• Cuidado integral às mulheres vítimas de violência ARTIGOS DE REVISÃO

    Alcantara, Patrícia Pereira Tavares de; Carneiro, Fernando Ferreira; Pessoa, Vanira Matos; Pinto, Antonio Germane Alves; Machado, Maria de Fátima Antero Sousa

    Resumo em Português:

    Resumo A violência direcionada à mulher é definida como todo ato resultante das relações de gênero que cause morte, dano físico, sexual, psicológico, patrimonial e moral. O cuidado integral possibilita que o profissional conheça a rede de apoio, a fim de orientá-las e encaminhá-las aos serviços, e valorize queixas/anseios. Objetivou-se identificar a produção científica acerca do cuidado integral às mulheres vítimas de violência. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A coleta de dados ocorreu com busca pareada e independente de duas pesquisadoras, nos bancos Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Science, LILACS, BDENF e SciELO, no período de janeiro e fevereiro de 2023. Foram utilizados critérios de elegibilidade, Descritores em Ciências da Saúde e Medical Subject Headings, totalizando dez artigos. Na análise dos dados, utilizou-se o software Iramuteq. Verificou-se grandes desafios para o cuidado integral, e que a violência contra a mulher, por ser uma problemática social grave, demanda políticas de saúde, educação, assistência social e segurança pública. Conclui-se que as ações integrais no cuidado à mulher vítima de violência demonstram forte vínculo com as práticas de acolhimento, humanização, além de perpassarem o âmbito interdisciplinar e intersetorial.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Violence against women is defined as any act resulting from gender relations that cause death or physical, sexual, psychological, property and moral harm. Comprehensive care requires professionals understanding the support network to guide and refer women victims of violence to services and to value complaints/anxieties. The objective of this study was to identify the scientific production of comprehensive care for women victims of violence. This is an integrative literature review. Data collection was performed via a paired and independent search by two researchers in the Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Science, LILACS, BDENF and SciELO databases between January and February 2023. After applying the eligibility criteria and descriptors in health sciences and medical subject headings, ten articles were retrieved. IRAMUTEQ software was used for data analyses. There are great challenges in implementing comprehensive care, and violence against women, as a serious social problem, demands health, education, social assistance and public security policies. The comprehensive actions taken in the care of women victims of violence demonstrate a strong link with the practices of reception and humanization, in addition to an interdisciplinary and intersectoral scope.
  • Processos formativos para o enfrentamento das violências contra as mulheres no setor saúde: uma revisão integrativa ARTIGOS DE REVISÃO

    Oliveira, Julia Costa de; Pires, Kênia Araújo; Evangelista, Janete Gonçalves; Santos, Ana Pereira dos; Bevilacqua, Paula Dias

    Resumo em Português:

    Resumo O setor saúde compõe a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres, sendo necessário que os seus serviços ofertem atenção qualificada, o que se depara com o desafio de uma exígua formação de seus profissionais sobre a temática, mesmo que esteja prevista na Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Este estudo busca analisar como profissionais da saúde têm se qualificado para atuar no enfrentamento da violência contra as mulheres no Brasil. A partir de uma revisão integrativa da literatura, 16 artigos foram analisados, abordando tanto trajetórias formativas quanto experiências de formação no contexto acadêmico e em serviço. A formação sobre violências contra as mulheres se mostrou insuficiente, o que pode ocasionar oportunidades perdidas de detecção, atendimento e encaminhamento dos casos no setor de saúde ou para outros serviços da rede de atendimento. Foram identificados processos formativos ocorridos em graduações e em serviço, todos no âmbito da atenção primária à saúde, que podem impulsionar futuras formações, necessidade reafirmada em todos os artigos. Sugerem-se parcerias entre universidades e Sistema Único de Saúde, bem como processos formativos reflexivos e participativos que considerem a complexidade social das violências contra as mulheres.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The health sector can contribute to the combat of violence against women, if its services offer qualified care, but there are challenges such as the lack of health professional qualification, even though it is provided in the National Policy to Combat Violence Against Women. This study aims to analyze how health workers have been qualified to act in the prevention and confrontation of violence against women in Brazil. An integrative literature review was made and sixteen articles were analyzed, addressing training trajectories and experience reports, both in the academic and the health service context. The training on this theme proved to be insufficient, which could lead to missed opportunities for detection, care and referral of these cases to the health sector or others related to the care network. Reports on educational experiences were identified in degree courses and in Primary Health Care services, which could boost future educational processes, a need reaffirmed in all the articles. The university, in collaboration with the Unified Health System (SUS), can contribute with reflective, participatory educational processes that consider the social complexity of violence against women.
  • Epidemiologia da violência obstétrica: uma revisão narrativa do contexto brasileiro ARTIGOS DE REVISÃO

    Leite, Tatiana Henriques; Marques, Emanuele Souza; Corrêa, Rachel Geber; Leal, Maria do Carmo; Olegário, Bheatriz da Costa Diniz; Costa, Rafaelle Mendes da; Mesenburg, Marilia Arndt

    Resumo em Português:

    Resumo O objetivo da revisão é apresentar o estado da arte da violência obstétrica no Brasil. Os termos mais utilizados são “violência obstétrica”, “desrespeitos e abusos” e “maus-tratos”. Em relação à mensuração, o instrumento mais utilizado é baseado na definição de “Maus-Tratos”, ainda em fase inicial de avaliações e sem adaptação para o Brasil. A prevalência da violência obstétrica varia nos estudos nacionais devido a fatores metodológicos e tipo de puérpera. Em relação aos fatores de risco, mulheres adolescentes ou com mais de 35 anos, negras, com baixa escolaridade, usuárias do SUS, com parto vaginal ou aborto estão sob risco. Relações hierárquicas entre equipe de saúde e família também são relevantes, assim como estruturas hospitalares inadequadas, falta de leitos, profissionais de saúde insuficientes, contribuem para a violência obstétrica. As consequências da violência obstétrica são: risco aumentado de depressão e TEPT, menor probabilidade de realizar consultas pós-parto e puericultura e dificuldades para amamentar. Intervenções para mitigar a violência obstétrica devem ser empreendidas considerando o empoderamento das mulheres, a capacitação dos profissionais de saúde, a vigilância da violência obstétrica e o amparo legal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The aim of this review is to present the state of the art regarding obstetric violence in Brazil. The most commonly used terms are “obstetric violence,” “disrespect and abuse,” and “mistreatment”. Concerning measurement, the most widely used instrument is based on the definition of “mistreatment,” still in its early stages of evaluation and lacking adaptation to Brazil. The prevalence of obstetric violence varies widely in national studies due to methodological factors and the type of postpartum women considered. Regarding risk factors, adolescent or women over 35, non-white, with low education levels, users of the public health system (SUS), those who had vaginal birth or abortion, are at higher risk. Hierarchical relationships between the healthcare team and the family are also relevant, as well as inadequate hospital structures, bed shortages, and insufficient healthcare professionals, which contribute to obstetric violence. The consequences of this violence include an increased risk of postpartum depression and PTSD, reduced likelihood of attending postpartum and childcare consultations, and difficulties in exclusive breastfeeding. Interventions to mitigate obstetric violence should consider women’s empowerment, healthcare professionals’ training, monitoring obstetric violence, and legal support.
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