Revista Brasileira de Epidemiologiahttps://scielosp.org/feed/rbepid/2010.v13n2/2017-01-10T00:03:00ZVol. 13 No. 2 - 2010WerkzeugTabagismo e câncer no Brasil: evidências e perspectivasS1415-790X20100002000012017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZWünsch Filho, VictorMirra, Antonio PedroLópez, Rossana V. MendozaAntunes, Leopoldo F.
<em>Wünsch Filho, Victor</em>;
<em>Mirra, Antonio Pedro</em>;
<em>López, Rossana V. Mendoza</em>;
<em>Antunes, Leopoldo F.</em>;
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Neste artigo analisa-se a tendência temporal da prevalência do tabagismo no Brasil, bem como as assimetrias da prevalência de acordo com as regiões do país, a idade, o gênero e o nível socioeconômico da população. Desde o estabelecimento da relação entre tabagismo e câncer de pulmão há 60 anos, o número de tumores malignos com evidências de associação causal com o tabagismo ascendeu a vinte. O declínio da prevalência do tabagismo na população brasileira tem sido constante desde o final da década de 80. Até 2003, foi mais intenso entre os homens. A partir daquele ano, a queda tornou-se mais pronunciada entre as mulheres. As mais altas prevalências de tabagismo encontram-se no Sudeste e Sul, as duas regiões com maiores incidências de neoplasias estritamente relacionadas ao tabaco (cavidade oral, esôfago e pulmão). A exposição ambiental à fumaça do tabaco também foi examinada considerando-se os efeitos para os adultos não fumantes, que apresentam maior risco de tumores de pulmão, laringe e faringe, e entre crianças de pais fumantes, suscetíveis ao risco de hepatoblastoma e leucemia linfocítica aguda. Apesar do incontestável sucesso da política de controle do tabagismo no país, as ações de prevenção devem considerar que as parcelas da população com piores condições socioeconômicas e com baixo nível educacional são as que apresentam taxas mais altas de prevalência de tabagismo. Dentro destes segmentos populacionais os adolescentes representam uma prioridade.Sensitivity analysis for an unmeasured confounder: a review of two independent methodsS1415-790X20100002000022017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZLuiz, Ronir RaggioCabral, Maria Deolinda Borges
<em>Luiz, Ronir Raggio</em>;
<em>Cabral, Maria Deolinda Borges</em>;
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One of the main purposes of epidemiological studies is to estimate causal effects. Causal inference should be addressed by observational and experimental studies. A strong constraint for the interpretation of observational studies is the possible presence of unobserved confounders (hidden biases). An approach for assessing the possible effects of unobserved confounders may be drawn up through the use of a sensitivity analysis that determines how strong the effects of an unmeasured confounder should be to explain an apparent association, and which should be the characteristics of this confounder to exhibit such an effect. The purpose of this paper is to review and integrate two independent sensitivity analysis methods. The two methods are presented to assess the impact of an unmeasured confounder variable: one developed by Greenland under an epidemiological perspective, and the other developed from a statistical standpoint by Rosenbaum. By combining (or merging) epidemiological and statistical issues, this integration became a more complete and direct sensitivity analysis, encouraging its required diffusion and additional applications. As observational studies are more subject to biases and confounding than experimental settings, the consideration of epidemiological and statistical aspects in sensitivity analysis strengthens the causal inference.Modelagem matemática da evolução do fenótipo indutor de sincício na infecção HIV-1/AIDSS1415-790X20100002000032017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZJoly, MarcelPinto, José Maurício
<em>Joly, Marcel</em>;
<em>Pinto, José Maurício</em>;
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É proposta e discutida neste trabalho a modelagem matemática do processo de geração de variantes do vírus da imunodeficiência humana do tipo 1 que apresentam o fenótipo indutor de sincício durante as fases assintomática e AIDS clínica. Tais variantes podem fazer uso de CXCR4 exclusivamente (variantes X4) ou não (variantes R5X4 ou dual-trópicas). A base experimental de Shankarappa et al. (J Virol 1999; 73(2): 10489-502) é empregada como referência para derivação e calibração paramétrica de modelos fenomenológicos. Neste artigo, diferentes modelos matemáticos de evolução fenotípica do HIV-1, em termos da habilidade retroviral de induzir a formação de sincício, são propostos, testados e discutidos. Melhor aderência a resultados experimentais é verificada quando é considerada a reversibilidade entre fenótipos SI e NSI. Em adição, maior alinhamento à dinâmica in-vivo é observada se funções dependentes do tempo são admitidas para modelar a taxa de mutação entre variantes R5, R5X4 e X4 do HIV-1.Confiabilidade (teste-reteste) da escala sueca do Questionário Demanda-Controle entre Trabalhadores de Restaurantes Industriais do Estado do Rio de JaneiroS1415-790X20100002000042017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZAguiar, Odaleia Barbosa deFonseca, Maria de Jesus Mendes daValente, Joaquim Gonçalves
<em>Aguiar, Odaleia Barbosa De</em>;
<em>Fonseca, Maria De Jesus Mendes Da</em>;
<em>Valente, Joaquim Gonçalves</em>;
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OBJETIVO: Este estudo tem o objetivo de verificar a confiabilidade teste-reteste da versão em Português da escala sueca "Demand-Control-Support Questionnaire (DCSQ)" em uma população de trabalhadores com baixa escolaridade. MÉTODO: O questionário foi aplicado em dois momentos para 52 trabalhadores de três restaurantes industriais de uma empresa concessionária do Rio de Janeiro, com intervalos de 7 a 15 dias. Como indicadores de estabilidade foram utilizados o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCIC), a estatística Kappa Ponderado e o gráfico de Bland & Altman. Para avaliação da consistência interna utilizou-se o Coeficiente Alpha de Cronbach. RESULTADOS: O CCIC para as dimensões: demanda psicológica, controle do trabalho e apoio social no trabalho foi de 0,70, 0,68 e 0,80, respectivamente. O Alpha de Cronbach apresentou, no reteste, os seguintes resultados: 0,75, 0,50 e 0,82, para as dimensões anteriormente citadas, na mesma sequência. CONCLUSÕES: Ainda que o resultado da escala controle do trabalho tenha sido considerado baixo para o Alpha de Cronbach, os outros indicadores de confiabilidade apontam para uma boa estabilidade do instrumento, possibilitando sua utilização em estudos de associação entre estresse no trabalho e desfechos relacionados à saúde.Diferenciais de cárie dentária entre os índios Xavante de Mato Grosso, BrasilS1415-790X20100002000052017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZArantes, RuiSantos, Ricardo VenturaFrazão, Paulo
<em>Arantes, Rui</em>;
<em>Santos, Ricardo Ventura</em>;
<em>Frazão, Paulo</em>;
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O objetivo do estudo foi avaliar níveis de experiência de cárie entre subgrupos Xavante que vivem em diferentes Terras Indígenas (T.I.) no Estado de Mato Grosso, Brasil, a fim de investigar a presença de desigualdades no interior de uma mesma etnia indígena. Os dados foram coletados através de um censo de saúde bucal realizados em 2004. Das sete T.I. Xavante existentes, foram investigadas quatro (Pimentel Barbosa, Sangradouro, Areões e Marechal Rondon), nas quais foram selecionadas a maior aldeia de cada. Foram adotados os critérios preconizados pela Organização Mundial da Saúde, e utilizado o índice CPOS. Para mensurar as diferenças entre as T.I. foi estimada a razão de prevalência (RP) por meio de análise de regressão de Poisson, efetuada na faixa etária entre 6 e 34 anos para cada sexo, incluindo a idade como covariável. Nesta faixa etária, as perdas variaram entre 26 a 30%. Pimentel Barbosa foi considerada como referência para comparações por apresentar menor prevalência de cárie em todas as faixas etárias analisadas. A maior disparidade foi notada entre as T.I. Pimentel Barbosa e Sangradouro, tanto em homens (RP 2,68- IC95% 2,41 a 2,97) como em mulheres (RP 2,03- IC95% 1,85 a 2,23). A RP do componente obturado em Areões e Marechal Rondon (diferença relativa a Pimentel Barbosa) é muito pequena em relação à carga de doença total nestas T.I., indicando menor presença de serviço odontológico restaurador. Conclui-se que a transição em saúde bucal não é homogênea entre os Xavante e que as diferenças podem estar associadas a particularidades do processo histórico de interação com a sociedade não-indígena. Determinantes locais e regionais, incluindo fatores demográficos, características econômicas e sócio-culturais específicas, acesso e utilização de serviços de saúde, podem ter determinado as desigualdades de ataque de cárie observadas entre os Xavante.Violência contra as mulheres por parceiros íntimos: usos de serviços de saúdeS1415-790X20100002000062017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZSchraiber, Lilia BlimaBarros, Cláudia Renata dos SantosCastilho, Euclides Ayres de
<em>Schraiber, Lilia Blima</em>;
<em>Barros, Cláudia Renata Dos Santos</em>;
<em>Castilho, Euclides Ayres De</em>;
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OBJETIVO: Estimar a associação entre violência por parceiro íntimo (VPI) e uso de serviços de atenção primária à saúde em São Paulo. MÉTODOS: Estudo transversal com seleção dos serviços por amostragem de conveniência e de mulheres usuárias desses serviços por amostragem do tipo consecutivo. As unidades amostrais finais de 2.674 mulheres de 15 a 49 anos de idade foram categorizadas, segundo a ocorrência e repetição de episódios de qualquer tipo de VPI na vida, como "não", "sim com alguma repetição" e "sim com muita repetição". Por meio de regressão logística polinomial, testou-se a associação entre VPI, uso de serviços de saúde e diagnósticos ou queixas das mulheres usuárias (tipo e frequência de registro), ajustadas pelas variáveis sociodemográficas e de saúde sexual e reprodutiva. RESULTADOS: Foi observada uma prevalência de 59% de VPI independente de sua repetição. O maior número de consultas mostrou-se associado com VPI repetitiva, após o ajuste dos efeitos de possíveis variáveis de confundimento. Os diagnósticos e/ou queixas de agravos psicoemocionais registrados, mais de uma vez, no último ano, mostraram-se associados com VPI, aumentando sua magnitude com a maior repetição da violência. CONCLUSÕES: É crucial um maior diagnóstico dos casos de VPI entre mulheres usuárias dos serviços de saúde, bem como a implementação de ações que previnam a violência e de cuidado relativamente às necessidades particulares de saúde dessas mulheres. Tais medidas, se adotadas, produzirão impactos também no padrão de uso dos serviços.Peso ao nascer e obesidade em crianças e adolescentes: uma revisão sistemáticaS1415-790X20100002000072017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZRossi, Camila ElizandraVasconcelos, Francisco de Assis Guedes de
<em>Rossi, Camila Elizandra</em>;
<em>Vasconcelos, Francisco De Assis Guedes De</em>;
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OBJETIVO: Verificar o nível de evidência científica e epidemiológica da hipótese de associação entre peso ao nascer e sobrepeso/obesidade na infância e na adolescência, a partir de revisão sistemática da literatura. MÉTODO: Foi realizada revisão sistemática nas bases MedLine/Pubmed, Scielo-Brasil e Lilacs. Adaptou-se a escala de Downs & Black para avaliar a qualidade metodológica dos catorze artigos selecionados. Os artigos foram classificados em duas categorias de análise, de acordo com o índice de desenvolvimento humano do país onde o estudo foi realizado: a) peso ao nascer e sobrepeso/obesidade em países com desenvolvimento humano elevado; e b) peso ao nascer e sobrepeso/obesidade em países com desenvolvimento humano elevado, mas ainda ascendente, e com desenvolvimento humano médio. RESULTADOS: Em ambas as categorias predominou a associação entre elevado peso ao nascer e sobrepeso/obesidade. Além disso, na primeira categoria, um dos sete artigos mostrou que o baixo peso ao nascer foi preditor de maior percentual de gordura corporal e abdominal. Na segunda categoria, três artigos mostraram associação do catch-up growth com sobrepeso/obesidade, e um mostrou o baixo peso ao nascer como fator protetor do sobrepeso (incluindo obesidade). Foram capturados quatro artigos brasileiros, dentre os quais dois não identificaram associação estatisticamente significativa entre peso ao nascer e sobrepeso/obesidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O elevado peso ao nascer apareceu associado ao sobrepeso/obesidade na maioria dos artigos. Há necessidade de se continuar investigando sobre a associação entre o baixo peso ao nascer e sobrepeso/obesidade.Orientações sobre amamentação: a vantagem do Programa de Saúde da Família em municípios gaúchos com mais de 100.000 habitantes no âmbito do PROESFS1415-790X20100002000082017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZCruz, Suélen Henriques daGermano, Juliana de AraújoTomasi, ElaineFacchini, Luiz AugustoPiccini, Roberto XavierThumé, Elaine
<em>Cruz, Suélen Henriques Da</em>;
<em>Germano, Juliana De Araújo</em>;
<em>Tomasi, Elaine</em>;
<em>Facchini, Luiz Augusto</em>;
<em>Piccini, Roberto Xavier</em>;
<em>Thumé, Elaine</em>;
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OBJETIVOS: Descrever as orientações sobre amamentação fornecidas às gestantes e comparar sua freqüência durante o pré-natal de acordo com o modelo de atenção: Programa de Saúde da Família (PSF) ou Tradicional. MÉTODOS: Integrando a pesquisa de avaliação do PROESF/UFPEL (2005), estudou-se mulheres que tiveram filhos nos dois anos anteriores à entrevista, residentes na área de abrangência de 93 Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 17 municípios gaúchos com mais de 100.000 habitantes. Entre março e maio de 2005, 15 entrevistadores selecionados e capacitados coletaram informações em entrevistas domiciliares de 568 mulheres que fizeram o pré-natal na UBS de sua área de abrangência, através de questionários padronizados e pré-codificados. Na análise dos dados, utilizou-se o teste t para a comparação entre as médias e o teste do qui-quadrado para associação entre as proporções, considerando-se significativas as diferenças com valor p inferior a 0,05. Também foram calculadas as razões de prevalência (RP), com intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: Todas as proporções de orientações sobre amamentação foram significativamente mais referidas por moradoras de áreas com PSF do que em moradoras de áreas de UBS tradicionais. Quando as orientações foram analisadas em um escore quantitativo, verificou-se que 18% das mães não receberam nenhuma orientação, 39% receberam pelo menos uma e 43% receberam todas as orientações investigadas e estas proporções foram significativamente diferentes de acordo com o tipo de UBS, em favor do PSF. CONCLUSÕES: Os serviços de atenção primária do PSF mostraram-se mais efetivos no fornecimento de informações sobre amamentação, o que constitui uma vantagem que deve ser incentivada, tanto com a expansão da estratégia, ampliando sua cobertura populacional, quanto recomendando que profissionais vinculados à atenção tradicional possam ser motivados a incluir em seus atendimentos de pré-natal o reforço às orientações preconizadas em aleitamento materno.Causas de hospitalização no SUS de crianças de zero a quatro anos no BrasilS1415-790X20100002000092017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZOliveira, Beatriz Rosana Gonçalves deViera, Cláudia SilveiraCollet, NeusaLima, Regina Aparecida Garcia de
<em>Oliveira, Beatriz Rosana Gonçalves De</em>;
<em>Viera, Cláudia Silveira</em>;
<em>Collet, Neusa</em>;
<em>Lima, Regina Aparecida Garcia De</em>;
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INTRODUÇÃO: Estudar as causas de hospitalização de crianças auxilia na compreensão do perfil de adoecimento e na elaboração de planos de atenção à saúde para prevenir o agravamento das doenças e evitar as internações hospitalares. OBJETIVO: Identificar nos dados oficiais causas de hospitalização em crianças de zero a quatro anos, para compreender quais doenças as têm levado à hospitalização no Brasil. MÉTODO: Pesquisa de abordagem quantitativa, descritiva, exploratória e inferencial, cujos dados foram colhidos do site do DATASUS, no período compreendido entre os anos de 1998 a 2007. Os dados foram transcritos em tabelas, organizados de forma quantitativa, analisados em estatística descritiva e inferencial. RESULTADOS: Indicam uma distribuição heterogênea da morbidade entre as regiões do país, prevalecendo como primeira causa de internação hospitalar em crianças de zero a quatro anos as doenças do aparelho respiratório, seguidas das doenças infecciosas e parasitárias. CONCLUSÃO: Esses dados permitem refletir sobre a maneira em que os serviços de saúde podem se organizar para implementar a integralidade na atenção à saúde para esse grupo etário, com foco na atenção primária, com prioridade na prevenção dos agravos respiratórios e das doenças infecciosas e parasitárias, pois esses dois agrupamentos são considerados parte das doenças cujo acometimento se dá por causas sensíveis à atenção ambulatorial e podem ser evitados e/ou minimizados pelas ações de atenção básica.Participação em dias nacionais de vacinação contra poliomielite: resultados de inquérito de cobertura vacinal em crianças nas 27 capitais brasileirasS1415-790X20100002000102017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZMello, Maria Lúcia RochaMoraes, José CássioBarbosa, Helena AparecidaFlannery, Brendan
<em>Mello, Maria Lúcia Rocha</em>;
<em>Moraes, José Cássio</em>;
<em>Barbosa, Helena Aparecida</em>;
<em>Flannery, Brendan</em>;
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No Brasil, os Dias Nacionais de Vacinação (DNV) são realizados duas vezes ao ano para manter a eliminação da poliomielite e prover a vacinação de rotina para crianças menores de cinco anos. Poucos estudos examinam fatores associados à participação das crianças brasileiras nos Dias Nacionais de Vacinação ou a contribuição desses dias de vacinação para a cobertura com as vacinas recomendadas. MÉTODOS: Inquérito domiciliar com amostragem por conglomerados realizado nas 26 capitais e no Distrito Federal. Foram estudadas as datas de aplicação das vacinas, verificando-se a participação das crianças entre 19 e 35 meses de idade no DNV mais recente, ou o motivo alegado para não fazê-lo. Os dados obtidos foram cotejados com dados administrativos. RESULTADOS: Das 17.749 crianças incluídas no inquérito, 16.213 (91%) participaram no último DNV. Crianças que receberam vacinas no setor privado tiveram menor participação (84%) no DNV. Em 13 capitais, as estimativas de cobertura baseadas no número de doses aplicadas foram superiores às do inquérito. Entre as crianças que não participaram no último DNV, os principais motivos de não participação foram decisão dos pais, orientação médica, a criança estar doente e fatores associados com a organização do DNV. No total, 15% das crianças incluídas receberam pelo menos uma dose de vacina além da vacina oral contra poliomielite no último DNV, incluindo vacinas contra febre amarela, hepatite B, tríplice viral (sarampo-rubéola-caxumba) e difteria-tétano-pertussis-Haemophilus influenzae tipo b. CONCLUSÕES: Nas capitais brasileiras, os dias nacionais de vacinação continuam tendo altos níveis de participação da população e oferecem oportunidades para recuperação da cobertura vacinal. Os motivos para não comparecer aos DNV evidenciam a necessidade de se estudar estratégias diferenciadas de comunicação para incorporação destas crianças.Perfil de idosos admitidos em unidades de terapia intensiva gerais em Rio Grande, RS: resultados de um estudo de demandaS1415-790X20100002000112017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZSchein, Luiz Eduardo C.Cesar, Juraci A.
<em>Schein, Luiz Eduardo C.</em>;
<em>Cesar, Juraci A.</em>;
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Este estudo teve por objetivo conhecer o perfil do paciente com 60 anos ou mais de idade internado nas duas unidades de terapia intensiva (UTI) do município de Rio Grande, RS. Utilizando-se de delineamento transversal, entre abril/2007 e março/2008, entrevistadores previamente treinados aplicaram questionário padrão investigando sobre suas características demográficas, socioeconômicas e ambientais, utilização prévia de serviços de saúde e condições clínicas, que em 90% dos casos foram respondidos por familiares. Os 213 idosos hospitalizados neste período provinham, em sua maioria, do próprio município, eram casados, tinham mais de 70 anos, cinco anos de escolaridade, dois ou mais salários mínimos de renda familiar mensal, viviam em casa própria com outras duas pessoas e não possuíam plano de saúde; 88% foram à consulta médica nos últimos seis meses e 56% foram hospitalizados nos últimos 12 meses; metade deles chegaram à UTI inconscientes, por problemas clínicos oriundos da enfermaria do próprio hospital, onde 147 foram submetidos a ventilação mecânica, e 45% do grupo total evoluiu para óbito, em média, no oitavo dia. Estes dados mostram que é possível identificar idosos com maior potencial de internação em UTI também a partir de suas condições socioeconômicas e ambientais.Consumo frequente de bebidas alcoólicas por adolescentes escolares: estudo de fatores associadosS1415-790X20100002000122017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZMatos, Analy Marquardt deCarvalho, Rosely Cabral deCosta, Maria Conceição OliveiraGomes, Karina Emanuella Peixoto de SouzaSantos, Luciana Maia
<em>Matos, Analy Marquardt De</em>;
<em>Carvalho, Rosely Cabral De</em>;
<em>Costa, Maria Conceição Oliveira</em>;
<em>Gomes, Karina Emanuella Peixoto De Souza</em>;
<em>Santos, Luciana Maia</em>;
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OBJETIVO: Analisar fatores associados ao consumo frequente de bebidas alcoólicas por adolescentes escolares em Feira de Santana, BA. MÉTODO: Estudo transversal, com amostra aleatória, estratificada por conglomerado, totalizando 10 escolas de portes diferenciados e 776 estudantes de ambos os sexos que relataram consumo de bebidas alcoólicas, na faixa etária de 14 a 19 anos, assegurando representatividade das escolas e alunos. O instrumento auto-aplicável foi elaborado segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e questionários validados em outros estudos. A coleta garantiu procedimentos para anonimato e sigilo. Foram considerados expostos adolescentes que referiram consumo frequente (em pelo menos todo final de semana). RESULTADOS: O consumo frequente/pesado mostrou associações significantes com sexo masculino, consumo precoce, parceiro sexual pouco conhecido, problemas com substâncias psicoativas (SPAs) na família, coabitação com companheiro, renda própria, tráfico de drogas, consumo com amigos, atividades na escola, motivações (ansiedade, animação/prazer); e consequências (outras SPAs, brigas, inadimplência ao trabalho\escola). CONCLUSÕES: O conhecimento dos fatores pessoais, interpessoais, familiares e ambientais associados ao consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes devem ser considerados na implementação de programas escolares e políticas públicas de prevenção, visando comportamentos que minimizem a exposição ao risco associado.Consumo abusivo e dependência de álcool em população adulta no Estado de São Paulo, BrasilS1415-790X20100002000132017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZGuimarães, Vanessa ValenteFlorindo, Alex AntônioStopa, Sheila RizzatoCésar, Chester Luiz GalvãoBarros, Marilisa Berti de AzevedoCarandina, LuanaGoldbaum, Moisés
<em>Guimarães, Vanessa Valente</em>;
<em>Florindo, Alex Antônio</em>;
<em>Stopa, Sheila Rizzato</em>;
<em>César, Chester Luiz Galvão</em>;
<em>Barros, Marilisa Berti De Azevedo</em>;
<em>Carandina, Luana</em>;
<em>Goldbaum, Moisés</em>;
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OBJETIVO: Descrever as prevalências de consumo abusivo e dependência de álcool em população adulta de 20 a 59 anos no Estado de São Paulo, e suas associações com variáveis demográficas e socioeconômicas. MÉTODOS: Inquérito domiciliar do tipo transversal (ISA-SP), em quatro áreas do Estado de São Paulo: a) Região Sudoeste da Grande São Paulo, constituída pelos Municípios de Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e Embu; b) Distrito do Butantã, no Município de São Paulo; c) Município de Campinas e; d) Município de Botucatu. Foi considerado consumo abusivo de álcool a ingestão em dia típico de 30 gramas ou mais de etanol para os homens, e 24 gramas ou mais para as mulheres. A dependência de álcool foi caracterizada pelo questionário CAGE. Análises bivariadas e multivariadas dos dados foram realizadas a partir de Modelos de Regressão de Poisson. Todas as análises foram estratificadas por sexo. RESULTADOS: Em 1.646 adultos entrevistados, a prevalência de consumo abusivo de álcool foi de 52,9% no sexo masculino e 26,8% no sexo feminino. Quanto à dependência de álcool, foram observadas duas ou mais respostas positivas no teste CAGE em 14,8% dos homens e em 5,4% das mulheres que relataram consumir álcool. Isto corresponde a uma prevalência populacional de dependência de 10,4% nos homens e 2,6% nas mulheres. O consumo abusivo de álcool no sexo masculino apresentou associação inversa à faixa etária e associação direta à escolaridade e ao tabagismo. No sexo feminino, observou-se associação direta do consumo abusivo de álcool com a escolaridade e o tabagismo, e com as situações conjugais sem companheiro. A dependência de álcool no sexo masculino associou-se a não exercer atividade de trabalho e à baixa escolaridade. No sexo feminino não houve associação do CAGE com nenhuma das variáveis estudadas. CONCLUSÕES: Pela alta prevalência de consumidores e dependentes, é essencial a identificação dos segmentos sociodemográficos mais vulneráveis ao consumo abusivo e dependência de álcool. As associações entre a dependência/abuso e não estar exercendo atividade de trabalho, no sexo masculino, e a maior prevalência em mulheres de escolaridade universitária, sugerem componentes para programas de intervenção e controle.Anemia em catadores de material reciclável que utilizam carrinho de propulsão humana no município de SantosS1415-790X20100002000142017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZRozman, Mauro AbrahãoAzevedo, Cezar Henrique deJesus, Rafaella Rodrigues Carvalho deMoldero Filho, RubensPerez Junior, Valmir
<em>Rozman, Mauro Abrahão</em>;
<em>Azevedo, Cezar Henrique De</em>;
<em>Jesus, Rafaella Rodrigues Carvalho De</em>;
<em>Moldero Filho, Rubens</em>;
<em>Perez Junior, Valmir</em>;
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OBJETIVO: Estimar a prevalência de anemia e analisar os fatores de risco a ela associados nos catadores de material reciclável que utilizam carrinho de propulsão humana do município de Santos - São Paulo. MÉTODO: Estudo transversal com 253 catadores foi realizado em julho de 2005. A coleta de informações foi feita por meio de questionário com informações sobre características individuais, ocupacionais e dietéticas. Foi realizada avaliação antropométrica e coletado sangue venoso para hemograma completo e sorologias de HIV, HCV, HBV e sífilis. A análise estatística foi feita por análise uni e multivariada (regressão logística), relacionando a anemia aos fatores de risco. RESULTADOS: A prevalência de anemia foi de 38,3%. As variáveis que mostraram associação independente com anemia no modelo multivariado foram: sexo (OR 4,11; IC95%: 1,56-10,87), infecção pelo HIV (OR 9,23; IC95%: 2,93-29,1), IMC (OR 0,21; IC95%: 0,07-0,64), anos de trabalho como catador (OR 4,54; IC95%: 1,29-16,0), consumo de leite (OR 0,36; IC95%: 0,16-0,81) e de proteína animal (OR 0,39; IC95%: 0,15-0,97). CONCLUSÃO: A prevalência de anemia entre catadores de material reciclável é elevada mesmo após a obrigatoriedade de adição de ferro nas farinhas de trigo e milho. Os catadores são excluídos das ações de proteção à saúde do trabalhador, previstas na legislação. Ações de saúde dirigidas a essa categoria profissional devem ser implementadas, garantindo a acessibilidade aos serviços de saúde.Material particulado (PM2.5) de queima de biomassa e doenças respiratórias no sul da Amazônia brasileiraS1415-790X20100002000152017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZSilva, Ageo Mário Cândido daMattos, Inês E.Freitas, Saulo R.Longo, Karla M.Hacon, Sandra S.
<em>Silva, Ageo Mário Cândido Da</em>;
<em>Mattos, Inês E.</em>;
<em>Freitas, Saulo R.</em>;
<em>Longo, Karla M.</em>;
<em>Hacon, Sandra S.</em>;
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OBJETIVOS: Analisar espacialmente o efeito da exposição ao material particulado (PM2.5) na ocorrência de doenças do aparelho respiratório de crianças de um a quatro anos e de idosos com sessenta e cinco anos ou mais nos municípios do Estado de Mato Grosso em 2004. MÉTODOS: Trata-se de um estudo ecológico em duas etapas. A primeira foi uma investigação da autocorrelação espacial global da prevalência de internações por doenças respiratórias e do percentual de horas críticas de concentração do material particulado nos municípios do estado de Mato Grosso, empregando-se o método bayesiano empírico para minimização das flutuações aleatórias dos indicadores e a estatística Moran "global". A segunda, uma regressão múltipla espacial, teve como variáveis resposta a prevalência de internações por doenças respiratórias, e como variável de exposição o percentual de horas críticas anuais. Para ajuste, foram utilizadas variáveis proxies de poluição do ar, variáveis de atenção à saúde e de condições de vida da população. RESULTADOS: Não foram observados padrões espaciais globais de prevalência de doenças respiratórias em grupos sensíveis nos municípios, mas evidenciou-se elevada dependência espacial do percentual de horas críticas anuais de concentração do material particulado. Na regressão múltipla, foram observadas associações estatisticamente significativas entre a prevalência de internações por doenças respiratórias e o percentual de horas críticas anuais de material particulado. CONCLUSÕES: As emissões de material particulado originadas de queimadas na Amazônia Legal estão relacionadas à prevalência de internações por doenças respiratórias em grupos populacionais sensíveis nos municípios do Estado de Mato Grosso.Fatores associados ao consumo adequado de frutas, legumes e verduras em adultos de FlorianópolisS1415-790X20100002000162017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZCampos, Vanessa CarolineBastos, João LuizGauche, HeideBoing, Antonio FernandoAssis, Maria Alice Altenburg de
<em>Campos, Vanessa Caroline</em>;
<em>Bastos, João Luiz</em>;
<em>Gauche, Heide</em>;
<em>Boing, Antonio Fernando</em>;
<em>Assis, Maria Alice Altenburg De</em>;
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INTRODUÇÃO: O consumo adequado de frutas, legumes e verduras é considerado um importante fator na redução da incidência de doenças cardiovasculares e determinados tipos de câncer. OBJETIVO: Estimar a prevalência do consumo adequado de frutas, legumes e verduras e fatores associados. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra probabilística de adultos (N = 1.890), residentes em domicílios com linhas telefônicas fixas em Florianópolis, 2005. O desfecho foi o consumo adequado de frutas, legumes e verduras, definido pela frequência diária de cinco ou mais vezes de consumo destes alimentos. Os resultados das análises multivariáveis para associação entre consumo adequado e variáveis independentes foram expressos como razão de prevalência. RESULTADOS: A prevalência do consumo adequado de frutas, legumes e verduras foi de 21,9% (25,0% mulheres e 18,7% homens). Entre as mulheres, maiores prevalências de consumo adequado foram associadas ao aumento da faixa etária, ao fato de não trabalhar (RP = 1,5; IC 95%: 1,1; 2,0), ter estado de saúde bom ou excelente (RP = 1,4; IC 95%: 1,0; 1,8) e ao não tabagismo (RP = 1,3; IC 95%: 1,0; 1,9). Entre os homens, maior prevalência de consumo adequado foi observada para os que relataram ser casados (RP = 1,9; IC 95%: 1,2; 3,0) e não ter excesso de peso (RP = 1,9; IC 95%: 1,3; 2,7). Em ambos os sexos o consumo adequado apresentou associação com atividade física no lazer (mulheres RP = 1,5; IC 95%: 1,2; 1,9; homens RP = 1,8; IC 95%: 1,1; 2,8). CONCLUSÕES: Intervenções visando aumentar este consumo devem levar em consideração as diferenças observadas entre os sexos.Região Centro-Oeste se destaca na apreensão de medicamentos injetáveis encaminhados ao INCQS/FIOCRUZS1415-790X20100002000172017-01-10T00:03:00Z2017-01-10T00:03:00ZSouto, Claudia RibeiroSilva, Sergio Alves daMagalhães, Marise Sacramento deHuf, Gisele
<em>Souto, Claudia Ribeiro</em>;
<em>Silva, Sergio Alves Da</em>;
<em>Magalhães, Marise Sacramento De</em>;
<em>Huf, Gisele</em>;
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INTRODUÇÃO: Um estudo conduzido no INCQS com medicamentos injetáveis encaminhados para análise fiscal identificou um percentual de perdas (análise não realizada) considerado excessivo. Uma tentativa então foi feita para identificar fatores associados a estas perdas. MÉTODOS: A existência de irregularidades na apreensão do medicamento (variável dependente) foi investigada com relação à região de origem, motivo da apreensão e classificação ATC do medicamento (variáveis independentes). RESULTADOS: A região Norte contribuiu com apenas 2,2% do total de medicamentos encaminhados, 50% dos quais não puderam ser analisados. Apenas 1,4% dos medicamentos encaminhados pela região Centro-Oeste apresentaram irregularidades na apreensão. CONCLUSÃO: A eficiência da implementação de um programa de qualidade na Vigilância Sanitária do estado de Goiás foi detectada na etapa analítica, permitindo ao laboratório completar o ciclo de fiscalização.