• “Eu vivo num mundo muito burguês, não moro na periferia”: não vacinação infantil e a intersecção entre raça, classe e gênero Debates - Hesitação vacinal

    Matos, Camila Carvalho de Souza Amorim; Tavares, Jeane Saskya Campos; Couto, Marcia Thereza

    Resumo em Português:

    O artigo analisa como os marcadores raça, gênero, classe social e espacialidade se interseccionam e se refletem nas tomadas de decisão em saúde, mais especificamente na (não) vacinação infantil. Trata-se de pesquisa qualitativa conduzida nas cidades de Florianópolis (SC) e São Luís (MA), Brasil, com famílias com crianças de até seis anos de idade. Neste artigo, examinam-se, por meio de análise temática, as narrativas das/dos 19 responsáveis de Florianópolis que optaram por não vacinar total ou parcialmente a(s) criança(s) sob sua responsabilidade. Gênero revela-se um importante marcador na tomada de decisão no âmbito intrafamiliar, enquanto classe social, raça e espacialidade surgem como importantes marcadores na percepção de quem são os “nós” que não precisam das vacinas e os “outros” que precisam. Os achados são discutidos pelo referencial da interseccionalidade e de estudos teóricos sobre branquitude e parentalidade neoliberal.

    Resumo em Espanhol:

    El artículo analiza cómo los marcadores de raza, género, clase social y espacialidad se cruzan y se reflejan en las tomas de decisión en salud, más específicamente en la (no) vacunación infantil. Se trata de una investigación cualitativa realizada en las ciudades de Florianópolis (Estado de Santa Catarina) y São Luís (Maranhão), Brasil, con familias de niños de hasta seis años de edad. En este artículo se analiza, por medio de análisis temático, las narrativas de los 19 responsables de Florianópolis que optaron por no vacunar total o parcialmente a los niños bajo su responsabilidad. El género se revela como un importante marcador en la toma de decisión en el ámbito intrafamiliar, mientras que la clase social, raza y espacialidad surgen como importantes marcadores en la percepción de quiénes son los “nosotros” que no necesitan las vacunas y los “otros” que las necesitan. Los hallazgos se discuten a partir del referencial de la interseccionalidad y de estudios teóricos sobre la blanquitud y la parentalidad neoliberal.

    Resumo em Inglês:

    This article analyzes how race, gender, social class and spatiality markers intersect and are reflected in health decision-making, more specifically in childhood (non)vaccination. This qualitative study was conducted in two Brazilian cities: Florianópolis (SC) and São Luís (MA), and included families with children up to six years old. This article analyzes the narratives of 19 caregivers in Florianópolis who chose not to vaccinate (fully or partially) the child(ren) under their responsibility. In-depth interviews and thematic content analysis were conducted. Gender was an important marker in intra-family decision-making, while social class, race and spatiality emerged as important markers in the perception of who are the “us” who don’t need vaccines and the “others” who do. The findings are discussed using the theoretical framework of whiteness and neoliberal parenting studies.
UNESP Botucatu - SP - Brazil
E-mail: intface@fmb.unesp.br