Resumo em Português:

Algumas barreiras aos cuidados de saúde bucal durante a gravidez são mal compreendidas, principalmente aquelas relacionadas a fatores psicossociais, que são exploradas melhor com estudos qualitativos. Esta revisão sistemática teve como objetivo explorar as barreiras e facilitadores dos cuidados odontológicos durante a gravidez, através de uma síntese temática de estudos qualitativos. Foram incluídos estudos qualitativos ou de métodos mistos, publicados em inglês, português, espanhol ou francês entre 2000 e 2016. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, LILACS, BBO e CINAHL. Para avaliar a qualidade dos estudos, usamos a ferramenta Critical Appraisal Skills Programme. A síntese temática teve como objetivo interpretar e resumir os resultados. Entre os 2.581 estudos identificados, dez foram incluídos na síntese. Encontramos 14 temas analíticos relacionados a barreiras e facilitadores dos cuidados odontológicos na gravidez, e que interagiram de maneira complexa: condições fisiológicas, baixa importância atribuída à saúde oral, estigma negativo em relação à odontologia, medo ou ansiedade frente ao tratamento dentário, mobilidade e segurança, barreiras financeiras, emprego, limitações de tempo, apoio social, falta de informação, barreiras produzidas pelo profissional de saúde e conselhos de amigos e familiares, além de crenças e mitos sobre a segurança do tratamento dentário. Os mitos e crenças sobre a saúde oral e o tratamento dentário durante a gravidez parecem ser as barreiras mais importantes, tanto para as gestantes quanto para os odontólogos e outros profissionais de saúde. Os achados da revisão podem apoiar novos estudos, principalmente para testar protocolos de intervenção e orientar políticas públicas efetivas para a promoção da saúde oral durante a gravidez.

Resumo em Espanhol:

Algunas barreras al tratamiento dental durante el embarazo no se han entendido adecuadamente, especialmente aquellas relacionadas con factores psicosociales, que están mejor examinados en estudios cualitativos. El objetivo de esta revisión sistemática fue examinar las barreras y facilitadores para el cuidado dental durante el embarazo, a través de una síntesis temática de estudios cualitativos. Se incluyeron métodos cualitativos, o estudios de métodos mixtos, publicados en inglés, portugués, español y francés, desde el 2000 al 2016. La búsqueda de estrategias se realizó en PubMed, Scopus, Web of Science, LILACS, BBO y CINAHL. Con el fin de evaluar la calidad de los estudios, usamos la herramienta Critical Appraisal Skills Programme. Se realizó la síntesis temática para interpretar y resumir los resultados. De los 2.581 estudios seleccionados, diez fueron incluidos en la síntesis. Encontramos 14 temas analíticos, relacionados con barreras y facilitadores para la atención dental durante el embarazo, que interactuaron de forma compleja: condiciones fisiológicas, baja importancia de la salud oral, estigma negativo referente a la odontología, miedo/ ansiedad al tratamiento dental, movilidad y seguridad, barreras financieras, empleo, restricciones de tiempo, apoyo social, falta de información, barreras a la salud profesional, consejo de familia y amigos, creencias y mitos sobre la seguridad del tratamiento dental. Mitos y creencias sobre la salud oral y el tratamiento dental durante el embarazo parecen ser las barreras más frecuentes, tanto en el caso de las mujeres embarazadas, como en el caso de dentistas y otros profesionales de salud. Los hallazgos de esta revisión tal vez susciten nuevos estudios, especialmente para probar protocolos de intervención y guiar políticas públicas efectivas, orientadas a la promoción de la salud oral durante el embarazo.

Resumo em Inglês:

Some barriers to dental treatment during pregnancy are poorly understood, especially those related to psychosocial factors, which are better explored in qualitative studies. The aim of this systematic review was to explore the barriers and facilitators to dental care during pregnancy through a thematic synthesis of qualitative studies. Qualitative or mixed-methods studies published in English, Portuguese, Spanish and French, from 2000 to 2016, were included. The search strategies were conducted in PubMed, Scopus, Web of Science, LILACS, BBO and CINAHL. To evaluate the quality of the studies, we used the Critical Appraisal Skills Programme tool. Thematic synthesis was performed in order to interpret and summarize the results. From 2,581 screened studies, ten were included in the synthesis. We found 14 analytical themes related to barriers and facilitators to dental care during pregnancy that interacted in complex ways: physiological conditions, low importance of oral health, negative stigma regarding dentistry, fear of/anxiety toward dental treatment, mobility and safety, financial barriers, employment, time constraints, social support, lack of information, health professionals’ barriers, family and friends’ advice, beliefs and myths about the safety of dental treatment. Myths and beliefs about oral health and dental treatment during pregnancy appear to be the most frequent barriers, both to pregnant women and to dentists or other health professionals. The findings of this review may support new studies, especially to test intervention protocols and to guide effective public policies for the promotion of oral health during pregnancy.