• Métodos para avaliação da efetividade de vacinas para COVID-19 com ênfase em abordagens quase-experimentais Destaque

    Pescarini, Julia Moreira; Teixeira, Camila Silveira Silva; Cruz, Enny Paixão; Ortelan, Naia; Pinto, Priscila Fernanda Porto Scaff; Ferreira, Andrêa Jacqueline Fortes; Alves, Flavia Jôse Oliveira; Pinto Junior, Elzo Pereira; Falcão, Ila Rocha; Rocha, Aline dos Santos; Silva, Nivea Bispo da; Ortiz, Renzo Flores; Saavedra, Ramon da Costa; Oliveira, Vinicius de Araújo; Ribeiro-Silva, Rita de Cássia; Ichihara, Maria Yury Travassos; Boaventura, Viviane; Barral Netto, Manoel; Kerr, Ligia Regina Franco Sansigolo; Werneck, Guilherme Loureiro; Barreto, Mauricio L.

    Resumo em Português:

    Resumo A avalição da efetividade de vacinas é feita com dados do mundo real e é essencial para monitorar o desempenho dos programas de vacinação ao longo do tempo bem como frente a novas variantes. Até o momento, a avaliação da efetividade das vacinas para COVID-19 tem sido baseada em métodos clássicos como estudos de coorte e caso controle teste-negativo, que muitas vezes podem não permitir o adequado controle dos vieses intrínsecos da alocação das campanhas de vacinação. O objetivo dessa revisão foi discutir os desenhos de estudo disponíveis para avaliação de efetividade das vacinas, enfatizando os estudos quase-experimentais, que buscam mimetizar os estudos aleatorizados ao introduzir um componente exógeno para atribuição ao tratamento, bem como suas vantagens, limitações e aplicabilidade no contexto dos dados brasileiros. O emprego de métodos quase-experimentais, incluindo as séries temporais interrompidas, o método de diferença em diferenças, escore de propensão, variáveis instrumentais e regressão descontínua, são relevantes pela possibilidade de gerar estimativas mais acuradas da efetividade de vacinas para COVID-19 em cenários como o brasileiro, que se caracteriza pelo uso de várias vacinas, com respectivos número e intervalos entre doses, aplicadas em diferentes faixas etárias e em diferentes momentos da pandemia.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The evaluation of vaccine effectiveness is conducted with real-world data. They are essential to monitor the performance of vaccination programmes over time, and in the context of the emergence of new variants. Until now, the effectiveness of COVID-19 vaccines has been assessed based on classic methods, such as cohort and test-negative case-control studies, which may often not allow for adequate control of inherent biases in the assignment of vaccination campaigns. The aim of this review was to discuss the study designs available to evaluate vaccine effectiveness, highlighting quasi-experimental studies, which seek to mimic randomized trials, by introducing an exogenous component to allocate to treatment, in addition to the advantages, limitations, and applicability in the context of Brazilian data. The use of quasi-experimental approaches, such as interrupted time series, difference-in-differences, propensity scores, instrumental variables, and regression discontinuity design, are relevant due to the possibility of providing more accurate estimates of COVID-19 vaccine effectiveness. This is especially important in scenarios such as the Brazilian, which characterized by the use of various vaccines, with the respective numbers and intervals between doses, applied to different age groups, and introduced at different times during the pandemic.
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