Resumo em Português:
A preparação para a morte deve ser parte integrante dos cuidados no fim da vida e uma preocupação de saúde pública. O objetivo deste estudo foi descrever os significados e as práticas de preparação para a morte de pessoas idosas no final da vida a partir das perspectivas das equipes de atenção primária à saúde, dos familiares e dos cuidadores primários. Foi realizado um estudo qualitativo por meio de grupos focais e entrevistas individuais com uma amostra de 99 pessoas, 45 profissionais e técnicos da atenção primária à saúde, 30 cuidadores e 16 familiares. Os resultados foram organizados em três dimensões: (1) significados sobre a morte e implicações para a preparação para a morte, destacando a dor da morte, o alívio do sofrimento e a mediação de crenças religiosas; (2) as práticas de preparação para a morte dos idosos, incluindo a dificuldade de falar sobre a morte, a busca de tranquilidade e as preferências funerárias como forma de preparação; e (3) práticas de equipes que acompanham cuidadores e famílias, incluindo apoio psicológico e espiritual durante o atendimento e a possibilidade de fechar ciclos de atendimento domiciliar durante o luto. A controvérsia da preparação para a morte para os participantes do estudo e os desafios da atenção primária para incluí-la nos cuidados paliativos são discutidos. Em conclusão, este estudo mostra a importância de incluir estratégias de preparação para a morte no cenário de cuidados no final da vida na atenção primária para promover uma boa morte como parte integrante de uma boa vida.Resumo em Espanhol:
La preparación para la muerte debe ser parte integral de los cuidados de fin de vida y una preocupación para la salud pública. El objetivo de este estudio fue describir los significados y prácticas de la preparación para la muerte de personas mayores en fin de vida desde las perspectivas de equipos de salud primaria, familiares y cuidadoras principales. Se realizó un estudio cualitativo, por medio de grupos focales y entrevistas individuales, con una muestra de 99 personas, 45 profesionales y técnicos de atención primaria de salud, 30 cuidadoras(es) y 16 familiares. Los resultados se organizaron en tres dimensiones: (1) significados sobre la muerte e implicaciones para la preparación para la muerte, destacando el dolor de la muerte, el alivio del sufrimiento y la mediación de las creencias religiosas; (2) prácticas de preparación para la muerte de las personas mayores, incluyendo la dificultad para hablar sobre la muerte, la búsqueda de la tranquilidad y las preferencias fúnebres como medios para la preparación; y (3) prácticas de los equipos de acompañamiento a las cuidadoras y familias, que incluyen el apoyo psicológico y espiritual durante el cuidado y la posibilidad de cerrar los ciclos de asistencia domiciliaria durante el duelo. Se discute la controversia de la preparación para la muerte para los participantes del estudio y los desafíos de la atención primaria para incluirla dentro de los cuidados paliativos. En conclusión, este estudio muestra la importancia de incluir estrategias de preparación para la muerte en el ámbito de los cuidados de fin de vida en la atención primaria, para promover el buen morir como parte integral del buen vivir.Resumo em Inglês:
Preparing for death should be an integral part of end-of-life care and a public health concern. The objective of this study was to describe the meanings and practices of preparing for the death of older adults at the end of life from the perspectives of primary health care teams, family members and primary caregivers. A qualitative study was carried out through focus groups and individual interviews with a sample of 99 individuals, 45 primary health care professionals and technicians, 30 caregivers and 16 family members. The results were organized in three dimensions: (1) meanings about death and implications for preparing for death, highlighting the pain of death, suffering relief, and mediation of religious beliefs; (2) the practices of preparation for death of older adults, including the difficulty of talking about death, the search for tranquility and funeral preferences as a form of preparation; and (3) practices of teams that accompany caregivers and families, including psychological and spiritual support during care and the possibility of closing home care cycles during grief. The controversy of preparing for death for study participants and the challenges of primary care to include it in palliative care are discussed. In conclusion, this study shows the importance of including preparation for death strategies in the end-of-life care setting in primary care to promote a good death as an integral part of a good life.