• Amamentação e câncer de mama: estudo de caso-controle no Sul do Brasil Articles

    Tessaro, Sérgio; Béria, Jorge U.; Tomasi, Elaine; Victora, Cesar G.

    Resumo em Português:

    Para investigar esta relação, entre amamentação e câncer de mama no Sul do Brasil, utilizou-se um delineamento de caso-controle com dois grupos de controles, emparelhados por idade. Foram identificados 250 casos de câncer de mama em mulheres de 20 a 60 anos e 1.020 controles hospitalares e controles de vizinhança. As principais variáveis estudadas foram a ocorrência e o tempo da amamentação. A análise multivariada foi realizada por meio de regressão logística condicional, não encontrando efeito protetor da amamentação contra o câncer de mama. A razão de odds (RO) para quem amamentou foi de 0,9 (IC95%: 0,8-1,2) comparando-se com quem não amamentou. Para as mulheres que amamentaram por seis meses ou menos, a RO foi de 1,0 (IC95%: 0,6-1,8). Entre as mulheres na pré-menopausa que amamentaram por mais de 25 meses, a RO foi de 0,95 (IC95%: 0,5-3,5) e na pós-menopausa foi de 1,27 (IC95%: 0,5-3,1) comparando-se com o grupo das que não amamentaram.

    Resumo em Inglês:

    To investigate the relationship between breastfeeding and breast cancer in Southern Brazil, a case-control design was employed, with two age-matched control groups. A total of 250 cases of breast cancer were identified in women from 20 to 60 years of age, with 1,020 hospital and community controls. The main study variables were occurrence of breastfeeding and duration of breastfeeding. A multivariate conditional logistic regression analysis was employed. According to the results, breastfeeding did not have a protective effect against breast cancer. The odds ratio (OR) for women who breastfed was 0.9 (95% CI: 0.8-1.2) compared to women who did not breastfeed. For women who breastfed for six months or less, the OR was 1.0 (95% CI: 0.6-1.8). In pre-menopausal women who breastfed for more than 25 months, the OR was 0.95 (95% CI: 0.5-3.5), and in post-menopausal women OR was 1.27 (95% CI: 0.5-3.1), compared to women who had not breastfeed.
  • Aceitabilidade da anticoncepção de emergência no Brasil, Chile e México. 2 - Fatores que poderiam facilitar ou dificultar sua introdução Articles

    Díaz, Soledad; Hardy, Ellen; Alvarado, Gloria; Ezcurra, Enrique

    Resumo em Português:

    Foram identificados fatores que poderiam facilitar ou dificultar a introdução da anticoncepção de emergência (AE) no Brasil, Chile e México. Foram levantadas informações sobre o contexto sócio-cultural, político e legal bem como sobre as características dos serviços da saúde reprodutiva. As opiniões de potenciais usuários e possíveis provedores foram obtidas por meio de grupos de discussão, e as das autoridades e outras pessoas influentes por intermédio de entrevistas semi-estruturadas. Os obstáculos incluíram: percepção da AE como abortiva; oposição da Igreja Católica; pouco reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos; pouca educação sexual; e falta de sensibilidade frente às questões de gênero. Os facilitadores foram: percepção da AE como um método que poderia prevenir o aborto e a gravidez entre adolescentes e vítimas de estupro; interesse no método mostrado por potenciais usuárias, bem como por alguns provedores e autoridades. Parece possível reduzir as barreiras identificadas com o apoio dos segmentos da sociedade comprometidos com a melhora da saúde sexual e reprodutiva, e com o treinamento adequado dos provedores de saúde.

    Resumo em Inglês:

    A multi-center study was performed in Brazil, Chile, and Mexico to identify factors that may facilitate or hinder the introduction of emergency contraception (EC) as well as perceptions concerning emergency contraceptive pills. Background information on the socio-cultural, political, and legal context and the characteristics of reproductive health services was collected. The opinions of potential users and providers were obtained through discussion groups, and those of authorities and policymakers through semi-structured interviews. Barriers to introduction included: perception of EC as an abortifacient, opposition by the Catholic Church, limited recognition of sexual and reproductive rights, limited sex education, and insensitivity to gender issues. Facilitating factors were: perception of EC as a method that would prevent abortion and pregnancy among adolescents and rape victims; interest in the method shown by potential users as well as by some providers and authorities. It appears possible to reduce barriers through support from segments of society committed to improving sexual and reproductive health and adequate training of health care providers.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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