Resumo em Português:
Resumo: Após quatro meses lutando contra a pandemia, a cidade de São Paulo, Brasil, entrou em uma fase de flexibilização das medidas de distanciamento social em julho de 2020. Simultaneamente, houve queda na taxa de distanciamento social e redução no número de casos, mortes e ocupação de leitos hospitalares. Um modelo de simulação multiagente foi desenvolvido para entender a dinâmica da pandemia na cidade de São Paulo. Ao contrário do esperado, os resultados contraintuitivos do modelo acompanharam a realidade da cidade. Argumentamos que este fenômeno pode ser atribuído às bolhas locais de proteção que surgiram na ausência de redes de contágio. Estas bolhas reduziram a taxa de transmissão do vírus, causando reduções curtas e temporárias na curva epidêmica - mas se manifestaram como um equilíbrio instável. Nossa hipótese está alinhada com a dinâmica da propagação do vírus observada até o momento, sem a necessidade de suposições ad hoc sobre limiares de imunidade coletiva natural ou heterogeneidade da taxa de transmissão da população, o que pode levar a previsões errôneas. Nosso modelo foi projetado para ser fácil de usar e não requer nenhum conhecimento científico ou de programação para gerar resultados sobre a transmissão do vírus em um determinado local. Além disso, como insumo para iniciar nosso modelo de simulação, desenvolvemos o Índice de Proteção contra a COVID-19 como alternativa ao Índice de Desenvolvimento Humano, que mede a vulnerabilidade de um determinado território ao coronavírus e inclui características do sistema de saúde e do desenvolvimento socioeconômico, além da infraestrutura da cidade de São Paulo.Resumo em Espanhol:
Resumen: Tras cuatro meses luchando contra la pandemia, la ciudad de São Paulo, Brasil, empezó una fase de flexibilización de las medidas de alejamiento social en julio de 2020. A la vez, hubo una reducción en la tasa de alejamiento social y en el número de casos, muertes y ocupación de camas en los hospitales. Se desarrolló un modelo de simulación multiagente para entender la dinámica de la pandemia en la ciudad de São Paulo. Diferente de lo esperado, los resultados contradictorios del modelo reflejaron la realidad de la ciudad. Sostenemos que se puede atribuir este fenómeno a las burbujas locales de protección que surgieron durante la ausencia de redes de contagio. Estas burbujas redujeron la tasa de transmisión del virus, reduciendo de forma corta y temporal la curva epidémica -pero se manifestaron como un equilibrio inestable. Nuestra hipótesis se alinea con la dinámica de la propagación del virus observada hasta el momento, sin la necesidad de suposiciones ad hoc sobre umbrales de inmunidad colectiva natural o heterogeneidad de la tasa de transmisión de la población, lo que puede provocar previsiones equivocadas. Nuestro modelo se proyectó para ser fácil de usar y no necesita ningún conocimiento científico o de programación para generar resultados sobre la transmisión del virus en un determinado local. Además, como insumo para iniciar nuestro modelo de simulación, desarrollamos el Índice de Protección contra la COVID-19 como una alternativa al Índice de Desarrollo Humano, que mide la vulnerabilidad de un determinado territorio al coronavirus e incluye características del sistema de salud y del desarrollo socioeconómico, además de la infraestructura de la ciudad de São Paulo.Resumo em Inglês:
Abstract: After four months of fighting the pandemic, the city of São Paulo, Brazil, entered a phase of relaxed social distancing measures in July 2020. Simultaneously, there was a decline in the social distancing rate and a reduction in the number of cases, fatalities, and hospital bed occupancy. To understand the pandemic dynamics in the city of São Paulo, we developed a multi-agent simulation model. Surprisingly, the counter-intuitive results of the model followed the city’s reality. We argue that this phenomenon could be attributed to local bubbles of protection that emerged in the absence of contagion networks. These bubbles reduced the transmission rate of the virus, causing short and temporary reductions in the epidemic curve - but manifested as an unstable equilibrium. Our hypothesis aligns with the virus spread dynamics observed thus far, without the need for ad hoc assumptions regarding the natural thresholds of collective immunity or the heterogeneity of the population’s transmission rate, which may lead to erroneous predictions. Our model was designed to be user-friendly and does not require any scientific or programming expertise to generate outcomes on virus transmission in a given location. Furthermore, as an input to start our simulation model, we developed the COVID-19 Protection Index as an alternative to the Human Development Index, which measures a given territory vulnerability to the coronavirus and includes characteristics of the health system and socioeconomic development, as well as the infrastructure of the city of São Paulo.Resumo em Português:
Resumo: O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de fatores de risco cardiovascular entre diferentes grupos sociodemográficos de adolescentes de comunidades indígenas em Chiapas, México. Foi realizado um estudo transversal de prevalência em comunidades urbanas e rurais das regiões de Tzotzil-Tzeltal e Selva de Chiapas. Foi estudada uma amostra de 253 adolescentes, sendo 48% meninas e 52% meninos. Foi realizada uma análise descritiva das variáveis quantitativas por meio de medidas de tendência central e dispersão. Foram estimadas as prevalências de fatores de risco cardiovascular, estratificadas por sexo, área geográfica, escolaridade e etnia das mães. A prevalência dos fatores de risco cardiovascular foi analisada em relação às características sociodemográficas da população estudada. O HDL-c baixo (51%) foi o fator de risco cardiovascular predominante. Prevalências mais elevadas de obesidade abdominal, hipertrigliceridemia e colesterol total limítrofe foram mais observadas em meninas do que em meninos. A pressão arterial diastólica elevada prevaleceu nos meninos. Adolescentes da área urbana apresentaram prevalências de sobrepeso/obesidade e resistência à insulina maiores do que os da área rural. A prevalência de sobrepeso/obesidade e obesidade abdominal foi maior nos adolescentes cujas mães possuíam escolaridade ≥ 7 anos do que naqueles indivíduos cujas mães tinham baixa escolaridade. As diferenças de etnia das mães também foram observadas na prevalência de resistência à insulina. Dentre as principais conclusões, foram encontradas, neste estudo, desigualdades sociodemográficas e geográficas entre fatores de risco cardiovascular. Promover estilos de vida saudáveis entre a população jovem é o ideal para prevenir doenças cardiovasculares na vida adulta.Resumo em Espanhol:
Resumen: El objetivo de este estudio fue estimar la prevalencia de los factores de riesgo cardiovascular entre diferentes grupos sociodemográficos de adolescentes de comunidades indígenas de Chiapas, México. Se realizó un estudio transversal de prevalencia en comunidades urbanas y rurales de las regiones Tzotzil-Tzeltal y Selva, en Chiapas. Participó una muestra de 253 adolescentes, en la cual el 48% eran niñas y el 52% niños. Se realizó un análisis descriptivo de las variables cuantitativas utilizando medidas de tendencia central y dispersión. Se estimó la prevalencia de los factores de riesgo cardiovascular, estratificados por sexo, área geográfica, nivel de estudios y etnia de las madres. Se analizó la prevalencia de los factores de riesgo cardiovascular con relación a las características sociodemográficas de la población estudiada. El HDL-c bajo (51%) fue el factor de riesgo cardiovascular predominante. Se observó una mayor prevalencia de obesidad abdominal, hipertrigliceridemia y colesterol total en las niñas que en los niños. La alta presión arterial diastólica prevaleció en los niños. Los adolescentes del área urbana tuvieron una mayor prevalencia de sobrepeso/obesidad y resistencia a la insulina que los del área rural. La prevalencia de sobrepeso/obesidad y obesidad abdominal fue mayor en los adolescentes cuyas madres tenían nivel de estudios ≥ 7 años que aquellos cuyas madres tenían bajo nivel de estudios. Las diferencias en la etnicidad materna también influyeron en la prevalencia de resistencia a la insulina. Entre las principales conclusiones de este estudio, se destacan las desigualdades sociodemográficas y geográficas entre los factores de riesgo cardiovascular. La promoción de un estilo de vida saludable entre la población joven es lo indicado para prevenir las enfermedades cardiovasculares en la edad adulta.Resumo em Inglês:
Abstract: This study was aimed to determine the prevalence of cardiovascular risk factors among different sociodemographic groups of adolescents from indigenous communities in Chiapas, Mexico. A cross-sectional prevalence study was performed in urban and rural communities in the Tzotzil-Tzeltal and Selva regions of Chiapas. A sample of 253 adolescents was studied, of whom 48% were girls and 52% were boys. A descriptive analysis of quantitative variables was performed using measures of central tendency and dispersion. The prevalence of cardiovascular risk factors stratified by sex, geographical area, years of schooling, and ethnicity of the mothers was estimated. The prevalence of cardiovascular risk factors was analyzed in relation to the sociodemographic characteristics of the study population. Low HDL-c (51%) was the predominant cardiovascular risk factor. Girls had a higher prevalence of abdominal obesity, hypertriglyceridemia, and borderline total cholesterol than boys. High diastolic blood pressure was more prevalent in boys. Adolescents from urban areas had a higher prevalence of overweight/obesity and insulin resistance than adolescents from rural areas. The prevalence of overweight/obesity and abdominal obesity was higher in adolescents whose mothers had ≥ 7 years of schooling compared with adolescents with less educated mothers. Differences by maternal ethnicity also influenced the prevalence of insulin resistance. Among the main findings, this study associated sociodemographic and geographical inequalities with cardiovascular risk factors. Promoting a healthy lifestyle for this young population is absolutely necessary to prevent cardiovascular diseases in adulthood.Resumo em Português:
Resumo: O objetivo do estudo é identificar mudanças no estilo de vida e fatores sociodemográficos associados em mulheres e homens participantes da coorte Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) durante a pandemia de COVID-19. Estudo longitudinal com 3.776 (58,8 anos; DP ± 8,5) funcionários de instituições públicas de Ensino Superior no segundo acompanhamento e na onda COVID do ELSA-Brasil. Os dados foram coletados por meio de questionários estruturados. Foi realizada análise exploratória por meio de regressão logística binária e multinomial nas variáveis dependentes com duas e três categorias, respectivamente, obtendo-se estimativas brutas e ajustadas de odds ratio no SPSS 20.0, considerando um valor de p < 0,05. Houve redução da atividade física de 195,5 (DP ± 1.146,4) equivalentes metabólicos por semana nas mulheres e de 240,5 (DP ± 1.474,2) nos homens, e do tabagismo de 15,2%. Houve aumento do consumo de álcool em homens e mulheres (434,2 ± 5.144,0 e 366,1 ± 4.879,0, respectivamente), do escore de qualidade alimentar (0,8 ± 3,7, mulheres; 0,5 ± 3,7, homens), do tempo de sono (0,4 ± 1,2, mulheres; 0,5 ± 1,1, homens), do tempo de tela (1,7 ± 2,4, mulheres; 1,4 ± 2,3, homens) e do tempo sentado (1,7 ± 2,6, mulheres; 1,5 ± 2,4, homens) (horas/dia). Além disso, 18,6% aumentaram a compra de alimentos ultraprocessados e 36% aumentaram a compra de alimentos naturais. A idade e a atividade laboral contribuíram para aumentar a chance de compra de alimentos ultraprocessados, e a idade e a adesão ao distanciamento social influenciaram a mudança para um comportamento mais sedentário, enquanto a renda e o trabalho ativo favoreceram o aumento do consumo de bebidas alcoólicas. Estes fatores devem ser considerados na elaboração de políticas públicas a fim de evitar comportamentos individuais deletérios à saúde em períodos de pandemia.Resumo em Espanhol:
Resumen: El objetivo de este estudio es identificar los cambios en el estilo de vida y los factores sociodemográficos asociados en mujeres y hombres que participan en la cohorte Estudio Longitudinal de Salud del Adulto en Brasil (ELSA-Brasil) durante la pandemia de la COVID-19. Estudio longitudinal con 3.776 (58,8 años; DE ± 8,5) funcionarios en instituciones públicas de educación superior en el segundo seguimiento y en la ola COVID de ELSA-Brasil. Los datos se recopilaron de cuestionarios estructurados. El análisis exploratorio se realizó mediante regresión logística binaria y multinomial en variables dependientes con dos y tres categorías, respectivamente, en la cual se obtuvieron estimaciones brutas y ajustadas de odds ratios en SPSS 20.0, teniendo en cuenta un valor de p < 0,05. Hubo una reducción en la actividad física de 195,5 (DE ± 1.146,4) equivalentes metabólicos por semana en mujeres y de 240,5 (DE ± 1.474,2) en hombres, y del tabaquismo del 15,2%. Hubo un aumento en el consumo de alcohol en hombres y mujeres (434,2 ± 5.144,0 y 366,1 ± 4.879,0, respectivamente), en el puntaje de calidad de los alimentos (0,8 ± 3,7, mujeres; 0,5 ± 3,7, hombres), en el tiempo de sueño (0,4 ± 1,2, mujeres; 0,5 ± 1,1, hombres), en el tiempo frente a la pantalla (1,7 ± 2,4, mujeres; 1,4 ± 2,3, hombres) y en el tiempo sentado (1,7 ± 2,6, mujeres; 1,5 ± 2,4, hombres) (horas/día). Además, el 18,6% aumentó la compra de alimentos ultraprocesados y el 36% la compra de alimentos.Resumo em Inglês:
Abstract: This study aimed to identify lifestyle changes and associated sociodemographic factors in women and men participating in the Brazilian Longitudinal Study for Adult Health (ELSA-Brasil) cohort during the COVID-19 pandemic. Longitudinal study with 3,776 (aged 58.8 years; SD ± 8.5) employees of public higher education institutions in the second follow-up and the wave-COVID of ELSA-Brasil. Data collected using structured questionnaires. An exploratory analysis was performed using binary and multinomial logistic regression on the dependent variables with two and three categories, respectively, by obtaining crude and adjusted odds ratio estimates in SPSS 20.0, considering a p-value < 0.05. There was a reduction in physical activity of 195.5 (SD ± 1,146.4) metabolic equivalents per week in women and 240.5 (SD ± 1,474.2) in men, and in smoking by 15.2%. There was an increase in alcohol consumption in men and women (434.2 ± 5,144.0; and 366.1 ± 4,879.0, respectively), in the food quality score (0.8 ± 3.7, women; 0.5 ± 3.7, men), sleeping time (0.4 ± 1.2, women; 0.5 ± 1.1, men), screen time (1.7 ± 2.4, women; 1.4 ± 2.3, men), and sitting time (1.7 ± 2.6, women; 1.5 ± 2.4, men) (hours/day). In total, 18.6% increased the purchase of ultra-processed foods and 36% increased the purchase of natural foods. Age and work activity contributed to increase the chance of purchasing ultra-processed foods, and age and adherence to social distancing influenced the shift to a more sedentary behavior, while income and active work favored the increase in alcoholic beverage consumption. These factors should be considered when developing public policies to avoid individual behaviors that are harmful to health during pandemics.