Saúde e Sociedadehttps://scielosp.org/feed/sausoc/2016.v25n3/2018-01-05T00:07:00ZVol. 25 No. 3 - 2016WerkzeugEducação permanente em saúde e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das relações étnico-raciais e para ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana10.1590/s0104-12902016126002018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMonteiro, Rosana Batista
<em>Monteiro, Rosana Batista</em>;
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Resumo Este texto é um ensaio sobre algumas contribuições que o curso de especialização em Saúde da Mulher Negra pode ter produzido para a abordagem dos conteúdos relacionados nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, bem como em atenção à Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, com destaque para a educação permanente. A partir de breve contextualização sobre o debate no campo das relações raciais e ações afirmativas no Brasil passamos a apresentar a organização e funcionamento do curso, destacando seus objetivos, conteúdos, estratégias. Com foco nos profissionais da saúde, o curso contou com significativa presença de profissionais da educação básica pública, municipal e estadual, das cidades de São Luís e Pinheiro, no Maranhão, implicando a discussão do tema saúde da população negra (especialmente da mulher negra) no âmbito da escola. O curso propiciou a elaboração de projetos de pesquisa relacionados diretamente com o atendimento à saúde de mulheres negras e sua relação com processos formativos de profissionais da área da saúde, bem como educação escolar e saúde de mulheres negras. Pode-se concluir, ainda que provisoriamente, que o curso, na perspectiva da educação permanente, resultou em estratégia eficaz para o desenvolvimento de conteúdos relacionados às DCNERER e, especialmente, de viabilização de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, realizadas ou desencadeadas nos serviços de saúde pelos cursistas.Racismo institucional e saúde da população negra10.1590/s0104-1290201626102018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZWerneck, Jurema
<em>Werneck, Jurema</em>;
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Resumo A saúde da mulher negra não é uma área de conhecimento ou um campo relevante nas Ciências da Saúde. É inexpressiva a produção de conhecimento cientifico nessa área e o tema não participa do currículo dos diferentes cursos de graduação e pós-graduação em saúde, com raríssimas exceções. Trata-se de assunto vago que, na maior parte dos casos, é ignorado pela maioria de pesquisadoras e pesquisadores, estudantes e profissionais de saúde no Brasil. Este trabalho pretende apresentar algumas informações acerca dos processos de formulação desse campo conceitual a partir das demandas dos movimentos sociais organizados e das formulações de especialistas. Tais informações serão apresentadas com o objetivo de subsidiar pesquisas e contribuir para a formulação e gestão de políticas públicas adequadas às necessidades expressas nos indicadores sociais e de saúde das mulheres negras brasileiras.Atenção em saúde reprodutiva no Brasil: eventuais diferenciais étnico-raciais10.1590/s0104-1290201625682018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBerquó, ElzaLago, Tania Di Giacomo do
<em>Berquó, Elza</em>;
<em>Lago, Tania Di Giacomo Do</em>;
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Resumo Este estudo teve por objetivo comparar indicadores da atenção à saúde reprodutiva das mulheres negras e brancas. São utilizadas informações obtidas no âmbito da Pesquisa Nacional de Demografia, Saúde da Criança e da Mulher (PNDS 2006). Trata-se de uma pesquisa domiciliar por amostragem probabilística complexa com representatividade nacional. Permite inferência para cinco macrorregiões, incluindo o contexto urbano e rural. Foram estudadas 14.625 mulheres brancas e negras de 15 a 49 anos de idade, que representam, respectivamente, 40% e 54% da amostra total da pesquisa. Para análise da assistência à gestação, ao parto e ao puerpério avaliaram-se as gestações dos filhos nascidos vivos nos cinco anos anteriores à entrevista segundo seis variáveis: ter feito pelo menos uma consulta de pré-natal; ter realizado no mínimo seis consultas; o tipo de parto; ter tido a dor no parto normal aliviada; ter contado com presença de acompanhante no parto e ter feito consulta no puerpério. Além da cor, constituíram-se em variáveis independentes para cada um desses desfechos: idade da mulher na data da entrevista, macrorregião de moradia, residência urbana ou rural, estar ou não casada/unida, anos de estudo, religião atual, classificação econômica (critério Brasil) e posse ou não de convênio/plano de saúde. Na análise bivariada, mulheres negras, com menor escolaridade, pior classe econômica e não portadoras de plano de saúde apresentaram desfechos mais desfavoráveis. No entanto, após análise multivariada, as diferença entre brancas e negras perderam significância estatística. Desigualdades sociais e econômicas mantêm-se determinantes das iniquidades na atenção em saúde reprodutiva.Desigualdades sociodemográficas e na assistência à maternidade entre puérperas no Sudeste do Brasil segundo cor da pele: dados do inquérito nacional Nascer no Brasil (2011-2012)10.1590/s0104-1290201626472018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZDiniz, Carmen Simone GriloBatista, Luís EduardoKalckmann, SuzanaSchlithz, Arthur O. C.Queiroz, Marcel ReisCarvalho, Priscila Cavalcanti de Albuquerque
<em>Diniz, Carmen Simone Grilo</em>;
<em>Batista, Luís Eduardo</em>;
<em>Kalckmann, Suzana</em>;
<em>Schlithz, Arthur O. C.</em>;
<em>Queiroz, Marcel Reis</em>;
<em>Carvalho, Priscila Cavalcanti De Albuquerque</em>;
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Resumo Historicamente, no Brasil, os indicadores de saúde de mães e bebês segundo cor da pele mostram quadro desfavorável às negras (pretas e pardas). Na última década, a redução das disparidades de renda e escolaridade, assim como a universalização da assistência à saúde, podem ter alterado esse quadro, em alguma medida. O objetivo deste artigo foi analisar as mudanças nas desigualdades sociodemográficas e na assistência à maternidade no Sudeste do Brasil, segundo raça/cor, na última década. Utilizamos dados do inquérito nacional Nascer no Brasil (2011-2012). Análise estatística descritiva foi realizada para a caracterização sociodemográfica, do acesso à assistência pré-natal, antecedentes clínicos e obstétricos, e características da assistência ao parto. Encontramos diferenças desfavoráveis às pretas e pardas quanto à escolaridade, renda e ao trabalho remunerado; as brancas tinham mais planos de saúde privados e maior idade. As pretas e pardas tiveram menor número de consultas, menos ultrassonografias, mais cuidado pré-natal considerado inadequado, maior paridade e mais síndromes hipertensivas. No parto, tiveram menos acompanhantes, mais partos vaginais, embora a cesárea tenha dobrado entre as negras, que com mais frequência entraram em trabalho de parto e tiveram filhos nascidos de termo pleno. Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à situação conjugal, intercorrências da gestação, diabetes mellitus, anemias, sífilis, HIV, peregrinação para o parto, near miss materno ou neonatal e na maioria das intervenções no parto vaginal. Ainda que importantes disparidades persistam, houve alguma redução das diferenças sociodemográficas e um aumento do acesso, tanto a intervenções adequadas quanto às desnecessárias e potencialmente danosas.Near miss e mulheres negras10.1590/s0104-1290201626212018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMartins, Alaerte Leandro
<em>Martins, Alaerte Leandro</em>;
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Resumo Introdução: A mortalidade materna apresenta grande diferença entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento e espelha a qualidade da assistência prestada à saúde da mulher. Para evidenciar melhor essa assistência, novos métodos de estudo vêm sendo utilizados, entre eles a investigação das morbidades maternas graves - near misses. Objetivo: Analisar os fatores de risco para ocorrência de near miss nas diferentes raças/cores das mulheres residentes em três municípios da Região Metropolitana de Curitiba. Método: Estudo descritivo. Resultados: Na análise multivariada, identificou-se ser as variáveis idade (p=0,0321 com OR 3,08 e IC 95% 1,10-8,65), doenças associadas (p=0,0018 com OR 4,06 e IC 95% 1,61-10,24) e causa de internação (p=<0,0001 com OR 8,75 e IC 95% 3,36-22,75) os fatores de risco para near miss; o OR foi estimado com base no modelo multivariado. Já a variável cor não foi identificada como sendo fator de risco para near miss (p=0,8964) na presença das demais variáveis. Conclusões: Evidenciou-se, no estudo, a necessidade de aprofundar a análise em pesquisas sobre ocorrência de near miss e cor da variável idade e outras causas de internação para mulheres brancas, e a paridade/número de gestações e presença de doenças crônicas ou associadas para as mulheres negras, assim como a instituição de outros parâmetros de análise como as transferências e reinternações.Associação das Parteiras Tradicionais do Maranhão: relato da assistência ao parto10.1590/s0104-1290201625422018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZPereira, Marina Santos
<em>Pereira, Marina Santos</em>;
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Resumo Estudo etnográfico sobre o trabalho de assistência ao parto prestado pelas parteiras tradicionais do Maranhão, que atendem gestantes residentes no bairro do Anjo da Guarda, na região da área Itaqui-Bacanga, zona periférica de São Luís, MA. Investigou-se o processo de surgimento do trabalho das parteiras a partir dos relatos de 18 parteiras e sua relação com a Secretaria Municipal de Saúde, bem como suas ações. Evidencia também este estudo as atividades desenvolvidas por essas parteiras tradicionais com as gestantes e parturientes da área Itaqui-Bacanga, como complemento ao Serviço Público de Saúde do Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Penha. Investigou-se, ainda, o ritual do parto realizado pelas parteiras, tendo como fundamento o saber adquirido empiricamente. O resultado da pesquisa apontou que o trabalho desenvolvido pelas parteiras tradicionais contribui com o processo de conscientização das gestantes para a realização do pré-natal, além de proporcionar conforto psicológico para as gestantes e parturientes, humanizando, assim, o atendimento prestado à mulher no período gravídico.Mulher e negra: dupla vulnerabilidade às DST/HIV/aids10.1590/s0104-1290201626272018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZSantos, Naila Janilde Seabra
<em>Santos, Naila Janilde Seabra</em>;
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Resumo O objetivo deste trabalho é discutir os fatores determinantes da vulnerabilidade das mulheres negras a HIV/aids. Pela descrição e análise de dados socioeconômicos, de incidência e mortalidade de aids e da mortalidade de outras patologias, desenha-se o quadro epidemiológico que ressalta as iniquidades em saúde da população negra e, em particular, das mulheres desse segmento populacional. Quando comparadas às mulheres brancas, as negras apresentam, repetidamente, maior risco de adoecimento e morte. A discussão sobre violência sexual e doméstica reitera as disparidades e a maior vulnerabilidade social da mulher negra. As desigualdades socioeconômicas e o racismo institucional são as hipóteses explicativas para a alta vulnerabilidade às DST/aids das mulheres negras. Apenas com uma ampla gama de ações multissetoriais, incisivo enfrentamento do racismo institucional pelo Estado e fortalecimento do movimento social será possível iniciar a longa jornada para se alcançar o propalado princípio de equidade na saúde.Promoção à saúde da mulher negra no povoado Castelo, Município de Alcântara, Maranhão, Brasil10.1590/s0104-1290201625772018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZViegas, Deuzilene PedraVarga, István van Deursen
<em>Viegas, Deuzilene Pedra</em>;
<em>Varga, István Van Deursen</em>;
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Resumo A Política Nacional de Saúde para a Mulher Negra dispõe de um aparato legal que dá suporte a sua implementação, conquistado pelo movimento negro. Tendo como parâmetro as legislações referentes à saúde da população negra e à saúde da mulher, além dos documentos disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Alcântara, este trabalho teve como objetivo geral analisar os serviços básicos de saúde prestados às mulheres negras do povoado Castelo e como objetivos específicos realizar levantamento empírico dos programas e projetos voltados para mulheres negras oferecidos pelo município de Alcântara; verificar se no povoado Castelo há algum atendimento específico para mulheres negras; identificar as principais demandas das mulheres da comunidade ao serviço de saúde local; averiguar como o quesito cor está sendo empregado pela equipe da Estratégia Saúde da Família que atende a comunidade. A metodologia consistiu em identificar, através de documentos disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), as ações e serviços voltados para as mulheres na comunidade, e por meio de questionário aplicado aos profissionais, seus conhecimentos sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Concluímos que, apesar do aparato legal, reconhecido e citado pela SEMUS em seu Plano de Saúde atual, as legislações não têm sido suficientes para que esse segmento social tenha suas peculiaridades reconhecidas. Informações básicas para planejamento de ações específicas, como a coleta do quesito cor, por exemplo, não são realizadas pela SEMUS. Não identificamos nenhuma ação planejada que considere as características raciais e étnicas das mulheres da comunidade.Assistência ao parto de mulheres negras em um hospital do interior do Maranhão, Brasil10.1590/s0104-1290201625712018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBelfort, Ilka Kassandra PereiraKalckmann, SuzanaBatista, Luís Eduardo
<em>Belfort, Ilka Kassandra Pereira</em>;
<em>Kalckmann, Suzana</em>;
<em>Batista, Luís Eduardo</em>;
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Resumo Há no Brasil poucos estudos que considerem a cor como um possível fator de aumento de vulnerabilidade à perda da saúde, que analisem a morbidade levando em consideração a cor/raça das pessoas, especialmente os que abordam a saúde reprodutiva. Estudos realizados nos últimos anos evidenciaram diferenças importantes entre as taxas de mortalidade materna de mulheres de cor branca, parda e preta. Supõe-se que essas diferenças sejam decorrentes de falta de acesso a serviços de saúde e/ou da pior qualidade da assistência prestada amulheres negras. Há poucos estudos que analisam como se dá o atendimento pré-natal e ao parto considerando a cor das mulheres, especialmente em pequenos municípios, em regiões mais carentes do país. Este estudo objetiva descrever como ocorre a assistência ao ciclo gravídico puerperal de mulheres negras residentes no município de Icatu, no Maranhão. Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória desenvolvida com puérperas que tiveram parto no Hospital Municipal da cidade. Foram entrevistadas 26 mulheres negras que aceitaram participar da pesquisa. A idade variou de 10 a 39 anos, com 50% de 20 a 24 anos. A maioria estava em união estável, 46,2% iniciaram a vida sexual antes de 15 anos, e 53,8%, entre 16 e 20 anos. Constatou-se que a maioria iniciou o pré-natal no primeiro trimestre e teve seis consultas ou mais durante o acompanhamento. Todas as mulheres de cor preta e a maioria das de cor parda tiveram anemia ferropriva no período gestacional. Elas gostariam de ser escutadas na hora do parto e de receberem mais atenção, com maior acolhimento.Aspectos de gênero e vulnerabilidade ao HIV/aids entre usuários de dois dos Serviços de Atendimento Especializado em DST/aids de São Luís, Maranhão10.1590/s0104-1290201625802018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMafra, Rogério Luís PereiraPereira, Ediléa DutraVarga, István van DeursenMafra, Welma Cristina Barbosa
<em>Mafra, Rogério Luís Pereira</em>;
<em>Pereira, Ediléa Dutra</em>;
<em>Varga, István Van Deursen</em>;
<em>Mafra, Welma Cristina Barbosa</em>;
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Resumo Foram pesquisados os fatores que contribuem para a vulnerabilidade de homens e mulheres que vivem com HIV/aids, usuários dos Serviços de Atendimento Especializado (SAE) em DST/aids, se examinando as diferenças sociodemográficas e epidemiológicas, além de seu acolhimento e acesso ao diagnóstico e tratamento. Realizou-se um estudo observacional, descritivo e de corte transversal, em que foram entrevistados 248 indivíduos, entre outubro e dezembro de 2007. Para análise, empregou-se o teste do qui-quadrado de Pearson e a análise multivariada através da técnica CHAID (nível de significância de 5%), observando-se as variações por sexo. Percebeu-se que alguns elementos de ordem individual, social e programática, incluindo questões de gênero, contribuíram de maneira significativa para a vulnerabilidade dos entrevistados. Observaram-se importantes diferenças entre homens e mulheres, considerando: emprego e renda, total de parcerias e uso de preservativo. A forma de acolhimento e acesso ao diagnóstico e tratamento nos SAE se apresentou como um elemento de incremento de vulnerabilidade, por não promover um atendimento integral aos usuários. Identificaram-se, ainda, aspectos de vulnerabilidade diferencial no grupo das mulheres em relação ao "uso do preservativo após o diagnóstico", associado ao tipo de parceria (fixa ou não) e ao "entendimento do que lhe diz o infectologista durante as consultas", o qual esteve relacionado diretamente ao tempo de atendimento no SAE. Nesse sentido, um caminho para a diminuição da vulnerabilidade perpassa pela busca da equidade de gênero e de etnia, com vista à melhoria da qualidade de vida das pessoas.Jovens, negras e estudantes: aspectos da vulnerabilidade em São Luís do Maranhão10.1590/s0104-1290201625982018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZJesus, Maria Lucia Gato deMonteiro, Rosana Batista
<em>Jesus, Maria Lucia Gato De</em>;
<em>Monteiro, Rosana Batista</em>;
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Resumo O artigo resulta de pesquisa realizada em uma escola pública em São Luís, Maranhão, sobre a vulnerabilidade em saúde de jovens negras estudantes do ensino médio. Buscou-se identificar a importância da presença de uma equipe que trabalhe em instituições, escolas e unidades de saúde básica públicas, além de organizações não governamentais preocupadas com a realidade escolar de jovens negras que frequentam esse locais. O trabalho se apoiou em estudos sobre a formação étnico-racial da população brasileira; nas condições de saúde da mulher negra, seus agravos e suas especificidades diante da prestação de serviços em saúde pública; e na importância da escola no ensino de conhecimentos relacionados à saúde das jovens negras. A metodologia da pesquisa envolveu aplicação e análise de questionários respondidos por jovens negras estudantes sobre saúde sexual, doenças prevalentes na população negra e locais em que as informações sobre estas são obtidas. A escola aparece como espaço de obtenção de informações sobre saúde sexual.Controle da hipertensão arterial sistêmica na população negra no Maranhão: problemas e desafios10.1590/s0104-1290201626162018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZVarga, István van DeursenCardoso, Raimundo Luís Silva
<em>Varga, István Van Deursen</em>;
<em>Cardoso, Raimundo Luís Silva</em>;
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Resumo Apresentamos e discutimos as circunstâncias da construção e uma parte do impacto entre profissionais e gestores de serviços de saúde e entre movimentos sociais, no Maranhão, de um texto elaborado por integrantes do Núcleo de Extensão e Pesquisa com Populações e Comunidades Rurais, Negras Quilombolas e Indígenas (NuRuNI), do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente (PPGSA), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), sobre problemas identificados no controle da hipertensão arterial entre negros e sobre os desafios para a efetiva implementação e operacionalização da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra no estado. A necessidade de nossa mobilização para elaboração deste texto (cujo objetivo foi o de alertar autoridades e operadores do Sistema Único de Saúde, bem como militantes de movimentos sociais, sobre a importância e a gravidade desses problemas, uma vez que se trata da nosologia de maior prevalência no estado e no país, e das que acarretam maior número de sequelas e nosologias secundárias graves) e para intervenção no contexto das políticas de saúde no estado nos foi evidenciada em decorrência de aulas ministradas, sobre o assunto, durante o Curso de Especialização em Saúde da Mulher Negra, promovido pelo NuRuNI/PPGSA/UFMA, com apoio da Coordenação-Geral de Saúde das Mulheres, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, com financiamento do Fundo Nacional de Saúde.Abordagem psicossocial e saúde de mulheres negras: vulnerabilidades, direitos e resiliência10.1590/s0104-1290201629012018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZPrestes, Clélia R. S.Paiva, Vera S. F.
<em>Prestes, Clélia R. S.</em>;
<em>Paiva, Vera S. F.</em>;
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Resumo Este artigo apresenta uma revisão crítica de teorias, técnicas e práticas que visam a potencialização da saúde de mulheres negras com foco em concepções sobre resiliência. Além da literatura acadêmica, em especial da psicologia, o texto mobiliza diferentes fontes sobre relações raciais, inclusive a produção do movimento social. Mulheres negras estão expostas à privação de direitos humanos, à ineficiência dos programas de governo na garantia do direito à educação e à saúde integral, entre outros. Estão também expostas à incidência frequente do racismo e do sexismo, que se traduzem em prejuízos à sua saúde. A concepção processual de resiliência adotada neste artigo, que resulta tanto da reflexão crítica sobre a literatura como de resultados de pesquisa apresentados, fortalece a adoção de uma perspectiva psicossocial, resultante da análise das vulnerabilidades integrada ao quadro dos direitos humanos. Conclui-se pela produtividade de iniciativas que incluam a sabedoria prática das mulheres negras e a valorização de experiências coletivas e transgeracionais que as apoiam para superar os contextos de alta vulnerabilidade a que estão expostas, estimulando a potencialização de processos de resiliência. Nessa perspectiva será necessário considerar não apenas o acolhimento das mulheres negras, mas também suas experiências e instâncias de pertencimento, suas trajetórias, suas redes, comunidades e territórios.Humanização na atenção à saúde e as desigualdades raciais: uma proposta de intervenção10.1590/s0104-129020161462902018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBatista, Luís EduardoRattner, DaphneKalckmann, SuzanaOliveira, Maridite Cristóvão Gomes de
<em>Batista, Luís Eduardo</em>;
<em>Rattner, Daphne</em>;
<em>Kalckmann, Suzana</em>;
<em>Oliveira, Maridite Cristóvão Gomes De</em>;
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Resumo O artigo relata a proposta de ação/intervenção "Humanização do parto e nascimento: questões étnico/racial e de gênero", desenvolvida no Hospital Geral de São Mateus Dr. Manoel Bifulco em São Paulo (SP), que objetivou sensibilizar a equipe do hospital para a mortalidade materna de mulheres negras. Foram utilizados como fontes documentais relatórios de gestão, convênio estabelecido, relatórios de ordenamento de despesas e o livro Nascer com equidade. São descritas as sete etapas desenvolvidas: sensibilização e negociação na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP); negociação com o Ministério da Saúde; sensibilização e pactuação com o serviço de saúde; diagnóstico da situação; sensibilização dos profissionais para as questões de gênero e raça/cor, com a introdução do quesito "cor" nos sistemas de informação; formação dos profissionais do hospital; e formação do movimento social. O projeto teve como resultados a inclusão do quesito "cor" na Autorização de Internação Hospitalar; a sensibilização da equipe para as especificidades da saúde da mulher negra; e a mudança de percepção da equipe em relação à presença do pai na hora do nascimento, gerando a campanha "Pai não é visita". O projeto foi efetivo na abordagem de temas complexos.Um estudo bibliométrico sobre a violência de gênero10.1590/s0104-129020161489372018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBrilhante, Aline Veras MoraisMoreira, Gracyelle Alves RemigioVieira, Luiza Jane Eyre de SouzaCatrib, Ana Maria Fontenelle
<em>Brilhante, Aline Veras Morais</em>;
<em>Moreira, Gracyelle Alves Remigio</em>;
<em>Vieira, Luiza Jane Eyre De Souza</em>;
<em>Catrib, Ana Maria Fontenelle</em>;
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Resumo A violência de gênero, apesar de global, é socialmente invisível, sendo urgente o avanço de produção científica sobre esse tema. Um estudo bibliométrico majora a demanda de debates ao demonstrar que as pesquisas abrangeram poucos países, ignoraram as consequências dos danos e ainda são, apesar de sua ampliação, incipientes. Este artigo objetivou descrever o panorama da produção científica sobre violência de gênero, procurando tecer uma análise crítica diante da magnitude da demanda. Buscaram-se artigos em inglês, pelos descritores gender e violence, na base de dados Web of Science, de 1982 a 2012, excluindo-se os textos de áreas específicas, que tratavam da violência geral ou adotaram "gênero" em substituição a sexo, restando 450 artigos. A bibliometria ratificou que as mulheres encontram-se em mais situações de violências, apesar da referência a crianças e adolescentes, homossexuais e homens. A produtividade das pesquisas em diversas áreas do conhecimento é crescente, revelando sua natureza multidisciplinar. Apenas 26 países sediaram estudos, número reduzido diante da amplitude do problema. A maioria dos estudos não abordou as consequências da violência de gênero, demonstrando uma importante lacuna na produção científica. Esta pesquisa evidenciou pontos pouco explorados pela produção científica, servindo de orientação para futuros estudos.El sedentarismo es...10.1590/s0104-129020161449612018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZFraga, Alex Branco
<em>Fraga, Alex Branco</em>;
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Resumen En este artículo se hizo un análisis crítico del sentido de sedentarismo/sedentario que circula en la literatura pertinente al campo de la actividad física y la salud. Destaca dos "familias" distintas de sedentarios surgidas en dos momentos históricos específicos: el sedentario "cooperiano", oriundo de los preceptos de la aptitud física difundidos en Brasil al principio de los años 1970 por Kenneth Cooper; el sedentario "agitoniano", proveniente de las recomendaciones de actividad física moderada de mediados de los años 1990, propagadas de modo más evidente en Brasil por el programa Agita São Paulo. Entre tantas acepciones posibles, prevalece la noción de que el sedentarismo es agente catalizador de muchas características "malas", una plaga silenciosa, que lentamente envenena el cuerpo y debilita el alma.Geografia e saúde: o lugar como premissa da atividade informacional da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde10.1590/s0104-129020161526462018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZDantas, AldoCurioso, Raphael
<em>Dantas, Aldo</em>;
<em>Curioso, Raphael</em>;
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Resumo O presente artigo visa chamar a atenção para a necessidade de se considerar o lugar como uma variável importante da atividade de informação em saúde na Atenção Básica do Brasil. Enquanto processo normatizado e fundamentado no centralismo do Estado e numa metodologia restrita de se enxergar a saúde, a atividade informacional, como é concebida hoje, acaba por minar novas possibilidades de compreender os lugares do país de uma maneira emancipatória, autônoma e que dê voz às forças ascendentes que habitam o cotidiano. Nesse sentido, alertamos para a necessidade de se compreender a saúde na sua relação com os lugares e da influência destes em todos os processos da vida social. Uma nova atividade informacional deve, entretanto, ser capaz de capturar as realidades locais e suas geografias, sendo assim mais susceptível de sucesso, no que diz respeito a garantir a saúde e a vida de todos.Preferencias alimentarias en los hogares de la ciudad de Medellín, Colombia10.1590/s0104-129020161492422018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMontoya, Luz Marina ArboledaAlcaraz, Paula Andrea Villa
<em>Montoya, Luz Marina Arboleda</em>;
<em>Alcaraz, Paula Andrea Villa</em>;
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Resumen Las preferencias y rechazos de alimentos se constituyen en factores que determinan la elección, las prácticas de consumo, de comercialización, y fundamentalmente el estado de nutrición y salud de los habitantes de la ciudad. Este artículo se propone aportar al interpretar las tendencias de consumo y preferencias alimentarias en los hogares de Medellín. Empleó el método mixto (cuantitativo y cualitativo) con utilización de técnicas como encuestas, entrevistas, grupos focales y talleres. Los resultados muestran que las preferencias alimentarias están determinadas por procesos de representación y significación, con influencias marcadas de la tradición cultural regional. En este sentido, existe una prevalencia en el consumo de las tres ingestas principales (especialmente el almuerzo), así como de alimentos que corresponden a la costumbre y que se entienden de carácter identitario como fríjol, arepa, arroz y carne. Los sabores preferentes corresponden también a la costumbre cultural, como son el salado y el dulce. Además, se evidencia el interés por alimentos considerados más saludables o nutritivos.Vivências de plantar e comer: a horta escolar como prática educativa, sob a perspectiva dos educadores10.1590/s0104-129020161494872018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZCoelho, Denise Eugenia PereiraBógus, Cláudia Maria
<em>Coelho, Denise Eugenia Pereira</em>;
<em>Bógus, Cláudia Maria</em>;
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Resumo No cenário social contemporâneo, o resgate do vínculo do alimento com a natureza é central para o desenvolvimento de ações educativas na área de alimentação e nutrição. Nesse sentido, hortas escolares podem ser uma importante estratégia pedagógica, contando com um aprendizado baseado no contato direto com o alimento e a natureza. Este estudo buscou compreender a produção de sentidos na alimentação, entre os educadores, decorrente do envolvimento com a horta na escola. Foi uma pesquisa qualitativa, com base na hermenêutica filosófica, em que foram feitas entrevistas em profundidade com professores, funcionários e diretores de três escolas municipais de Embu das Artes. O desenvolvimento da horta produziu sentidos que dizem respeito: ao aprendizado horizontal e à troca de experiências; à vivência prática de conteúdos teóricos; ao cuidado, pelas experiências subjetivas e intersubjetivas; ao estreitamento de vínculos com a natureza, com as pessoas e com a comida. A horta escolar é uma estratégia pedagógica que abre diversas possibilidades para se pensar a relação com a alimentação.Ensino da promoção da saúde em pós-graduação em saúde pública internacional no contexto do processo de Bolonha10.1590/s0104-129020161502152018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZDias, SóniaGama, Ana
<em>Dias, Sónia</em>;
<em>Gama, Ana</em>;
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Resumo Nas décadas recentes tem sido destacada a necessidade de renovar a educação superior por meio do processo de Bolonha para responder às exigências de uma nova sociedade. Simultaneamente, a saúde pública e a promoção da saúde têm evoluído no sentido de concretizar a aspiração de aumentar os anos de vida saudáveis, diminuir as desigualdades em saúde e enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações na atualidade. Essa evolução tem suscitado a reflexão sobre os desafios da formação, investigação e implementação prática dessas disciplinas. Neste texto, pretende-se produzir uma visão integradora das especificidades do ensino de promoção da saúde e de seu lugar na progressão da formação do estudante em Saúde Pública Internacional, apresentando como exemplo a integração da disciplina no programa de pós-graduação do Instituto de Higiene e Medicina Tropical em Portugal. A proposta de ensino apresentada procura contribuir para a formação de uma massa crítica de profissionais informados e com competências para atuar na formulação de políticas e na implementação de estratégias que contribuam para a melhoria da saúde das populações. Numa perspetiva de política educativa, prover conhecimentos, competências e valores aos profissionais para traduzir teoria e investigação em políticas e práticas efetivas é essencial para fortalecer a promoção da saúde global.Sob o prisma da equidade: financiamento federal do Sistema Único de Saúde no estado da Bahia10.1590/s0104-129020161520202018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZTeles, Andrei SouzaCoelho, Thereza Christina BahiaFerreira, Milla Pauline da Silva
<em>Teles, Andrei Souza</em>;
<em>Coelho, Thereza Christina Bahia</em>;
<em>Ferreira, Milla Pauline Da Silva</em>;
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Resumo O objetivo deste artigo é analisar a distribuição dos recursos financeiros federais para os municípios do estado da Bahia, em 2010, na perspectiva da equidade. A metodologia utilizou o modelo "Contas Nacionais de Saúde" para identificação do fluxo de recursos; o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) como proxy das necessidades de saúde; e indicadores de oferta de serviços de saúde por macrorregião. As transferências federais totalizaram R$ 2 bilhões, R$ 146,36 per capita, sendo 20% dos recursos destinados aos 219 municípios com menor IDHM. Os 37 municípios com melhor IDHM detiveram 60% dos recursos, ou seja, mais de R$ 1,23 bilhões. Evidenciou-se que 30% dos recursos (R$ 615,45 milhões) foram destinados a 40% da população do estado, espalhada por 348 municípios, e mais de R$ 1 bilhão foi transferido também para 40% da população, mas que se distribuía por apenas 17 municípios. A mais populosa das nove macrorregiões e de maior capacidade instalada recebeu, sozinha, 32,81% dos recursos. A macrorregião com mais equipes de saúde por habitante tinha o segundo melhor IDHM. Verificou-se grande concentração de recursos destinada a poucos municípios de grande porte populacional e com os mais altos IDHM, e fraco aporte para regiões com maiores necessidades de saúde.Análise das demandas judiciais para aquisição de medicamentos no estado da Paraíba10.1590/s0104-129020161538192018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZLeitão, Luana Couto AssisSilva, Paulo Cesar Dantas daSimões, Andrezza Eliab OliveiraBarbosa, Igor CarvalhoPinto, Marlla Emanuella BarretoSimões, Mônica Oliveira da Silva
<em>Leitão, Luana Couto Assis</em>;
<em>Silva, Paulo Cesar Dantas Da</em>;
<em>Simões, Andrezza Eliab Oliveira</em>;
<em>Barbosa, Igor Carvalho</em>;
<em>Pinto, Marlla Emanuella Barreto</em>;
<em>Simões, Mônica Oliveira Da Silva</em>;
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Resumo O objetivo deste estudo foi descrever os aspectos médico-científicos e sanitários dos mandados judiciais para fornecimento de medicamentos impetrados ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) contra agentes públicos no estado da Paraíba. Teve caráter descritivo, transversal, e foi realizado no Tribunal de Justiça da Paraíba. Foram analisados processos de medicamentos julgados na segunda instância entre os anos de 2009 e 2010 com decisão definitiva. Quanto às evidências científicas da eficácia e segurança, os medicamentos foram avaliados por meio de revisões sistemáticas na base de dados do Centro Cochrane do Brasil. Os grupos de medicamentos solicitados com maior frequência foram os agentes neoplásicos, seguidos de insulinas e antagonistas da angiotensina II. Os custos com medicamentos antineoplásicos representaram 76% do gasto total com demandas judiciais, representando um custo aproximado de R$ 343 mil por mês. Desses, um item não tinha registro em orgão sanitário brasileiro. Os resultados apontam para um elevado número de demandas judiciais com prevalência de solicitações de medicamentos padronizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dos quais os antineoplásicos obtêm destaque e reforçam a necessidade de revisão da Política Nacional de Assistência Farmacêutica tanto das estratégias de implantação como da premência em ampliar a relação de medicamentos disponibilizados pelo SUS.Benefícios para alguns, prejuízos para muitos: razões e implicações da adoção da dupla porta de entrada em hospitais universitários10.1590/s0104-129020161534122018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZSilva, Hudson PacificoCaxias, Maiara Cristina Luiz
<em>Silva, Hudson Pacifico</em>;
<em>Caxias, Maiara Cristina Luiz</em>;
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Resumo A chamada dupla porta de entrada - uma para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e outra para clientela privada - é fenômeno crescente nos serviços de saúde, sobretudo no estado de São Paulo, Brasil, onde diversos hospitais de ensino destinam parcela dos recursos existentes para atender pacientes de planos de saúde em suas dependências. O objetivo do artigo é compreender as razões que justificam a adoção (ou não) da dupla porta de entrada em hospitais vinculados a universidades públicas, buscando identificar suas implicações socioeconômicas. Os métodos incluíram pesquisa documental e a realização de entrevistas com representantes dos hospitais selecionados no período de abril a junho de 2014. Os resultados evidenciam a existência de duas narrativas divergentes sobre o tema. A narrativa favorável enfatiza o aporte adicional de recursos e a possibilidade de manter os médicos docentes integralmente dedicados à universidade; a narrativa desfavorável enfatiza as discriminações decorrentes da segmentação entre pagantes e não pagantes, assim como o uso de recursos públicos para o atendimento de clientela privada. Conclui-se que a adoção da dupla porta de entrada, ao enfatizar a solução de problemas estruturais mediante a privatização de serviços públicos, reforça as desigualdades existentes na sociedade.Mudanças ofertadas pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica10.1590/s0104-129020161515142018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZFeitosa, Rúbia Mara MaiaPaulino, Ayslon AyronLima Júnior, José Oscar de SouzaOliveira, Kallyane Kelly Duarte deFreitas, Rodrigo Jácob Moreira deSilva, Wanderley Fernandes da
<em>Feitosa, Rúbia Mara Maia</em>;
<em>Paulino, Ayslon Ayron</em>;
<em>Lima Júnior, José Oscar De Souza</em>;
<em>Oliveira, Kallyane Kelly Duarte De</em>;
<em>Freitas, Rodrigo Jácob Moreira De</em>;
<em>Silva, Wanderley Fernandes Da</em>;
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Resumo Objetivo: analisar as mudanças que o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica tem provocado nos serviços da atenção básica em saúde. A pesquisa foi realizada em 2014 em Grossos/RN. Método: o cenário de estudo foram as Estratégias de Saúde da Família (ESF) que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção. Foram entrevistados 10 profissionais de saúde, de nível médio e superior, e quatro gestores responsáveis pela coordenação do programa. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo. Resultados: foram apontadas três principais mudanças: organização do trabalho; recursos materiais e infraestrutura da ESF; organização dos registros. Conclusão: o programa possibilitou a construção de mudanças e induz não só as reformas físicas nas unidades como também a avaliação e o monitoramento de desempenho permanente da atenção básica.