• Aborto e saúde sexual e reprodutiva entre dependentes químicas brasileiras Article

    Diehl, Alessandra; Pillon, Sandra Cristina; Santos, Manoel Antonio dos; Laranjeira, Ronaldo

    Resumo em Português:

    Resumo: O aborto é uma questão altamente sensível e com relevância para a saúde pública. Entretanto, poucos estudos clínicos ou populacionais já examinaram o aborto provocado em usuárias de drogas. O estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de aborto provocado e condições sexuais em uma amostra de usuárias hospitalizadas. Foi realizado um estudo transversal em uma unidade hospitalar para tratamento de dependência química em São Paulo, Brasil, com uma amostra de 616 pacientes entre 18 e 75 anos de idade. Foram avaliados dados sóciodemográficos, comportamento sexual e gravidade da dependência química e a associação com o aborto provocado. Entre as próprias usuárias e seus parceiros masculinos, 27% relataram história de aborto. A média de idade era 34,6±10.9 anos, 34,9% tinham diagnóstico de dependência alcoólica grave, 33% tinham diagnóstico de níveis graves de outras dependências química, 69,6% usavam cocaína (inalada e/ou fumada) e álcool era a droga de escolha para 30,4% da amostra. Quando comparadas aos parceiros masculinos, as mulheres relatavam chances mais elevadas nos seguintes itens: história de aborto (OR = 2,9; IC95%: 1,75-4,76), falta de uso de preservativo (OR = 1,7; IC95%: 1,09-2,75), história de DSTs (OR = 2,0; IC95%: 1,35-3,23) e uso da pílula do dia seguinte (OR = 3,2; IC95%: 1,29-5,73). Os pacientes com dependência de álcool e outras drogas apresentam comportamentos de alto risco para uso nulo ou esporádico de preservativos, contribuindo para a gravidez não planejada e o aborto provocado, fazendo com que essa população vulnerável seja um grupo que merece atenção especial nos programas de prevenção em saúde sexual e nos esforços de promoção da saúde para a redução do aborto provocado.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: El aborto es una cuestión altamente sensible y relevante para la salud pública. Pese a ello, pocos estudios clínicos o poblacionales han analizado el aborto provocado en consumidoras de drogas. El estudio tiene como objetivo evaluar la prevalencia de aborto provocado y las condiciones sexuales en una muestra de drogodependientes hospitalizadas. Se realizó un estudio trasversal en una unidad hospitalaria para el tratamiento de dependencia a drogas en Sao Paulo, Brasil, con una muestra de 616 pacientes entre 18 y 75 años de edad. Se evaluaron datos sociodemográficos, comportamiento sexual y gravedad de la drogodependencia y su asociación con el aborto provocado. Entre las propias drogodependientes y sus parejas masculinas, un 27% informaron de un historial de aborto. La media de edad era 34,6±10.9 años, un 34,9% tenían un diagnóstico de dependencia alcohólica grave, un 33% tenían un diagnóstico de niveles graves de otras dependencias a drogas, un 69,6% consumían cocaína (inhalada y/o fumada) y el alcohol era la droga de elección para un 30,4% de la muestra. Cuando se compara con las parejas masculinas, las mujeres presentaban oportunidades más elevadas en los siguientes ítems: historial de aborto (OR = 2,9; IC95%: 1,75-4,76), falta de uso de preservativo (OR = 1,7; IC95%: 1,09-2,75), historial de DSTs (OR = 2,0; IC95%: 1,35-3,23) y uso de la píldora del día siguiente (OR = 3,2; IC95%: 1,29-5,73). Los pacientes con dependencia del alcohol y otras drogas presentan comportamientos de alto riesgo, asociados a un uso nulo o esporádico de preservativos, contribuyendo al embarazo no planeado y al aborto provocado, ocasionando que esa población vulnerable sea un grupo que merece atención especial en los programas de prevención en salud sexual y en los esfuerzos de promoción de la salud para la reducción del aborto provocado.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Abortion is a very sensitive issue with relevance to public health; however few clinical or population-based studies have examined induced abortion among drug users. The study aims to evaluate the prevalence of induced abortion and sex-related conditions in an inpatient drug user sample. A cross-sectional design study was conducted in an inpatient addiction treatment unit in São Paulo, Brazil, with a sample of 616 patients, aged 18-75. Sociodemographic data, sexual behavior, and dependence severity were evaluated in relation to induced abortion. Approximately 27% of patients reported having a history of abortion (themselves in the case of women or partners in the case of men). The mean age was 34.6±10.9 years old, 34.9% diagnosed with severe alcohol dependence, 33% were diagnosed with severe levels of dependence on other drugs, 69.6% were diagnosed cocaine users (inhaled and smoked), and alcohol was the drug of choice for 30.4%. Chances of having a history of abortion is greater for women than for men with a odds ratio (OR = 2.9; 95%CI: 1.75-4.76), (OR = 1.7; 95%CI: 1.09-2.75) of no condom use; (OR = 2.0; 95%CI: 1.35-3.23) of history of STI and (OR = 3.2; 95%CI: 1.29-5.73) use of morning-after pill. Drug- and alcohol-dependent patients have high-risk behaviours of sporadic use or no-condom use which contribute to unplanned pregnancy and induced abortion, making this vulnerable population a group which deserves special attention in sexual health prevention programmes and health promotion efforts for the reduction of induced abortion.
  • Prevalência de sífilis e HIV em gestantes encarceradas e incidência de sífilis congênita em crianças nascidas em prisões brasileiras Article

    Domingues, Rosa Maria Soares Madeira; Leal, Maria do Carmo; Pereira, Ana Paula Esteves; Ayres, Barbara; Sánchez, Alexandra Roma; Larouzé, Bernard

    Resumo em Português:

    Resumo: O estudo teve como objetivos estimar a prevalência de infecção de sífilis e HIV na gravidez, transmissão vertical de sífilis e incidência de sífilis congênita em filhos de mulheres encarceradas no Brasil, comparar as taxas com aquelas observadas em gestantes não encarceradas e verificar os fatores maternos associados à sífilis gestacional em mulheres encarceradas e não encarceradas. Usamos os dados de dois inquéritos nacionais realizados entre 2011 e 2014. O estudo Nascer no Brasil incluiu 23.894 mulheres não encarceradas atendidas em 266 hospitais. O estudo sobre Saúde Materno-Infantil nas Prisões do Brasil incluiu 495 mulheres encarceradas, entre gestantes e mães vivendo com seus filhos, de acordo com um censo realizado em 33 presídios femininos. Os dois estudos usaram a mesma definição de casos e os mesmos métodos de coleta de dados. O teste do qui-quadrado foi utilizado para comparar as características das mães encarceradas e não encarceradas, com significância definida em p < 0,05. Nas mulheres encarceradas, a prevalência estimada de sífilis gestacional era 8,7% (IC95%: 5,7-13,1) e para infecção pelo HIV era 3,3% (IC95%: 1,7-6,6); a taxa de transmissão vertical da sífilis foi 66,7% (IC95%: 44,7-83,2) e a incidência de sífilis congênita foi 58,1 por 1.000 nascidos vivos (IC95%: 40,4-82,8). As mulheres encarceradas mostraram uma prevalência mais alta de sífilis e de infecção pelo HIV durante a gravidez, pior qualidade de atendimento pré-natal e níveis mais elevados de vulnerabilidade social, quando comparadas às mulheres não encarceradas. A sífilis mostrou ser indicador de vulnerabilidade social em mulheres não encarceradas, mas não em mulheres encarceradas. Os achados destacam a importância de iniciativas nas prisões para reduzir as desigualdades na assistência à saúde e de cuidados adequados durante o período pré-natal e parto.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Los objetivos del estudio fueron estimar la prevalencia de infección de sífilis y VIH en el embarazo, la transmisión vertical de sífilis y la incidencia de sífilis congénita en hijos de mujeres encarceladas en Brasil, además de comparar las tasas con las observadas en gestantes no encarceladas y verificar los factores maternos asociados a la sífilis gestacional en mujeres encarceladas y no encarceladas. Usamos los datos de dos encuestas nacionales, realizadas entre 2011 y 2014. El estudio Nacer en Brasil incluyó a 23.894 mujeres no encarceladas, atendidas en 266 hospitales. El estudio sobre Salud Materno-Infantil en las Prisiones de Brasil incluyó a 495 mujeres encarceladas, entre gestantes y madres, viviendo con sus hijos, de acuerdo con un censo realizado en 33 presidios femeninos. Los dos estudios usaron la misma definición de casos y los mismos métodos de recogida de datos. El test del chi-quadrado se utilizó para comparar las características de las madres encarceladas y no encarceladas, con significancia definida en p < 0,05. En las mujeres encarceladas, la prevalencia estimada de sífilis gestacional era 8,7% (IC95%: 5,7-13,1) y para infección por VIH era 3,3% (IC95%: 1,7-6,6); la tasa de transmisión vertical de la sífilis fue 66,7% (IC95%: 44,7-83,2) y la incidencia de sífilis congénita fue 58,1 por 1.000 nacidos vivos (IC95%: 40,4-82,8). Las mujeres encarceladas mostraron una prevalencia más alta de sífilis y de infección por VIH durante el embarazo, peor calidad de atención prenatal y niveles más elevados de vulnerabilidad social, cuando se comparan con las mujeres no encarceladas. La sífilis mostró ser un indicador de vulnerabilidad social en mujeres no encarceladas, pero no en no mujeres encarceladas. Los hallazgos destacan la importancia de iniciativas en las prisiones para reducir las desigualdades en la asistencia a la salud y de cuidados adecuados durante el período prenatal y parto.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This study aimed to estimate the prevalence of syphilis and HIV infection during pregnancy, the mother to child transmission of syphilis and the incidence of congenital syphilis in incarcerated women in Brazil; to compare these rates to those observed in pregnant women outside of jail; and to verify the maternal factors associated with syphilis infection during pregnancy in free and incarcerated women. We used data from two nationwide studies conducted during the period 2011-2014. The Birth in Brazil study included 23,894 free women cared for in 266 hospitals. The Maternal and Infant Health in Prisons study included 495 incarcerated pregnant women or mothers living with their children, according to a census conducted in 33 female prisons. The same case definitions and data collection methods were used in both studies. The chi-square test was used to compare the characteristics of incarcerated and free women with a significance of 0.05. For incarcerated women, the estimated prevalence of syphilis during pregnancy was 8.7% (95%CI: 5.7-13.1) and for HIV infection 3.3% (95%CI: 1.7-6.6); the estimated mother to child transmission of syphilis was 66.7% (95%CI: 44.7-83.2) and the incidence of congenital syphilis was 58.1 per 1,000 living newborns (95%CI: 40.4-82.8). Incarcerated women had a greater prevalence of syphilis and HIV infection during pregnancy, lower quality of antenatal care and higher levels of social vulnerability. Syphilis infection showed to be an indicator of social vulnerability in free women, but not in incarcerated women. Health initiatives in prison are necessary to reduce healthcare inequalities and should include adequate antenatal and birth care.
  • Diferenças regionais nas condições de controle de infecções em uma amostra de serviços de atenção primária no Brasil Article

    Abreu, Mauro Henrique Nogueira Guimarães de; Resende, Vera Lúcia Silva; Lee, Kyu Ha; Matta-Machado, Antônio Thomaz Gonzaga da; Starr, Jacqueline Rose

    Resumo em Português:

    As diretrizes internacionais destacam a importância do ambiente físico dos serviços de saúde para prevenir e controlar as infecções. Procuramos descrever o ambiente físico em serviços de saúde bucal no Brasil em 2014, com enfoque nas características programadas para controlar as infecções. Precisamente 16.202 consultórios odontológicos no Sistema Único de Saúde (SUS) participaram na pesquisa. Pesquisadores treinados coletaram informações sobre as características do controle de infecções nesses serviços de saúde, utilizando um instrumento padronizado. Utilizamos dados de 12 perguntas dicotômicas que avaliavam as condições das paredes, piso, pia e torneira e a presença e as condições do equipamento de esterilização. Calculamos um escore pela soma do número de características administradas adequadamente para o controle de infecções, variando de 0 a 12. Foram desenvolvidas análises hierárquicas de clusters. Nenhum dos 12 critérios foi atendido por todas as equipes de saúde bucal. Apenas 208 (1,3%) dos consultórios odontológicos realizavam todas as 12 práticas de controle de infecções. Foram identificados dois clusters com distintas frequências de estruturas para controle de infecções nos consultórios odontológicos. As regiões Sul e Sudeste mostraram as maiores frequências no Cluster 1, com melhor estrutura de controle de infecções nos consultórios odontológicos. De maneira geral os serviços de saúde bucal não atendiam as diretrizes para o controle de infecções, referentes à planta física e equipamento dos consultórios. A aderência às diretrizes variava de acordo com a região do país.

    Resumo em Espanhol:

    Las directrices internacionales destacan la importancia del ambiente físico de los servicios de salud para prevenir y controlar infecciones. Procuramos describir el ambiente físico en servicios de salud bucal en Brasil en 2014, centrándonos en las características programadas para controlar las infecciones. Precisamente 16.202 consultorios odontológicos del Sistema Único de Salud (SUS) participaron en la investigación. Investigadores entrenados recogieron información sobre las características del control de infecciones en esos servicios de salud, utilizando un instrumento estandarizado. Utilizamos los datos procedentes de 12 preguntas dicotómicas que evaluaban las condiciones de las paredes, suelo, fregadero y grifo, además de la existencia y condiciones del equipamiento de esterilización. Calculamos una puntuación para la suma del número de características administradas adecuadamente para el control de infecciones, variando de 0 a 12. Se desarrollaron análisis jerárquicos de clúster. Ninguno de los 12 criterios fue observado por todos los equipos de salud bucal. Solamente 208 (1,3%) de los consultorios odontológicos realizaban las 12 prácticas de control de infecciones al completo. Se identificaron dos clústeres con distintas frecuencias de estructuras para el control de infecciones en los consultorios odontológicos. Las regiones Sur y Sudeste mostraron las mayores frecuencias en el Clúster 1, con una mejor estructura de control de infecciones en los consultorios odontológicos. De manera general, los servicios de salud bucal no atendían a las directrices para el control de infecciones, referentes a las instalaciones físicas y equipamiento de los consultorios. La adherencia a las directrices variaba de acuerdo con la región del país.

    Resumo em Inglês:

    International guidelines have pointed out the importance of the physical environment of health care facilities in preventing and controlling infection. We aimed to describe the physical environment of dental care facilities in Brazil in 2014, focusing on characteristics designed to control infections. Exactly 16,202 dental offices in the Brazilian Unified National Health System (SUS) participated in this survey. Trained researchers extracted information about the infection control characteristics of health facilities by using a structured instrument. We used data from 12 dichotomous questions that evaluated the wall, floor, sink and tap conditions, and the presence and condition of sterilization equipment. We calculated a score by summing the number of characteristics handled appropriately for infection control, which could range from 0 to 12. Hierarchical cluster analyses were developed. None of the 12 criteria were met by all the oral health teams. Only 208 (1.3%) dental offices correctly performed all 12-infection control practices. Two clusters, with different frequencies of structure for infection control in dental offices, were identified. South and Southeast regions had the highest frequencies for Cluster 1, with better structure of infection control in dental offices. Dental care facilities of oral health teams were not typically meeting the infection control guidelines regarding clinic design and equipment. Adherence to the guidelines varied among the Brazilian geographic regions.
  • Avaliação do papel da atenção primária adequada no uso de serviços de saúde bucal por pré-escolares brasileiros de baixa renda Article

    Baldani, Márcia Helena; Rocha, Juliana Schaia; Fadel, Cristina Berger; Nascimento, Antonio Carlos; Antunes, José Leopoldo Ferreira; Moysés, Samuel Jorge

    Resumo em Português:

    Resumo: Este estudo transversal procurou avaliar a associação entre a qualidade da atenção primária em saúde e o uso de serviços de saúde bucal por pré-escolares atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF), ajustada por determinantes sócio-demográficos e necessidade percebida. A amostra compreendia 438 crianças entre 3 e 5 anos de idade, cadastradas em 19 serviços da ESF em Ponta Grossa, Paraná, Brasil. As variáveis de nível individual foram coletadas através de entrevistas domiciliares com os pais ou responsáveis, que responderam um questionário sobre condições socioeconômicas, hábitos de higiene bucal e uso de serviços odontológicos. A percepção dos pais sobre a qualidade de vida do filho relacionada à saúde bucal, ou necessidade percebida, foi avaliada com a versão brasileira da Early Childhood Oral Health Impact Scale (ECOHIS). A necessidade normativa foi avaliada pelo exame bucal, de acordo com as diretrizes padronizadas pela Organização Mundial da Saúde. O fator de nível contextual foi definido como o grau de implementação da atenção primária em saúde pelas unidades de saúde. Os coordenadores responderam o PCATool-Brasil, um questionário validado que mede o grau de atenção primária em saúde. Os cirurgiões-dentistas responderam uma versão do PCATool, adaptada e pré-testada em serviços odontológicos. A análise multinível, baseada no modelo comportamental de Andersen, ajustou a variável de “ter consultado um dentista alguma vez na vida” às covariáveis contextuais e individuais. O estudo mostrou alta prevalência de cárie dentária. Quase a metade da amostra tinha história de consulta odontológica alguma vez na vida. Observamos gradientes sociais no uso de serviços de saúde bucal. Embora não tenha conseguido eliminar o impacto das condições sociais adversas, níveis maiores de atributos de atenção primária em saúde em serviços de saúde bucal favoreceram o uso efetivo desses serviços por crianças de famílias de baixa renda.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Este estudio transversal tuvo como objetivo evaluar la asociación entre la calidad de la atención primaria en salud y el uso de servicios de salud bucal por parte de los preescolares, atendidos por el esquema Estrategia Salud de la Familia (ESF), ajustado por determinantes sociodemográficos y necesidad percibida. La muestra comprendía a 438 niños entre 3 y 5 años de edad, registrados en 19 servicios de la ESF en Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Las variables de nivel individual se recogieron a través de entrevistas domiciliarias con los padres o responsables, que respondieron un cuestionario sobre condiciones socioeconómicas, hábitos de higiene bucal y uso de servicios odontológicos. La percepción de los padres sobre la calidad de vida del hijo, relacionada con la salud bucal, o necesidad percibida, fue evaluada con la versión brasileña de la Early Childhood Oral Health Impact Scale (ECOHIS). La necesidad normativa se evaluó mediante el examen bucal, de acuerdo con las directrices estandarizadas por la Organización Mundial de la Salud. El factor de nivel contextual se definió como el grado de implementación de la atención primaria en salud en las unidades de salud. Los gestores respondieron el PCATool-Brasil, un cuestionario validado que mide el grado de asistencia primaria a la salud. Los odontólogos respondieron una versión del PCATool, adaptada y pre-testeada en servicios odontológicos. El análisis multinivel, basado en el modelo comportamental de Andersen, ajustó la variable de “haber consultado a un dentista alguna vez en la vida” a las co-variables contextuales e individuales. El estudio mostró una alta prevalencia de caries dental. Casi la mitad de la muestra tenía un historial de consulta odontológica alguna vez en la vida. Observamos gradientes sociales en el uso de servicios de salud bucal. A pesar de que no se haya conseguido eliminar el impacto de las condiciones sociales adversas, unos mayores niveles de atribuciones a la atención primaria en salud en servicios de salud bucal favorecieron el uso efectivo de esos servicios por parte de hijos de familias de baja renta.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This cross-sectional study aimed to assess the association between the quality of primary health care (PHC) and the use of dental services by preschoolers served by the Family Health Strategy (FHS), controlling for socio-demographic determinants and perceived need. The sample encompassed 438 children aged 3-5 years, enrolled in 19 FHS facilities in Ponta Grossa, Paraná State, Brazil. Individual level variables were collected by interviewing parents or caregivers at home. They answered a questionnaire on socioeconomic conditions, oral hygiene habits and use of dental services. Parental perception of child’s oral health related quality of life, as perceived need, was assessed by the Brazilian version of Early Childhood Oral Health Impact Scale (ECOHIS). Normative need was assessed by oral examinations, according to guidelines standardized by the World Health Organization. The contextual level factor was defined as the extent of implementation of PHC in the facilities. Managers responded to PCATool-Brazil, a validated questionnaire which measures the extent of PHC. Dentists answered to a version of PCATool, which was adapted and pretested for dental services. Multilevel analysis, based on Andersen’s behavioral model, fitted the adjustment of “having ever consulted a dentist” to contextual and individual covariates. We observed high prevalence of dental caries. Almost half of the sample had had dental appointments in life. Social gradients were observed for the use of dental services. Although it was not able to eliminate the impact of adverse social conditions, higher levels of PHC attributes in dental services favored the effective use of such services by low-income children.
  • Desigualdade de renda e hipertensão arterial na Colômbia: uma análise multinível Article

    Lucumi, Diego I.; Schulz, Amy J.; Roux, Ana V. Diez; Grogan-Kaylor, Andrew

    Resumo em Português:

    Este estudo teve como objetivo examinar a associação entre desigualdade de renda e hipertensão arterial na Colômbia. Usando uma amostra nacional representativa de adultos colombianos e dados dos departamentos (estados) e municípios, testamos modelos lineares e logísticos multinível, estratificados para gênero, com a pressão arterial como variável contínua e binária, respectivamente. Nos modelos ajustados, as mulheres que residiam em departamentos do país com o quintil mais alto de desigualdade de renda em 1997 apresentavam pressão arterial sistólica mais elevada do que as mulheres que residiam no quintil mais baixo de desigualdade de renda (diferença média de 4,42mmHg; IC95%: 1,46, 7,39). As mulheres que residiam em departamentos no quarto e quinto quintis de desigualdade de renda em 1994 tinham maior probabilidade de apresentar hipertensão arterial do que aquelas em departamentos no primeiro quintil no mesmo ano (OR: 1,56 e 1,48, respectivamente). Nos homens, não foram observadas associações entre desigualdade de renda e pressão sistólica ou hipertensão arterial. Nossos achados corroboram a hipótese da associação entre desigualdade de renda e aumento de risco de hipertensão arterial em mulheres. São necessários mais estudos para analisar os elos entre a desigualdade de renda e a hipertensão arterial na Colômbia.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo de este estudio fue examinar la asociación entre desigualdad de renta e hipertensión arterial en Colombia. Usando una muestra nacional representativa de adultos colombianos, y datos de los departamentos (estados) y municipios, probamos modelos lineales y logísticos multinivel, estratificados para el género, con la presión arterial como variable continua y binaria, respectivamente. En los modelos ajustados, las mujeres que residían en departamentos del país con el quintil más alto de desigualdad de renta en 1997 presentaban presión arterial sistólica más elevada que las mujeres que residían en el quintil más bajo de desigualdad de renta (diferencia media de 4,42mmHg; IC95%: 1,46, 7,39). Las mujeres que residían en departamentos en el cuarto y quinto quintiles de desigualdad de renta en 1994 tenían una mayor probabilidad de presentar hipertensión arterial que aquellas en departamentos en el primer quintil durante el mismo año (OR: 1,56 y 1,48, respectivamente). En los hombres, no se observaron asociaciones entre desigualdad de renta y presión sistólica o hipertensión arterial. Nuestros hallazgos corroboran la hipótesis de la asociación entre desigualdad de renta y aumento de riesgo de hipertensión arterial en mujeres. Se necesitan más estudios para analizar los vínculos entre la desigualdad de renta y la hipertensión arterial en Colombia.

    Resumo em Inglês:

    The objective of this research was to examine the association between income inequality and high blood pressure in Colombia. Using a nationally representative Colombian sample of adults, and data from departments and municipalities, we fit sex-stratified linear and logistic multilevel models with blood pressure as a continuous and binary variable, respectively. In adjusted models, women living in departments with the highest quintile of income inequality in 1997 had higher systolic blood pressure than their counterparts living in the lowest quintile of income inequality (mean difference 4.42mmHg; 95%CI: 1.46, 7.39). Women living in departments that were at the fourth and fifth quintile of income inequality in 1994 were more likely to have hypertension than those living in departments at the first quintile in the same year (OR: 1.56 and 1.48, respectively). For men, no associations of income inequality with either systolic blood pressure or hypertension were observed. Our findings are consistent with the hypothesis that income inequality is associated with increased risk of high blood pressure for women. Future studies to analyze pathways linking income inequality to high blood pressure in Colombia are needed.
  • Consumo de alimentos processados e ultraprocessados e fatores associados em crianças entre 13 e 35 meses de idade Article

    Batalha, Mônica Araujo; França, Ana Karina Teixeira da Cunha; Conceição, Sueli Ismael Oliveira da; Santos, Alcione Miranda dos; Silva, Francelena de Sousa; Padilha, Luana Lopes; Silva, Antônio Augusto Moura da

    Resumo em Português:

    Resumo: O estudo teve como objetivo avaliar o consumo de alimentos processados e ultraprocessados por crianças entre 13 e 35 meses de idade e fatores associados. Estudamos 1.185 crianças da coorte BRISA em São Luís, Maranhão, Brasil. O consumo alimentar foi investigado com um recordatório de 24 horas, e os percentuais de ingestão diária de calorias e nutrientes foram estimados por grupos de alimentos de acordo com a classificação “NOVA”. Optamos por categorizar as crianças pertencentes ao tercil superior da distribuição como tendo consumo elevado de produtos alimentícios processados e ultraprocessados. Foi utilizado um modelo de regressão Poisson com estimativa robusta de variância com modelagem hierárquica para calcular as razões de prevalência (RPs) das variáveis associadas ao consumo elevado de produtos alimentícios processados e ultraprocessados. A ingestão calórica média era 1.226Kcal/dia. Após os ajustes, houve uma proporção maior de consumo elevado de produtos alimentícios processados e ultraprocessados entre crianças cujas mães tinham menos de 12 anos de escola e entre crianças com mais de 16 meses de idade. As mães com baixa escolaridade e crianças acima de 16 meses devem ser alvos de intervenções para reduzir o consumo desses produtos alimentícios e prevenir os desfechos de saúde adversos na adolescência e idade adulta.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: El objetivo de este estudio fue evaluar el consumo de alimentos procesados y ultraprocesados por parte de niños entre 13 y 35 meses de edad y sus factores asociados. Estudiamos a 1.185 niños de la cohorte BRISA en São Luís, Maranhão, Brasil. El consumo alimentario fue investigado con un recordatorio de 24 horas, y los porcentajes de ingesta diaria de calorías y nutrientes fueron estimados por grupos de alimentos, de acuerdo con la clasificación “NOVA”. Optamos por categorizar a los niños pertenecientes al tercil superior de la distribución como de consumo elevado de productos alimenticios procesados y ultraprocesados. Se utilizó un modelo de regresión Poisson de estimativa robusta de variancia con modelaje jerárquico para calcular las razones de prevalencia (RPs) de las variables asociadas al consumo elevado de productos alimenticios procesados y ultraprocesados. La ingesta calórica media era 1.226Kcal/día. Tras los ajustes, hubo una proporción mayor de consumo elevado de productos alimenticios procesados y ultraprocesados entre niños, cuyas madres contaban con menos de 12 años de escuela y entre niños con más de 16 meses de edad. Las madres con baja escolaridad y niños por encima de 16 meses deben ser objetivo de intervenciones para reducir el consumo de esos productos alimenticios y prevenir desenlaces de salud adversos en la adolescencia y edad adulta.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: The aim of this study was to evaluate the consumption of processed and ultra-processed foods among children aged 13-35 months and its associated factors. We studied 1,185 children within the BRISA cohort in São Luís, Maranhão State, Brazil. The food consumption was investigated using a 24-hour recall, and the percentages of daily caloric intake and nutrients were estimated by food groups according to “NOVA” classification. We chose to categorize children belonging to the upper tertile of the distribution as having a high consumption of processed and ultra-processed food products. The Poisson regression model with robust variance estimation using a hierarchical modeling approach was used to calculate the prevalence ratios (PRs) of variables associated with high consumption of processed and ultra-processed food products. The mean energy intake was 1,226Kcal/day. After adjustments, there was a higher proportion of high consumption of processed and ultra-processed food products among children whose mothers had < 12 years of education and among children who were older than 16 months. Mothers with low schooling and children older than 16 months should be the targets of interventions aimed at reducing consumption of these food products and preventing adverse health outcomes in later life.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br