Resumo em Português:
RESUMO A Atenção Primária à Saúde (APS) é a base do Sistema Único de Saúde (SUS). Fortalecê-la exige permanente avaliação de seus processos e resultados. A Rede de Pesquisa em APS (Rede APS) promove intenso debate sobre o fortalecimento do modelo de APS de base territorial, comunitária e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde no SUS. Este ensaio tem o objetivo de apresentar um histórico das iniciativas de monitoramento e avaliação da APS brasileira e a proposição de uma agenda de pesquisa implicada com a consolidação do SUS e o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família (ESF). É resultante da reflexão crítica acerca da produção de conhecimento sobre APS no Brasil, fruto do debate em torno da agenda política e estratégica da Rede APS com participação de atores setoriais. A agenda está estruturada em oito eixos centrais, considerando o modelo de APS a ser integrado às redes de atenção, gestão e financiamento, gestão do trabalho, saúde digital, infraestrutura, atenção integral à saúde, e monitoramento e avaliação. A Rede APS defende a universalização da cobertura por uma ESF qualificada e a construção de uma Política Nacional de Monitoramento e Avaliação para orientar a gestão e o cuidado da APS no SUS.Resumo em Espanhol:
RESUMEN La Atención Primaria de Salud es la base del Sistema Único de Salud (SUS). Fortalecerla exige una permanente evaluación de sus procesos y resultados. La Red de Investigación en APS (Rede APS) promueve un intenso debate sobre el fortalecimiento del modelo de APS de base territorial, comunitaria y como ordenadora de la Red de Atención en Salud en el Sistema Único de Salud (SUS). El objetivo de este ensayo es presentar un panorama histórico de las iniciativas de monitoreo y evaluación de la APS brasileña y proponer una agenda de investigación comprometida con la consolidación del SUS y con el fortalecimiento de la Estrategia Salud de la Familia (ESF). Esto como resultado de la reflexión crítica acerca de la producción de conocimiento sobre APS en Brasil, fruto del debate en relación con la agenda política y estratégica de la Rede APS con la participación de actores sectoriales. La agenda está construida en ocho ejes centrales, teniendo en cuenta el modelo de APS integrado en las redes de atención, la gestión y financiamiento, la gestión del trabajo, la salud digital, la infraestructura, la atención integral en salud y el monitoreo y evaluación. La Rede APS defiende la universalización de la cobertura por una ESF cualificada y la construcción de una Política Nacional de Monitoreo y Evaluación para orientar la gestión y el cuidado en la APS en el SUS.Resumo em Inglês:
ABSTRACT Primary Health Care (PHC) is the base of the Unified Health System (SUS). Strengthening it requires constant evaluation of its processes and outcomes. The PHC Research Network (Rede APS) is promoting an intense debate on strengthening the PHC model, which is territorialized, community-based, and organizes the Health Care Network in the SUS. This essay aims to present a history of initiatives to monitor and evaluate Brazilian PHC and to propose a research agenda involved in consolidating the SUS and strengthening the Family Health Strategy (ESF). It is the result of a critical reflection on the production of knowledge on PHC in Brazil, the fruit of a debate on the political and strategic agenda of the PHC Network with the participation of sectoral actors. The agenda is structured around eight central axes, considering the PHC model to be integrated into care networks, management and financing, work management, digital health, infrastructure, comprehensive health care, and monitoring and evaluation. The PHC Research Network advocates universal coverage by a qualified ESF and the construction of a National Monitoring and Evaluation Policy to guide PHC management and care in the SUS.Resumo em Português:
RESUMO Este ensaio teórico percorre um itinerário e aborda diferentes concepções de território quanto ao campo da saúde coletiva. Busca-se elucidar como o território compõe com a constituição histórica e organizativa dos sistemas e serviços de atenção à saúde, e como conceito fundamental ao trabalho no campo da saúde coletiva. Enquanto intervenção estatal sobre a vida populacional dentro de territórios circunscritos a Estados-nações, a abordagem epidemiológica paisagística da medicina social preventiva concebe o território como ambiente de exposição a doenças e acaba superada pelas ideias de risco e multicausalidade dos processos saúde-doença, próprias ao modelo do campo da saúde. Este amplia a compreensão dos processos saúde-doença articulando ambiente, acesso aos serviços, estilos de vida e determinantes biológicos com aspectos ecológicos, culturais, simbólicos e de responsabilidade social. Assim, a saúde coletiva se aprimora com noções como territorialidades, identidades ou reprodução social, importantes para a distritalização e a organização de sistemas de saúde democráticos, a compreensão sobre a determinação social da saúde e a efetivação de redes de cuidado e estratégias de assistência eficazes, sobretudo na atenção básica. Enfim, a noção de território é fundamental à compreensão das condições estruturantes dos processos de vida e adoecimento e ao compromisso com a transformação social.Resumo em Inglês:
ABSTRACT This theoretical essay explores different conceptions of territory within the field of collective health. We aim to elucidate how territory contributes to the historical and organizational constitution of healthcare systems and services, as well as its fundamental role in the field of collective health. The landscapebased epidemiological approach of social preventive medicine, which conceives territory as an environment of disease exposure within nation-state boundaries, is overcome by the ideas of risk and multicausality inherent in the model of the health field. This model expands the understanding of health-disease processes by integrating the environment, access to services, lifestyles, biological determinants with ecological, cultural, and symbolic aspects, as well as social responsibility. Therefore, collective health is enhanced by concepts such as territoriality, identity, and social reproduction, which are important for the districting and organization of democratic healthcare systems, for understanding the social determination of health, and for implementing effective care networks and strategies, particularly in primary care. Ultimately, the notion of territory is fundamental to understanding the structuring conditions of life processes and illness, as well as to the commitment to social transformation.