Physis: Revista de Saúde Coletivahttps://scielosp.org/feed/physis/2011.v21n1/2022-01-26T00:09:00ZVol. 21 No. 1 - 2011WerkzeugRepresentações e percepções na pesquisa em Saúde ColetivaS0103-733120110001000012022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZCamargo Jr., Kenneth Rochel de
<em>Camargo Jr., Kenneth Rochel De</em>;
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Reflexões sobre cidadania e os entraves para a participação popular no SUSS0103-733120110001000022022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZLonghi, Jean CamargoCanton, Giselle Alice Martins
<em>Longhi, Jean Camargo</em>;
<em>Canton, Giselle Alice Martins</em>;
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Este trabalho apresenta as contradições do conceito de cidadania encontradas em pesquisas realizadas junto a usuários de uma unidade de saúde da zona leste de São Paulo e os consequentes entraves para a participação popular no SUS. A coleta dos dados foi organizada em dois encontros, sendo abordado o conceito de cidadania e participação popular com oito sujeitos não pertencentes ao conselho gestor da unidade. Utilizou-se a técnica de grupo focal. Como resultado, verificou-se uma imprecisão de significados aplicados ao conceito de cidadania. Os sujeitos da pesquisa apontaram uma série de limites para a execução deste conceito, como a legislação do próprio Estado, a repressão sofrida pelos indivíduos, a descrença na democracia representativa e no voto como práticas de cidadania e o questionamento da igualdade de direitos em nossa sociedade; e a participação popular como forma de movimento coletivo em busca de soluções aos problemas da comunidade. Portanto, a participação popular dentro dos espaços institucionais do SUS com esta concepção de cidadania pode levar os usuários à não resolutividade de suas demandas junto ao Estado nos conselhos gestores. Somente com outras formas de pressão e mobilização nãoinstitucionais, podemos ter uma participação popular mais efetiva e resolutiva, atendendo aos anseios da população e dos militantes em saúde que primam por uma saúde pública e de qualidade.Concepções dos agentes comunitários de saúde sobre suas práticas assistenciaisS0103-733120110001000032022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZBaralhas, MarilisaPereira, Maria Alice Ornellas
<em>Baralhas, Marilisa</em>;
<em>Pereira, Maria Alice Ornellas</em>;
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O presente estudo objetivou identificar as representações elaboradas por agentes comunitários de saúde (ACS) acerca de suas práticas assistenciais. Utilizamos a metodologia qualitativa de pesquisa, adotando, como instrumento de coleta de dados, a entrevista semiestruturada e, para a interpretação dos dados, recorremos à Análise Temática. Foram ouvidos 12 ACS das Equipes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) de um município do interior paulista. O material obtido permitiu verificar como temas: o vínculo como instrumento de trabalho e a prática pautada na promoção da saúde e na prevenção das doenças. Os relatos demonstram a importância do vínculo na prática diária, enfatizam os princípios humanitários que embasam as ações de solidariedade, destacam o sentimento de gratificação quando o trabalho executado é reconhecido pelas famílias e revelam que os sujeitos ouvidos têm dificuldades para discernir o alcance de seus limites. Embora estes profissionais apresentem um bom suporte técnico para o cumprimento de suas ações, também demonstram carência na instrumentalização para o exercício profissional. Concluímos que as diretrizes e normas estabelecidas para o PACS funcionam como norteadoras do processo de assistência, mas ainda não respondem a questões mais subjetivas encontradas na assistência ao indivíduo-famíliacomunidade. Além disso, os ACS parecem estar vulneráveis às flutuações de gestão dos municípios, estados e Governo Federal, apresentam inconsistência na ideologia do desempenho do próprio papel e não conseguem inverter o modelo assistencial pautado na doença e na intervenção médica individual.Periculosidade versus cidadania: os sentidos da atenção à crise nas práticas discursivas dos profissionais de um Centro de Atenção PsicossocialS0103-733120110001000042022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZWillrich, Janaína QuinzenKantorski, Luciane PradoChiavagatti, Fabieli GopingerCortes, Jandro MoraesPinheiro, Guilherme Weiss
<em>Willrich, Janaína Quinzen</em>;
<em>Kantorski, Luciane Prado</em>;
<em>Chiavagatti, Fabieli Gopinger</em>;
<em>Cortes, Jandro Moraes</em>;
<em>Pinheiro, Guilherme Weiss</em>;
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A crise, considerada a expressão da doença psíquica, refere-se a situações em que, no curso do desenvolvimento de vida, ocorrem vivências conflitivas que geram rupturas com a realidade socialmente aceita e com os laços afetivos que sustentam a pessoa. Esta pesquisa objetiva conhecer os sentidos presentes nas práticas discursivas dos profissionais acerca da atenção à crise nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Caracteriza-se por uma abordagem qualitativa que utiliza a perspectiva teórica do Construcionismo Social. Os dados utilizados fazem parte do banco de dados da pesquisa Avaliação dos Centros de Atenção Psicossocial da Região Sul do Brasil (CAPSUL). No presente estudo, analisamos 27 entrevistas realizadas com profissionais do Centro de Atenção Psicossocial de Alegrete e três diários de campo com o registro de 390 horas de observação. A análise dos dados identificou sentidos - periculosidade e cidadania - que foram discutidos na busca de compreender sua influência na construção de práticas de atenção à crise.Docente-clínico: o complexo papel do preceptor na residência médicaS0103-733120110001000052022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZBotti, Sérgio Henrique de OliveiraRego, Sérgio Tavares de Almeida
<em>Botti, Sérgio Henrique De Oliveira</em>;
<em>Rego, Sérgio Tavares De Almeida</em>;
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Este estudo analisa o papel do preceptor na residência médica, partindo das percepções dos preceptores dos programas de residência em especialidades clínicas de um hospital de ensino. Através de uma pesquisa descritiva, utiliza-se a técnica de entrevista não-diretiva, com o intuito de estudar o fenômeno a partir da fala de 16 desses preceptores. Utiliza-se a análise de conteúdo, tecendo uma relação com as referências da literatura. Percebe-se que o preceptor assume vários papéis. Encontram-se referências a orientador, tutor, supervisor e mentor. Ele planeja, controla, guia; estimula o raciocínio e a postura ativa; analisa o desempenho; aconselha e cuida do crescimento profissional e pessoal; observa e avalia o residente executando suas atividades; atua na formação moral. É grande a importância do preceptor como educador, oferecendo, ao aprendiz, ambientes que lhe permitam construir e reconstruir conhecimentos. O preceptor ensina realizando procedimentos técnicos e moderando a discussão de casos. Assume papel do docente-clínico, um profissional que domina a prática clínica e os aspectos educacionais relacionados a ela, transformando-a em ambiente e momento educacionais propícios. Identificando as oportunidades de aprendizagem e os cenários de exposição, o preceptor da residência médica funciona como uma vitrine de atributos técnicos e relacionais, proporcionando verdadeiras condições de desenvolvimento técnico e ético nos cenários reais de prática profissional.Representações sociais de mulheres portadoras de hipertensão arterial sobre sua enfermidade: desatando os nós da lacuna da adesão ao tratamento na agenda da Saúde da FamíliaS0103-733120110001000062022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZRibeiro, Amanda GomesCotta, Rosângela Minardi MitreRibeiro, Sônia Machado RochaDias, Cristina Maria Ganns ChavesAraújo, Raquel Maria Amaral
<em>Ribeiro, Amanda Gomes</em>;
<em>Cotta, Rosângela Minardi Mitre</em>;
<em>Ribeiro, Sônia Machado Rocha</em>;
<em>Dias, Cristina Maria Ganns Chaves</em>;
<em>Araújo, Raquel Maria Amaral</em>;
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A falta de adesão ao tratamento e a consequente falta de controle da hipertensão arterial (HA) representam um grande desafio à Atenção Primária no Brasil. Compreender a relação subjetiva dos portadores de HA com a enfermidade pode ampliar as possibilidades de medidas de controle da HA mais efetivas. O objetivo deste trabalho foi conhecer e analisar as representações sociais de mulheres portadoras de HA sobre a doença e seu convívio familiar. Fizeram parte do estudo 26 mulheres diagnosticadas com HA e cadastradas em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde do município de Porto Firme, MG. O estudo fundamentou-se na pesquisa qualitativa e elegeu as representações sociais como princípio teórico-metodológico. Os dados, obtidos por meio de grupos focais, entrevistas individuais e anotações em diário de campo, foram examinados através da análise de conteúdo. Nas análises emergiram os atrativos semânticos que retratavam as representações das mulheres sobre HA - efeitos psicológicos/sentimentos ligados ao diagnóstico da HA; o cotidiano do portador de HA e as mudanças em seu dia a dia;e o convívio familiar com HA - por meio das quais se identificaram diferentes dimensões e espaços ligados à adesão, no âmbito individual e coletivo, destacando-se o acesso à informação associado ao suporte social como fator favorável à adesão ao tratamento.O atendimento à saúde de homens: estudo qualitativo em quatro estados BrasileirosS0103-733120110001000072022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZGomes, RomeuSchraiber, Lilia BlimaCouto, Márcia TherezaValença, Otávio Augusto de AndradeSilva, Geórgia Sibele Nogueira daFigueiredo, Wagner dos SantosBarbosa, Rosana MachinPinheiro, Thiago Félix
<em>Gomes, Romeu</em>;
<em>Schraiber, Lilia Blima</em>;
<em>Couto, Márcia Thereza</em>;
<em>Valença, Otávio Augusto De Andrade</em>;
<em>Silva, Geórgia Sibele Nogueira Da</em>;
<em>Figueiredo, Wagner Dos Santos</em>;
<em>Barbosa, Rosana Machin</em>;
<em>Pinheiro, Thiago Félix</em>;
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O objetivo deste estudo é analisar os sentidos atribuídos por usuários homens ao atendimento que lhes é prestado no âmbito da atenção básica à saúde, buscando subsidiar a construção de indicadores qualitativos de satisfação em relação ao uso desses serviços por usuários masculinos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, envolvendo entrevistas semiestruturadas com 201 usuários de quatro estados brasileiros. A análise se baseia no método de interpretação de sentidos, ancorando-se em princípios hermenêutico-dialéticos. Em termos de resultados, os usuários apontam critérios para avaliar positivamente os serviços, tomando como referências um atendimento comunicativo e atencioso, que lhes faça algo e que revele prontidão. Conclui-se que os homens usuários idealizam e reivindicam uma dada forma de atendimento considerada boa e que, a princípio, poderia servir para se discutir o atendimento de mulheres também. Entretanto, em razão da socialização que homens e mulheres experimentam, são reforçadas as diferenças entre o ser usuário homem e ser usuário mulher. Por outro lado, tanto no que tange aos profissionais quanto aos usuários, essa mesma segmentação por gênero pode contribuir para que se acirrem as impossibilidades de se lidar com as especificidades de homens e mulheres, em termos de demandas da saúde.A integralidade na formação dos profissionais de saúde: tecendo valoresS0103-733120110001000082022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZGonze, Gabriela GuerraSilva, Girlene Alves da
<em>Gonze, Gabriela Guerra</em>;
<em>Silva, Girlene Alves Da</em>;
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A integralidade da assistência, um dos princípios doutrinários do sistema de saúde brasileiro, constitui uma das principais metas para se alcançar uma assistência de qualidade e humanizada. O presente trabalho tem por objetivo analisar a percepção dos professores dos cursos de graduação que formam profissionais de saúde na Universidade Federal de Juiz de Fora, sobre a formação orientada pela integralidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual foi utilizada a técnica da entrevista semiestruturada com docentes dos referidos cursos. Como estratégia de análise dos dados, propõese a modalidade de análise temática. A categoria em torno da qual são trazidas as reflexões sobre a percepção dos docentes sobre o ensino voltado para o princípio da integralidade foi nomeada "os princípios do SUS orientando a formação". Os resultados do estudo apontam que os docentes expressam um envolvimento com os valores da Reforma Sanitária brasileira, no contexto das mudanças necessárias na formação em saúde.Internação domiciliar: o perfil dos pacientes assistidos pelo Programa HU em CasaS0103-733120110001000092022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZMartelli, Daniella Reis BarbosaSilva, Marília Sarmento daCarneiro, Jair AlmeidaBonan, Paulo Rogério FerretiRodrigues, Lais Helena CostaMartelli-Júnior, Hercílio
<em>Martelli, Daniella Reis Barbosa</em>;
<em>Silva, Marília Sarmento Da</em>;
<em>Carneiro, Jair Almeida</em>;
<em>Bonan, Paulo Rogério Ferreti</em>;
<em>Rodrigues, Lais Helena Costa</em>;
<em>Martelli-Júnior, Hercílio</em>;
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Internação domiciliar é uma modalidade de atendimento à saúde que está se transformando em uma alternativa importante para minimizar alguns dos principais problemas inerentes aos sistemas de saúde vigentes, especialmente os da rede pública. O objetivo do estudo foi descrever o perfil sociodemográfico e clínico da população assistida pelo Programa de Internação Domiciliar (PID) HU em Casa do Hospital Universitário Clemente de Faria da Universidade Estadual de Montes Claros. O estudo foi descritivo e retrospectivo por meio da análise de prontuários, realizada de maio de 2005 a maio de 2008. Foram analisados 137 pacientes, sendo 75 do gênero feminino (54,7%) e 62 do masculino (45,3%). O grupo de 61 a 80 anos foi mais prevalente (37,2%) e 73% dos pacientes residiam em bairros periféricos do município de Montes Claros-MG. Dos agravos mais comuns na primeira internação, a pneumonia foi prevalente, 22 casos (16,1%). A maioria dos pacientes foi encaminhada ao PID pela clinica médica (84,7%), com intervalo de maior prevalência de duas a três internações (42,4%). Do total de pacientes, 120 (87,6%) permaneceram internados por 16 a 30 dias e 51,8% não necessitaram passar novamente pelo PID para uma segunda internação. Com relação à resolutividade clínica, 130 (94,9%) tiveram alta clínica, no PID, na primeira internação. O PID mostrou-se ser um programa de alta resolutividade, atendendo mais ao público idoso feminino, de baixa renda e com períodos de internação relativamente curtos.Transição tecnológica em uma operadora de plano de saúde: o olhar do usuárioS0103-733120110001000102022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZCuginotti, Aloísio Punhagui
<em>Cuginotti, Aloísio Punhagui</em>;
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O setor de saúde suplementar no Brasil vem experimentando, nos últimos anos, novos modelos de atenção à saúde. O presente estudo teve como objetivo caracterizar como os usuários percebem e se posicionam em relação à implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) por uma operadora do tipo autogestão. Utilizandose de grupos focais com usuários considerados "aderidos" e "não-aderidos" à ESF, a pesquisa revela que os usuários têm uma compreensão bastante clara do significado da estratégia, inclusive de seus fortes elementos racionalizadores, percebem as contradições e deficiências no seu processo de formulação e implantação e mantêm um elevado grau de autonomia na escolha dos serviços que lhe sejam mais adequados, muito influenciados pelo tipo de inserção que têm no estabelecimento bancário que mantém a operadora. O usuário percebe, ainda, o impasse da autogestão entre manter uma ampla rede credenciada de livre acesso ou conseguir avançar no sentido de fazer da ESF o eixo estruturante de sua rede assistencial.Modelo multidimensional para o controle da dengue: uma proposta com base na reprodução social e situações de riscosS0103-733120110001000112022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZSantos, Solange Laurentino dosAugusto, Lia Giraldo da Silva
<em>Santos, Solange Laurentino Dos</em>;
<em>Augusto, Lia Giraldo Da Silva</em>;
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O objetivo do artigo consiste em apresentar e discutir um modelo compreensivo/explicativo, de caráter ecossistêmico, sobre o processo de transmissão da dengue nos níveis de micro e macrocontexto, a partir da identificação das situações de riscos envolvidas. Considerou-se a dengue como doença infecciosa viral de transmissão vetorial que traz, na sua dinâmica de transmissão, elementos das dimensões biológicas, de conduta, ecológicas, políticas e econômicas, o que a caracteriza como um problema complexo e exige um enfoque sistêmico para seu controle. Assim, para a construção da modelagem, utilizaram-se o enfoque teórico da reprodução social de Juan Samaja e seus condicionantes de macro e microcontexto, e o enfoque operativo ecossistêmico, que buscou responder à pergunta condutora desta construção: quais são as situações de risco para transmissão da dengue, considerando as diversas dimensões da "reprodução social da saúde" no nível local? A visão ampliada das inter-relações entre as diversas situações de risco envolvidas na determinação multidimensional da dengue poderá servir como eixo direcionador para uma gestão integrada das ações do programa de controle da doença, articuladas entre os diversos setores envolvidos.Evolução do financiamento da atenção à saúde bucal no SUS: uma análise do processo de reorganização assistencial frente aos incentivos federaisS0103-733120110001000122022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZKornis, George Edward MachadoMaia, Leila SennaFortuna, Renata Ferraiolo Peixoto
<em>Kornis, George Edward Machado</em>;
<em>Maia, Leila Senna</em>;
<em>Fortuna, Renata Ferraiolo Peixoto</em>;
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O trabalho descreve e analisa, na perspectiva do financiamento federal, o desenvolvimento da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB). O artigo considera o avanço no sentido da ampliação do acesso representado pela inserção das Equipes de Saúde Bucal (ESBs) na Estratégia Saúde da Família (ESF) e a criação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e dos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPDs). Não obstante a importância da ampliação desse acesso, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a seguinte questão: de que forma e em que medida a Portaria nº 302/2009, que desvincula as EBSs da ESF, será capaz de garantir a manutenção do acesso já conquistado com continuidade do aporte de recursos financeiros? Para tal fim, foi realizada análise bibliográfica e documental abrangendo os períodos de vigência das Normas Operacionais do SUS até a edição do Pacto pela Saúde 2006. Nas considerações finais, os autores destacam que o maior aporte de recursos financeiros voltado para a atenção à saúde bucal está em sintonia com as políticas adotadas pelo Ministério da Saúde (MS) na década de 1990: a reorganização da Atenção Básica através da ESF e a política de incentivos, como forma de repasse de recursos federais. Ainda é destacado o risco de retrocesso representado pela edição da referida Portaria, no sentido de comprometer tanto o processo de reorganização da atenção básica em SB quanto seu financiamento, uma vez que a política de incentivos do MS é voltada para esta Estratégia."Circuloterapia": uma metáfora para o enfrentamento da dor crônica em duas clínicas de dorS0103-733120110001000132022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZLima, Mônica Angelim Gomes deTrad, Leny Alves Bomfim
<em>Lima, Mônica Angelim Gomes De</em>;
<em>Trad, Leny Alves Bomfim</em>;
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Este artigo descreve e analisa a dinâmica da clínica de dor enquanto um "artefato complexo" do sistema terapêutico biomédico, explorando as múltiplas vozes e as relações dialógicas sobre dor e a interdisciplinaridade no cotidiano clínico de duas clínicas de dor situadas em hospitais-escola nas cidades de Salvador e São Paulo. Foi realizado estudo etnográfico orientado pela antropologia interpretativa, na qual se buscou a descrição de situações singulares e expressivas da dinâmica da clínica de dor (considerada enquanto um serviço, constituído no interior da Biomedicina, destinado ao cuidado da dor crônica). Tais situações expressam tensões e soluções construídas a partir do enfrentamento da dor crônica enquanto objeto complexo que impõe, a todos, flexibilidade. Essa experiência etnográfica focalizou quatro espaços terapêuticos: a sala de espera, o corredor, a consulta médica e as discussões de caso clínico. A descrição produzida ilumina as múltiplas vozes sobre dor e interdisciplinaridade no cotidiano da clínica. Os sentidos da circulação nos espaços terapêuticos, representado no texto a partir da metáfora "circuloterapia", orientam essa discussão em torno dos limites e possibilidades da constituição e funcionamento deste serviço.Espelho da alma: teoria social e subjetivação em um conto de Machado de AssisS0103-733120110001000142022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZSabino, CésarLuz, Madel Therezinha
<em>Sabino, César</em>;
<em>Luz, Madel Therezinha</em>;
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O objetivo deste trabalho é delinear de forma breve as interseções teóricas existentes no conto "O espelho. Um esboço de uma nova teoria da alma humana", de Machado de Assis, e parte da tradição da teoria social que sugere uma síntese sociológica entre ação e estrutura relacionada ao aspecto da construção da identidade e subjetivação, reprodução e mudança social.A construção social e política pela não-discriminação por orientação sexualS0103-733120110001000152022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZSilva, Fernando RodriguesNardi, Henrique Caetano
<em>Silva, Fernando Rodrigues</em>;
<em>Nardi, Henrique Caetano</em>;
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Este artigo busca apontar e compreender, no contexto brasileiro, a construção de uma rede social, política e jurídica de combate à discriminação por orientação sexual. Para tanto, vale-se de uma abordagem genealógica das condições de possibilidade para a emergência da discriminação por orientação sexual como questão social, bem como para a criação de instrumentos jurídicos e sociais de enfrentamento e ações afirmativas pela liberdade de expressão sexual. Consideram-se como aspectos importantes nesse processo a atuação dos movimentos sociais contra a discriminação de gênero e sexo; a dimensão da saúde, sobretudo no que diz respeito à epidemia da Aids nos anos 80; e a resposta do Estado frente a esse contexto.Estratégias de enfrentamento dos dilemas bioéticos gerados pela violência na escolaS0103-733120110001000162022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZSantos, Flavia Pedro dos AnjosVidal, Lícia MarquesBittencourt, Isaiane SantosBoery, Rita Narriman Silva de OliveiraSena, Edite Lago da Silva
<em>Santos, Flavia Pedro Dos Anjos</em>;
<em>Vidal, Lícia Marques</em>;
<em>Bittencourt, Isaiane Santos</em>;
<em>Boery, Rita Narriman Silva De Oliveira</em>;
<em>Sena, Edite Lago Da Silva</em>;
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A violência na escola é um problema social que perpassa o âmbito da educação e da saúde pública, envolve aspectos bioéticos e requer mecanismos de enfrentamento, a partir da educação em saúde. Este estudo objetiva discutir estratégias fundamentadoras da educação em saúde, sobre aspectos bioéticos no domínio da violência escolar. Consiste em uma revisão bibliográfica crítico-reflexiva por meio do acesso a banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizando os descritores "violência and bioética" e "violência na escola", considerando os estudos publicados no período de 2004 a 2009. Realizamos também levantamento das obras de Paulo Freire e Pedro Demo, teóricos da Educação Libertadora. A leitura do material conduziu-nos a definição e discussão de três eixos temáticos: 1) bioética como instrumento reflexivo para a retomada dos valores morais na sociedade; 2) escola como formadora ética e de exercício de cidadania; 3) educação em saúde como instrumento para o enfrentamento da violência na escola. Acreditamos que a violência escolar envolve questões bioéticas que devem ser alvo de intervenções educativas na perspectiva libertadora, no intuito de gerar reflexões sobre o caráter negativo da violência escolar, tanto para o ensino-aprendizagem, como para o adoecimento dos atores envolvidos nessa problemática. Os profissionais da saúde poderão estabelecer a intersetorialidade com a educação e contribuir na prevenção da violência na escola, por meio de ações educativas em saúde, mobilizando cidadãos para uma sociedade comprometida em promover a vida; e que os profissionais da educação sejam receptivos e coparticipantes do processo intersetorial de educação e saúde.O itinerário de doadores de sangue: reflexões acerca da micropolítica no cuidado de enfermagemS0103-733120110001000172022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZSantos, Nereida Lúcia Palko dosStipp, Marluci Andrade Conceição
<em>Santos, Nereida Lúcia Palko Dos</em>;
<em>Stipp, Marluci Andrade Conceição</em>;
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Estudo qualitativo, desenvolvido à luz da etnometodologia, com o tratamento dos dados a partir da análise do discurso das 26 entrevistas não-estruturadas e dos registros da observação participante em diário de campo. Teve como objetivo analisar o itinerário de candidatos a doadores de sangue num serviço de hemoterapia (SH) do Rio de Janeiro. O itinerário dos doadores de sangue se constitui desde a sensibilização até o transcurso para a doação, envolvendo a saúde e os múltiplos contextos da vida dos candidatos, e toma corpo no espaço micropolítico de trabalho. Prevaleceram os doadores de reposição (65,4%), caracterizados por grupos de familiares, de amigos, colegas de trabalho, vizinhos e, em menor número, por pessoas que doam sem nenhuma relação com o receptor. Destacamos o acesso dos doadores ao SH devido às Áreas Programáticas (AP) em que residem 46,1% dos doadores serem distintas da AP do SH e 23,1% residirem em outros municípios. No itinerário percorrido, existem as etapas antecedentes e as posteriores à triagem clínica, sendo esta destacada pela possibilidade da expressão da tecnologia leve no cuidado de enfermagem. Os significados atribuídos à doação e à motivação são individuais para cada doador. O conhecimento do itinerário possibilita a reflexão sobre o gerenciamento do espaço micropolítico em que usuários e enfermeiras se encontram, tanto apresentando o caminho que o doador percorre no sistema de saúde, como a possível definição de um modelo assistencial à luz das necessidades de saúde dos doadores para o cuidado de enfermagem em hemoterapia.Um estudo sobre as mães adolescentes BrasileirasS0103-733120110001000182022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZNovellino, Maria Salet Ferreira
<em>Novellino, Maria Salet Ferreira</em>;
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O artigo analisa as mães-adolescentes, relacionando seus dados sociodemográficos com os rendimentos mensais dos domicílios onde vivem. Tratase de uma pesquisa quantitativa na qual se utilizaram dados secundários da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2001 e de 2008. Consideramse mães-adolescentes aquelas que já haviam tido filhos nascidos vivos à época das pesquisas, que estão sendo estudadas no que tange a seu comportamento reprodutivo; frequência à escola; anos de estudo; condição no domicílio e condição de ocupação. Para observar a influência da origem socioeconômica sobre o comportamento reprodutivo das mães-adolescentes, bem como sobre os outros aspectos acima mencionados, estas foram desagregadas de acordo com o rendimento mensal dos domicílios onde viviam. Todas as informações sobre as mães-adolescentes foram comparadas com aquelas sobre as adolescentes na mesma faixa etária que não haviam tido filhos nascidos vivos, separadas em dois grupos etários: 15 a 17 e 18 a 19 anos.Implicações do uso do álcool na comunidade indígena PotiguaraS0103-733120110001000192022-01-26T00:09:00Z2016-01-28T00:04:00ZMelo, Juliana Rízia Félix deMaciel, Silvana CarneiroOliveira, Rita de Cassia Cordeiro deSilva, Antonia Oliveira
<em>Melo, Juliana Rízia Félix De</em>;
<em>Maciel, Silvana Carneiro</em>;
<em>Oliveira, Rita De Cassia Cordeiro De</em>;
<em>Silva, Antonia Oliveira</em>;
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Em função do crescimento do uso e do abuso do álcool nas populações indígenas do Brasil, esta pesquisa se propôs a investigar o consumo do álcool na comunidade Potiguara do Estado da Paraíba, devido à especificidade cultural e regional desta etnia. Trata-se de um estudo de campo exploratório. A amostra foi composta por 55 índios, maiores de 18 anos e de ambos os sexos. O instrumento utilizado foi uma entrevista semiestruturada aplicada individualmente. Para a análise dos dados, foi utilizado o software SPSS e Análise de Conteúdo Temática. Os resultados revelaram que 41,8% da amostra estudada têm, pelo menos, um membro da família que faz uso de bebida alcoólica, em sua maioria destiladas, e que o uso ocorre em idade precoce, estando desvinculado da cultura e de rituais. Dos entrevistados 27,3% afirmaram que a bebida traz diversos problemas para toda a família, inclusive com a morte. Pode-se concluir que, na população indígena estudada, o consumo de bebidas alcoólicas já ocorre de forma abusiva e precoce, necessitando-se de um trabalho mais efetivo de prevenção e de resgate da cultura desta comunidade.