Saúde e Sociedadehttps://scielosp.org/feed/sausoc/2017.v26n4/2018-01-05T00:07:00ZUnknown authorVol. 26 No. 4 - 2017WerkzeugA contribuição do pensamento da saúde coletiva à economia política da saúde10.1590/s0104-129020171707482018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMendes, ÁquilasIanni, Aurea Maria ZöllnerMarques, Maria Cristina da CostaFerreira, Mariana JansenSilva, Thiago Henrique dos Santos
<em>Mendes, Áquilas</em>;
<em>Ianni, Aurea Maria Zöllner</em>;
<em>Marques, Maria Cristina Da Costa</em>;
<em>Ferreira, Mariana Jansen</em>;
<em>Silva, Thiago Henrique Dos Santos</em>;
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Resumo O artigo resgata o pensamento crítico da economia política elaborado nos anos 1980 no campo de discussão da saúde coletiva, visando compreender suas contribuições teóricas e problematizá-las no contexto do capitalismo contemporâneo, principalmente para evidenciar as limitações da implantação da saúde pública universal pela perspectiva do Estado e da visão predominante no seu interior, com redução de direitos sociais. São analisados alguns autores considerados clássicos no campo da economia política da saúde, tais como Sonia Fleury Teixeira, Jaime Oliveira, José Carlos de Souza Braga e Sérgio Goes de Paula. O retorno a esse pensamento crítico contribui com a emergência de questões sobre o cenário para a saúde pública brasileira no contexto das transformações contemporâneas. Particularmente, essas reflexões ampliam perspectivas para refletir criticamente sobre o pensamento econômico e social hegemônico no capitalismo contemporâneo e sobre o presente e o futuro da saúde como direito no Brasil.Programa Mais Médicos, aperfeiçoando o SUS e democratizando a saúde: um balanço analítico do programa10.1590/s0104-129020171702242018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZGonçalves Junior, OswaldoGava, Gustavo BoninSilva, Murilo Santos da
<em>Gonçalves Junior, Oswaldo</em>;
<em>Gava, Gustavo Bonin</em>;
<em>Silva, Murilo Santos Da</em>;
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Resumo Este trabalho visa analisar o Programa Mais Médicos (PMM) enquanto política pública da saúde, descrevendo algumas de suas características principais e apresentando dados que permitam uma visão sobre seu desempenho, a fim de trazer à luz, além de outros aspectos, a discrepância entre os resultados alcançados e a oposição feita ao programa pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Tomando como referência o ciclo de políticas públicas, o trabalho trata com especial ênfase as etapas de formulação e implementação. Utilizando como referencial analítico os conceitos de insulamento burocrático e janela de oportunidades, argumenta-se que o PMM possui aspectos instigantes, seja pelas características insuladas que marcam seu processo de formulação - levando a crer que o programa se manteve alheio a pressões externas durante essa fase -, seja pelo caráter oportuno gerado pelas chamadas Jornadas de Junho de 2013, que criaram condições necessárias para o governo federal lançar uma iniciativa claramente polêmica. Essas características, associadas ao significativo impacto social do programa, propiciam reflexões com potenciais aprendizados para processos envolvendo políticas públicas.Modos de produzir cuidado e a universalidade do acesso na atenção primária à saúde10.1590/s0104-129020171704972018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMenezes, Erica Lima Costa deScherer, Magda Duarte dos AnjosVerdi, Marta InezPires, Denise Pires de
<em>Menezes, Erica Lima Costa De</em>;
<em>Scherer, Magda Duarte Dos Anjos</em>;
<em>Verdi, Marta Inez</em>;
<em>Pires, Denise Pires De</em>;
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Resumo Este artigo faz uma revisão da literatura nas bases SciELO, Lilacs, BVS e Medline, e analisa como o trabalho dos profissionais na atenção primária no Brasil contribui para o acesso universal aos serviços de saúde. De uma seleção inicial de 901 artigos, foram incluídos 52, publicados entre janeiro de 2005 e outubro de 2015. Os achados evidenciam elementos do trabalho que influenciam a capacidade do serviço em assegurar o acesso, relacionados a modos de produzir cuidado que ampliam o acesso às ações de saúde. São destacados os seguintes elementos: normativas prescritoras do trabalho; espaços que favorecem o encontro (acolhimento, visitas domiciliares, apoio matricial e atividades coletivas); formação/experiência do trabalhador; relação com o usuário e com o território; vínculo e responsabilização; respeito à autonomia e aos diferentes saberes e culturas; conhecimento da realidade local; carga de trabalho; e valorização/satisfação profissional. Os modos de produzir cuidado descritos contribuem para a ampliação do acesso, tanto pela existência de confiança, vínculo e capacidade de dar resposta às demandas apresentadas pelos usuários, como pela organização de serviços mais flexíveis e atentos às necessidades de saúde dos sujeitos individuais e coletivos.“Um monte de buracos amarrados com barbantes”: o conceito de rede para os profissionais da saúde mental10.1590/s0104-129020171702982018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBermudez, Karina MoraesSiqueira-Batista, Rodrigo
<em>Bermudez, Karina Moraes</em>;
<em>Siqueira-Batista, Rodrigo</em>;
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Resumo Este trabalho objetivou analisar os sentidos que são atribuídos ao conceito de rede de atenção pelos profissionais de saúde e identificar como eles o transformam em trabalho vivo na produção do cuidado. A investigação foi de abordagem qualitativa, com entrevistas mediadas pelo uso de situações-problema com profissionais de diferentes níveis de atenção aos pacientes com transtorno mental. Os dados foram apreciados pela análise de conteúdo de Bardin e, da análise temática, emergiram três categorias: (1) sentidos de uma rede de cuidado - conceituação e características; (2) meios operadores para a construção de uma rede de cuidados - construção da prática; e (3) propostas para minimização das dificuldades e efetivação de uma rede de cuidados. Delas, por fim, surgiram as seguintes subcategorias: trabalho em rede; redes de apoio; conflito; continuidade do cuidado; assistência integral; cuidado compartilhado; processo de formação; espaços amplos de discussão; e organização do trabalho. Desse modo, foi possível concluir que os profissionais expressam diferentes conceitos de rede e, com isso, agem de modo singular na produção do cuidado, mesmo estando sob a mesma diretriz normativa. Foram identificadas, também, uma fragmentação do acesso e barreiras a ele, o que dificulta a trajetória do paciente pela rede assistencial.Fórum das instituições filantrópicas de longa permanência para idosos: parceria em rede de apoio no cuidado institucional ao idoso10.1590/s0104-129020171703062018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZGarcia, Rosamaria RodriguesWatanabe, Helena Akemi Wada
<em>Garcia, Rosamaria Rodrigues</em>;
<em>Watanabe, Helena Akemi Wada</em>;
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Resumo O artigo descreve o histórico, a metodologia e a evolução do Fórum das Instituições Filantrópicas de Longa Permanência para Idosos (ILPI) da Região Metropolitana de São Paulo, e contextualiza sua trajetória diante dos avanços normativos que regulamentam essas instituições atualmente. Foi realizado um estudo retrospectivo, descritivo, de abordagem qualitativa, por meio da leitura e análise das atas das reuniões no período entre 1999 e 2015. Observou-se que a articulação em rede, proporcionada pelas reuniões ao longo dos 16 anos de atividade, pode auxiliar a organização, o planejamento e a manutenção das ILPI, contribuindo para melhorar a qualidade da prestação dos serviços conforme a legislação vigente, promovendo aproximação e engajamento de parceiros na busca pela profissionalização dos cuidados institucionais de longa duração e pela excelência na assistência ao idoso, e no aprimoramento e capacitação dos profissionais, processos e protocolos institucionais.Vulnerabilidade do paciente idoso à luz do princípio do cuidado centrado no paciente10.1590/s0104-129020171701872018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZParanhos, Denise G. A. M.Albuquerque, AlineGarrafa, Volnei
<em>Paranhos, Denise G. A. M.</em>;
<em>Albuquerque, Aline</em>;
<em>Garrafa, Volnei</em>;
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Resumo Embora a vulnerabilidade seja uma condição humana universal, existem pessoas com vulnerabilidades específicas, que podem ser agravadas por fatores pessoais, socioeconômicos, culturais, geopolíticos ou ambientais. Este trabalho tem por objetivo analisar a especial condição de vulnerabilidade da pessoa idosa à luz do princípio do cuidado centrado no paciente. O estudo toma como base as concepções de vulnerabilidade propostas por Herring - que discute a dupla vulnerabilidade a que estão sujeitos os pacientes idosos no contexto dos cuidados em saúde - e pelo artigo 8º da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da Unesco (DUBDH), que trata do “Respeito pela Vulnerabilidade Humana e pela Integridade Individual”. O artigo está estruturado em três partes: a primeira aborda o conceito de vulnerabilidade; a segunda relaciona a vulnerabilidade com o princípio do cuidado centrado no paciente; e a terceira trata da especial condição de vulnerabilidade do paciente idoso, com apresentação e discussão de casos ilustrativos. Conclui-se, por fim, que os pacientes idosos apresentam vulnerabilidade acrescida em razão da fragilidade da rede de proteção social, da assimetria da relação de cuidado e do risco de dano a que estão sujeitos nos cuidados diários em saúde.Subjetivação do idoso em materiais de educação/comunicação em saúde: uma análise na perspectiva foucaultiana10.1590/s0104-129020171613992018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZPaulino, Luciana FernandesSiqueira, Vera Helena Ferraz deFigueiredo, Gustavo de Oliveira
<em>Paulino, Luciana Fernandes</em>;
<em>Siqueira, Vera Helena Ferraz De</em>;
<em>Figueiredo, Gustavo De Oliveira</em>;
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Resumo Recentes investimentos na velhice mostram uma mudança de racionalidade que implica a construção de novas dinâmicas de poder, principalmente o biopolítico. A inauguração do discurso de “envelhecimento ativo e saudável” marca tal deslocamento do âmbito da assistência social ao da saúde, com ações de prevenção e promoção. Este artigo, fundamentado em noções foucaultianas sobre o saber/poder, com ênfase na questão do biopoder, a partir da contextualização de articulações entre processos de subjetivação da velhice acionadas em cenário neoliberal, apresenta um recorte da análise desenvolvida em uma pesquisa maior, concluída em 2013, a respeito de materiais de educação, prevenção e promoção de saúde dirigidos ao público idoso. Examina de que forma uma tecnologia de governamentalidade - a Caderneta de saúde da pessoa idosa, publicada pelo Ministério da Saúde do Brasil - viabiliza práticas de normalização de comportamentos e significados sobre saúde e velhice, atuando como um dispositivo de poder que se relaciona a discursos construídos em um determinado contexto sócio-histórico-cultural.A atuação do profissional de saúde residente em contato com a morte e o morrer10.1590/s0104-129020171630412018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZLima, Maria Juliana VieiraAndrade, Noeme Moreira de
<em>Lima, Maria Juliana Vieira</em>;
<em>Andrade, Noeme Moreira De</em>;
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Resumo Decorrente de um processo sócio-histórico, a morte tornou-se um tabu: há uma constrição do tema que o afasta do cotidiano e isola sua vivência. Assim, a formação dos profissionais de saúde em torno da temática é insuficiente em níveis de graduação e pós-graduação, este último na modalidade de residência em saúde, interferindo no cuidado para com pacientes em processo de morte e morrer. Este artigo visa compreender a percepção do profissional de saúde residente diante da atuação na morte e no morrer, e investigar a formação dos residentes sobre essa temática, a experiência de atuação nessas situações e o aparato teórico e técnico obtido. A pesquisa é de natureza qualitativa, fundamentada na hermenêutica fenomenológica, e seus dados foram coletados mediante entrevistas semiestruturadas com 14 médicos residentes de um hospital infantil vinculado à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Através das categorias de sentido encontradas, demarcou-se a carência de formação dos profissionais a respeito do tema, além dos sentimentos de despreparo, impotência e sofrimento relacionados à atuação diante da morte e do morrer. Destacou-se, ainda, a importância da interdisciplinaridade em saúde no trato com os pacientes nessa situação. Os resultados obtidos indicam o lugar dos programas de residência na tentativa de minimizar as complicações da carência da formação; apontam para a necessidade de espaços de cuidado para os profissionais; e destacam que a dimensão ética do cuidado a esses pacientes se sobrepôs às relações técnicas.Práticas alimentares de mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família na perspectiva da promoção da saúde10.1590/s0104-129020171703022018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZFerreira, Vanessa AlvesMagalhães, Rosana
<em>Ferreira, Vanessa Alves</em>;
<em>Magalhães, Rosana</em>;
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Resumo No Brasil, o diálogo entre o campo da nutrição e outras áreas de conhecimento, como as ciências humanas e sociais, tem contribuído para uma abordagem mais integradora e transdisciplinar, permitindo ricas análises acerca dos fenômenos sociais contemporâneos. Nesse debate, a promoção da saúde emerge como uma perspectiva instigante para os estudos acerca das práticas alimentares, os quais propõem dimensões importantes em suas análises, tais como o fortalecimento da autonomia dos sujeitos, o autocuidado e também a valorização das experiências subjetivas e do contexto sociocultural em que os indivíduos estão inseridos. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi investigar as práticas alimentares de mulheres pobres e obesas, dentro da perspectiva de promoção da saúde, a partir da valorização do espaço social. Para tanto, foram realizadas 24 entrevistas em profundidade e trinta em grupos focais com titulares do Bolsa Família, programa governamental de transferência condicionada de renda. Na metodologia, utilizou-se o instrumental qualitativo, a fim de melhor compreender as percepções, interpretações e práticas em torno da alimentação do grupo. Os resultados revelaram componentes fundamentais ao desenho de intervenções públicas voltadas à promoção de práticas alimentares saudáveis para a população pobre do país.A ocorrência de homicídios no município de São Paulo: mutações e tensões a partir das narrativas de moradores e profissionais10.1590/s0104-129020171702542018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZRuotti, CarenRegina, Fernanda LopesAlmeida, Juliana Feliciano deNasser, Marina Mattar SoukefPeres, Maria Fernanda Tourinho
<em>Ruotti, Caren</em>;
<em>Regina, Fernanda Lopes</em>;
<em>Almeida, Juliana Feliciano De</em>;
<em>Nasser, Marina Mattar Soukef</em>;
<em>Peres, Maria Fernanda Tourinho</em>;
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Resumo Este artigo objetiva descrever as mudanças na ocorrência de homicídios no município de São Paulo (MSP) nas últimas décadas e os fatores interligados a essas alterações, a partir das percepções de moradores e profissionais. Focaliza-se especificamente na transição entre elevadas taxas de homicídios e uma intensa queda verificada a partir dos anos 2000. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo que procura explorar, por meio das narrativas de moradores e profissionais de dois distritos administrativos do MSP, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela, as percepções sobre as diferentes manifestações de violência locais, com destaque para aquelas relacionadas à ocorrência dos homicídios (movimentos de ascendência, queda ou permanência no tempo) e as possíveis explicações para essa configuração. De forma geral, identificou-se que a maior parte dos entrevistados percebe cotidianamente a diminuição no número dos homicídios (embora isso não signifique um contexto livre de tensões), mobilizando, como explicações, aspectos por vezes controversos, com destaque para alterações nas condições de vida, mobilização comunitária, atuação policial e transformações na conformação da criminalidade.A profissionalização da gestão do voluntariado: um estudo de caso do departamento de voluntários do Hospital Israelita Albert Einstein10.1590/s0104-129020171702882018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBeckhauser, Sheila Patrícia RamosDomingues, Maria José Carvalho de Souza
<em>Beckhauser, Sheila Patrícia Ramos</em>;
<em>Domingues, Maria José Carvalho De Souza</em>;
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Resumo O trabalho voluntário passa de uma ação assistencialista para um processo que requer inovações de modo a alcançar eficiência em seus resultados, levando à profissionalização da gestão e obedecendo a critérios organizativos e estratégicos. Este estudo tem como objetivo compreender como é realizada a gestão do voluntariado a partir de um estudo de no Departamento de Voluntários do Hospital Israelita Albert Einstein. A pesquisa caracteriza-se como exploratória e qualitativa. Para coleta dos dados, foram utilizados documentos, observação e entrevistas. Foram entrevistados um coordenador e seis voluntários. Para análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo e a técnica categorial. Os resultados apontam que o voluntariado não pode agir de maneira independente dentro do hospital, embora a autonomia seja necessária para poder implementar ações que tragam resultados. O voluntariado deve atuar de maneira a se adequar às regras do hospital. Todas as suas ações precisam estar de acordo com os princípios e objetivos da instituição. Acredita-se que a gestão do voluntariado vai muito além da gestão de pessoas, gestão participativa, resultados ou aspectos assistencialistas, envolvendo aspectos mais amplos e processos tradicionais de administração juntamente com as características do voluntariado. A profissionalização da gestão é fundamental para buscar o aperfeiçoamento, a inovação e instrumentos que permitam prestar contas e ainda administrar todas as dinâmicas que envolvem o voluntariado.Vigilância em saúde ambiental no Brasil: heranças e desafios10.1590/s0104-129020171700932018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBezerra, Anselmo César Vasconcelos
<em>Bezerra, Anselmo César Vasconcelos</em>;
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Resumo Este artigo apresenta alguns pontos do debate sobre o campo da saúde ambiental, em especial sobre o surgimento da vigilância em saúde ambiental no âmbito das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Para sua construção, realizou-se uma revisão teórica e uma análise de alguns instrumentos normativos que regulam essa área de vigilância. O texto está estruturado em quatro partes: num primeiro momento, destacaremos a importância da compreensão da saúde ambiental como um campo interdisciplinar; o segundo tópico corresponde a um breve histórico das relações entre saúde e ambiente; na terceira seção destacamos a discussão sobre as categorias de promoção e vigilância à saúde, quando discutiremos suas heranças e desafios; por fim, debatemos a questão da vigilância em saúde ambiental, apresentando sua organização enquanto parte integrante do SUS, seus marcos teóricos e institucionais. Concluímos que a área da vigilância em saúde ambiental no Brasil apresenta alguns importantes avanços e está em processo de amadurecimento, haja vista as constantes modificações na sua estrutura regulatória, mas também consideramos lenta a incorporação das questões ambientais no campo das políticas públicas de saúde.Gestão da água e saneamento básico: reflexões sobre a participação social10.1590/s0104-129020171705562018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZSouza, Cezarina Maria Nobre
<em>Souza, Cezarina Maria Nobre</em>;
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Resumo Tendo como objeto a participação social na gestão dos recursos hídricos no Brasil, este trabalho, ao analisar o texto da política nacional (Lei nº 9.433/1997) e a produção científica correlata, pretende contribuir para o aperfeiçoamento da governança desses recursos no país. Tal proposição é relevante em si mesma, haja vista o destaque dado pela literatura científica à gestão participativa da água, ainda mais em um contexto de escassez, como o que persiste em algumas regiões brasileiras. Além disso, as contribuições pretendidas também poderão ser úteis para a área de saneamento básico, ainda neófita no exercício dessas práticas e com quem os recursos hídricos estão intimamente associados. A análise revelou a importância das disposições legais existentes, que determinam a participação como princípio orientador das práticas exercidas. Indicou, também, fatores cuja atuação redunda em uma participação assimétrica, limitada, excludente ou até mesmo nula. Concluiu-se que, para superar tais fatores em prol da efetividade do controle social, a ampla capacitação dos agentes sociais constitui ação necessária.Uma contribuição da metodologia Peir para o estudo de uma pequena cidade na Amazônia: Ponta de Pedras, Pará10.1590/s0104-129020171708612018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZLima, Viviana MendesCosta, Sandra Maria Fonseca daRibeiro, Helena
<em>Lima, Viviana Mendes</em>;
<em>Costa, Sandra Maria Fonseca Da</em>;
<em>Ribeiro, Helena</em>;
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Resumo Este artigo objetivou analisar a contribuição da metodologia Peir para estudo de uma pequena cidade da Amazônia a partir da análise do modo de vida da população. Como procedimento metodológico procurou-se entender a relação entre aspectos de urbanização conectados à globalização e saúde da população dessa cidade. Foram obtidos dados em campo, os quais permitiram analisar a situação de saúde em dois setores urbanos. A metodologia Pressão-Estado-Impacto-Resposta (Peir), desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e adaptada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), servirá de suporte para a compreensão dos impactos na saúde da população a partir do acesso a infraestruturas disponíveis, entre elas o abastecimento de água. O local de estudo é cidade de Ponta de Pedras, situada na Ilha do Marajó, estado do Pará, Brasil. Como resultado nota-se a necessidade de intervenções imediatas por parte do poder público para minimizar os impactos das condições de vulnerabilidade sobre as populações.Contracepção de emergência no Brasil: desafios para a assistência farmacêutica10.1590/s0104-129020170000002018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBrandão, Elaine ReisCabral, Cristiane da Silva
<em>Brandão, Elaine Reis</em>;
<em>Cabral, Cristiane Da Silva</em>;
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Articulações entre contracepção, sexualidade e relações de gênero10.1590/s0104-129020170000012018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZCabral, Cristiane da Silva
<em>Cabral, Cristiane Da Silva</em>;
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Resumo O artigo propõe uma abordagem socioantropológica para discutir questões ainda candentes em torno da contracepção, sobretudo no contexto brasileiro. A prática contraceptiva compreende uma série de decisões e lógicas complexas entranhadas em múltiplos domínios da vida, requerendo análises acerca de práticas e representações sobre contracepção, maternidade, conjugalidade, família, prazer e sexualidade, sem que se deixe de considerar aspectos materiais cruciais como a oferta contraceptiva (disponibilidade de serviços e métodos). São revisitadas algumas contribuições sociológicas e antropológicas que oferecem chaves de interpretação para o entendimento dos percursos contraceptivos femininos e permitem a discussão acerca dos processos decisórios relativos à contracepção. O artigo problematiza a equação simplista entre gestações imprevistas e falta de informação e/ou acesso adequado aos métodos contraceptivos, ou ainda, como reflexo de uma suposta restrita racionalidade e/ou responsabilidade dos sujeitos em relação à vida contraceptiva - tendências ainda hegemônicas em campos disciplinares como a saúde pública e a demografia. As reflexões propostas ressaltam a necessidade de ponderar as assimetrias de gênero e as mediações biográficas, contextuais e culturais subjacentes nos processos que engendram um evento reprodutivo. Este tipo de análise abre espaço para introdução de discussões sobre sexualidade e sua conexão com as formas como as pessoas lidam com a contracepção e a reprodução. Trata-se de um artigo teórico que procura contribuir para o debate sobre a cultura contraceptiva no Brasil.Atuação profissional dos farmacêuticos no Brasil: perfil sociodemográfico e dinâmica de trabalho em farmácias e drogarias privadas10.1590/s0104-129020170000022018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZOliveira, Naira Villas Boas Vidal deSzabo, IolandaBastos, Luiza LenaPaiva, Sabrina Pereira
<em>Oliveira, Naira Villas Boas Vidal De</em>;
<em>Szabo, Iolanda</em>;
<em>Bastos, Luiza Lena</em>;
<em>Paiva, Sabrina Pereira</em>;
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Resumo Discute-se, neste estudo, o contexto de atuação profissional de farmacêuticos que trabalham em drogarias no Brasil, participantes da pesquisa Uma investigação socioantropológica no âmbito das farmácias: posição de farmacêuticos e balconistas sobre a contracepção de emergência, uma pesquisa mais ampla, realizada entre 2012 e 2014, com o objetivo de conhecer as concepções e práticas dos farmacêuticos e balconistas sobre a comercialização da contracepção de emergência no país. Neste artigo, abordam-se o perfil sociodemográfico dos respondentes e sua dinâmica de trabalho nos estabelecimentos privados onde atuam como farmacêuticos. A coleta de dados se deu por meio de um questionário on-line, anônimo e autoaplicado, disponível na Plataforma DataSUS/FormSUS, e a divulgação do estudo contou com apoio de órgãos de classe da categoria profissional em questão. Participaram, voluntariamente, 383 farmacêuticos (n=383) - 74,5% do sexo feminino e 25,5%, do masculino -, cuja maioria tinha até 30 anos de idade (61,3%), constituindo um grupo jovem de profissionais, formados há no máximo cinco anos (65%) em faculdades privadas. A Região Sudeste do país congrega 64,9% dos respondentes, seguida pela Região Sul, com 16,4%. Em relação à atuação profissional, 80% deles atuavam como responsáveis técnicos. São discutidas as atividades por eles exercidas, suas formas de atualização profissional e os desafios do ambiente de trabalho para se dedicarem à dispensação de medicamentos, proporcionando reflexões que buscam valorizar tal prática profissional junto à população atendida. Percebe-se que as atribuições clínicas dos farmacêuticos sofrem constrangimentos no espaço das drogarias, em razão da expansão e recrudescimento do comércio varejista de medicamentos.O atendimento farmacêutico às consumidoras da contracepção de emergência10.1590/s0104-129020170000032018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBrandão, Elaine Reis
<em>Brandão, Elaine Reis</em>;
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Resumo O artigo aborda alguns resultados da pesquisa Uma investigação socioantropológica no âmbito das farmácias: posição de farmacêuticos e balconistas sobre a contracepção de emergência, uma pesquisa mais ampla, realizada entre 2012 e 2014, com o objetivo de conhecer as concepções e práticas dos farmacêuticos e balconistas sobre a comercialização da contracepção de emergência no país. A coleta de dados entre os farmacêuticos se deu por meio de um questionário on-line, anônimo e autoaplicado, disponível na Plataforma DataSUS/FormSUS, e a divulgação do estudo contou com apoio de órgãos de classe da categoria profissional em foco. Obteve-se a participação voluntária de 383 farmacêuticos, 74,5% pertencentes ao sexo feminino e 25,5%, ao masculino, e a maioria (78,1%) afirmou que os consumidores costumam apresentar dúvidas sobre a contracepção de emergência e seu uso, e procuram os profissionais para saná-las. A maior parte dos entrevistados (88,4%) já buscou informações a respeito da contracepção de emergência, e uma parcela significativa deles (49,9%) desconhece sua distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento farmacêutico às consumidoras é problematizado, tendo em vista a importância de incluir esse profissional no debate público nacional sobre o tema e de valorizar sua atuação clínica em farmácias e drogarias. São discutidas, por fim, a questão do uso racional de medicamentos e as possíveis contribuições das ciências sociais ao tema.Contracepções diversas: uma leitura crítica do dossiê “Contracepção de emergência no Brasil: desafios para a assistência farmacêutica”10.1590/s0104-129020170000042018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZAzize, Rogerio Lopes
<em>Azize, Rogerio Lopes</em>;
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Errata10.1590/s0104-12902017263100a2018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00Z