• Determinantes sociais e padrões de consumo de álcool na Bahia, Brasil Original Articles

    Almeida-Filho, Naomar; Lessa, Ines; Magalhães, Lucélia; Araújo, Maria Jenny; Aquino, Estela; Kawachi, Ichiro; James, Sherman A

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Investigar padrões de consumo de álcool e prevalência de consumo de alto risco. MÉTODOS: Inquérito domiciliar realizado no município de Salvador, Bahia, com amostra de 2.302 adultos. Casos de consumo de alto risco foram definidos como sujeitos que referiram uso diário ou semanal mais episódios de embriaguez, além daqueles que informaram qualquer uso de bebidas alcoólicas com embriaguez freqüente (pelo menos uma vez por semana). RESULTADOS: Cinqüenta e seis por cento da amostra referiram consumo atual de bebidas alcoólicas. Consumo global estava significantemente associado a gênero (homens), estado civil (solteiros), migração (não-migrantes), educação (nível superior) e classe social (alta). Nenhuma diferença significante foi encontrada com relação a etnicidade, com exceção de cachaça e outras bebidas destiladas. A prevalência anual de consumo de alto risco foi 7%, seis vezes mais prevalente entre homens que entre mulheres (quase 13% comparado a 2,4%). Foi encontrada uma associação positiva de prevalência de consumo de alto risco com educação e classe social. Nenhuma relação global foi encontrada entre etnicidade e consumo de alto risco. Gênero masculino e níveis socioeconômicos mais altos foram associados ao aumento de consumo de alto risco. Análises estratificadas revelaram um efeito consistente de gênero, através de todos os estratos de variáveis independentes. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que elementos sociais e culturais determinam padrões locais de consumo de bebidas alcoólicas. Pesquisas adicionais sobre efeitos de longo prazo de etnicidade, classe social e gênero sobre consumo de álcool são necessárias, visando a explicar o seu papel como fontes de desigualdades sociais em saúde.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To study patterns of alcohol consumption and prevalence of high-risk drinking. METHODS: A household survey was carried out in a sample of 2,302 adults in Salvador, Brazil. Cases of High-Risk Drinking (HRD) were defined as those subjects who referred daily or weekly binge drinking plus episodes of drunkenness and those who reported any use of alcoholic beverages but with frequent drunkenness (at least once a week). RESULTS: Fifty-six per cent of the sample acknowledged drinking alcoholic beverages. Overall consumption was significantly related with gender (male), marital status (single), migration (non-migrant), better educated (college level), and social class (upper). No significant differences were found regarding ethnicity, except for cachaça (Brazilian sugarcane liquor) and other distilled beverages. Overall 12-month prevalence of high-risk drinking was 7%, six times more prevalent among males than females (almost 13% compared to 2.4%). A positive association of HRD prevalence with education and social class was found. No overall relationship was found between ethnicity and HRD. Male gender and higher socioeconomic status were associated with increased odds of HRD. Two-way stratified analyses yielded consistent gender effects throughout all strata of independent variables. CONCLUSIONS: The findings suggest that social and cultural elements determine local patterns of alcohol-drinking behavior. Additional research on long-term and differential effects of gender, ethnicity, and social class on alcohol use and misuse is needed in order to explain their role as sources of social health inequities.
  • Flúor e alumínio em chás e bebidas à base de chás Original Articles

    Hayacibara, Mitsue Fujimaki; Queiroz, Celso Silva; Tabchoury, Cínthia Pereira Machado; Cury, Jaime Aparecido

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar as concentrações de flúor e alumínio em chás brasileiros de ervas, preto e bebidas a base de chá, como em chás preto importados considerando seus riscos para, respectivamente, a saúde oral e geral. MÉTODOS: Foram analisadas 177 amostras de chá de ervas e chá preto, 11 tipos de chá preto importados e 21 amostras de bebidas à base de chá. Flúor e alumínio foram determinados após infusão dos chás de ervas e pretos. As determinações de flúor e alumínio foram feitas por eletrodo específico e absorção atômica, respectivamente. RESULTADOS: A quantidade de flúor e alumínio encontrada nos chás de erva foi muito baixa, mas foi alta nos chás preto e nas bebidas à base de chá. A quantidade de alumínio em todas amostras analisadas pode ser considerada segura para a saúde geral. Entretanto, considerando 0,07 mg F/kg/dia como o limite superior de risco de fluorose esteticamente comprometedora, alguns chás preto e algumas bebidas à base de chá podem por si só submeter crianças a uma dose diária superior ao limite. CONCLUSÕES: Chás preto brasileiros e importados, assim como bebidas à base de chá são fontes de quantidades significantes de flúor e sua ingestão diária pode aumentar o risco de fluorose dental

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To evaluate fluoride and aluminum concentration in herbal, black, ready-to-drink, and imported teas available in Brazil considering the risks fluoride and aluminum pose to oral and general health, respectively. METHODS: One-hundred and seventy-seven samples of herbal and black tea, 11 types of imported tea and 21 samples of ready-to-drink tea were divided into four groups: I-herbal tea; II-Brazilian black tea (Camellia sinensis); III-imported tea (Camellia sinensis); IV-ready-to-drink tea-based beverages. Fluoride and aluminum were analyzed using ion-selective electrode and atomic absorption, respectively. RESULTS: Fluoride and aluminum levels in herbal teas were very low, but high amounts were found in black and ready-to-drink teas. Aluminum found in all samples analyzed can be considered safe to general health. However, considering 0.07 mg F/kg/day as the upper limit of fluoride intake with regard to undesirable dental fluorosis, some teas exceed the daily intake limit for children. CONCLUSIONS: Brazilian and imported teas made from Camellia sinensis as well as some tea-based beverages are sources of significant amounts of fluoride, and their intake may increase the risk of developing dental fluorosis.
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