Plano de amostragem em inquéritos de saúde, município de São Paulo, 2015

Maria Cecilia Goi Porto Alves Maria Mercedes Loureiro Escuder Moises Goldbaum Marilisa Berti de Azevedo Barros Regina Mara Fisberg Chester Luiz Galvão Cesar Sobre os autores

RESUMO

OBJETIVO

Avaliar o plano de amostragem do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital 2015) em relação à precisão das estimativas e à conformação de domínios de estudo pelas coordenadorias de saúde do município de São Paulo.

MÉTODOS

Descrição de população e domínios de estudo, procedimentos de amostragem, incluindo estratificação, cálculo do tamanho da amostra e sorteio de unidades amostrais do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo, 2015. As estimativas de proporções foram analisadas em relação à precisão, por meio do coeficiente de variação e do efeito do delineamento. Foram considerados adequados coeficientes menores do que 30% no nível regional e 20% no municipal, e efeitos do delineamento menores do que 1,5. Para considerar adequada a estratégia de estabelecimento das Coordenadorias de Saúde como domínios, foi verificado que, dentro das coordenadorias, as estimativas de proporções para grupos de idade e sexo tinham a precisão mínima aceitável. Os parâmetros estimados referiram-se aos temas: uso de serviços, morbidade e autoavaliação em saúde.

RESULTADOS

Foram sorteados 150 setores censitários, 30 em cada Coordenadoria de Saúde, sorteados e visitados 5.469 domicílios ocupados, e realizadas 4.043 entrevistas. Das 115 estimativas feitas para os domínios de estudo, 97,4% apresentaram coeficientes de variação menores do que 30% e 82,6% menores do que 20%. Das 24 estimativas feitas para o total do município, 23 apresentaram coeficiente de variação menor do que 20%. Mais de dois terços das estimativas do efeito do delineamento foram inferiores a 1,5, valor previsto no cálculo do tamanho da amostra, e o efeito do delineamento foi menor do que dois para 88%.

CONCLUSÕES

A amostra do ISA-Capital 2015 gerou estimativas situadas nos patamares previstos de precisão, tanto as de nível municipal como regional. Foi acertada a decisão de estabelecer as coordenadorias regionais de saúde do município de São Paulo como domínios de estudo.

DESCRITORES
Inquéritos Epidemiológicos, métodos; Amostragem Estratificada; Amostragem por Conglomerados; Tamanho da Amostra; Coleta de Dados; Análise Estatística

INTRODUÇÃO

Conhecer os planos de amostragem utilizados em levantamentos epidemiológicos e a avaliação das alternativas aplicadas é importante para o processo de aperfeiçoamento da prática de realização de inquéritos domiciliares. Poucas publicações com esse teor que possam servir de base para novas experiências estão disponíveis em revistas brasileiras11. Carandina L, Sanches O, Carvalheiro JR. Análise das condições de saúde e de vida da população urbana de Botucatu, SP: I - Descrição do plano amostral e avaliação da amostra. Rev Saude Publica. 1986;20(6):465-74. https://doi.org/10.1590/S0034-89101986000600008
https://doi.org/10.1590/S0034-8910198600...

2. Alves MCGP, Gurgel SM, Almeida MCRR. Plano amostral para cálculo de densidade larvária de Aedes aegypti e Aedes albopictus no Estado de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica. 1991;25(4):251-6. https://doi.org/10.1590/S0034-89101991000400003
https://doi.org/10.1590/S0034-8910199100...

3. Alves MCGP, Silva NN. Simplificação do método de estimação da densidade larvária de Aedes aegypti no Estado de São Paulo. Rev Saude Publica. 2001;35(5):467-73. https://doi.org/10.1590/S0034-89102001000500010
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200100...

4. Barata RB, Moraes JC, Antonio PRA, Dominguez M. Inquérito de cobertura vacinal: avaliação empírica da técnica de amostragem por conglomerados proposta pela Organização Mundial da Saúde. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(3):184-90. https://doi.org/10.1590/S1020-49892005000300006
https://doi.org/10.1590/S1020-4989200500...

5. Bussab WO; Grupo de Estudos em População, Sexualidade e Aids. Plano amostral da Pesquisa Nacional sobre Comportamento Sexual e Percepções sobre HIV/Aids, 2005. Rev Saude Publica. 2008;42 Supl 1:12-20. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000800004
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200800...
-66. Silva NN, Roncalli AG. Plano amostral, ponderação e efeitos do delineamento da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Rev Saude Publica. 2013;47 Supl 3:3-11. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004362
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. Dispor de subsídios que levem ao aprimoramento dos delineamentos de amostragem torna-se particularmente interessante em estudos sobre tendências temporais, que se baseiam em dados de inquéritos sucessivos. A realização de tais estudos tem se intensificado nos últimos anos77. Rizzo L, Moser RP, Waldron W, Wang Z, Davis WW. Analytic methods to examine hanges across years using HINTS 2003 & 2005 data. Bethesda: National Institute of Health, National Cancer Institute; 2009 [cited 2017 Apr 4]. (NIH Publication Nº 08-6435. Available from: https://hints.cancer.gov/docs/HINTS_Data_Users_Handbook-2008.pdf
https://hints.cancer.gov/docs/HINTS_Data...

8. Bacigalupe A, Esnaola S, Martin U. The impact of the Great Recession on mental health and its inequalities: the case of a Southern European region, 1997-2013. Int J Equity Health. 2016;15:17. https://doi.org/10.1186/s12939-015-0283-7
https://doi.org/10.1186/s12939-015-0283-...

9. Beltrán-Sánchez H, Andrade FCFD. Time trends in adult chronic disease inequalities by education in Brazil: 1998-2013. Int J Equity Health. 2016;15(1):139. https://doi.org/10.1186/s12939-016-0426-5
https://doi.org/10.1186/s12939-016-0426-...
-1010. Monteiro CN, Beenackers MA, Goldbaum M, Barros MBA, Gianini RJ, Cesar CL, et al. Socioeconomic inequalities in dental health services in São Paulo, Brazil, 2003-2008. BMC Health Serv Res. 2016;16(1):683. https://doi.org/10.1186/s12913-016-1928-y
https://doi.org/10.1186/s12913-016-1928-...
.

Em municípios do estado de São Paulo, inquéritos de saúde denominados ISA são realizados desde 2001. O objetivo é avaliar o estado de saúde da população residente no município, segundo suas condições de vida, abordando aspectos referentes a estilo de vida, morbidades agudas e crônicas, práticas preventivas e uso de serviços de saúde1111. Cesar CLG, Barros MBA, Alves MCGP, Carandina L, Goldbaum M. Saúde e Condição de Vida em São Paulo - Inquérito Multicêntrico de Saúde no Estado de São Paulo - ISA-SP. São Paulo: USP/FSP; 2005. Resenha de Almeida MF. Cienc Saude Coletiva. 2006;11(4):1131. https://doi.org/10.1590/S1413-81232006000400033
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. São conduzidos por equipe de pesquisadores das universidades públicas paulistas e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Em São Paulo, SP, foram realizadas edições em 2003aaCesar CLG, Carandina L, Alves MCGP, Barros MBAB, Goldbaum M. Inquéritos de Saúde no Município de São Paulo - ISA-Capital 2003. São Paulo: USP/FSP; 2003 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/isa-sp/old/index_arquivos/Page3157.htm , 2008bbCesar CLG, Carandina L, Alves MCGP, Barros MBAB, Goldbaum M. Inquéritos de Saúde no Município de São Paulo - ISA-Capital 2008. São Paulo: USP/FSP; 2008 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/isa-sp/old/index_arquivos/Page1494.htm e 2015ccSeminário Inquérito de Saúde: ISA-Capital 2015; 31 mar 2016; São Paulo, SP. São Paulo: FSP-USP; c2010 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/site/eventos/mostrar/5523 , com financiamento majoritário da Secretaria Municipal de Saúde, e em Campinas, SP, em 2001, 2008ddUNICAMP, Faculdade de Ciências Médicas, Centro Colaborador em Análise da Situação de Saúde. Inquérito de Saúde do Município de Campinas – ISACamp 2008. Campinas: CCAS; 2008 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/fcm/ccas-centro-colaborador-em-analise-de-situcao-de-saude/isacamp/2008 e 2014/2015eeUNICAMP, Faculdade de Ciências Médicas, Centro Colaborador em Análise da Situação de Saúde. Inquérito de Saúde do Município de Campinas – ISACamp 2014/2015. Campinas: CCAS; 2014 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/fcm/ccas-centro-colaborador-em-analise-de-situcao-de-saude/isacamp/2014 .

Nesses inquéritos é utilizada amostragem probabilística, buscando sempre a realização de inferências à população de estudo com base em medidas de precisão. Embora sejam semelhantes, os planos de amostragem utilizados nos diferentes anos de realização do ISA-Capital possuem aspectos distintos. Sua adoção foi motivada pelo desejo de aperfeiçoar o processo de coleta de dados com base em experiências adquiridas, preservando a possibilidade de comparação entre as várias edições.

O planejamento do inquérito de 2015 pautou-se no interesse em produzir informações para áreas menores do município, mais homogêneas em relação ao perfil epidemiológico. Em consonância com esse objetivo, a Secretaria Municipal de Saúde, financiadora principal do projeto, pretendia reforçar a utilização dos resultados pelos gestores regionais. Essa confluência de interesses culminou com a definição de coordenadorias regionais de saúde do município de São PauloffPrefeitura de São Paulo. Secretaria Municipal de Saúde: organização. São Paulo; c2017 [citado 1 fev 2018]. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/organizacao/ , como domínios de estudo no ISA-Capital 2015.

O objetivo deste artigo foi avaliar o plano de amostragem utilizado no ISA-Capital 2015 em relação à precisão das estimativas e à conformação de domínios de estudo pelas coordenadorias de saúde do município de São Paulo.

MÉTODOS

Descrição do plano de amostragem do ISA-Capital 2015, com destaque para os seguintes aspectos: população e domínios de estudo, procedimentos de amostragem, incluindo cálculo do tamanho da amostra e sorteio de unidades amostrais. E, ainda, apresentação dos resultados da aplicação do plano de amostragem, considerando domicílios visitados e entrevistas obtidas.

As estimativas adquiridas com a amostra do ISA-Capital 2015 para os parâmetros de interesse foram analisadas em relação à precisão, por meio do coeficiente de variação. As estimativas com coeficientes menores do que 20% para o nível municipal e menores do que 30% para o regional foram consideradas suficientemente precisas. Assim, a estratégia de estabelecimento das Coordenadorias de Saúde como domínios de estudo seria considerada adequada, caso as estimativas de proporções segundo os domínios de idade e sexo tivessem a precisão mínima aceitável dentro das coordenadorias, indicada por coeficientes de variação menores do que 30%.

Foram também avaliadas as medidas de efeito de delineamento, amplamente utilizadas como medidas de eficiência de delineamentos complexos de amostragem1212. Sarndal CE, Swensson B, Wretman J. Model assisted survey sampling. New York: Springer Verlag; 1992.,1313. Cochran WG. Sampling techniques. 3.ed. New Work: Wiley; 1977.. Aquelas menores do que 1,5 foram consideradas adequadas, valor adotado no planejamento da amostra. Foi também verificada a frequência de estimativas menores do que dois, valor frequentemente adotado em planos de amostragem33. Alves MCGP, Silva NN. Simplificação do método de estimação da densidade larvária de Aedes aegypti no Estado de São Paulo. Rev Saude Publica. 2001;35(5):467-73. https://doi.org/10.1590/S0034-89102001000500010
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200100...
,44. Barata RB, Moraes JC, Antonio PRA, Dominguez M. Inquérito de cobertura vacinal: avaliação empírica da técnica de amostragem por conglomerados proposta pela Organização Mundial da Saúde. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(3):184-90. https://doi.org/10.1590/S1020-49892005000300006
https://doi.org/10.1590/S1020-4989200500...
,66. Silva NN, Roncalli AG. Plano amostral, ponderação e efeitos do delineamento da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Rev Saude Publica. 2013;47 Supl 3:3-11. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004362
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.20130...
,1414. Silva EPC, Nakao N, Joarez E. Plano amostral para avaliação da cobertura vacinal. Rev Saude Publica. 1989;23(2):152-61. https://doi.org/10.1590/S0034-89101989000200009
https://doi.org/10.1590/S0034-8910198900...
.

Os parâmetros estimados neste estudo foram as prevalências de pessoas que referiram: uso de serviço de saúde nos últimos 30 dias, internação no último ano, visita ao dentista no último ano, ter hipertensão arterial, ter alergia, ter tido algum problema de saúde nos últimos 15 dias, e autoavaliação de saúde excelente ou boa. Esses parâmetros se referiram aos temas: uso de serviços, morbidade e autoavaliação em saúde, usualmente estudados em inquéritos de saúde. A referência à alergia foi selecionada por ter sido a única morbidade em que as estimativas para adolescentes foram superiores a 10% em sua maioria.

A população de referência do ISA-Capital 2015 foi composta dos indivíduos maiores de 12 anos residentes em domicílios particulares permanentes da área urbana do município de São Paulo (Tabela 1, bloco 1)ggInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000: agregado por setores censitários dos resultados do universo. 2.ed. Rio de Janeiro: IBGE; 2003 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Dados_do_Universo/Agregado_por_Setores_Censitarios . Para delimitação da população, foram considerados os setores censitários classificados no Censo de 2010 como de situação urbana: área urbanizada, área não urbanizada e área urbanizada isolada, e dos tipos: comum e especial subnormal.

Tabela 1
População de referência, amostra planejada de pessoas e de domicílios e razão pessoa/domicílio, segundo grupos de idade e sexo e Coordenadoria de Saúde. São Paulo, SP, ISA-Capital 2015.

Foi utilizada amostragem estratificada por sorteio de conglomerados em dois estágios: setores censitários e domicílios.

Os estratos foram formados pelas cinco coordenadorias de saúde do município de São Paulo: Norte, Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Leste, que constituíram domínios de estudo. Para fins de planejamento da amostra, grupos de idade e sexo foram considerados também como domínios: adolescentes (12 a 19 anos), adultos do sexo masculino (homens de 20 a 59 anos), adultos do sexo feminino (mulheres de 20 a 59 anos), e idosos (60 anos ou mais). Foram fixados 20 domínios de estudo, entre geográficos e demográficos.

Considerou-se, por questões de caráter operacional, que o tamanho total da amostra seria de 4.250 pessoas. Para que as Coordenadorias de Saúde tivessem igual potencial de análise dos dados, alocou-se o número máximo de 850 pessoas em cada uma delas. Caso a distribuição pelos domínios de idade e sexo fosse proporcional à população desses domínios em cada Coordenadoria, a amostra teria a distribuição apresentada na Tabela 1 (bloco 2). No entanto, para que as estimativas pudessem ser feitas com maior precisão nos domínios “adolescentes” e “idosos”, a participação desses grupos na amostra foi alterada. Considerou-se uma população de adolescentes 50% maior e de idosos 100% maior, e foi feita nova distribuição da amostra. Os números de entrevistas foram aumentados para 150 para dois domínios: os de adolescentes das Coordenadorias Centro-Oeste e os das Sudeste (Tabela 1, bloco 3).

Esse número possibilitaria estimar proporções de 0,50, com erro de amostragem de 0,10, considerando nível de 95% de confiança e efeito de delineamento de 1,5. O cálculo foi feito a partir da expressão algébrica que determina o tamanho mínimo da amostra para a estimação de proporções sob amostras complexas1313. Cochran WG. Sampling techniques. 3.ed. New Work: Wiley; 1977.,1515. Kish L. Survey sampling. New York: John Wiley; 1965.: n=P×(1P)(d/z)2×deff, em que n é o tamanho da amostra, P é o parâmetro a ser estimado, z = 1,96 é o valor na curva normal reduzida referente ao nível de confiança de 95% dos intervalos de confiança, d é erro de amostragem e deff é o efeito do delineamento.

Foi calculada a média esperada de pessoas por domicílio (razão entre pessoas e domicílios) em cada domínio, a partir dos dados do Censo de 2010 (Tabela 1, bloco 4), para determinar o número de domicílios em que deveriam ser realizadas as entrevistas. O número de domicílios foi obtido dividindo-se o tamanho da amostra de cada domínio pela respectiva razão entre pessoas e domicílios (Tabela 1, bloco 5).

No entanto, para que o número mínimo de entrevistas fosse alcançado na presença da não resposta (domicílios vagos, fechados, com recusa ou com morador incapacitado de responder), foi planejada a inclusão na amostra de um número maior de domicílios (Tabela 1, bloco 6). Considerou-se uma taxa de não resposta da ordem de 40% e um percentual de domicílios vagos de 10%.

O sorteio dos entrevistados foi feito utilizando-se amostragem em dois estágios. No primeiro estágio, foram sorteados 30 setores censitários em cada Coordenadoria, com probabilidade proporcional ao tamanho, medido pelo número de domicílios particulares permanentes contabilizados no Censo de 2010, ordenados segundo a renda média per capita dos domicílios do setor.

No segundo estágio, foram selecionados os domicílios utilizando-se duas formas distintas de sorteio. Em setores classificados pelo IBGEggInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000: agregado por setores censitários dos resultados do universo. 2.ed. Rio de Janeiro: IBGE; 2003 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Dados_do_Universo/Agregado_por_Setores_Censitarios como “comuns”, os domicílios foram selecionados por sorteio sistemático, com base na listagem de domicílios efetuada em campo. Nos setores censitários classificados como “especiais subnormais” (que no município de São Paulo correspondem às favelas), foram criados segmentos de domicílios (tamanho médio de seis domicílios). Esses segmentos constituíram o segundo estágio de seleção, planejando-se o sorteio de seis segmentos por setor.

Foram sorteados os domicílios correspondentes ao domínio mais raro (o de adolescentes na região Centro-Oeste e o de idosos nas outras quatro Coordenadorias) em cada setor, e essa amostra foi denominada amostra principal. A partir da amostra principal, foram sorteadas subamostras com os tamanhos definidos para os outros domínios idade e sexo (Tabela 1, bloco 7). Essa forma de sorteio equivale à obtenção de quatro amostras concomitantes, relativas aos quatro domínios de estudo.

Não houve sorteio intradomiciliar. Foram incluídas na amostra todas as pessoas pertencentes ao domínio para o qual o domicílio foi sorteado. No equipamento de coleta de dados em posse dos entrevistadores, constava a indicação dos domínios a ser buscados em cada domicílio da amostra, como parte de sua identificação.

As frações de amostragem globais em cada Coordenadoria foram:

  1. no domínio mais raro: f=30×MiM×bMi

  2. nos outros domínios: f=30×MiM×bMi×bdomíniob

em que Mi é o número de domicílios existentes no setor i (dado do Censo de 2010), M o número total de domicílios da Coordenadoria (dado do Censo de 2010), b é o número de domicílios do domínio mais raro, ou seja, da amostra principal e bdomínio é o número de domicílios necessários para cada um dos três domínios menos raros.

A fração de amostragem de segundo estágio foi fixada, fazendo com que o número de domicílios sorteados fosse maior (ou menor) do que o planejado, caso o setor censitário tivesse crescido (ou diminuído) desde o Censo 2010. Com essa opção, a fração de amostragem de segundo estágio pode ser reescrita por: b(Mi'/Mi)Mi', em que Mi’ é o número de domicílios do setor i obtido na atividade de arrolamento de domicílios, realizada em campo.

Para compensar as diferenças entre as probabilidades de sorteio das pessoas da amostra, foram introduzidos pesos de delineamento na etapa de análise de dados, expressos pelo inverso das frações de amostragem, F=1/f (Tabela 1, bloco 8)1616. Silva NN. Amostragem probabilística: um curso introdutório. 3.ed. São Paulo: EDUSP; 2015.. Esse peso pode ser interpretado como o número de pessoas da população “representadas” para cada pessoa sorteada.

RESULTADOS

O trabalho de campo do ISA-Capital iniciou-se no segundo semestre de 2014, mas 80,0% das entrevistas foram realizadas em 2015, entre janeiro e dezembro. Foram efetivamente sorteados e visitados 5.942 domicílios. Desses, 8,0% eram domicílios vagos, restando 5.469 ocupados (Tabela 2). Em 76,4% dos domicílios ocupados, foi possível obter informação sobre os moradores e verificar a presença de pessoas pertencentes aos grupos de idade e sexo de interesse. Nesses domicílios, 73,4% dos moradores elegíveis foram de fato entrevistados.

Tabela 2
Domicílios ocupados visitados, entrevistas realizadas e média de entrevistas por setor censitário, segundo grupos de idade e sexo e Coordenadoria de Saúde. São Paulo, SP, ISA-Capital 2015.

O número de domicílios sorteados foi maior do que o considerado necessário para a realização das entrevistas (n = 4.831), previsto no plano de amostragem. Mesmo assim, o número de entrevistas foi menor do que o planejado. Em dois domínios (adolescentes e adultos do sexo masculino na Coordenadoria Centro-Oeste), o mínimo de 150 entrevistas não foi alcançado. As Coordenadorias que apresentaram quantidade de entrevistas menor do que a proposta foram a Norte (9,0% menor) e a Centro-Oeste (28,0% menor). O número almejado de entrevistas para o total do município foi atingido para os adolescentes e para os idosos e ficou mais longe do proposto para o grupo de adultos do sexo masculino (18,0% menor).

Das 115 estimativas feitas para os domínios de estudo, 97,4% apresentaram coeficientes de variação menores do que 30,0%, e 82,6% menores do que 20,0% (Tabelas 3 e 4). Das poucas estimativas que não atingiram o nível desejado de precisão (três estimativas), uma delas foi obtida com uma amostra pequena de entrevistas, menor do que 150, e uma estimativa era menor do que 0,10, referente, portanto, a evento de frequência muito pequena. Todas as estimativas de prevalência superiores a 0,30 apresentaram coeficientes de variação baixos; o inverso aconteceu para as estimativas menores do que 0,10; nenhuma atingiu patamares pretendidos de precisão. Das 24 estimativas feitas para o município, quase todas (23 estimativas), apresentaram coeficiente de variação menor do que 20%.

Tabela 3
Número de entrevistas realizadas, estimativas de prevalência, intervalos de confiança, coeficientes de variação e efeitos de delineamento, em homens e mulheres de 20 a 59 anos. São Paulo, SP, ISA-Capital 2015.
Tabela 4
Número de entrevistas realizadas, estimativas de prevalência, intervalos de confiança, coeficientes de variação e efeitos de delineamento, em adolescentes de 12 a 19 anos e idosos de 60 anosou mais. São Paulo, SP, ISA-Capital 2015.

Mais de dois terços (68,0%) das estimativas do efeito do delineamento foram inferiores a 1,5, valor previsto no cálculo do tamanho da amostra, e o efeito do delineamento foi menor do que dois para 88,0%.

Os números médios de entrevistas por setor para os grupos de idade e sexo para o conjunto de Coordenadorias variaram de 5,7 a 8,1.

DISCUSSÃO

A amostra do ISA-Capital 2015 gerou estimativas situadas nos patamares previstos de precisão, tanto as de nível municipal como regional, indicando ter sido acertada a decisão de estabelecer as coordenadorias regionais de saúde do município de São Paulo como domínios de estudo.

Não há um critério único adotado universalmente no estabelecimento de um limite para os valores de coeficientes de variação. Inúmeros fatores devem ser considerados. Saber se um coeficiente de variação em particular é excessivamente alto ou baixo requer experiência com dados similares1717. Steel RGD, Torrie JH, Dickey DA. Principles and procedures of statistics: a biometrical approach. 3.ed. New York: McGraw-Hill; 1997. (McGraw-Hill Series in Probability and Statistics).. A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEAD), responsável pela realização de diversos inquéritos no Estado de São Paulo, orienta sua decisão de acordo com a periodicidade do levantamento e a natureza do fenômeno em estudo. Não adota uma política única para a divulgação dos resultados das pesquisas que realizahhDini NP. Pesquisa por amostragem: política de divulgação de estimativas com baixa precisão amostral. Rio de Janeiro: IBGE; s.d. [citado 4 abr 2017]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/confest_e_confege/pesquisa_trabalhos/CD/mesas_redondas/294-1.pdf . Dessa forma, limites distintos para o coeficiente de variação foram estipulados nos diversos inquéritos realizadosiiInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Condições de Vida - PCV 2006. Rio de Janeiro: IBGE; 2006 [citado 22 abr 2017]. Disponível em: http://produtos.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/aspectos_metodologicos_pcv2006.pdf . Ao divulgar resultados do Inquérito às Despesas das Famílias 2015/2016, o Instituto Nacional de Estatística de Portugal propôs que estimativas com coeficientes de variação entre 20% e 30% fossem utilizadas com cuidado e as com coeficientes superiores a 30% fossem desprezadasjjInstituto Nacional de Estatística (PT). Orçamentos Familiares: inquérito às despesas das famílias – 2015-2016. Lisboa: INE; 2017 [citado 22 abr 2017]. Disponível em: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=277098526&PUBLICACOESmodo=2&xlang=pt . Esses limites, assim como os propostos em outros estudos da área da saúde33. Alves MCGP, Silva NN. Simplificação do método de estimação da densidade larvária de Aedes aegypti no Estado de São Paulo. Rev Saude Publica. 2001;35(5):467-73. https://doi.org/10.1590/S0034-89102001000500010
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200100...
,66. Silva NN, Roncalli AG. Plano amostral, ponderação e efeitos do delineamento da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Rev Saude Publica. 2013;47 Supl 3:3-11. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004362
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.20130...
, coincidem com os adotados neste estudo.

O número de domicílios efetivamente sorteados foi maior do que o planejado. A aplicação de frações constantes de sorteio na segunda etapa de amostragem pode ser uma das responsáveis por esse resultado. Com essa estratégia, o crescimento de 38% no número de domicílios entre o Censo e a coleta de dados da pesquisa refletiu-se no número de domicílios amostrados. Manteve-se a equiprobabilidade da amostra, proporcionada pelo sorteio com probabilidade proporcional ao tamanho, sacrificando-se o controle sobre seu tamanho final.

Além disso, ao ser constatado durante o acompanhamento do trabalho de campo que a não resposta era maior do que a prevista, as frações de amostragem foram alteradas nos setores ainda não trabalhados. Isso aumentou ainda mais o número de domicílios sorteados. Esses aumentos foram compensados pela utilização de pesos na análise dos dados.

O acompanhamento do trabalho de campo por parte da equipe responsável pelo inquérito foi realizado por meio de planilhas, cujos modelos foram aperfeiçoados ao longo das diversas edições do projeto ISA. O detalhamento das taxas de resposta nos níveis domiciliar e de moradores por setor censitário pari passu à realização das entrevistas permitiu que problemas fossem detectados tão logo ocorressem. Isso facilitou a introdução de ajustes no plano de amostragem.

O número de entrevistas realizadas foi menor do que o planejado, mostrando que a participação da população no inquérito foi menor do que a prevista. Todos os domicílios foram visitados pelo menos três vezes, em horários e dias distintos, o que não impediu que altas taxas de não resposta fossem observadas.

Apesar do tamanho de amostra do ISA-Capital 2015 ser semelhante ao das edições anteriores, o trabalho de campo se estendeu por mais tempo, em função, principalmente, do maior número de setores censitários sorteados (150 em 2015, 80 em 2008 e 60 em 2003). Essa foi uma necessidade criada pela opção de se adotar as Coordenadorias de Saúde como domínios de estudo, fixando-se em 30 o número de setores em cada uma delas. Pode ser entendida como o custo da obtenção de estimativas regionais nesta edição do ISA.

O aumento no número de setores censitários significou a realização de um número pequeno de entrevistas por setor: 5,7 a 8,1, em média, por domínio de idade e sexo. São números bem distantes do número ótimo de entrevistas em cada unidade primária de amostragem. Esse número busca o equilíbrio entre precisão e custo, considerando a razão entre os custos de inclusão na amostra de um novo conglomerado e de um novo domicílio, além do grau de homogeneidade intraconglomerado1818. Yansaneh IS. Overview of sample design issues for household surveys in developing and transition countries. In: UN Department of Economic and Social Affairs, Statistics Division. Household sample surveys in developing and transition countries. New York: United Nations; 2005. Chapter 2. (Studies in Methods; Series F, 96).,kkEm que C1 é o custo de um setor adicional e C2 o de uma entrevista adicional, e ρ é o grau de homogeneidade intraconglomerado.. Para um custo 20 vezes maior de incluir um conglomerado novo comparado ao de incluir uma nova entrevista1919. Aliaga A, Ruilin R. Cluster optimal sample size for demographic and health surveys. In: 7th International Conference on Teaching Statistics – ICOTS 7; 2006 Jul 2-7; Salvador, Bahia, Brazil. The Hague: International Statistical Institute; 2006., e considerando um grau de homogeneidade de 0,05llValor baseado em resultados observados em inquérito anterior realizado no Município de São Paulo (ISA-Capital), em que a maior parte das variáveis de saúde estudadas apresentou valores menores do que 0,05., o número indicado de entrevistas para cada setor seria 20. No entanto, a diminuição da concentração de entrevistas por setor, embora tenha aumentado o custo, teve a vantagem de aumentar a precisão. Isso contribuiu para que o efeito do delineamento fosse baixo. O sorteio de conglomerados em contraposição ao sorteio simples frequentemente provoca aumento da variância das estimativas em função da correlação intraclasse, que é uma característica da população não alterável pelo processo de amostragem. Todavia, a inclusão de menos elementos por conglomerado na amostra é capaz de diminuir o impacto da correlação intraclasse na variância, levando a estimativas menores para o efeito do delineamento.

A forma de sorteio adotada no ISA-Capital, em que as quatro amostras referentes aos quatro domínios de idade e sexo são obtidas simultaneamente, relativiza a importância do acréscimo no custo. O número de entrevistas por setor, se considerarmos os quatro domínios, esteve entre 20,3 e 32,5, dependendo da Coordenadoria.

A utilização de pesos na etapa de análise de dados tem como uma de suas consequências o aumento das estimativas do efeito do delineamento e o aumento é proporcional à variação entre os pesos aplicados2020. Kalton G, Brick JM, Le T. Estimating components of design effects for use in sample design. In: UN Department of Economic and Social Affairs, Statistics Division. Household sample surveys in developing and transition countries. New York: United Nations; 2005. Chapter 6. (Studies in Methods; Series F, 96).. Nas primeiras edições do ISA, o tamanho da amostra era o mesmo para todos os domínios de idade e sexo. Isso fez com que os pesos fossem muito diferentes entre si, impactando o efeito do delineamento quando mais de um domínio era analisado em conjunto. No inquérito de 2015, buscou-se não se distanciar em demasia de uma distribuição proporcional da amostra pelos domínios de idade e sexo em cada Coordenadoria, evitando a discrepância entre os pesos observada anteriormente.

Uma das características comuns a todas as edições no ISA-Capital é a não utilização do sorteio intradomiciliar. A estratégia de entrevistar todos os moradores pertencentes ao grupo de idade e sexo de interesse é superior, em termos de eficiência, àquela em que somente um dos moradores do domicílio é sorteado para entrevista2121. Alves MCGP, Escuder MML, Claro RM, Silva NN. Sorteio intradomiciliar em inquéritos de saúde. Rev Saude Publica. 2014;48(1):86-93. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004540
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. Para aplicá-la, a opção do ISA é sortear uma amostra principal e, a partir dela, obter subamostras de domicílios, conforme a necessidade de cada domínio, definida com base na média de pessoas por domicílio indicada no Censo. Com o número adequado de domicílios para cada domínio, não há necessidade de se fazer sorteio intradomiciliar.

Com base em dados de edições anteriores do ISA, Alves et al.2222. Alves MCGP, Morais MLS, Escuder MML, Goldbaum M, Barros MBA, Cesar CLG, et al. Sorteio de domicílios em favelas em inquéritos por amostragem. Rev Saude Publica. 2011;45(6):1099-109. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011000600012
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mostraram ser especialmente vantajosa a utilização de segmentos como alternativa à listagem completa de endereços, quando aplicada ao sorteio de domicílios em favelas. No ISA-Capital 2015, além de utilizada nas favelas, essa estratégia foi aplicada também nos últimos setores a ser pesquisados como forma de agilizar o trabalho de campo. Entre as vantagens associadas à utilização de segmentos, inclui-se a rapidez na localização e identificação de domicílios.

As estimativas de prevalência dentro das Coordenadorias de Saúde, em sua maioria, apresentaram precisão considerada adequada para todos os grupos de idade e sexo definidos como domínio no ISA-Capital 2015. Esse resultado contribui para a utilização dos dados do inquérito por gestores da saúde do município de São Paulo, que passarão a dispor de informações regionais suficientemente precisas para avaliar questões referentes à morbidade referida e ao uso de serviços. No entanto, é importante estar atento à utilização de resultados relacionados a eventos raros, especialmente quando feitos com amostras pequenas.

Houve acerto em investir para que a amostra nessa edição do ISA-Capital pudesse ter os dados desagregados por Coordenadoria de Saúde. A comparação de resultados de regiões distintas do município, cotejados pelas suas características também distintas, pode auxiliar na compreensão dos determinantes da situação epidemiológica da população residente e de aspectos referentes à utilização dos serviços de saúde disponíveis no território. A prefeitura do município de São Paulo tem elaborado boletins, em que são analisados os dados referentes aos diversos temas abordados na pesquisammPrefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Saúde. Publicações sobre ISA-Capital - SP. São Paulo; 2014 [citado 4 abr 2017]. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/epidemiologia_e_informacao/isacapitalsp/index.php?p=177260 . Essa produção mostra o potencial de contribuição do inquérito na análise dos problemas de saúde da população do município e da adequação das estratégias de enfrentamento adotadas. A repetição dos inquéritos no município vem ao encontro do interesse em estudar tendências em diversas medidas relacionadas à saúde da população residente no município.

Agradecimentos

À equipe de campo e aos seus coordenadores: Margaret Harrison de Santis Dominguez, Mariângela Pereira Nepomuceno Silva, Fernanda Mello Zanetta e Cleiton Eduardo Fiório.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Set 2018

Histórico

  • Recebido
    12 Set 2017
  • Aceito
    10 Out 2017
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
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