• O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção Articles

    Czeresnia, Dina

    Resumo em Português:

    A autora apresenta uma perspectiva que considera fundamental para a compreensão da diferença entre prevenção - associada ao discurso tradicional da saúde pública - e promoção da saúde, uma idéia dentro da qual propostas estão sendo apresentadas para repensar e redirecionar as práticas em saúde pública. Essa perspectiva tem a ver com os limites dos conceitos da saúde e da doença em relação à experiência concreta das mesmas. Por um lado, a consciência prática desse limite implica em mudanças abrangentes na maneira pela qual o conhecimento científico se relaciona com, e é usado para, a formulação e organização das práticas sanitárias; por outro, os projetos de promoção da saúde também lançam mão dos conceitos orientadores do discurso preventivista. Isso leva a certas dificuldades que aparecem como inconsistências ou áreas nebulosas na operacionalização dos projetos de promoção, que nem sempre conseguem se diferenciar das práticas preventivas tradicionais.

    Resumo em Inglês:

    In this article the author presents a point of view which she considers central to understanding the difference between prevention - associated with the traditional discourse of public health - and health promotion, an idea in connection with which proposals are now being presented for rethinking and redirecting public health practices. This perspective relates to the limits of the health and disease concepts in relation to the concrete experiences of health and illness. On the one hand, practical awareness of this limit implies far-reaching changes in the way scientific knowledge is related to (and used in) the formulation and organization of health practices; on the other, health promotion projects also avail themselves of the concepts guiding the discourse of prevention. This leads to certain difficulties that appear as inconsistencies or gray areas in the operationalization of promotion projects, which do not always succeed in asserting their nature as distinct from traditional preventive practices.
  • As atitudes das mulheres em relação ao aborto e ao uso de métodos anticoncepcionais influenciam na sua opção pela esterilização? Articles

    Vieira, Elisabeth Meloni

    Resumo em Português:

    Este artigo analisa as atitudes em relação ao aborto e uso de métodos anticoncepcionais entre mulheres de baixa renda moradoras da periferia da região metropolitana de São Paulo. Uma subamostra de 583 mulheres participantes uma pesquisa realizada em 1992 é examinada, mostrando que o mais importante atributo de um método contraceptivo é a sua efetividade, especialmente para as esterilizadas. As mulheres que tomavam pílula tinham menor chance de concordar que o melhor método era a esterilização, por causa de sua efetividade. Mulheres esterilizadas, comparadas às usuárias da pílula, tinham menos chance de confiar na pílula e relataram efeitos adversos causados pelo uso do anticoncepcional. Muitas acham o aborto inaceitável, exceto nos casos em que há risco de vida para a mulher. Mulheres que usam métodos mais efetivos mostraram ter atitudes mais fortes contra o aborto. A tendência para submeter-se à esterilização mais jovem foi encontrada associada com atitudes mais negativas em relação ao aborto. As atividades de planejamento familiar no sistema de atenção primária à saúde deveriam incluir o aconselhamento individual para o uso de contraceptivos.

    Resumo em Inglês:

    This paper analyzes the attitudes of low-income women towards abortion and contraception. A survey was conducted in 1992 with a total of 3,149 childbearing-age women living on the outskirts of the Greater Metropolitan São Paulo Area. The study focuses on a sub-sample of 583 women. Attitudes of sterilized and non-sterilized women are compared. Women, especially those sterilized, found the most important attribute of a contraceptive method to be its effectiveness. Women currently taking the pill were less likely than those sterilized to agree that sterilization was the best method because of its effectiveness. Sterilized women were less likely than non-sterilized women to trust the pill. Sterilized women were more likely than non-sterilized to have reported adverse effects from the pill. Most women found abortion unacceptable except in the case of risk to the woman's life. Women using more effective methods showed stronger negative attitudes towards abortion. The tendency to be sterilized while still young was associated with more negative attitudes towards abortion. Family planning activities in basic health care services should include individual counseling for contraceptive use.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br