RESUMO
As instituições da rede federal de ensino possuem equipe de saúde própria e, portanto, têm a possibilidade de desenvolver múltiplas estratégias para a implantação de ações do Programa Saúde na Escola. Este estudo teve por objetivo sistematizar e sintetizar a produção científica desenvolvida por trabalhadores da rede federal de ensino sobre saúde do adolescente no âmbito escolar. Trata-se de uma metassíntese qualitativa realizada a partir de buscas no portal da Biblioteca Virtual em Saúde, da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e do Google. A análise de conteúdo foi empregada para análise dos dados. A amostra foi composta por 15 publicações. Assim, quatro unidades temáticas emergiram: integração pedagógica da educação em saúde nos institutos federais; concepção de adolescência e saúde do adolescente no âmbito escolar nos institutos federais; perspectivas do trabalho em saúde nos institutos federais com adolescentes; e facilidades e dificuldades no desenvolvimento da saúde do adolescente no âmbito escolar nos institutos federais. Constatou-se que a produção científica sobre a temática ainda é incipiente. Mesmo em institutos federais, é necessário avançar na metodologia das atividades e nos temas de educação em saúde desenvolvidos. Torna-se necessário estimular o protagonismo juvenil transcendendo os aspectos higienistas e fragmentados da saúde escolar.
PALAVRAS-CHAVES
Serviços de saúde escolar; Saúde do adolescente; Promoção da saúde
Introdução
No Brasil, a Saúde Escolar (SE) foi concebida, a partir de 1850, ancorada em uma lógica higienista de inspetoria e controle de doenças. Ao longo do tempo, desenvolveu-se alicerçada nos preceitos do modelo de vigilância à saúde, sendo atualmente regulamentada pelo Programa Saúde na Escola (PSE), que teve origem em 200711 Brasil. Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Institui o Programa Saúde na Escola - PSE, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 6 Dez 2007.,22 Santos EM, Adinolfi VTS. A saúde escolar do final do século XVIII ao programa saúde na escola, do paradigma do higienismo à saúde coletiva. Rev Electrón Enseñanza Ciencias. 2021 [acesso em 2022 abr 2]; 20(3):381-395. Disponível em http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20/REEC_20_3_3_ex1857_615.pdf.
http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20... . Destaca-se por articular eixos comuns entre saúde e educação, visando fundamentalmente promover a saúde e a cultura de paz, contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos, favorecer a construção de um sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos, além de fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades de saúde que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar, entre outros aspectos33 Brasil. Ministério da Educação; Ministério da Educação. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação; 2018. [acesso em 2022 fev 10]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/programa-saude-daescola/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/16795-programa-saude-na-escola-saiba-mais.
http://portal.mec.gov.br/programa-saude-... .
Projetado dentro da perspectiva de promoção à saúde em parceria com a Estratégia Saúde da Família, o PSE envolve o trabalho da equipe multiprofissional existente nas Unidades de Saúde da Família dos municípios, atuando em parceria com as escolas de seus territórios. Salienta-se que a escola, de maneira geral, apresenta-se como um local com alta permeabilidade para abordar temas relevantes para a Promoção da Saúde (PS) de crianças, adolescentes e jovens. Assim, o aproveitamento das interfaces de contato entre saúde e educação permite o direcionamento de atividades voltadas para um público específico, de determinada faixa etária, cuja adoção de práticas saudáveis contribuirá para a manutenção de uma boa saúde na vida adulta.
Embora haja a perspectiva de que as iniciativas de PS integrem o currículo escolar, ainda se observa a realização de ações pontuais dos serviços de saúde dos territórios dentro das escolas, abordando assuntos vinculados à lógica preventiva/ biomédica. Nesse cenário, chama atenção o desenvolvimento das atividades de SE dentro da rede federal de ensino, em que serviços de atenção à saúde do estudante têm sido estabelecidos dentro da própria escola com equipe de saúde própria e específica.
Criada em 2008, a Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia atualmente é composta por 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF); dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet); 22 Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais, o Colégio Pedro II e a Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), totalizando mais de 600 unidades de ensino distribuídas por todo o País44 Brasil. Ministério da Educação. Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Brasília, DF: MEC; 2018. [acesso em 2022 abr 4]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/rede-federal-inicial/apresentacao-rede-federal.
http://portal.mec.gov.br/rede-federal-in... .
Em 2010, a partir da criação da Política Nacional de Assistência Estudantil com o objetivo de contribuir para a permanência e êxito dos estudantes na escola, as instituições da Rede Federal de Ensino passaram a dispor de profissionais de saúde para atuação na SE55 Mocelin CE. Assistência estudantil como política de proteção social: uma possibilidade de seguridade social ampliada e intersetorial. Social em Questão. 2019 [acesso em 2022 abr 14]; 22(45):239-260. Disponível em: http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_45_art_11.pdf.
http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/m... .
A equipe de saúde própria das instituições da rede federal é composta por profissionais diversos, enfermeiras, médicos, odontólogos, nutricionista, psicólogos e assistentes sociais. A composição da equipe multiprofissional de saúde varia entre as instituições de acordo com os profissionais disponíveis em cada unidade de ensino, cujo provimento de cargos se dá mediante concursos públicos.
Esses profissionais, integrando o núcleo da assistência estudantil exclusiva da rede federal, têm a possibilidade de desenvolver múltiplas estratégias direcionadas para a implantação do PSE. Nesse ínterim, destaca-se a possibilidade de mapeamento das questões de maior interesse da comunidade adolescente, com a finalidade de atuar diretamente fomentando ações de PS e prevenção de doenças e agravos de forma perene dentro da escola, além do acompanhamento direto da saúde dos estudantes pelo tempo em que ficam vinculados às instituições, colaborando para a mitigação de vulnerabilidades em saúde que interferem no aprendizado, êxito e permanência.
Pondera-se que, diante da função social e abrangência nacional da rede federal, conhecer a experiência do desenvolvimento das ações de saúde, nesses espaços, pode fornecer subsídios para o aprimoramento do PSE, principalmente no âmbito da saúde do adolescente, diante das peculiaridades e transformações específicas dessa fase66 Queiroz RO, Moroskoski M, Shibukawa BMC, et al. Family and community guidance in adolescence: assessment in the family health strategy. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2021 [acesso em 2022 abr 3]; 29:e3457. Disponível em https://www.scielo.br/j/rlae/a/8BzQKCPPc7MspKPD88wWVtF/?format=pdf&lang=en.
https://www.scielo.br/j/rlae/a/8BzQKCPPc... ; sobretudo, tendo em vista que a população adolescente corresponde a um quantitativo significativo de estudantes matriculados na rede federal de ensino. Em 2020, a rede federal possuía um quantitativo de mais de 1 milhão de estudantes matriculados, dos quais, 257.099 pertenciam a cursos de Ensino Fundamental II, Ensino Médio, ou Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio, conforme dados da plataforma Nilo Peçanha77 Brasil. Ministério da Educação. Plataforma Nilo Peçanha. Brasília, DF: MEC; 2021. [acesso em 2022 fev 20]. Disponível em: http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/.
http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/... .
Considerando as potencialidades do trabalho em saúde desenvolvido dentro da rede federal, torna-se profícua a realização de uma metassíntese das produções qualitativas desenvolvidas por profissionais de saúde nos últimos 14 anos, trazendo à superfície seu potencial significativo de contribuições para a área de saúde do adolescente na interface da SE, colaborando para a sedimentação da produção científica sobre o tema, desenvolvida nesse âmbito, permitindo sua aplicabilidade em outras instituições de ensino e trazendo visibilidade ao trabalho em saúde desenvolvido dentro da rede federal de ensino do Brasil.
Este trabalho visa responder à seguinte questão: o que a produção científica qualitativa produzida por profissionais de saúde revela acerca da saúde do adolescente no âmbito escolar na Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia?
Dessa forma, pretende-se sistematizar e sintetizar a produção científica desenvolvida por trabalhadores da rede federal de ensino sobre o tema saúde do adolescente no âmbito escolar.
Material e métodos
Trata-se de uma metassíntese qualitativa, que foi desenvolvida por uma equipe dos seis pesquisadores, autores deste artigo, profissionais da área de saúde, implicados com o tema SE, quatro deles atuando diretamente na SE adolescente na rede federal de ensino.
A metassíntese foi desenvolvida seguindo cinco etapas: 1) seleção de dados; 2) descrição dos fenômenos; 3) integração dos dados; 4) análise dos dados primários; e 5) novas interpretações.
As duas primeiras etapas da metassíntese foram estabelecidas a partir da elaboração do protocolo de pesquisa que foi registrado e publicado na plataforma Open Science Framework (DOI: 10.17605/OSF.IO/AUQGT).
Finalizada a elaboração do protocolo, foram realizadas buscas em bases de dados brasileiras e na literatura cinzenta para a identificação de materiais relevantes para responder à pergunta de pesquisa. O principal portal de buscas escolhido foi a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que integra bases de dados latino-americanos com estudos qualitativos revisados por pares, relevantes para encontrar as evidências buscadas, como a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), a Base de Dados em Enfermagem (BDENF), a Biblioteca Virtual em Saúde do Adolescente (Adolec) e outras, que possibilitam encontrar estudos sobre SE na rede federal de ensino do Brasil em português, inglês ou espanhol. A combinação de descritores utilizados está apresentada nos quadros 1 e 2.
Uso de descritores integrando saúde do adolescente, saúde no ambiente escolar e institutos federais
Uso de descritores integrando saúde no ambiente escolar, assistência estudantil e institutos federais
Para a complementação dos achados, os termos de busca foram adaptados para busca de produções da literatura cinzenta, englobando os quatro termos principais dessa pesquisa: “saúde escolar”, “saúde do adolescente”, “assistência estudantil” e “instituto federal”. Esses descritores resumidos, principais, foram utilizados para busca na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no Google®.
Foram incluídos estudos publicados entre janeiro de 2009 (mês subsequente à lei de criação da rede federal de ensino) e janeiro de 2022, em bases latino-americanas selecionadas, considerando o interesse na realidade brasileira, na revisão por pares, na metodologia qualitativa e no tema: saúde do adolescente no âmbito escolar dentro da rede federal de ensino. Também foram incluídas publicações da literatura cinzenta que compreenderam dissertações de cursos de pós-graduação stricto sensu e capítulos de livro publicados em títulos sobre saúde do adolescente, saúde do escolar ou assistência estudantil. Foram excluídos da metassíntese protocolos, comentários, notas técnicas e diretrizes terapêuticas.
A seleção do material incluído na revisão foi operacionalizada em três etapas principais após a busca dos estudos: seleção por título, seleção por resumo e seleção após leitura integral do material. Em todas as etapas de seleção, o grupo de pesquisadores debateu as inclusões e as exclusões operadas. Em caso de dúvidas, um pesquisador poderia ser requisitado para a tomada de decisão final.
As buscas realizadas retornaram 305 publicações; e, após retirada das duplicadas, o material foi selecionado conforme a figura 1, sendo incluídas 15 publicações (4 artigos, 6 dissertações, 5 capítulos de livro).
Na última etapa, o material que possuísse metodologia compatível foi submetido à avaliação de qualidade por meio do checklist Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (Coreq). A avaliação de qualidade foi realizada de forma independente por 4 autores, sendo selecionados 14 itens estratégicos de relevância dentro do Coreq (itens 7, 9-12,14,16,17,25,26, 29-32). Se necessário, divergências entre os autores seriam submetidas a uma quinta avaliação por um pesquisador sênior.
Para a análise do material, foi empregada a análise de conteúdo de Bardin88 Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011., seguindo as etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. As categorias encontradas na fase de exploração do material foram sistematizadas em reuniões de grupo entre os pesquisadores. A interpretação dos resultados foi concebida de forma reflexiva e crítica, com base na vivência dos pesquisadores na atuação em saúde do adolescente no âmbito da rede federal.
A produção da síntese dos dados ocorreu baseada no formulário de extração de dados construído com apoio do Excel®, no qual os pesquisadores lançaram as informações relacionadas com a publicação, incluindo profissão dos autores, vinculação institucional, local de realização do estudo e informações sobre amostra e resultados dos estudos.
Por se tratar de um tipo de revisão, foi dispensada a submissão em um Comitê de Ética em Pesquisa; entretanto, todos os aspectos éticos e autorais foram respeitados. Esta pesquisa não recebeu financiamento de qualquer natureza.
Resultados
Após a seleção do conteúdo, chegamos ao montante de 15 publicações (4 artigos, 6 dissertações, 5 capítulos de livro). A maioria dos autores estava vinculada a IF, eram técnico-administrativos (22), e a maior categoria profissional foi da enfermagem (6), seguida dos docentes (4) das áreas de educação física (2), biologia (1) e linguagens (1). Destaca-se também a participação de 4 estudantes na produção de 2 estudos. Quanto ao sexo, houve uma predominância de autoras do sexo feminino (36) em oposição ao sexo masculino (7).
A maior parte das publicações foi realizada a partir de IF localizados na região Nordeste (7), com número menor de pesquisas realizadas nas regiões Norte (1) e Centro-Oeste (nenhum registro). A maioria dos estudos foi publicada em formato de dissertação, e apenas em uma dissertação foi encontrada publicação de artigo relacionado. Quanto aos desenhos metodológicos dos estudos incluídos, 14 eram estudos qualitativos, e 1, estudo qualitativo-quantitativo. Observa-se um número elevado de relatos de experiência (7), o que limita a aplicação do checklist de qualidade Coreq, de maneira que o checklist foi aplicado apenas nos produtos oriundos de pesquisas de campo. Nos estudos em que o checklist de qualidade foi aplicado, observa-se uma pontuação média a baixa variando de 14 a 24.
Quanto aos participantes das pesquisas, percebe-se um número maior de estudos direcionado ao público estudantil, com algumas pesquisas abordando estudantes, mas sem quantificá-los, indicando a abordagem do estudo em número de turmas ou grupos por série do Ensino Médio. Pelo menos cinco estudos incluem a categoria de profissionais (149), variando de servidores técnico-administrativos envolvidos diretamente na assistência estudantil a servidores docentes vinculados ao ensino.
A partir da análise de conteúdo das produções, foi possível compor quatro unidades temáticas: 1) integração pedagógica da educação em saúde nos institutos federais, que aborda a relevância da incorporação dos temas de saúde do adolescente ao currículo de disciplinas; 2) concepção de adolescência e saúde do adolescente nos institutos federais, que ressalta como são compreendidos esses dois conceitos pelos profissionais e pelos adolescentes assistidos; 3) perspectivas do trabalho em saúde com adolescentes nos institutos federais, que discute como a compreensão dos conceitos de adolescência e de saúde do adolescente operam na prática assistencial; e, por fim, 4) facilidades e dificuldades no desenvolvimento da saúde do adolescente no âmbito escolar nos institutos federais, que apresenta os desafios envolvidos na implementação de ações no âmbito da saúde do adolescente em instituições federais de ensino.
Discussão
O fato de a categoria de enfermagem ter apresentado maior representatividade na autoria das publicações pode indicar maior vinculação da área ao estudo da saúde do adolescente dentro do ambiente escolar. Quando observada a vinculação dos docentes, verifica-se uma participação maior de docentes de disciplinas mais próximas da área de saúde, como biologia e educação física. Além disso, a participação dos estudantes na produção de dois estudos demonstra a consideração da sensibilização do público adolescente por seus pares, englobando o papel ativo do estudante durante as atividades de educação em saúde, porém ainda em poucos estudos.
Os tipos de publicação encontrados ainda reiteram o potencial que o tema de saúde do adolescente no âmbito escolar possui enquanto campo de pesquisa. Porém, a baixa conversão em publicações (dissertações e capítulos de livro) no formato de artigo científico limita a disseminação das descobertas realizadas pelas pesquisas. Um número significativo de produções em formato de relato de experiência evidencia que o investimento em pesquisas nessa área ainda é incipiente ou pouco estimulado, ainda em IF, nas quais há equipes exclusivas para desenvolver o trabalho relacionado com a saúde do adolescente no âmbito escolar.
As desigualdades geográficas na produção de pesquisas sobre saúde do adolescente na rede federal de ensino, por sua vez, podem ser reflexo não só do estímulo que é gerado pelas instituições no desenvolvimento de estudos nessa área como também na disponibilização de vagas em editais de pesquisa para a categoria técnico administrativa e a abertura para publicações na área da saúde/assistência estudantil. Pode também ser um reflexo das políticas institucionais de afastamento de servidores para pós-graduação stricto sensu, podendo serem limitadoras ou potencializadoras do desenvolvimento de pesquisas em saúde do adolescente no âmbito escolar.
Essas questões são pontos de referência para maior aprofundamento teórico e investimento em pesquisa dentro da área de saúde do adolescente no âmbito escolar, com ênfase na rede federal de ensino que conta com serviços e dispositivos de fomento específicos.
No que tange às categorias sistematizadas, seguem abaixo os principais achados.
Integração pedagógica da educação em saúde nos institutos federais
A educação em SE representa uma oportunidade estratégica para PS e prevenção de riscos e agravos. Na maioria das escolas, o currículo não contempla esse tema como parte do projeto pedagógico dos cursos ofertados. Quando o tema é abordado por professores, geralmente tangenciam de forma superficial como parte de uma disciplina específica do currículo básico. Algumas instituições que possuem profissionais de saúde presentes no quadro funcional geralmente desenvolvem atividades de promoção à saúde de forma extracurricular, buscando estratégias de adesão utilizando diversas ferramentas pedagógicas1313 Bezerra GLSP. Alimentação saudável e comportamento alimentar: sentidos e significados para adolescentes escolares. [dissertação]. Niterói: Universidade de Fortaleza; 2020. 87 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545#.
https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTr... .
No estudo realizado por Bezerra1313 Bezerra GLSP. Alimentação saudável e comportamento alimentar: sentidos e significados para adolescentes escolares. [dissertação]. Niterói: Universidade de Fortaleza; 2020. 87 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545#.
https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTr... , foi destacado que os profissionais da assistência estudantil têm dúvidas quanto à concretização da proposta de currículo integrado. Com base nas respostas dos participantes, observou-se que não percebem a interdisciplinaridade sendo priorizada ou trabalhada de forma direta ao currículo integrado, que os conceitos e ações para algumas disciplinas ainda são trabalhados de forma independente e sem diálogo com o currículo integrado. Esse estudo ainda destaca, na fala dos profissionais, que as práticas de saúde desenvolvidas por eles carecem de espaço na instituição, tanto para sua execução de forma integrada com outros servidores quanto para seu envolvimento nos conteúdos escolares.
Diferindo disso, alguns docentes acreditam que a proposta está presente no currículo integrado, em virtude da presença das questões de saúde em temas transversais e à previsão nos documentos legais dos cursos. Já os discentes entrevistados, nesse estudo, dividem opinião: metade entende as ações de SE como parte de atividades curriculares, e outra parte, como atividades extracurriculares, apenas como ações pontuais de saúde1313 Bezerra GLSP. Alimentação saudável e comportamento alimentar: sentidos e significados para adolescentes escolares. [dissertação]. Niterói: Universidade de Fortaleza; 2020. 87 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545#.
https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTr... .
Souza1414 Souza FLR. Estratégias de práticas de educação em saúde para a formação integral de discentes dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal Farroupilha Campus Jaguari. [dissertação]. Jaguari: Instituto Federal Farroupilha; 2020. 88 p. [acesso em 2022 mar 12]. Disponível em: https://arandu.iffarroupilha.edu.br/handle/itemid/112.
https://arandu.iffarroupilha.edu.br/hand... destaca que trabalhar o currículo integrado exige empenho e comprometimento das pessoas envolvidas. Há uma necessidade de vinculação com a proposta. Santos e Oliveira2222 Santos MO, Oliveira MMN. Assistência estudantil como estratégia para permanência de estudantes adolescentes grávidas no IF Baiano Campus Valença. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 108-130. destacam a importância da assistência estudantil enquanto direito social, nas instituições públicas federais, e as ações de PS como uma estratégia ampla, efetiva e que preza pela integralidade do sujeito. Além de oferecer suporte psicossocial, pedagógico e de saúde, contribuem para que os discentes consigam permanecer e alcançar êxito nos cursos integrados ofertados, mesmo afetados pelas vulnerabilidades em saúde.
Essas ações, além de aproximarem os estudantes do serviço de saúde, colaboram para a ampliação e a compreensão do papel dos profissionais envolvidos no contexto escolar. Ao desenvolver essas atividades na escola de forma participativa, proporciona-se aos adolescentes espaço de protagonismo tanto na construção de conhecimento quanto na formação de indivíduo consciente e crítico. Assim, destaca-se uma atuação que permite colaborar para a emancipação dos cuidados em saúde e autonomia dos indivíduos2222 Santos MO, Oliveira MMN. Assistência estudantil como estratégia para permanência de estudantes adolescentes grávidas no IF Baiano Campus Valença. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 108-130..
Corroborando essa ideia, Oliveira et al.2323 Oliveira AB, Schramm GO, Oliveira JR, et al. Sexualidade em sala de aula: um olhar a partir da integração de saberes. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 131-152. ressaltam que, quando aplicada de forma efetiva, a intervenção de promoção à saúde cumpre seu objetivo por meio da construção do conhecimento centrada na interatividade, em clima de mútuo respeito e afetividade. Também provoca reflexões sobre temas amplos e complexos, que realmente contribuem para a formação do indivíduo, sem encerrar a discussão ou abranger todos os seus aspectos, mas significar algo para o adolescente, além de informação.
Bezerra1313 Bezerra GLSP. Alimentação saudável e comportamento alimentar: sentidos e significados para adolescentes escolares. [dissertação]. Niterói: Universidade de Fortaleza; 2020. 87 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545#.
https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTr... discorre que, ao analisar o Projeto Pedagógico dos Cursos (PPC) Técnicos de nível médio, o tema de educação em saúde e alimentação saudável é abordado de forma tangencial em algumas disciplinas que apresentavam alguma temática relacionada. Sugere a necessidade de qualificar os professores para que possam atuar em ações de promoção à saúde, bem como capacitá-los para abordar conteúdos desse tema que nem sempre são correlatos à sua área de formação.
Apesar de alguns temas relacionados com a educação em SE ainda não fazerem parte do currículo escolar das instituições educacionais, incluindo as instituições federais, é essencial o incentivo à interdisciplinaridade com os professores e a coordenação pedagógica para inserção dos temas transversais no Projeto Político-Pedagógico (PPP) dos cursos das instituições1313 Bezerra GLSP. Alimentação saudável e comportamento alimentar: sentidos e significados para adolescentes escolares. [dissertação]. Niterói: Universidade de Fortaleza; 2020. 87 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545#.
https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTr... .
Concepção de adolescência e saúde do adolescente nos institutos federais
Os estudos indicam que existem distintas concepções sobre o que é ser adolescente e o que está envolvido em cuidar da saúde de adolescentes. Brolini1010 Brolini G. Educação em Saúde no contexto da assistência ao estudante no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima – IFRR. [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2013. 68 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/41911/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Gilvan%20Brolini.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://repositorio.unifesp.br/bitstream... , em seu estudo com profissionais ligados à assistência estudantil, constatou que há uma necessidade de direcionamento dos profissionais que atuam na área, ao observar que muitos vinculavam as ações de educação em saúde promovidas ao adolescente como um ente passivo, optando por metodologias de ensino-aprendizagem voltadas para a transmissão de informações.
Os estudantes, por sua vez, em discussões sobre a adolescência, demonstraram a dificuldade de conciliação entre a condição de ser adolescente-paciente e a saúde no ambiente escolar. Manifestaram a importância do modelo dos serviços de saúde dentro dos IF. Demonstraram sentimentos de confiança proporcionados pelo serviço, quer seja no acolhimento, quer seja no acompanhamento, considerando as mudanças características da fase da adolescência. Em paralelo a isso, evidenciaram ainda preocupação em relação às condições precárias de higiene do ambiente, baixa qualidade nutricional da alimentação escolar e possíveis impactos à saúde1111 Faial LCM. Percepções do aluno adolescente sobre a saúde na escola: uma perspectiva Merleaupontiana. [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 150 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/1646/Ligia%20Cordeiro%20Matos%20Faial.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handl... . Demonstraram, assim, uma posição ambígua dentro do espaço escolar: ao tempo que se sentem cuidados pelos serviços ofertados (posição de pacientes), refletem ativamente sobre as condições de saúde ambiental que lhes são ofertadas na educação pública.
Nessa perspectiva, é salutar compreender as impressões dos estudantes sobre o serviço de saúde desenvolvido dentro dos IF a fim de instrumentalizar os profissionais na construção de uma proposta de trabalho com ênfase na proteção, prevenção e promoção à saúde. Os estudos desenvolvidos por Faial1111 Faial LCM. Percepções do aluno adolescente sobre a saúde na escola: uma perspectiva Merleaupontiana. [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 150 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/1646/Ligia%20Cordeiro%20Matos%20Faial.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handl... e por Faial e colaboradores1717 Faial LCM, Silva RMCRA, Pereira ER, et al. A saúde na escola: percepções do ser adolescente. Rev Bras Enferm. 2019 [acesso em 2022 mar 3]; 72(4):1017-26. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5SdqksWXXMqFp3qnR9ZMt/?lang=pt.
https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5Sdqks... , ao trazerem a perspectiva do público estudantil adolescente, observaram a necessidade de aprimoramentos dos serviços de saúde para prover uma assistência humanizada: atender aos três turnos de funcionamento da instituição; ampliar a equipe de profissionais; realizar ações interdisciplinares, com ênfase à saúde mental; adotar práticas pedagógicas em saúde. Tais ajustes passam pela necessidade de provimento de insumos e infraestrutura adequada à prática da SE e capacitação profissional.
A educação em saúde, o cuidado humanizado e a participação da comunidade escolar e da sociedade são os alicerces para o impulsionamento da SE. Outrossim, o aporte da saúde está na capacidade de ação integrada e articulada, de natureza crítica e reflexiva, educando os adolescentes para os desafios característicos dessa fase1111 Faial LCM. Percepções do aluno adolescente sobre a saúde na escola: uma perspectiva Merleaupontiana. [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 150 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/1646/Ligia%20Cordeiro%20Matos%20Faial.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handl... ,1717 Faial LCM, Silva RMCRA, Pereira ER, et al. A saúde na escola: percepções do ser adolescente. Rev Bras Enferm. 2019 [acesso em 2022 mar 3]; 72(4):1017-26. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5SdqksWXXMqFp3qnR9ZMt/?lang=pt.
https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5Sdqks... . Não obstante, ainda se observa o exercício de uma SE ligada a práticas higienistas e ao modelo biomédico assistencialista, fortalecendo a fragmentação dos indivíduos, contrapondo o ideal de atenção integral à saúde.
Nesse sentido, destaca-se a relevância de que as práticas de SE, dentro dos IF ou não, devem pressupor o protagonismo do ser adolescente sobre sua saúde1717 Faial LCM, Silva RMCRA, Pereira ER, et al. A saúde na escola: percepções do ser adolescente. Rev Bras Enferm. 2019 [acesso em 2022 mar 3]; 72(4):1017-26. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5SdqksWXXMqFp3qnR9ZMt/?lang=pt.
https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5Sdqks... . Para tal, tornam-se necessárias a formulação e a implementação de projetos de capacitação que promovam o aprimoramento de práticas educativas direcionadas à educação em saúde para os profissionais que atuam na área da assistência estudantil, especialmente, no que se refere à diversidade temática e à integração curricular1010 Brolini G. Educação em Saúde no contexto da assistência ao estudante no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima – IFRR. [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2013. 68 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/41911/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Gilvan%20Brolini.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://repositorio.unifesp.br/bitstream... .
Perspectivas do trabalho em saúde com adolescentes nos institutos federais
A forma como os profissionais atuam na educação em saúde voltada para o público adolescente tem relação com sua formação profissional. No que se refere aos profissionais de saúde que atuam na saúde estudantil (dentro dos serviços de assistência estudantil), boa parte deles não possui formação específica em SE e são selecionados a partir de concursos públicos que exigem formação generalista.
Na reflexão realizada por Faria, Araújo e Oliveira1919 Farias EJF, Araújo GMS, Oliveira RMA. A adolescência na perspectiva de quem cuida. In: Vale D, organizador. Educação alimentar e nutricional de adolescentes: complexidade, resiliência e autonomia. Natal: IFRN; 2020. p. 39-60., as profissionais descrevem que o treinamento para o trabalho com adolescentes se apresentou como um ponto cego em suas formações técnicas. Isso demandou o desenvolvimento de estratégias próprias e complementação do estudo de forma autônoma para lidar com uma população heterogênea e com particularidades individuais/grupais bem demarcadas. Nesse sentido, deflagram como ponto de partida para a transposição dessas lacunas formativas: o acolhimento, a escuta ativa e a colateralidade nas relações com o público adolescente; as habilidades que podem ser aprendidas com o próprio público adolescente durante os atendimentos realizados dentro dos serviços de saúde das instituições federais.
Esse aspecto também resvala na categoria docente. Nos IF, integram o currículo do ensino médio não só as disciplinas propedêuticas, mas também as disciplinas técnicas, e isso tem impacto positivo no potencial para a integração da SE ao currículo do Ensino Médio devido à diversidade temática das disciplinas. Ancini99 Ancini DMB. Implantação de Ações de Educação e Saúde no Instituto Federal de Educação Farroupilha Campus Alegrete integradas ao Programa Saúde na Escola. [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2017. 127 p. [acesso em 2022 mar 30]. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/169108/001047136.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/1... destaca que existe interesse dos docentes em contribuir para um currículo integrado que favoreça a formação humana integral e que aborde temas de saúde, porém reconhece que há uma necessidade do apoio do corpo técnico de saúde na abordagem de algumas temáticas, pois houve manifestação de interesse apenas em algumas áreas específicas (ciências biológicas, química, matemática, medicina veterinária e educação física).
Barreto Filho e Valente1616 Barreto Filho EM, Valente GSC. Obesidade na adolescência: A interdisciplinaridade como estratégia de Promoção da saúde. Pensar a Prática, Goiânia. 2017 [acesso em 2022 mar 5]; 20(4):746-757. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/43364/pdf.
https://revistas.ufg.br/fef/article/view... apresentam resultados semelhantes em seu estudo sobre o trabalho interdisciplinar e a prevenção da obesidade na escola. A pesquisa realizada com professores de educação física constata que, apesar de reconhecerem a relevância da disciplina como aliada na prevenção da obesidade, os docentes da área não direcionam sua prática educativa para essa aplicação preventiva, apontando que não se sentiam apoiados para o desenvolvimento de práticas interdisciplinares.
O deslocamento da escola de um espaço apenas de formação acadêmica/técnica para um espaço de instrumentalização para as escolhas de vida, formação integral e proteção do público adolescente passa pela necessidade da superação de concepções engessadas sobre a saúde do adolescente; demandando, inclusive, uma gestão do trabalho que privilegie a criatividade em sua execução, desvinculando-se das ideias fixas de transmissão de conhecimento e hierarquia de aprendizagem provenientes da educação bancária e das limitações formativas dos profissionais1010 Brolini G. Educação em Saúde no contexto da assistência ao estudante no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima – IFRR. [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2013. 68 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/41911/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Gilvan%20Brolini.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://repositorio.unifesp.br/bitstream... .
Isso perpassa também pela necessidade de romper com o caráter higienista vinculado ao trabalho em SE2121 Sakai CP. Assistência Estudantil durante a Pandemia do Covid-19: Fortalecimento de vínculos e suporte psicossocial. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 172-189., seja pela escolha das temáticas discutidas, seja pela assistência prestada dentro dos serviços em IF, que refletem o modelo biomédico1111 Faial LCM. Percepções do aluno adolescente sobre a saúde na escola: uma perspectiva Merleaupontiana. [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 150 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/1646/Ligia%20Cordeiro%20Matos%20Faial.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handl... ,1717 Faial LCM, Silva RMCRA, Pereira ER, et al. A saúde na escola: percepções do ser adolescente. Rev Bras Enferm. 2019 [acesso em 2022 mar 3]; 72(4):1017-26. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5SdqksWXXMqFp3qnR9ZMt/?lang=pt.
https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5Sdqks... ,2323 Oliveira AB, Schramm GO, Oliveira JR, et al. Sexualidade em sala de aula: um olhar a partir da integração de saberes. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 131-152., bem como pela necessidade do estabelecimento de parcerias que articulem o ensino, a prática pedagógica e a assistência à saúde do adolescente99 Ancini DMB. Implantação de Ações de Educação e Saúde no Instituto Federal de Educação Farroupilha Campus Alegrete integradas ao Programa Saúde na Escola. [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2017. 127 p. [acesso em 2022 mar 30]. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/169108/001047136.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/1... ,1616 Barreto Filho EM, Valente GSC. Obesidade na adolescência: A interdisciplinaridade como estratégia de Promoção da saúde. Pensar a Prática, Goiânia. 2017 [acesso em 2022 mar 5]; 20(4):746-757. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/43364/pdf.
https://revistas.ufg.br/fef/article/view... .
Facilidades e dificuldades no desenvolvimento da saúde do adolescente no âmbito escolar nos institutos federais
As ações de SE vêm enfrentando, para sua implementação, múltiplas fragilidades e desafios ao longo da história22 Santos EM, Adinolfi VTS. A saúde escolar do final do século XVIII ao programa saúde na escola, do paradigma do higienismo à saúde coletiva. Rev Electrón Enseñanza Ciencias. 2021 [acesso em 2022 abr 2]; 20(3):381-395. Disponível em http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20/REEC_20_3_3_ex1857_615.pdf.
http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20... . Tais desafios permeiam as concepções das práticas, ainda de forte caráter higienista, a predominância de abordagens biomédicas e a fragmentação das ações.
No âmbito da rede federal, os estudos corroboram essa perspectiva, evidenciando fortalecimentos e fragilidades durante o desenvolvimento das ações de SE. Nesse sentido, os relatos de experiência incluídos neste estudo apontam que os desafios são decorrentes da alta carga horária curricular dos estudantes e das deficiências de recursos financeiros e materiais para a realização das atividades. O tempo reduzido para as atividades e a fragilidade na integração entre saúde e educação prejudicam o desenvolvimento de ações intersetoriais1515 Ferreira LS, Borba JS. A transversalidade da diversidade de gênero e sexualidade na educação em saúde: relato de um projeto de extensão. Rev. Ed. Popular. 2021 [acesso em 2022 mar 10]; 20(1):325-342. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/54896/31732.
https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop... ,2020 Carvalho EL, Barreto J, Rodrigues D. O desenvolvimento da extensão como estratégia de Promoção à Saúde no espaço escolar. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 153-171.,2424 Luquez TMS, Saboia VM, Meireles ACM, et al. Ações de promoção da saúde nas escolas brasileiras: uma revisão integrativa. Research, Society Development. 2021 [acesso em 2022 fev 1]; 10(1):e57110112112. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12112.
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/art... .
Sakai2121 Sakai CP. Assistência Estudantil durante a Pandemia do Covid-19: Fortalecimento de vínculos e suporte psicossocial. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 172-189. coaduna com essa compreensão e salienta o desafio de construir uma educação em saúde crítica e significativa, ao estabelecer um serviço de escuta dos estudantes durante a pandemia de Covid-19 e ter adesão variável entre os próprios estudantes. Desse modo, Oliveira et al.2323 Oliveira AB, Schramm GO, Oliveira JR, et al. Sexualidade em sala de aula: um olhar a partir da integração de saberes. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 131-152. ressaltam que as ações de saúde devem possibilitar aos estudantes uma posição protagonista na construção do conhecimento e na formação crítica, consciente e reflexiva. Ainda, defendem que, nas ações de SE, a interdisciplinaridade, a integração de saberes e a metodologia lúdica e participativa são ferramentas que colaboram para a promoção do autocuidado na adolescência.
Apesar das fragilidades a serem superadas, os estudos revelam perspectivas positivas. Santos e Oliveira2222 Santos MO, Oliveira MMN. Assistência estudantil como estratégia para permanência de estudantes adolescentes grávidas no IF Baiano Campus Valença. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 108-130. evidenciam uma associação benéfica entre as ações de assistência estudantil, incluindo intervenções de saúde, e a permanência de estudantes adolescentes grávidas na escola, o que contraria as estatísticas relativas à gravidez na adolescência e à evasão escolar. Enquanto Costa et al.1818 Costa GOP, Sousa IDB, Ferreira RSAl, et al. Conversando sobre higiene com adolescentes escolares: um relato de experiência. Research, Society and Development. 2021 [acesso em 2022 mar 3]; 10(13):e539101321640. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/21640/19203/260041.
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/art... , no trabalho sobre a temática da higiene com estudantes adolescentes ingressantes, também indicam a relevância da abordagem do tema para contribuir para a prevenção de doenças e promoção da integração dos adolescentes. Percebe-se, então, a potência das ações, com repercussões vantajosas na saúde do adolescente no âmbito escolar.
As produções convergem quanto à necessidade ao estímulo da utilização da metodologia participativa como balizadora das ações. Infere-se, dessa forma, que os relatos de experiência produzidos no contexto da rede federal desvelam caminhos possíveis: o diálogo e a reflexão, transcendendo a simples transmissão de informações.
Destoando de outros achados, que sinalizaram a inexistência do planejamento coletivo das ações de saúde, limitando-as a iniciativas isoladas e desarticuladas2424 Luquez TMS, Saboia VM, Meireles ACM, et al. Ações de promoção da saúde nas escolas brasileiras: uma revisão integrativa. Research, Society Development. 2021 [acesso em 2022 fev 1]; 10(1):e57110112112. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12112.
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/art... , estudos apontam para o planejamento das ações a serem realizadas pelas equipes multiprofissionais de saúde nos IF, mas ainda restrita a esses profissionais, com baixa articulação ao currículo integrado e com docentes.
Assim, em que pese existirem dificuldades, as potencialidades das ações são significativas, sendo necessário o engajamento dos profissionais e gestores no sentido de viabilizar atividades de saúde (nos âmbitos financeiro, estrutural e formativo), e, assim, favorecer a autonomia e a formação integral, colocando o adolescente na centralidade do processo de cuidado à saúde. Nesse contexto, é relevante fortalecer as ações de saúde de forma ampla, em detrimento de ações pontuais, fragmentadas e de perfil higienista, valorizando os sujeitos como transformadores da sua realidade e seu contexto sociocultural.
Síntese do estudo
As unidades temáticas apresentam a forma como o exercício da saúde é realizado nos IF. A superação de moldes predominantemente higienistas, formadores históricos da SE, apresenta-se como seu desafio estrutural. Alcançar um fazer voltado para PS no ambiente escolar se alinha à mudança de paradigma proposta no PSE e que se faz mais afinado com as perspectivas trazidas pelo Sistema Único de Saúde22 Santos EM, Adinolfi VTS. A saúde escolar do final do século XVIII ao programa saúde na escola, do paradigma do higienismo à saúde coletiva. Rev Electrón Enseñanza Ciencias. 2021 [acesso em 2022 abr 2]; 20(3):381-395. Disponível em http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20/REEC_20_3_3_ex1857_615.pdf.
http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20... , promovendo integralidade e cidadania no cuidado em saúde.
No cenário dos IF, com a presença da equipe de saúde nos próprios institutos, espera-se que alguns alinhamentos possam ser mais bem realizados, dada a maior possibilidade de integração entre equipe de saúde e ambiente escolar. Observa-se, no entanto, que essa proposta da saúde do adolescente como um eixo curricular entremeado, superando a visão meramente biológica da adolescência e da saúde do adolescente, assumindo uma perspectiva de saúde integral e integrada e assimilando as questões que atravessam o ambiente escolar, ainda encontra obstáculos.
Claramente, há esforços direcionados para a adoção de práticas de saúde que valorizam a integração curricular e o protagonismo do público adolescente, mas, mesmo nesses espaços, ainda ocorrem dificuldades em implementar uma agenda de decisões curriculares e de práticas situadas, com decisões coletivas que agreguem os adolescentes como agentes ativos nos processos. As unidades temáticas encontradas neste estudo demonstram que buscar uma prática de saúde na escola voltada para PS é desafiador, principalmente em relação à operacionalização, à formação de uma agenda coletiva e à mobilização de diferentes atores para essa prática2525 Lopes IE, Nogueira JA, Rocha DG. Eixos de ação do Programa Saúde na Escola e Promoção da Saúde: revisão integrativa. Saúde debate. 2018 [acesso em 2022 abr 20]; 42(118):773-789. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/SNsdFnbvBdfdhn76GQYGDtM/?lang=pt.
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/SNsdFnbvB... .
Dessa forma, as buscas reforçam a importância da integração e trabalho em coletivo entre corpo docente, profissionais da saúde e estudantes para a realização de ações que desenvolvam saúde nesses espaços, compreendendo os estudantes como parte integrante e participativa desse processo, a fim de alcançar a integralidade desses sujeitos. É importante para a educação em saúde na escola reforçar seus preceitos e produzir reflexões sobre determinantes sociais, contextos de violência, situações de risco e contágio, busca pelo bem-estar, direitos sexuais e reprodutivos, entre outras temáticas.
Reforça-se ainda a construção de espaços que propiciem saúde, com garantias de higiene, alimentação e lazer. A PS do adolescente na escola constitui-se instrumento para a construção de debates mais amplos que também integram outros domínios da vida cotidiana: saúde mental, convivência familiar, combate às violências, perspectivas do mercado de trabalho, mobilidade social, participação na vida pública e política; fundamentais para desenvolvimento e a emancipação dos adolescentes dentro de uma formação consciente e cidadã.
Apresenta-se, como limitação deste estudo, a pulverização das temáticas tratadas nas publicações, deixando pouca margem para que outros sentidos e explicações sobre cada tema ganhem relevo.
Conclusões
A partir da análise dos estudos qualitativos sobre saúde do adolescente no âmbito escolar, desenvolvidos dentro das IF, observa-se que, apesar de contar com equipes de saúde próprias, é necessário fortalecer e estimular o protagonismo juvenil. Apontado como desejável, nos estudos, porventura, o protagonismo desvanece na constatação de uma visão de saúde vinculada a práticas higienistas e no exercício de uma educação em saúde por transmissão de conhecimento.
Evidencia-se a necessidade de investir em currículos formativos que compreendam as temáticas de saúde agregadas ao ensino dentro da escola, assim como à formação profissional do pessoal técnico em saúde e dos professores, que atuam nos IF e que efetivamente demonstram pouca experiência no desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para o público adolescente.
A carga horária de disciplinas, o investimento em interdisciplinaridade e o engajamento das temáticas de SE nos IF ainda constituem dificuldades. Há necessidade do desenvolvimento de estudos empíricos sobre as contribuições da educação em saúde dentro do contexto da formação técnica e tecnológica e sua relação com o estímulo à adoção do estilo de vida saudável, à autonomia para o exercício de seus direitos de saúde, à emancipação individual e coletiva e ao desenvolvimento da cidadania – e no aprofundamento nas temáticas de saúde voltadas para a saúde mental, para os adolescentes com necessidades específicas e àqueles em grave vulnerabilidade social, sobretudo em contextos de violência de raça e gênero.
- Suporte financeiro: não houve
Referências
- 1Brasil. Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Institui o Programa Saúde na Escola - PSE, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 6 Dez 2007.
- 2Santos EM, Adinolfi VTS. A saúde escolar do final do século XVIII ao programa saúde na escola, do paradigma do higienismo à saúde coletiva. Rev Electrón Enseñanza Ciencias. 2021 [acesso em 2022 abr 2]; 20(3):381-395. Disponível em http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20/REEC_20_3_3_ex1857_615.pdf
» http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen20/REEC_20_3_3_ex1857_615.pdf - 3Brasil. Ministério da Educação; Ministério da Educação. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação; 2018. [acesso em 2022 fev 10]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/programa-saude-daescola/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/16795-programa-saude-na-escola-saiba-mais
» http://portal.mec.gov.br/programa-saude-daescola/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/16795-programa-saude-na-escola-saiba-mais - 4Brasil. Ministério da Educação. Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Brasília, DF: MEC; 2018. [acesso em 2022 abr 4]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/rede-federal-inicial/apresentacao-rede-federal
» http://portal.mec.gov.br/rede-federal-inicial/apresentacao-rede-federal - 5Mocelin CE. Assistência estudantil como política de proteção social: uma possibilidade de seguridade social ampliada e intersetorial. Social em Questão. 2019 [acesso em 2022 abr 14]; 22(45):239-260. Disponível em: http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_45_art_11.pdf
» http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_45_art_11.pdf - 6Queiroz RO, Moroskoski M, Shibukawa BMC, et al. Family and community guidance in adolescence: assessment in the family health strategy. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2021 [acesso em 2022 abr 3]; 29:e3457. Disponível em https://www.scielo.br/j/rlae/a/8BzQKCPPc7MspKPD88wWVtF/?format=pdf&lang=en
» https://www.scielo.br/j/rlae/a/8BzQKCPPc7MspKPD88wWVtF/?format=pdf&lang=en - 7Brasil. Ministério da Educação. Plataforma Nilo Peçanha. Brasília, DF: MEC; 2021. [acesso em 2022 fev 20]. Disponível em: http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/
» http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/ - 8Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011.
- 9Ancini DMB. Implantação de Ações de Educação e Saúde no Instituto Federal de Educação Farroupilha Campus Alegrete integradas ao Programa Saúde na Escola. [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2017. 127 p. [acesso em 2022 mar 30]. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/169108/001047136.pdf?sequence=1&isAllowed=y
» https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/169108/001047136.pdf?sequence=1&isAllowed=y - 10Brolini G. Educação em Saúde no contexto da assistência ao estudante no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima – IFRR. [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2013. 68 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/41911/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Gilvan%20Brolini.pdf?sequence=1&isAllowed=y
» https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/41911/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Gilvan%20Brolini.pdf?sequence=1&isAllowed=y - 11Faial LCM. Percepções do aluno adolescente sobre a saúde na escola: uma perspectiva Merleaupontiana. [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 150 p. [acesso em 2022 mar 20]. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/1646/Ligia%20Cordeiro%20Matos%20Faial.pdf?sequence=1&isAllowed=y
» https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/1646/Ligia%20Cordeiro%20Matos%20Faial.pdf?sequence=1&isAllowed=y - 12Alves LMS. Educação Permanente sobre infecção sexualmente transmissível no Instituto Federal Fluminense. [dissertação]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 122 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/1685
» https://app.uff.br/riuff/handle/1/1685 - 13Bezerra GLSP. Alimentação saudável e comportamento alimentar: sentidos e significados para adolescentes escolares. [dissertação]. Niterói: Universidade de Fortaleza; 2020. 87 p. [acesso em 2022 mar 15]. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545#
» https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=115545# - 14Souza FLR. Estratégias de práticas de educação em saúde para a formação integral de discentes dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal Farroupilha Campus Jaguari. [dissertação]. Jaguari: Instituto Federal Farroupilha; 2020. 88 p. [acesso em 2022 mar 12]. Disponível em: https://arandu.iffarroupilha.edu.br/handle/itemid/112
» https://arandu.iffarroupilha.edu.br/handle/itemid/112 - 15Ferreira LS, Borba JS. A transversalidade da diversidade de gênero e sexualidade na educação em saúde: relato de um projeto de extensão. Rev. Ed. Popular. 2021 [acesso em 2022 mar 10]; 20(1):325-342. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/54896/31732
» https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/54896/31732 - 16Barreto Filho EM, Valente GSC. Obesidade na adolescência: A interdisciplinaridade como estratégia de Promoção da saúde. Pensar a Prática, Goiânia. 2017 [acesso em 2022 mar 5]; 20(4):746-757. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/43364/pdf
» https://revistas.ufg.br/fef/article/view/43364/pdf - 17Faial LCM, Silva RMCRA, Pereira ER, et al. A saúde na escola: percepções do ser adolescente. Rev Bras Enferm. 2019 [acesso em 2022 mar 3]; 72(4):1017-26. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5SdqksWXXMqFp3qnR9ZMt/?lang=pt
» https://www.scielo.br/j/reben/a/gc5SdqksWXXMqFp3qnR9ZMt/?lang=pt - 18Costa GOP, Sousa IDB, Ferreira RSAl, et al. Conversando sobre higiene com adolescentes escolares: um relato de experiência. Research, Society and Development. 2021 [acesso em 2022 mar 3]; 10(13):e539101321640. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/21640/19203/260041
» https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/21640/19203/260041 - 19Farias EJF, Araújo GMS, Oliveira RMA. A adolescência na perspectiva de quem cuida. In: Vale D, organizador. Educação alimentar e nutricional de adolescentes: complexidade, resiliência e autonomia. Natal: IFRN; 2020. p. 39-60.
- 20Carvalho EL, Barreto J, Rodrigues D. O desenvolvimento da extensão como estratégia de Promoção à Saúde no espaço escolar. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 153-171.
- 21Sakai CP. Assistência Estudantil durante a Pandemia do Covid-19: Fortalecimento de vínculos e suporte psicossocial. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 172-189.
- 22Santos MO, Oliveira MMN. Assistência estudantil como estratégia para permanência de estudantes adolescentes grávidas no IF Baiano Campus Valença. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 108-130.
- 23Oliveira AB, Schramm GO, Oliveira JR, et al. Sexualidade em sala de aula: um olhar a partir da integração de saberes. In: Carvalho EL, Anjos NB, organizadoras. Assistência estudantil: as múltiplas interfaces. Curitiba: Appris; 2021. p. 131-152.
- 24Luquez TMS, Saboia VM, Meireles ACM, et al. Ações de promoção da saúde nas escolas brasileiras: uma revisão integrativa. Research, Society Development. 2021 [acesso em 2022 fev 1]; 10(1):e57110112112. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12112
» https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12112 - 25Lopes IE, Nogueira JA, Rocha DG. Eixos de ação do Programa Saúde na Escola e Promoção da Saúde: revisão integrativa. Saúde debate. 2018 [acesso em 2022 abr 20]; 42(118):773-789. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/SNsdFnbvBdfdhn76GQYGDtM/?lang=pt
» https://www.scielo.br/j/sdeb/a/SNsdFnbvBdfdhn76GQYGDtM/?lang=pt
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
10 Fev 2023 - Data do Fascículo
Nov 2022
Histórico
- Recebido
01 Maio 2022 - Aceito
18 Ago 2022