARTS de la OMS y la iniciativa HEARTS en las Américas para catalizar la implementación de estas directrices, a la vez que se proporciona asesoramiento específico sobre políticas para dicha implementación y se destaca la necesidad de adoptar un enfoque estratégico general para el control de la hipertensión. Los autores instan a quienes abogan por la salud y a los responsables de las políticas a priorizar la prevención y el control de la hipertensión para mejorar la salud y el bienestar de la población, y a reducir las disparidades de salud en relación con las enfermedades cardiovasculares dentro de la población y entre las poblaciones de la Región de las Américas.

Palabras clave
Hipertensión; política de salud; guía de práctica clínica; protocolos clínicos; servicios de salud; salud pública; enfermedades cardiovasculares; Américas

Nas Américas, as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade, responsáveis por 29% de todas as vidas perdidas (>2 milhões de mortes em 2019).11. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD compare/Viz Hub. 2022; publicado on-line. Disponível em inglês em: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/. Consultado em 26 de fevereiro de 2022.
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33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. As DCV também são a principal causa de incapacidade na região.11. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD compare/Viz Hub. 2022; publicado on-line. Disponível em inglês em: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/. Consultado em 26 de fevereiro de 2022.
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A pressão arterial (PA) elevada é o fator de risco reversível mais importante para DCV e morte; mais de 50% dos eventos de DCV e 17% das mortes como um todo nas Américas são atribuíveis à PA elevada.11. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD compare/Viz Hub. 2022; publicado on-line. Disponível em inglês em: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/. Consultado em 26 de fevereiro de 2022.
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,44. Campbell NRC, Schutte AE, Varghese CV, et al. São Paulo call to action for the prevention and control of high blood pressure: 2020. J Clin Hypertens. 2019;21(12):1744–1752.

Nas Américas, mais de um quarto das mulheres e quatro de cada dez homens (idade entre 30 e 79 anos) têm hipertensão arterial (definida como PA ≥ 140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos), e as taxas de diagnóstico, tratamento e controle da hipertensão estão abaixo do ideal.33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. De fato, apenas 35% das mulheres e 23% dos homens com hipertensão arterial na América Latina e no Caribe têm a PA controlada (PAS/PAD <140/90 mmHg).33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. Aplicando-se as últimas recomendações da Organização Mundial da Saúde para início da farmacoterapia anti-hipertensiva, a prevalência de adultos com indicação de tratamento medicamentoso anti-hipertensivo é muito mais alta e, consequentemente, as taxas de tratamento e controle são muito mais baixas.33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980.,55. Fan WG, Xie F, Wan YR, Campbell NRC, Su H. The impact of changes in population blood pressure on hypertension prevalence and control in China. J Clin Hypertens. 2020;22:150–156. Na maioria dos países da região, a prevalência da hipertensão arterial está aumentando, e os ganhos nas taxas de tratamento e controle desde 1990 são modestos.33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. Embora seja improvável que haja um nexo causal entre hipertensão arterial e COVID-19, sua presença é o risco mais frequentemente associado à infeção pelo virus SARS-CoV-2 e à morte por COVID-19.66. Ferat LR, Forrest R, Sehmi K, et al. Preventing the next pandemic: the case for investing in circulatory health-a global coalition for circulatory health position paper. Glob Heart. 2021;16(1):66.

Cerca de 8% dos gastos de saúde da região estão relacionados à hipertensão arterial, o que vem a ser uma utilização sensata dos recursos, já que o controle da hipertensão reduz a morte e a incapacidade e tem uma relação custo-efetividade muito boa ou é até mesmo econômica na maioria dos contextos.77. Gaziano TA, Bitton A, Anand S, Weinstein MC. The global cost of nonoptimal blood pressure. J Hypertens. 2009;27(7):1472–1477. Por exemplo, um manejo efetivo dos riscos de DCV, que incluem hipertensão arterial, tem um retorno sobre o investimento estimado de 3:1 nos países de renda baixa e média (LMIC, na sigla em inglês).88. Organização Mundial da Saúde. Salvar vidas, reducir el gasto: una respuesta estratégica a las enfermedades no transmisibles. Genebra, Suíça: Organização Mundial da Saúde; 2018. (WHO/NMH/NVI/18.8). Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

Há uma grande variabilidade na prevalência da hipertensão arterial e em sua detecção, tratamento e controle entre países e dentro de subpopulações importantes de cada país.11. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD compare/Viz Hub. 2022; publicado on-line. Disponível em inglês em: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/. Consultado em 26 de fevereiro de 2022.
https://vizhub.healthdata.org/gbd-compar...
,33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. Essa variabilidade gera grandes disparidades de incapacidade e morte cardiovascular, com importantes consequências econômicas que vão do nível pessoal ao mundial.11. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD compare/Viz Hub. 2022; publicado on-line. Disponível em inglês em: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/. Consultado em 26 de fevereiro de 2022.
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,33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980.,99. Organização Mundial da Saúde. Global Status Report on Noncommunicable Disease 2014. Genebra, Suíça: Organização Mundial da Saúde; 2014. Parte dessa variabilidade pode ser atribuída a variações nas diretrizes e na sua implementação.1010. Sudharsanan N, Theilmann M, Kirschbaum TK, et al. Variation in the proportion of adults in need of BP-lowering medications by hypertension care guideline in low- and middle-income countries: a cross-sectional study of 1,037,215 individuals from 50 nationally representative surveys. Circulation. 2021;143:991–1001. Nos últimos 5 a 10 anos, foram elaborados importantes documentos técnicos mundiais e regionais que oferecem a oportunidade de otimizar a prevenção, o tratamento e o controle das doenças cardiovasculares. Esses documentos enfatizam a prevenção e o controle da hipertensão arterial.1111. Organização Mundial da Saúde. Global Hearts Initiative, Working Together to Promote Cardiovascular Health. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.1414. Ordunez P, Campbell N. Global health metrics and non-communicable diseases: the case of hypertension. Lancet Diabetes Endocrinol. 2015; 3(10):763.

Esta publicação foi desenvolvida por um grupo de especialistas experientes nas áreas de saúde pública, saúde global, clínica médica e hipertensão arterial, com o objetivo de facilitar a implementação e a integração das novas diretrizes sobre farmacoterapia da hipertensão arterial da OMS a outros documentos técnicos globais e regionais.1515. Organização Mundial da Saúde. Guideline for the Pharmacological Treatment of Hypertension in Adults. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2021.,1616. Al-Makki A, DiPette D, Whelton PK, et al. Hypertension pharmacological treatment recommendations in adults. A World Health Organization guidelines executive summary. Hypertension. 2022;79:293–301. Este artigo também tem como objetivo ser um recurso para a promoção desta causa junto a formuladores de políticas. Primeiro, destacamos o papel facilitador da iniciativa Global HEARTS e da iniciativa HEARTS nas Américas para catalisar a implementação das diretrizes de hipertensão arterial da OMS.1111. Organização Mundial da Saúde. Global Hearts Initiative, Working Together to Promote Cardiovascular Health. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.,1717. Organização Pan-Americana da Saúde. HEARTS nas Américas. Organização Pan-Americana da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/hearts-nas-americas (consultado em 4 de outubro de 2021).
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Em seguida, fazemos sugestões para formuladores de políticas e gestores de serviços de saúde que também podem ser utilizadas por cientistas, profissionais de saúde e organizações de saúde para incidência política. Para concluir, o documento enfatiza que, além das diretrizes de hipertensão arterial da OMS, faz-se necessária uma abordagem estratégica para controle da hipertensão. Apesar de sua importância para a prevenção e controle da hipertensão arterial, as diretrizes de farmacoterapia da hipertensão arterial da OMS e este artigo não tratam de intervenções no estilo de vida dos indivíduos como forma de controle da hipertensão arterial.

A INICIATIVA GLOBAL HEARTS E O PROGRAMA HEARTS NAS AMÉRICAS: ABORDAGEM DE REDUÇÃO DO RISCO DE DCV PELO MANEJO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Em resposta à ameaça que a DCV representa para a saúde global, a iniciativa Global HEARTS da Organização Mundial da Saúde (OMS) apoia os países no fortalecimento de ações de prevenção da DCV, como maior controle do tabagismo, redução do sal na dieta, aumento da atividade física, eliminação do consumo de gordura trans produzida industrialmente e manejo dos riscos cardiovasculares.1111. Organização Mundial da Saúde. Global Hearts Initiative, Working Together to Promote Cardiovascular Health. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016. Da perspectiva dos serviços de saúde, a iniciativa HEARTS da OMS é um pacote de medidas técnicas que visa a fortalecer a gestão da DCV e de seus fatores de risco na atenção primária; a hipertensão arterial é o mais comum destes e, portanto, o mais importante ponto de entrada.1818. Organização Mundial da Saúde. HEARTS: technical package for cardiovascular disease management in primary health care. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.,1919. Kessner DM, Kalk CE, Singer J. Assessing health quality-the case for tracers. NEJM. 1973;288(4):189–194.

O pacote de medidas técnicas HEARTS da OMS ajuda a padronizar e otimizar seis áreas essenciais de cuidados clínicos: (1) Hábitos saudáveis: aconselhamento a pacientes sobre estilo de vida; (2) Evidências: protocolos simples com diretivas para tratamento baseado em evidências da hipertensão arterial e do diabetes; (3) Acesso a medicamentos de ação prolongada acessíveis e tecnologias de alta qualidade (como dispositivos automáticos validados para aferição da PA); (5) Risco: avaliação de risco de DCV; Trabalho de equipe como base para a atenção, e; (6) Sistemas de monitoramento1818. Organização Mundial da Saúde. HEARTS: technical package for cardiovascular disease management in primary health care. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.

Nas Américas, muitos adultos assintomáticos não acessam o sistema de saúde. Dos que buscam atendimento, muitos indivíduos com hipertensão arterial não diagnosticada não são rastreados e, portanto, não estão cientes do seu quadro clínico.33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. Além disso, nem todos os indivíduos diagnosticados com hipertensão recebem tratamento, e uma grande proporção é subtratada e não tem PA controlada.33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980. Em resposta à necessidade não atendida de detecção, tratamento e controle da PA elevada, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), juntamente com organizações parceiras e ministérios da saúde, desenvolveu a iniciativa HEARTS nas Américas, uma adaptação regional do pacote de medidas técnicas HEARTS da OMS, para intensificar o manejo da hipertensão arterial e reduzir a DCV.1212. Campbell NRC, Ordunez P, Giraldo G, et al. WHO HEARTS: a global program to reduce cardiovascular disease burden: Experience implementing in the Americas and opportunities in Canada. Can J Cardiol. 2021;37(5):744–755.,1313. Ordunez P, Martinez R, Niebylski ML, Campbell NR. Hypertension prevention and control in Latin America and the Caribbean. J Clin Hypertens. 2015;17(7):499–502.

A iniciativa HEARTS nas Américas oferece assistência técnica para desenvolver uma abordagem estratégica e sistemática de saúde pública para controle da hipertensão arterial.1212. Campbell NRC, Ordunez P, Giraldo G, et al. WHO HEARTS: a global program to reduce cardiovascular disease burden: Experience implementing in the Americas and opportunities in Canada. Can J Cardiol. 2021;37(5):744–755.,2020. Ordunez P, Luciani S, Barojas A, Fitzgerald J, Hennis AJ. A public health approach to hypertension. Lancet. 2015;385(9980):1833.,2121. DiPette DJ, Goughnour K, Zuniga E, et al. Standardized treatment to improve hypertension control in primary health care: the HEARTS in the Americas initiative. J Clin Hypertens. 2020;22:2285–2295. O programa adota uma abordagem em cascata para o tratamento da pressão arterial que busca aumentar a conscientização, o tratamento e o controle da hipertensão para reduzir “lacunas de cuidados” relevantes.1212. Campbell NRC, Ordunez P, Giraldo G, et al. WHO HEARTS: a global program to reduce cardiovascular disease burden: Experience implementing in the Americas and opportunities in Canada. Can J Cardiol. 2021;37(5):744–755.,1313. Ordunez P, Martinez R, Niebylski ML, Campbell NR. Hypertension prevention and control in Latin America and the Caribbean. J Clin Hypertens. 2015;17(7):499–502.,2222. Patel P, Ordunez P, DiPette D, et al. Improved blood pressure control to reduce cardiovascular disease morbidity and mortality: the standardized hypertension treatment and prevention project. J Clin Hypertens. 2016;18:1284–1294. Os pilares da iniciativa HEARTS nas Américas são (1) uso de protocolos padronizados de diagnóstico e tratamento, (2) medição precisa e reprodutível feita por pessoas com treinamento atualizado e, de preferência, certificadas, que usem dispositivos automáticos validados para aferição da PA, (3) treinamento padronizado para um cuidado centrado no paciente e baseado em equipes, (4) coleta de dados padronizados para monitorar, avaliar e elaborar relatórios sobre o desempenho do programa como um todo, das diferentes regiões de saúde, das clínicas e dos profissionais de saúde, (5) uso de métodos de pesquisa em implementação para orientar a implementação e a evolução do programa e (6) inovação na atenção à saúde centrada no paciente e baseada em equipes (Figura 1).1212. Campbell NRC, Ordunez P, Giraldo G, et al. WHO HEARTS: a global program to reduce cardiovascular disease burden: Experience implementing in the Americas and opportunities in Canada. Can J Cardiol. 2021;37(5):744–755. Atualmente, a iniciativa HEARTS nas Américas está sendo implementada em 20 países e é o principal modelo de atenção para manejo do risco de DCV na região.1717. Organização Pan-Americana da Saúde. HEARTS nas Américas. Organização Pan-Americana da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/hearts-nas-americas (consultado em 4 de outubro de 2021).
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Foram documentados avanços substanciais no controle da hipertensão em análises preliminares de intervenções-piloto do programa.2323. Valdes Gonzalez Y, Campbell NRC, Pons Barrera E, et al. Implementation of a community-based hypertension control program in Matanzas, Cuba. J Clin Hypertens. 2020;22(2):142–149.,2424. Organização Mundial da Saúde. Mejorar el control de la hipertensión en 3 millones de personas. Experiencias de los países sobre la elaboración e implementación de programas. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2020.

Embora grande parte do pacote de medidas técnicas HEARTS esteja refletido nas Diretrizes de 2021 da OMS para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em adultos, as guias trazem recomendações mais específicas e atualizadas, e são diretrizes normativas oficiais da OMS.1515. Organização Mundial da Saúde. Guideline for the Pharmacological Treatment of Hypertension in Adults. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2021.,1616. Al-Makki A, DiPette D, Whelton PK, et al. Hypertension pharmacological treatment recommendations in adults. A World Health Organization guidelines executive summary. Hypertension. 2022;79:293–301.

FIGURA 1.
Os pilares da iniciativa HEARTS nas Américas

DIRETRIZES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL 2021 DA OMS: REPERCUSSÃO NAS POLÍTICAS

Em 2021, a OMS publicou uma atualização das Diretrizes para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em adultos (Diretrizes da OMS).1515. Organização Mundial da Saúde. Guideline for the Pharmacological Treatment of Hypertension in Adults. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2021.,1616. Al-Makki A, DiPette D, Whelton PK, et al. Hypertension pharmacological treatment recommendations in adults. A World Health Organization guidelines executive summary. Hypertension. 2022;79:293–301. Essas diretrizes se concentram em questões críticas e específicas relacionadas a (1) o limiar de PA que deve determinar o início do tratamento medicamentoso, (2) exames laboratoriais, (3) como e quando usar a avaliação de risco de DCV para orientar o início do uso de anti-hipertensivos, (4) classes terapêuticas a serem utilizadas como agentes de primeira linha, (5) associações de anti-hipertensivos, (6) meta de PA, (7) frequência da reavaliação e (8) administração do tratamento por profissionais de saúde não médicos. Quando disponíveis, revisões sistemáticas foram avaliadas para cada questão; na ausência de revisões sistemáticas, utilizaram-se dados de pesquisas primárias. O método GRADE foi utilizado para avaliar a força e a certeza das recomendações. As Diretrizes também incluem exemplos de algoritmos padronizados e simples de tratamento que usam medicamentos e doses específicas. Vale observar que as novas Diretrizes deram muita ênfase à implementação.

No presente artigo, revisamos cada uma das oito recomendações das diretrizes de 2021 da OMS (Tabela 1) e fazemos recomendações específicas programáticas e para políticas de implementação (Tabela 2).

Em anos recentes, organizações não governamentais como a Resolve to Save Lives (RSTL),3333. Resolve to Save Lives. Resolve to Save Lives. 2022; publicado on-line. Disponível em inglês em: https://www.resolvetosavelives.org/. Consultado em 4 de outubro de 2017.
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Federação Mundial do Coração,3434. Jeemon P, Severin T, Balanbanova D, et al. World heart federation roadmap for hypertension-a 2020 update. Glob Heart. 2021;16 (1):63. http://doi.org/10.5334/gh.1066.
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Lancet Commission on Hypertension3535. Olsen MH, Angell SY, Asma S, et al. A call to action and a lifecourse strategy to address the global burden of raised blood pressure on current and future generations: the Lancet Commission on Hypertension. Lancet. 2016;388(10060):2665–2712. e Liga Mundial de Hipertensão (WHL, na sigla em inglês)44. Campbell NRC, Schutte AE, Varghese CV, et al. São Paulo call to action for the prevention and control of high blood pressure: 2020. J Clin Hypertens. 2019;21(12):1744–1752. também divulgaram posicionamentos e “chamadas à ação” relacionadas ao manejo clínico da hipertensão arterial em nível populacional (Tabela 3). Esses posicionamentos não governamentais complementam as novas diretrizes de hipertensão arterial da OMS porque ajudam a identificar e abordar barreiras ao controle da hipertensão e unem os profissionais de saúde na defesa da necessidade de abordagens sistemáticas de saúde pública para controlar a hipertensão arterial. Entretanto, além de uma mudança no sistema de saúde, a introdução de novas diretrizes requer que os profissionais de saúde modifiquem sua prática clínica para implementar as recomendações, e pode haver resistências a essa mudança. É por isso que estas diretrizes foram desenvolvidas pela OMS com a participação de interessados diretos e especialistas, inclusive das Américas, e são fortemente apoiadas pelas ONGs que estão liderando o trabalho nessa área, como a RTSL e a WHL.

PARA ALÉM DAS DIRETRIZES SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL DA OMS, É PRECISO ADOTAR UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA PARA O CONTROLE DA HIPERTENSÃO

Embora as Diretrizes da OMS se concentrem no tratamento medicamentoso, os autores reconhecem a importância crucial do acesso universal aos cuidados de saúde e o papel de sistemas de saúde resilientes e voltados para a atenção primária para uma implementação inclusiva e equitativa dessas diretrizes. Assim, é preciso que essas Diretrizes sejam integradas a uma abordagem de sistemas de saúde pública, como a iniciativa HEARTS nas Américas, para que sejam implementadas com sucesso. Por exemplo, a implementação provavelmente exigirá mudanças em políticas para modificar a capacidade, a acessibilidade, a viabilidade financeira e a qualidade da atenção primária e dos tratamentos medicamentosos. Para facilitar a implementação das Diretrizes da OMS, todos os países da América devem priorizar a implementação da iniciativa HEARTS nas Américas. Os países que estão participando da iniciativa HEARTS nas Américas devem urgentemente expandir o acesso a toda a população. Também é preciso haver uma abordagem mais ampla da sociedade para prevenção e controle da hipertensão, o que inclui mudanças de políticas para melhorar a nutrição, reduzir a ingestão de sal, eliminar a gordura trans produzida industrialmente, facilitar a atividade física e reduzir o tabagismo.

TABELA 1.
Recomendações das diretrizes da OMS para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em adultos

Considerando o grande ônus econômico e carga de doença impostos pela DCV, e dando atenção à meta voluntária da Assembleia Mundial da Saúde de reduzir a PA não controlada em 25% até o ano de 2025, todos os governos nacionais devem considerar o controle da hipertensão arterial uma prioridade nacional de saúde. Nos EUA, por exemplo, o governo declarou que o controle da hipertensão arterial era uma prioridade nacional.3737. Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. The Surgeon General’s Call to Action to Control Hypertension. Washington, DC: Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA; 2020:1–48. Qualquer ação desse tipo deve ter um orçamento previsto que seja compatível com a conquista da meta de controle da PA da população, um plano estratégico e operacional e um grupo de trabalho técnico governamental/não governamental para acompanhar a implementação.99. Organização Mundial da Saúde. Global Status Report on Noncommunicable Disease 2014. Genebra, Suíça: Organização Mundial da Saúde; 2014. A estrutura de monitoramento e avaliação das iniciativas de hipertensão arterial desenvolvidas pela OPAS e pela WHL descreve as principais características da estratégia e do plano operacional de hipertensão arterial.3838. Campbell NRC, Ordunez P, DiPette DJ, et al. Monitoring and evaluation framework for hypertension programs. A collaboration between the Pan American Health Organization and World Hypertension League. J Clin Hypertens. 2018;20:984–990. A estrutura inclui indicadores qualitativos e quantitativos detalhados que podem ser usados para desenvolver e monitorar as iniciativas de controle da hipertensão arterial.

A estratégia para hipertensão arterial pode ser pautada em sua maior parte pelo pacote de medidas técnicas HEARTS da OMS. As boas práticas incluídas no modelo podem ser adaptadas ao contexto nacional (estrutura do sistema de saúde, recursos, cultura, etc.).44. Campbell NRC, Schutte AE, Varghese CV, et al. São Paulo call to action for the prevention and control of high blood pressure: 2020. J Clin Hypertens. 2019;21(12):1744–1752.,1818. Organização Mundial da Saúde. HEARTS: technical package for cardiovascular disease management in primary health care. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.,3434. Jeemon P, Severin T, Balanbanova D, et al. World heart federation roadmap for hypertension-a 2020 update. Glob Heart. 2021;16 (1):63. http://doi.org/10.5334/gh.1066.
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,3535. Olsen MH, Angell SY, Asma S, et al. A call to action and a lifecourse strategy to address the global burden of raised blood pressure on current and future generations: the Lancet Commission on Hypertension. Lancet. 2016;388(10060):2665–2712.,3939. Campbell NRC, Niebylski M. Prevention and control of hypertension: developing a global agenda. Current Opinion in Cardiology. 2014;29(4):324–330. A estratégia deve ser iterativa ao longo de toda sua implementação, aperfeiçoando-se o delineamento à medida que as lições locais revelem abordagens mais efetivas. A capacitação nacional e regional deve ser contínua e ter como base conceitos/recursos de pesquisa em implementação e avaliação regular do programa. O programa deve ter metas de curto e longo prazo para controle da hipertensão arterial e deve se concentrar em melhorar a qualidade da atenção prestada.

TABELA 2.
HEARTS nas Américas. Políticas e programas recomendados para apoiar as recomendações das diretrizes da OMS para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em adultos
FIGURA 2.
Protótipo de linha de cuidado integral e algoritmo padronizado para tratamento da hipertensão arterial sugerido pela iniciativa HEARTS nas Américas*

A implementação sistemática das diretrizes da OMS no mundo todo provavelmente reduziria as atuais disparidades de mortalidade e incapacidade resultantes de limiares diferentes de tratamento e controle nos programas nacionais de hipertensão. Porém, as diretrizes precisam ser adaptadas pelos países durante sua implementação para assegurar que atendam às necessidades específicas das populações. As diretrizes da OMS são apenas uma das estratégias possíveis para atingir a meta comum de prevenir e reduzir a DCV e eliminar iniquidades em saúde. Outras instituições e organizações terão sugestões para a implementação dessas e outras diretrizes com base nos contextos nacionais e locais. Contribuições adicionais são bem-vindas e, de fato, incentivadas para que esse problema crítico de saúde pública seja controlado. Também reconhecemos que, em todas as diretrizes, inclusive as da OMS, é necessário que os profissionais de saúde levem em consideração o contexto de pacientes específicos (por exemplo, alergias a medicamentos, indicações de outros tratamentos, autonomia do paciente, etc.) ao implementarem as recomendações.

POLÍTICAS ADICIONAIS PARA ENFRENTAR BARREIRAS AO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Existem muitas barreiras ao controle da hipertensão no nível do paciente, do prestador de serviço e dos sistemas de saúde.3434. Jeemon P, Severin T, Balanbanova D, et al. World heart federation roadmap for hypertension-a 2020 update. Glob Heart. 2021;16 (1):63. http://doi.org/10.5334/gh.1066.
http://doi.org/10.5334/gh.1066...
,3535. Olsen MH, Angell SY, Asma S, et al. A call to action and a lifecourse strategy to address the global burden of raised blood pressure on current and future generations: the Lancet Commission on Hypertension. Lancet. 2016;388(10060):2665–2712. Portanto, é preciso reavaliar a estratégia geral de políticas para melhorar o cuidado em atenção primária, usando uma abordagem sistemática de saúde pública centrada no paciente. As seções anteriores delinearam mudanças programáticas fundamentais que são essenciais para a implementação das diretrizes de hipertensão arterial da OMS. Outras áreas críticas de mudanças em políticas para superar algumas das barreiras estão listadas na Tabela 4.

CONCLUSÃO

A iniciativa HEARTS nas Américas está alinhada com a Estratégia para o acesso universal à saúde e a cobertura universal de saúde da OPAS e com a abordagem da OPAS para um sistema universal de atenção primária à saúde.4747. 53o Conselho Diretor, 66a sessão do Comitê Regional da OMS para as Américas. Estratégia para o acesso universal à saúde e a cobertura universal de saúde. 2014; publicado on-line em 2 de outubro. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/7652/CD53-R14-p.pdf. Consultado em 4 de outubro de 2021.
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...
,4848. 57o Conselho Diretor, 71a Sessão do Comitê Regional da OMS para as Américas. Atenção primária para a Saúde Universal. 2019; publicado on-line em 19 de julho. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/51630/CD57-INF-5-p.pdf. Consultado em 4 de outubro de 2021.
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...
A HEARTS nas Américas oferece uma abordagem sistemática e avançada de saúde pública para controlar a hipertensão arterial, com foco na atenção primária à saúde. Igualmente, as novas diretrizes da OMS conferem valor agregado com limiares e procedimentos atualizados para tratar e controlar a hipertensão arterial.1616. Al-Makki A, DiPette D, Whelton PK, et al. Hypertension pharmacological treatment recommendations in adults. A World Health Organization guidelines executive summary. Hypertension. 2022;79:293–301.

Com as intervenções da HEARTS nas Américas, houve um progresso significativo no sentido de melhorar o controle da hipertensão arterial. Excluindo-se as regiões de alta renda, os países da América Latina e do Caribe têm taxas de controle de hipertensão arterial melhores que outras regiões do mundo.33. Zhou B, Carrillo-Larco RM, Danaei G, et al. Worldwide trends in hypertension prevalence and progress in treatment and control from 1990 to 2019: a pooled analysis of 1201 population-representative studies with 104 million participants. Lancet. 2021;398:957– 980.,1212. Campbell NRC, Ordunez P, Giraldo G, et al. WHO HEARTS: a global program to reduce cardiovascular disease burden: Experience implementing in the Americas and opportunities in Canada. Can J Cardiol. 2021;37(5):744–755.,2424. Organização Mundial da Saúde. Mejorar el control de la hipertensión en 3 millones de personas. Experiencias de los países sobre la elaboración e implementación de programas. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2020. Entretanto, esse sucesso ainda se restringe em grande parte aos programas-piloto nacionais e, em muitos países, o controle da hipertensão ainda não é uma prioridade do sistema de saúde e continua carente de recursos, apesar de, entre todas as intervenções clínicas, o tratamento medicamentoso anti-hipertensivo ter possivelmente as evidências mais fortes de redução da mortalidade e da incapacidade, além de um retorno favorável sobre o investimento. Portanto, as oportunidades de utilizar o controle da hipertensão arterial para melhorar a saúde da população e eliminar desigualdades relacionadas em saúde são mais promissoras do que nunca. Os países podem aproveitar essas oportunidades e implementar políticas transformadoras, estabelecendo a alta prioridade do controle da hipertensão como modelo para o manejo de outras doenças não transmissíveis.

Os autores exortam os formuladores de políticas de saúde a reexaminarem e aumentarem a prioridade da prevenção e controle da hipertensão arterial como forma de melhorar a saúde e o bem-estar de suas populações e reduzir disparidades de saúde dentro das populações das Américas e entre elas. Alem disso, exortamos os profissionais que trabalham em prol da saúde e as organizações de saúde a utilizarem as oportunidades oferecidas pelas recém-publicadas diretrizes da OMS para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial e pela Iniciativa HEARTS nas Américas para acionar os formuladores de políticas e criar vontade política para melhorar o controle do principal fator risco de morte mundial e regional: a hipertensão arterial não controlada.

TABELA 3.
Alguns sites, declarações e posicionamentos de organizações não governamentais internacionais relevantes para o controle da hipertensão arterial em nível populacional
TABELA 4.
Algumas barreiras ao controle da hipertensão arterial e políticas que poderiam melhorar o controle

Declaração.

As opiniões expressas no manuscrito são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem necessariamente a opinião ou política da RPSP/PAJPH ou da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

  • *
    Tradução oficial em português do artigo em inglês realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde. Em caso de discrepância entre as duas versões, prevalecerá a versão em inglês. Acesso ao artigo original publicado em Lancet Regional Health-Americas: https://doi.org/10.1016/j.lana.2022.100219
  • Contribuição dos autores.
    PO concebeu a ideia e orientou o desenvolvimento do documento. NRCC redigiu a primeira versão do manuscrito. Todos os autores avaliaram e revisaram o manuscrito e aprovaram a versão final.
  • Conflitos de interesse.
    NRCC informa honorários pessoais recebidos da Resolve to Save Lives (RTSL), da Organização Pan-Americana da Saúde e do Banco Mundial fora do trabalho apresentado; e apoio para participar de reuniões da Resolve to Save Lives (RTSL), da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Ele também é assessor não remunerado do conselho da Liga Mundial de Hipertensão. Os seguintes autores declaram não ter conflitos de interesse financeiro: PO, MPB, AR, VI, SYA, JC, ER, PKW, JWB, MGJ. PO é funcionário da Organização Pan-Americana da Saúde. AR e NRCC são consultores internacionais da mesma organização.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Abr 2023
  • Data do Fascículo
    2022
Organización Panamericana de la Salud Washington - Washington - United States
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