Saúde em Debate, Volume: 48, Número: 141, Publicado: 2024
  • Exposição ambiental e ocupacional a agrotóxicos segundo fatores sociodemográficos em pacientes com câncer em Mato Grosso, Brasil Original Article

    Soares, Mariana Rosa; Corrêa, Marcia Leopoldina Montanari; Andrade, Amanda Cristina de Souza; Neves, Maelison Silva; Bel, Haya Del; Galvão, Noemi Dreyer; Rocon, Pablo Cardozo

    Resumo em Português:

    RESUMO O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de exposição ambiental e ocupacional aos agrotóxicos conforme fatores sociodemográficos entre pacientes com câncer. Trata-se de um estudo observacional de delineamento transversal com pacientes com câncer do estado de Mato Grosso. Foi calculada a prevalência de exposição ambiental e ocupacional aos agrotóxicos conforme as variáveis sexo, faixa etária, região e escolaridade. Foram estimados o uso de agrotóxicos por culturas agrícolas em litros e construído mapa temático segundo a macrorregião de economia agropecuária. Dos 998 pacientes, a maioria era do sexo feminino (54,9%), tinha entre 50 e 69 anos (50,1%), possuía menos de oito anos de escolaridade (60,7%) e residiam na macrorregião Centro-Sul (55,4%). Em relação à exposição ambiental e ocupacional, 53,1% dos pacientes moram ou moraram em município com plantação agrícola, 17,4% residiam próximo à lavoura, 43,4% trabalharam na agricultura, pecuária ou extrativismo e 22,9% trabalharam ou trabalham diretamente com agrotóxicos. A exposição ambiental e ocupacional foi maior no sexo masculino, nas faixas etárias mais elevadas, escolaridade de 0 a 4 anos e nas macrorregiões de maior uso de agrotóxicos. Conclui-se que a exposição ambiental e ocupacional entre pacientes com câncer se associou as características sociodemográficas e macrorregiões de economia agropecuária.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT The goal of this study was to estimate the prevalence of environmental and occupational exposure to pesticides according to sociodemographic factors among cancer patients. It is a cross-sectional study with cancer patients in the state of Mato Grosso. The prevalence of environmental and occupational exposure to pesticides was calculated as to the variables gender, age, macro-region, and education. Pesticide use per agricultural crops in liters was estimated, and a thematic map was constructed following the macro-region of the agricultural economy. Of the 998 patients, most were female (54.9%), aged between 50 and 69 years old (50.1%), had less than eight years of schooling (60.7%), and resided in the South-Central macro-region (55.4%). Regarding environmental and occupational exposure, 53.1% of the patients live or have lived in a municipality with agricultural plantations; 17.4% lived near crops; 43.4% worked in agriculture, livestock, or extractivism; and 22.9% worked or work directly with pesticides. Environmental and occupational exposure was higher in males, in the older age groups, schooling from 0 to 4 years, and in the macro-regions with higher pesticide use. The study concluded that environmental and occupational exposure among cancer patients is associated to sociodemographic characteristics and macro-regions of the agricultural economy.
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde RJ - Brazil
E-mail: revista@saudeemdebate.org.br