Cadernos de Saúde Públicahttps://scielosp.org/feed/csp/1992.v8n4/2017-01-28T00:11:00ZVol. 8 No. 4 - 1992WerkzeugEditorialS0102-311X19920004000012017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCoimbra Jr., Carlos E. A.
<em>Coimbra Jr., Carlos E. A.</em>;
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Avaliação dos serviços de saúde: avaliar o quê?S0102-311X19920004000022017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZAkerman, MarcoNadanovsky, Paulo
<em>Akerman, Marco</em>;
<em>Nadanovsky, Paulo</em>;
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Este artigo reconhece a limitada influência dos serviços de saúde no processo saúde-doença, em oposição a fatores sociais e econômicos mais amplos. Entretanto, o mesmo tem como objetivo oferecer uma base conceitual para aqueles interessados em avaliar o sucesso (qualidade) destes serviços. O artigo apresenta duas atuações distintas no campo da saúde que se diferenciam em suas funções: as ações de atendimento direto (serviços clínicos) e as ações indiretas ("advogar saúde"). Não é intenção dos autores reavivar a velha polêmica entre cura e prevenção, mas sim criar uma diferenciação metodológica que facilite o processo avaliativo, uma vez que cada nível de atuação teria o seu respectivo indicador de sucesso. Discutem-se o conceito de qualidade e as tarefas dos serviços diretos de atendimento (serviços clínicos), além de critérios a serem utilizados na elaboração de indicadores de qualidade. Conclui-se dizendo que os objetivos dos serviços diretos de atendimento (serviços clínicos) devem ser claramente explicitados e que a estratégia de avaliação será determinada por esta escolha. Os autores sugerem que os interesses dos usuários deveriam desempenhar um papel relevante no processo avaliativo e que a avaliação do cuidado como um todo deve receber maior ênfase, em oposição à tradicional ênfase atribuída à cura.Controle social e políticas de saúdeS0102-311X19920004000032017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZSposati, AldaízaLobo, Elza
<em>Sposati, Aldaíza</em>;
<em>Lobo, Elza</em>;
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Na história de democratização das políticas de saúde, um dos campos que construiu visibilidade aos movimentos de saúde, quer pela denúncia das "ausências e omissões" dos serviços instalados, quer pela luta no sentido de construir um espaço regular para o exercício do controle nos serviços e nas burocracias da gestão da saúde, foi o controle social da coisa pública. No início da década de 80, a experiência marcante na região leste da cidade de São Paulo foi a de criar os conselhos de saúde como representação popular no controle do Estado. Nesta reflexão, as autoras não pretendem discutir a composição da representação, mas sim avançar para novos problemas. Na conjuntura pós Constituição de 1988, vivemos um novo momento democrático. As leis, a princípio, amparam a participação da população nas políticas de saúde e são defensoras dos direitos sociais. Como, então, é entendido o campo do controle social? Este restringe-se aos serviços de saúde ou é mais ampliado, englobando a política de saúde? Como é que as leis passam da sua formulação para a sua aplicação? Busca-se, no texto, mapear questões que se colocam quando o controle social se orienta para constituir uma pressão pela mudança/alteração da situação.Processo saúde/doença e complexidade em epidemiologiaS0102-311X19920004000042017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZSchramm, Fermin R.Castiel, Luis David
<em>Schramm, Fermin R.</em>;
<em>Castiel, Luis David</em>;
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O emprego da idéia de complexidade em epidemiologia serve para assinalar as crises, tanto no domínio interno da disciplina - resultante de uma cada vez mais evidente limitação de seus instrumentos conceituais (modelos e teorias) para lidar com a realidade concreta da saúde - como no domínio do contexto cultural (paradigmas, quadro epistêmico, Zeitgeist, Weltanschauung) no qual os problemas de saúde estão inscritos. Apesar de ambas as abordagens serem pertinentes, sob a ótica do sistema e do ambiente, sua separação leva a uma apreensão restrita dos atuais desafios no campo sanitário, e, portanto, insuficiente para promover a saúde e o bem-estar de indivíduos, populações e biosfera. A idéia de complexidade propõe-se a ultrapassar esta precariedade, apontando o reducionismo das dicotomias oriundas da era moderna, que tende a não estar equipado para perceber o universo composto por relações e emergências de novas propriedades ao se transitar por níveis diferenciados de organização. Além disso, discute modos de encarar os processos que ocorrem entre os seres vivos de maneira a incluir dimensões dinâmicas, evolutivas e históricas. Assim, há indícios de crise da Epidemiologia que apontam para a necessidade da complexificação de seus instrumentos prático-discursivos, de forma a viabilizar construções mais satisfatórias do processo saúde-doença.The initial success of the Chagas' Disease Control Program: factors contributing to Triatomine infestationS0102-311X19920004000052017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZFleming-Moran, Millicent
<em>Fleming-Moran, Millicent</em>;
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While the control of the major Chagas' disease vector Triatoma infestans has been achieved in many endemic areas of Brazil, data from the inception of the control program in the Triângulo Mineiro (1976-79) suggest that re-infestation by triatomines occurs under certain favorable conditions. The percentage of houses infested in 500 communities of the Triângulo Mineiro region is compared for two years: 1976 and 1979, using linear regression models. Controlling for three major triatomine vectors, household crowding, house demolition and construction, and infested out-buildings are all independent covariates of house infestation in these communities. While several household factors have been suggested as correlates of infestation, the control program focuses on community-level reductions in infestation, but intra-community or regional comparisons have heretofore been unfeasible. Computerized data are becoming available to identify communities at high risk for re-infestation, and for targeting control-program activities.Atenção médica à gestação e ao parto de mães adolescentesS0102-311X19920004000062017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZBettiol, HeloisaBarbieri, Marco A.Gomes, Uilho A.Wen, Liu YaoReis, Patricia M. dosChiaratti, Telma M.Vasconcellos, ValériaYamawaki, Rosalina M.
<em>Bettiol, Heloisa</em>;
<em>Barbieri, Marco A.</em>;
<em>Gomes, Uilho A.</em>;
<em>Wen, Liu Yao</em>;
<em>Reis, Patricia M. Dos</em>;
<em>Chiaratti, Telma M.</em>;
<em>Vasconcellos, Valéria</em>;
<em>Yamawaki, Rosalina M.</em>;
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Estudou-se em Ribeirão Preto, SP, Brasil, no período de 1º de junho de 1978 a 31 de maio de 1979, 98% do universo de nascidos vivos, totalizando 8878 crianças nascidas de parto único, sendo 6750 procedentes de Ribeirão Preto. Observou-se um aumento da proporção de mães adolescentes em Ribeirão Preto (14,1%) quando comparada com estudo realizado 10 anos antes (11,7%). A idade materna menor de 20 anos esteve associada com os indicadores mais desfavoráveis para a saúde perinatal, no que diz respeito à atenção médica à gestação e ao parto. Essa situação ficou mais evidente entre as mães adolescentes de classes sociais menos favorecidas, revelando que o grupo de mães adolescentes não é homogêneo, mas apresenta diferentes proporções de risco para a saúde perinatal de acordo com as frações de classe social que existem no seu interior.Qualidade de vida e indicadores de saúde: aspectos da mortalidade infantil no Estado do Rio de Janeiro e suas regiõesS0102-311X19920004000072017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZDuarte, Cristina Maria R.
<em>Duarte, Cristina Maria R.</em>;
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O objetivo principal deste estudo foi fornecer subsídios para a compreensão da dinâmica do indicador de mortalidade infantil no Estado do Rio de Janeiro, procurando avaliar, através de alguns indicadores, as desigualdades existentes nas condições de vida predominantes em seis regiões, bem como o padrão e tendências da mortalidade infantil, segundo causas específicas. Foram descritos os níveis e tendências da mortalidade infantil, segundo causas e idades, e estabelecidas as desigualdades existentes entre as áreas de estudo. As tendências da mortalidade foram avaliadas através de uma análise de regressão simples. Os resultados encontrados confirmam que os diferentes componentes da mortalidade infantil podem reagir de modo distinto às mudanças observadas ao nível da economia e das intervenções médico-sanitárias. Revelam a modificação do perfil de mortalidade infantil no Estado do Rio de Janeiro, resultado do comportamento diferenciado das taxas segundo principais causas de morte, e advertem para as desigualdades existentes entre as regiões do Estado. As conclusões do estudo indicam a necessidade de se avançar em indicações mais precisas a respeito de como os dados epidemiológicos registram as variações no padrão de vida da população, a nível da infra-estrutura urbana e do poder de compra dos salários.Representações sociais da AIDS, práticas sexuais e vida social entre heterossexuais, bissexuais e homossexuais em Brasília, BrasilS0102-311X19920004000082017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZSouza Filho, Edson A. deHenning, Márcia G.
<em>Souza Filho, Edson A. De</em>;
<em>Henning, Márcia G.</em>;
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Através de 33 questões abertas e fechadas, observamos as representações sociais da AIDS, práticas sexuais e preventivas, auto-representações, vida social, valores e meios de informações de 89 heterossexuais (HE), 7 bissexuais (BI) e 33 homossexuais (HO). Os resultados mostraram uma crença geral de que todos estão vulneráveis ao vírus. Os HE e HO consideraram alterações corporais externas como o principal sintoma da AIDS. Os HE praticavam mais sexo vaginal e oral (52,69%), os HO, sexo anal e oral (43,33%), e os BI se dispersaram entre muitas práticas sexuais. Além do uso de preservativo, os HE evitariam grupos de risco e prefeririam um parceiro único, enquanto os HO evitariam praticar sexo (18,2%). Apesar das auto-representações de HE e HO em termos de conduta sexual, estes valorizaram mais a família do que a atividade sexual - o que pode ser um sinal de mudança psicossocial. Algumas sugestões de pesquisa foram feitas sobre a prática BI como elo entre os grupos, sobre as relações de poder e confiança entre parceiros, e sobre a urgência de novos estudos a respeito da vida psicossocial desses grupos.Mortalidade materna: avaliação da situação no Rio de Janeiro, no período de 1977 a 1987S0102-311X19920004000092017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZSilva, Kátia S. da
<em>Silva, Kátia S. Da</em>;
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O objetivo deste estudo é identificar o perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do Rio de Janeiro, no período de 1977 a 1988, contribuindo, assim, para o planejamento de ações que tenham repercussão na redução da morbi-mortalidade materna. A taxa de mortalidade materna e a sua tendência temporal, sua distribuição por idade, por grupo de causas e por local de ocorrência (estado, capital e demais municípios) foram comparadas com as de outros estados e países, buscando-se identificar fatores de risco. Apesar do sub-registro existente, a taxa de mortalidade materna no estado apresentou-se entre 5 e 11,1 por 10.000 nascidos vivos, com uma tendência decrescente, embora tenha se estabilizado nos últimos anos. A capital apresentou melhores resultados que os demais municípios em praticamente todos os indicadores trabalhados. As principais causas de óbito foram a hipertensão arterial (36,5%), as hemorragias (21,5%) e o aborto (11,6%). As faixas etárias de 10 a 14 anos e 40 a 49 anos foram as de maior risco, com taxas de mortalidade materna de 54,8 e 32,0 por 10.000 nascidos vivos, respectivamente. O investimento na melhoria da qualidade de assistência à saúde da mulher no pré-natal, no parto e no puerpério é uma ação viável e de grande impacto neste quadro, dependendo apenas da vontade política das autoridades.Complicações pós-aborto provocado: fatores associadosS0102-311X19920004000102017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZHardy, EllenAlves, Graciana
<em>Hardy, Ellen</em>;
<em>Alves, Graciana</em>;
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O aborto provocado expõe a mulher a riscos e complicações. Estes diminuem quando o aborto é feito em boas condições. As complicações resultantes de abortos mal feitos podem levar à morte ou afetar as gestações futuras, aumentando, por exemplo, a gravidez ectópica e o abortamento espontâneo. O objetivo do presente trabalho é apresentar dados brasileiros sobre a relação entre complicações do aborto provocado e as condições de sua prática. A pesquisa foi desenvolvida em 1990 em uma universidade brasileira. Os dados foram obtidos através de um questionário distribuído a todas as funcionárias e alunas da graduação. Foram respondidos 42% dos questionários das alunas e 27% dos das funcionárias; 82 alunas e 264 funcionárias tinham feito pelo menos um aborto provocado; 15 e 50, respectivamente, tiveram problemas de saúde (complicações) após o último aborto. As mulheres que tiveram o aborto realizado por médico, em clínica ou hospital, e praticado por métodos mais modernos apresentaram menos complicações. As mulheres mais jovens não foram significativamente diferentes das outras com relação à freqüência das complicações. Entretanto, esse grupo esteve representado principalmente por alunas com maior nível de educação e, geralmente, mais recursos econômicos.Controle da anemia ferropriva em pré-escolares por meio da fortificação de alimento com concentrado de Hemoglobina Bovina (estudo preliminar)S0102-311X19920004000112017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZNogueira, Nadir N.Colli, CéliaCozzolino, Silvia M. F.
<em>Nogueira, Nadir N.</em>;
<em>Colli, Célia</em>;
<em>Cozzolino, Silvia M. F.</em>;
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O efeito da introdução de biscoitos fortificados com ferro hemínico no estado de nutrição de ferro de pré-escolares foi avaliado em um estudo piloto que inclui 16 crianças, com idade entre 2 e 4 anos, de uma creche pública do estado do Piauí. A fonte de ferro utilizada foi o sangue bovino seco pelo processo de leito de jorro, uma alternativa para a secagem em spray, adaptada para a secagem de sangue. À primeira tomada de amostra, detectou-se anemia (Hb < 11 g/dL) em 12 crianças (75%). O valor médio de Hb foi de 9,4 2,6 g/dL. Os biscoitos fortificados com 3% de concentrado de hemoglobina bovina foram introduzidos na dieta oferecida (5 biscoitos (4mg Fe)/d) durante 3 meses. Após esse período, houve aumento da concentração de hemoglobina em todas as crianças e ausência de anemia (Hb = 13,2 0,2 g/dL). Os resultados obtidos apontam para a utilização do sangue total seco como uma fonte de ferro hemínico possível de ser utilizada na fortificação de alimentos, principalmente dirigidos a grupos de risco de anemia por deficiência de ferro, como é o caso dos pré-escolares.Obsolescência institucional e degradação ambiental e socialS0102-311X19920004000122017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZD'Ambrosio, Ubiratan
<em>D'ambrosio, Ubiratan</em>;
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Embora as crises militares continuem a ser uma uma preocupação maior para toda a humanidade, é claro que problemas continuados, tais como a disparidade entre ricos e pobres, entre as nações e internamente às sociedades, e outras formas de violação de direitos humanos e de agressão ambiental, em níveis regional e global, ameaçam o futuro da civilização na Terra. A qualidade de vida nos países menos desenvolvidos permanece sem melhorias e, ao mesmo tempo, mergulha vertiginosamente nos países industrializados. Medidas urgentes se fazem necessárias e reclamam um esforço cooperativo entre países mais e menos desenvolvidos em projetos de longo alcance em educação, saúde, agricultura sustentável e suprimento de energia. Sem dúvida, o problema populacional é igualmente fonte de grande preocupação. Falamos não apenas de aspectos quantitativos, mas, principalmente, de aspectos qualitativos. Embora haja instrumentos científicos e tecnológicos para corrigir essas perversões da civilização moderna, um esforço concentrado de todas as nações do mundo em direção à paz, nas suas várias dimensões, é absolutamente necessário.Remédio: saúde ou indústria? A Produção de medicamentos no BrasilS0102-311X19920004000132017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZLefèvre, Fernando
<em>Lefèvre, Fernando</em>;
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Guia Terapêutico Ambulatorial 1992/1993S0102-311X19920004000142017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZSayd, Jane Dutra
<em>Sayd, Jane Dutra</em>;
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Medical anthropology: contemporary theory and methodS0102-311X19920004000152017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCoimbra Jr., Carlos E. A.
<em>Coimbra Jr., Carlos E. A.</em>;
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Health transition reviewS0102-311X19920004000162017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCoimbra Jr., Carlos E A.
<em>Coimbra Jr., Carlos E A.</em>;
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