Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular e o estresse presente no trabalho policial: revisão integrativa

Giselle Urbani Lêda Freitas de Jesus Eliana Napoleão Cozendey-Silva Sobre os autores

Resumo

O estudo objetivou investigar se o estresse presente nas atividades dos trabalhadores da polícia brasileira pode ter relação com o desenvolvimento da síndrome da disfunção da articulação temporomandibular (DTM), uma doença comumente associada a condições estressantes. Realizou-se uma revisão integrativa de literatura sobre os temas estresse, DTM e atividade policial. Foram identificadas diversas fontes estressoras no trabalho do policial brasileiro e observou-se que o estresse influencia no desenvolvimento, agravamento e tratamento dos sintomas da síndrome. Há comprometimento na qualidade de vida e saúde dos portadores de DTM. O fato de estudos terem mostrado associação entre estresse e atividades desenvolvidas pelos policiais brasileiros, bem como relação entre estresse e DTM, levou à suposição de que é possível haver relação entre o estresse gerado pelo trabalho executado por policiais e o risco de desenvolvimento da DTM por essa classe de trabalhadores. É recomendado que o indivíduo portador da síndrome seja avaliado como um todo antes da execução do tratamento e que esse tratamento seja multidisciplinar. A literatura sobre DTM em policiais ainda é incipiente, motivo pelo qual sugere-se o desenvolvimento de estudos sobre o tema.

Estresse ocupacional; Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular; Policiais; Saúde do trabalhador

Introdução

O estresse faz parte da natureza fisiológica do ser humano e está associado à capacidade adaptativa do indivíduo frente a um evento ou situação importante11. Oliveira PLM, Bardagi MP. Estresse e comprometimento com a carreira em policiais militares. Bol Psicol 2009; 59(131):153-166.. Entretanto, quando o estresse se torna intenso ou persistente, ultrapassando a capacidade física, cognitiva e emocional do indivíduo em lidar com as situações estressoras, irá gerar um efeito desorganizador no organismo, podendo levar a um quadro patológico22. Marras JP. Estresse ocupacional. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012..

Dentre as patologias que podem ser originadas do estresse está a síndrome da disfunção da articulação temporomandibular (DTM)33. Martins RJ, Garcia AR, Garbin CAS, Sundefeld MLMM. Associação entre classe econômica e estresse na ocorrência da disfunção temporomandibular. Rev. Bras. Epidemiol. 2007; 10(2):215-222, termo utilizado para caracterizar um grupo de doenças que acometem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas adjacentes44. Donnarumma MDC, Muzilli CA, Ferreira C, Nemr K. Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Rev. CEFAC 2010; 12(5):788-794.. Os portadores de DTM apresentam sintomas que variam desde incômodos, como estalidos na articulação, sensibilidade muscular e limitação de abertura bucal55. Figueiredo VM, Cavalcanti AL, Farias ABL, Nascimento SR. Prevalência de sinais, sintomas e fatores associados em portadores de disfunção temporomandibular. Acta Scientiarum. Helth Sciences 2009; 31(2):159-163., até sintomas altamente incapacitantes, como dores orofaciais e dificuldades na função mastigatória44. Donnarumma MDC, Muzilli CA, Ferreira C, Nemr K. Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Rev. CEFAC 2010; 12(5):788-794.. Além disso, são encontrados sintomas otológicos, tais como zumbido, otalgia, tontura/vertigem, plenitude auditiva, hipoacusia e hiperacusia66. Hilgenberg PB. Estudo da participação de sinais e sintomas de Disfunção Temporomandibular (DTM) e sintomas otológicos em pacientes portadores de zumbido subjetivo [dissertação]. Bauru: Universidade e São Paulo; 2007.. Todos esses fatores interferem nas atividades diárias sociais e laborais do indivíduo, bem como na sua saúde emocional e física77. Campi LB, Camparis CM, Jordani PC, Gonçalves DAG. Influência de abordagens biopsicossociais e autocuidados no controle das disfunções temporomandibulares crônicas. Rev. Dor 2013;14(3):219-222..

A literatura científica aponta o trabalho como uma importante fonte geradora de estresse11. Oliveira PLM, Bardagi MP. Estresse e comprometimento com a carreira em policiais militares. Bol Psicol 2009; 59(131):153-166.,88. Sadir MA, Bignotto MM, Lipp MEN. Stress e qualidade de vida: influência de algumas variáveis pessoais. Paidéia 2010; 20(45):73-81., havendo distinção teórica sobre o estresse agir, ou ser percebido como fonte positiva de motivação (o eustresse), quando alguns indivíduos experimentam sensações de autoconfiança, otimismo, capacidade e robustez para vencer desafios99. Rossi AM, Perrewe PL, Sauter SL. Stress e Qualidade de Vida no Trabalho. Perspectivas atuais da saúde ocupacional. São Paulo: Atlas; 2012.. No sentido inverso, Rossi et al.99. Rossi AM, Perrewe PL, Sauter SL. Stress e Qualidade de Vida no Trabalho. Perspectivas atuais da saúde ocupacional. São Paulo: Atlas; 2012. denominam como distresse aquele relacionado aos estímulos percebidos como um “estresse negativo”, associado à sensação prevalente de frustração, excesso de fadiga e sentimento de incapacidade para controlar situações ou fatos, provocando desequilíbrios físicos e emotivos.

Este artigo se situa no campo da Saúde do Trabalhador, com conotação própria no Brasil, que pode ser entendido como “um corpo de práticas teóricas interdisciplinares – técnicas, sociais, humanas – e interinstitucionais, desenvolvidas por diversos atores situados em lugares sociais distintos e informados por uma perspectiva comum”1010. Minayo-Gomez C, Thedim-Costa SMF. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Cad Saude Publica 1997; 13(Supl. 2):21-32.. Aborda os aspectos individuais e organizacionais dos estressores relacionados ao trabalho, fontes do “distresse”, em razão de sua associação com a redução da qualidade de vida e, ainda, dos altos custos para indivíduos, organizações e sociedade1111. Mendonça MB, Solano AF. A pragmática do stress: conceitos e releituras no ambiente empresarial. Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” 2013; 04(1):57-67.,1212. Balassiano M, Tavares E, Pimenta RC. Estresse ocupacional na administração pública Brasileira: quais os fatores impactantes? Rev. Adm. Pública 2011; 45(3):751-774.

Nesse contexto, alguns estudos expuseram a situação de vulnerabilidade, geradora de alto grau de estresse, em que os trabalhadores da segurança pública brasileira atuam, e chamaram a atenção para a necessidade de estudos e ações que possam contribuir para a mudança desse quadro11. Oliveira PLM, Bardagi MP. Estresse e comprometimento com a carreira em policiais militares. Bol Psicol 2009; 59(131):153-166.,1313. Costa M, Accioly Júnior H, Oliveira J, Maia E. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Rev Panam Salud Publica 2007; 21(4):217-222.

14. Minayo MCS, Souza ER, Constantino P. Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública. Cad Saude Publica 2007; 23(11):2767-2779.
-1515. Andrade ER, Sousa ER, Minayo MCS. Intervenção visando a auto-estima e qualidade de vida dos policiais civis do Rio de Janeiro. Cien Saude Colet 2009; 14(1):275-285..

Considerando que o estresse tem relação direta com a DTM33. Martins RJ, Garcia AR, Garbin CAS, Sundefeld MLMM. Associação entre classe econômica e estresse na ocorrência da disfunção temporomandibular. Rev. Bras. Epidemiol. 2007; 10(2):215-222,1616. Goyatá FR, Taira NV, Almeida S, Martin e Silva D, Taira CV. Avaliação de sinais e sintomas de Disfunção Temporomandibular entre os acadêmicos do curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ. Int. J Dent. 2010; 9(4):181-187. e que o processo de trabalho policial é gerador de estresse1515. Andrade ER, Sousa ER, Minayo MCS. Intervenção visando a auto-estima e qualidade de vida dos policiais civis do Rio de Janeiro. Cien Saude Colet 2009; 14(1):275-285., este estudo objetivou investigar se o estresse presente nas atividades dos trabalhadores da polícia brasileira pode ter relação com o desenvolvimento da DTM, uma doença comumente associada a condições estressantes.

Método

Quanto ao seu delineamento, apresenta-se como estudo de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, desenvolvido por meio de uma revisão integrativa da literatura sobre estresse, DTM e atividades dos trabalhadores policiais.

A pesquisa foi norteada pelas seguintes questões: Quais fontes de estresse são relacionadas às atividades desempenhadas pelos trabalhadores policiais? Qual a importância do estresse na etiologia da DTM?

A produção científica foi recuperada a partir das bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline) e da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS/MS). Por considerar que o tema, particularmente DTM, é menos explorado na saúde pública, também foi admitida a utilização de trabalhos de conclusão de curso (dissertação e monografias), disponíveis no Google Acadêmico, que fossem pertinentes e pudessem embasar as questões suscitadas pelo estudo.

Para a recuperação da informação foram utilizados termos controlados, indexados em Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e suas combinações nas línguas portuguesa e inglesa: “estresse ocupacional”, “síndrome da articulação temporomandibular”, “polícia”, “etiologia” e “risco”. Os operadores booleanos (AND, OR, NOT) foram empregados na combinação dos descritores de modo a ampliar a sensibilidade (recuperação de estudos alinhados às questões de pesquisa) e evitar estudos que tratassem de procedimentos terapêuticos da DTM.

Foram aplicados os critérios de inclusão: publicação entre 2005-2014, artigos completos e publicados em português e inglês. Ainda, para serem elegíveis, os estudos deveriam abordar sobre os assuntos DTM e a ocupação/atividade de policiais brasileiros; e, levantar discussão e/ou fazer emergir informações que se adequassem às questões norteadoras deste estudo. Optou-se por estudos com policiais brasileiros, uma vez que os autores tomam como pressuposto que a realidade da segurança pública no Brasil pode ser diferente daquela em outros países.

Para fins de análise crítica, os artigos selecionados foram organizados em três categorias: (I) fontes de estresse ocupacional em trabalhadores policiais; (II) estresse como fator etiológico ou de risco para o desenvolvimento de DTM, independente da categoria profissional; e, (III) estresse como fator de risco para o desenvolvimento de DTM em população de estudo formada por trabalhadores policiais.

A síntese da produção científica e a análise crítica das contribuições sobre o tema foram utilizadas para descrever e correlacionar os dados, com o intuito de pesquisar a relação entre o estresse da atividade policial e o risco de ocorrência da DTM nessa população. Apesar de o foco do estudo ser a polícia brasileira, trabalhos de outros países foram utilizados na discussão na perspectiva de ampliar a análise dos achados.

A Tabela 1 apresenta a síntese da produção científica recuperada, segundo as bases de dados, e utilizada, conforme os critérios de inclusão. A amostra final foi composta por 26 materiais, entre artigos e trabalhos de conclusão de curso de pós-graduação (dissertação e monografia).

Tabela 1
Síntese da produção científica recuperada e utilizada.

Resultados

Do total de 383 trabalhos recuperados, somente 26 se enquadraram nas categorias analisadas. Os quadros apresentados, em sequência, sintetizam os principais achados da pesquisa, de acordo com autor, ano, tipologia documental, tipo de estudo, principal objetivo do trabalho e os principais fatores encontrados acerca de estresse, DTM e policiais.

O Quadro 1 apresenta a síntese das principais fontes de estresse ocupacional em policiais brasileiros, apontados pela produção científica. Nesta categoria de análise foram utilizados 11 trabalhos que, em sua essência, tratam de estresse em trabalhadores da segurança pública.

Quadro 1
Fontes de estresse ocupacional em trabalhadores policiais, 2005-2014.

Conforme pôde ser verificado nos estudos encontrados, a atividade policial apresenta várias fontes estressoras, a saber: pressão, responsabilidade, sobrecarga de trabalho, infraestrutura de trabalho ineficiente, risco de vida pessoal e para terceiros, ambiente autoritário, centralização de decisões, além de insatisfação com a profissão devido à baixa remuneração salarial e não reconhecimento do trabalho11. Oliveira PLM, Bardagi MP. Estresse e comprometimento com a carreira em policiais militares. Bol Psicol 2009; 59(131):153-166.,1414. Minayo MCS, Souza ER, Constantino P. Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública. Cad Saude Publica 2007; 23(11):2767-2779.,1717. Dela Coleta ASM, Dela Coleta MF. Fatores de estresse ocupacional e coping entre policiais civis. Psico-USF 2008; 13(1):59-68.,1818. Gomes R, Souza ER. A identidade de policiais civis e sucessivos espelhamentos. Cien Saude Colet 2013; 18(3):601-610.. Souza e Minayo1919. Souza ER, Minayo MCS. Policial, risco como profissão: morbimortalidade vinculada ao trabalho. Cien Saude Colet 2005; 10(4):917-928 destacaram o crescimento da vitimização dos trabalhadores da segurança pública.

Dentre os elementos geradores de estresse, as questões organizacionais e operacionais do trabalho são citadas como danosas ao bem-estar dos policiais1414. Minayo MCS, Souza ER, Constantino P. Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública. Cad Saude Publica 2007; 23(11):2767-2779.,2020. Bezerra CM, Minayo MC, Constantino P. Estresse ocupacional em mulheres policiais. Cien Saude Colet 2013; 18(3):657-666.,2121. Spode CB, Merlo ARC. Trabalho policial e saúde mental: uma pesquisa junto aos Capitães da Polícia Militar. Psicol. Reflex. Crit. 2006; 19(3):362-370.. Da mesma forma, os policiais entendem que a sociedade e o governo não reconhecem o trabalho realizado pelo serviço de segurança pública, o que, segundo eles, leva à desvalorização da profissão que, por sua vez, gera estresse1717. Dela Coleta ASM, Dela Coleta MF. Fatores de estresse ocupacional e coping entre policiais civis. Psico-USF 2008; 13(1):59-68.,1818. Gomes R, Souza ER. A identidade de policiais civis e sucessivos espelhamentos. Cien Saude Colet 2013; 18(3):601-610.,2121. Spode CB, Merlo ARC. Trabalho policial e saúde mental: uma pesquisa junto aos Capitães da Polícia Militar. Psicol. Reflex. Crit. 2006; 19(3):362-370.. Alguns policiais exercem outra atividade profissional em suas horas de folga, o que representa pouco tempo disponível para descansar e se alimentar adequadamente1414. Minayo MCS, Souza ER, Constantino P. Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública. Cad Saude Publica 2007; 23(11):2767-2779.,2222. Minayo MCS, Assis SG, Oliveira RVC. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2199-2209..

Estudos mostraram alto índice de estresse entre as mulheres policiais, provocado por discriminação, pela sobrecarga de trabalho a que a mulher trabalhadora enfrenta, bem como pelas características fisiológicas e psicológicas das mulheres que, segundo os autores, as deixam mais suscetíveis ao estresse1313. Costa M, Accioly Júnior H, Oliveira J, Maia E. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Rev Panam Salud Publica 2007; 21(4):217-222..

No entanto, apesar de ser insalubre e arriscada, a atividade policial possui poucas alternativas para amenizar o estresse que gera1515. Andrade ER, Sousa ER, Minayo MCS. Intervenção visando a auto-estima e qualidade de vida dos policiais civis do Rio de Janeiro. Cien Saude Colet 2009; 14(1):275-285..

O Quadro 2, que expõe a síntese relativa à categoria (II), foi constituído por 11 trabalhos (10 artigos e 01 monografia) que abordam o estresse como um fator etiológico ou de risco para o desenvolvimento de DTM, independentemente da categoria profissional.

Quadro 2
Estresse como fator etiológico ou de risco para o desenvolvimento de DTM, 2005-2014.

A DTM é uma síndrome cujos portadores podem apresentar desde simples incômodos55. Figueiredo VM, Cavalcanti AL, Farias ABL, Nascimento SR. Prevalência de sinais, sintomas e fatores associados em portadores de disfunção temporomandibular. Acta Scientiarum. Helth Sciences 2009; 31(2):159-163. até sintomas dolorosos e, por vezes, incapacitantes. Dentre os fatores etiológicos e de risco para a DTM encontra-se o estresse, já havendo uma boa documentação da relação entre o desenvolvimento da síndrome e a presença de estresse3,16,24-27. São encontradas citações de bruxismo, um sinal de estresse, como fator de risco para DTM2424. Bortolleto PPB, Manfredi APSM, Madureira PR. Análise dos hábitos parafuncionais e associação com Disfunção das Articulações Temporomandibulares. Rev Assoc Paul Cir Dent 2013; 67(3):216-221.,2828. Michelotti A1, Cioffi I, Festa P, Scala G, Farella M. Oral parafunctions as risk factors for diagnostic TMD subgroups. J. Oral Rehabil 2010; 37(3):157-162.. A DTM impacta negativamente a qualidade de vida, saúde e trabalho daqueles que sofrem da doença em razão da dor que provoca55. Figueiredo VM, Cavalcanti AL, Farias ABL, Nascimento SR. Prevalência de sinais, sintomas e fatores associados em portadores de disfunção temporomandibular. Acta Scientiarum. Helth Sciences 2009; 31(2):159-163.,77. Campi LB, Camparis CM, Jordani PC, Gonçalves DAG. Influência de abordagens biopsicossociais e autocuidados no controle das disfunções temporomandibulares crônicas. Rev. Dor 2013;14(3):219-222.,2929. Biasotto-Gonzalez DA, Mendes PCC, Jesus LA, Martins MD. Qualidade de vida em portadores de disfunção temporomandibular – um estudo transversal. Rev Ins. Ciênc Saúde 2009; 27(2):128-132.,3030. Kuroiwa DN, Marinelli JG, Rampani MS, Oliveira W, Nicodemo D. Desordens temporomandibulares e dor orofacial: estudo da qualidade de vida medida pelo Medical Outcomes Study 36 - Item Short Form Health Survey. Rev. dor 2011; 12(2):93-98., sendo uma doença mais comumente encontrada em mulheres2727. Schmidt CM. Disfunção temporomandibular associado ao estresse [monografia]. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas; 2007.. Fatores psicossociais podem tornar crônica a dor provocada pela DTM77. Campi LB, Camparis CM, Jordani PC, Gonçalves DAG. Influência de abordagens biopsicossociais e autocuidados no controle das disfunções temporomandibulares crônicas. Rev. Dor 2013;14(3):219-222..

No Quadro 3, referente à categoria (III), foram elencados 04 artigos e 01 dissertação, totalizando 05 trabalhos que explicitam o stress e/ou suas manifestações como fator de risco para DTM em policiais. Somente foram localizados trabalhos nos quais a população de estudo era composta por policiais militares. Porém, destaca-se que tanto as atividades desenvolvidas por policiais militares quanto as desenvolvidas por policiais civis apresentam similaridades e peculiaridades.

Quadro 3
Estresse como fator de risco para o desenvolvimento de DTM em população de estudo formada por trabalhadores policiais.

Dentre os estudos sobre DTM em policiais encontrados pelo presente trabalho, alguns tinham foco odontológico2323. Caria PHF, Faria RJA, Faria CRS, Croci CS, Negrão Filho R. Efficiency of occlusal splints on police officers with TMD. Braz. J. Oral Sci. 2014; 13(4):292-296.,3131. Faria RJA. Avaliação clínica e eletromiográfica de músculos da mastigação, em policiais militares com DTM, antes e após o uso de dispositivos inter-oclusais [dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2006., mas todos foram unânimes em apontar a categoria profissional investigada como de grande probabilidade de desenvolver doenças crônicas e desordens como a DTM, devido ao altíssimo nível de estresse inerente à profissão2323. Caria PHF, Faria RJA, Faria CRS, Croci CS, Negrão Filho R. Efficiency of occlusal splints on police officers with TMD. Braz. J. Oral Sci. 2014; 13(4):292-296.,3131. Faria RJA. Avaliação clínica e eletromiográfica de músculos da mastigação, em policiais militares com DTM, antes e após o uso de dispositivos inter-oclusais [dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2006.

32. Cavalcanti MOA, Lima JMC, Batista AUD, Oliveira LMC, Lucena LBS. Grau de severidade da disfunção temporomandibular e hábitos parafuncionais em policiais militares. Rev. Gaúch. Odontol. 2011; 59(3):351-356.

33. Carvalho SCA, Carvalho ALA, Lucena SC, Coelho JPS, Araújo TPB. Associação entre bruxismo e estresse em policiais militares. Rev. Odonto. Ciênc. 2008; 23(2):125-129.
-3434. Graciola J, Silveira AM. Avaliação da Influência do Estresse na Prevalência de Disfunções Temporomandibulares em Militares Estaduais do Rio Grande do Sul. J. Oral Invest. 2013; 2(1):32-37..

Estudos com policiais portadores de DTM relacionou a sintomatologia da síndrome com sintomas biopsicossociais, tais como estresse, desordens de sono, dor e tabagismo3333. Carvalho SCA, Carvalho ALA, Lucena SC, Coelho JPS, Araújo TPB. Associação entre bruxismo e estresse em policiais militares. Rev. Odonto. Ciênc. 2008; 23(2):125-129.,3434. Graciola J, Silveira AM. Avaliação da Influência do Estresse na Prevalência de Disfunções Temporomandibulares em Militares Estaduais do Rio Grande do Sul. J. Oral Invest. 2013; 2(1):32-37., bem como com hábitos parafuncionais.

Discussão

A produção de conhecimento é um elemento básico para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida. Diante do número, ainda incipiente, de publicações nacionais e internacionais sobre DTM em policiais, o presente trabalho mostra a necessidade do desenvolvimento de pesquisas que forneçam informações que ampliem o conhecimento sobre a relação entre a atividade policial e o desenvolvimento da síndrome, de modo que seja possível analisar e intervir nos fatores envolvidos no problema.

Fatores geradoras de estresse ocupacional em trabalhadores policiais

A exposição a condições estressantes de trabalho pode exercer influência direta sobre a saúde física e emocional do indivíduo. O estresse ocupacional se instala quando as exigências do trabalho não correspondem às capacidades, recursos ou necessidades do trabalhador8. Estudo de Oliveira e Bardagi1 relatou sintomas psicológicos e, em menor grau, sintomas físicos em policiais militares diagnosticados com estresse, o que, segundo os autores, pode ter relação com a insegurança com a carreira profissional que, por sua vez, resulta de um contexto de vulnerabilidade em que a atividade militar está inserida. Na Itália, estudo encontrou associação entre questões organizacionais do trabalho policial e exaustão emocional/cinismo nos trabalhadores, assim como entre questões operacionais e sintomas psicossomáticos3535. Setti I, Argentero P. The influence of operational and organizational stressors on the well-being of municipal police officers. Med Lav 2013; 104(5):368-379..

O ambiente, a pressão e os mecanismos de disciplina do trabalho policial podem dificultar o relacionamento entre colegas e chefes, tornando-se agentes estressores1717. Dela Coleta ASM, Dela Coleta MF. Fatores de estresse ocupacional e coping entre policiais civis. Psico-USF 2008; 13(1):59-68.,2020. Bezerra CM, Minayo MC, Constantino P. Estresse ocupacional em mulheres policiais. Cien Saude Colet 2013; 18(3):657-666.

21. Spode CB, Merlo ARC. Trabalho policial e saúde mental: uma pesquisa junto aos Capitães da Polícia Militar. Psicol. Reflex. Crit. 2006; 19(3):362-370.
-2222. Minayo MCS, Assis SG, Oliveira RVC. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2199-2209..

Fatores desencadeadores de estresse em policiais brasileiros também são citados por policiais da Itália3535. Setti I, Argentero P. The influence of operational and organizational stressors on the well-being of municipal police officers. Med Lav 2013; 104(5):368-379., Índia3636. Singh S, Kar SK. Sources of occupational stress in the police personnel of North India: An exploratory study. Indian J Occup Environ Med 2015; 19(1):56-60., Malásia3737. Masilamani R, Bulgiba A, Chinna K, Darus A, Isahak M, Kandiben S, Koh D. Prevalence and associated factors of stress in the Malaysian Police Force. Prev Med 2013; (Issue null):S57-S5, Austrália3838. Noblet AJ, Rodwell JJ, Allisey AF. Police stress: the role of the psychological contract and perceptions of fairness. Policing 2009; 32(4):613-630. e Estados Unidos3939. Violanti JM, Fekedulegn D, Hartley TA, Andrew ME, Charles L, Tinney-Zara Cathy A, Burchfiel CM. Police Work Absence: An Analysis of Stress and Resiliency. J Law Enforc Leadersh Ethics 2014; 1(1):49-67., corroborando estudos que indicam que devido ao contato direto e constante com o perigo e a violência, bem como pela atuação em situações de conflito e tensão, os policiais são os trabalhadores com maior nível de exposição ao estresse2020. Bezerra CM, Minayo MC, Constantino P. Estresse ocupacional em mulheres policiais. Cien Saude Colet 2013; 18(3):657-666.,2121. Spode CB, Merlo ARC. Trabalho policial e saúde mental: uma pesquisa junto aos Capitães da Polícia Militar. Psicol. Reflex. Crit. 2006; 19(3):362-370.,2323. Caria PHF, Faria RJA, Faria CRS, Croci CS, Negrão Filho R. Efficiency of occlusal splints on police officers with TMD. Braz. J. Oral Sci. 2014; 13(4):292-296., independentemente do país em que vivem. No entanto, o número de policiais mortos no Brasil é expressivamente maior quando comparado com países desenvolvidos e não violentos (Tabela 2), o que sugere uma situação de vulnerabilidade, geradora de alto grau de estresse para os trabalhadores brasileiros dessa categoria profissional. A Tabela 2 mostra que, em 2015, a morte de policiais em serviço no Brasil representou 0,03% do efetivo total de trabalhadores policiais, o triplo do percentual de mortes nos Estados Unidos (0,01%) e 30 vezes o do Reino Unido (0,001%)4040. Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: Edição X; 2016.

41. United Kingdom’s National Police Roll of Honour. Police Roll of Honour Trust. National Police Officers Roll of Honour and Remembrance - In Memory of British Police Officers who Lost their Lives in the Line of Duty. Annual Roll. London: United Kingdom’s National Police Roll of Honour; 2015.
-4242. Union Kingdom. Police workforce, England and Wales: 31 March 2015. London: Union Kingdom; 2015..

Tabela 2
Policiais mortos em serviço em relação ao efetivo total - Brasil, Estados Unidos e Reino Unido – 2015.

Ressalta-se que no Brasil há o agravante do número de policiais (civis e militares) vítimas de homicídio fora do horário de serviço, tendo como condicionante os aspectos ligados à profissão. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2016)4040. Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: Edição X; 2016. revelam que tais trabalhadores são mortos quase três vezes mais fora de serviço (73,79%) do que em serviço (26,21%)”. E que policiais brasileiros morreram 113% mais que policiais americanos, quando em serviço, entre 2009 e 20154040. Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: Edição X; 2016..

As estratégias que os policiais utilizam para enfrentamento do estresse incluem manejo dos sintomas (autocontrole, apoio da família, lazer, prática de exercícios, apoio na religião e atitude positiva), esquiva (separando a vida social do trabalho ou isolando-se), comportamentos eficazes no trabalho (assumir, organizar e distribuir tarefas, resolver problemas sem demora, buscar informações e fazer o melhor possível)1717. Dela Coleta ASM, Dela Coleta MF. Fatores de estresse ocupacional e coping entre policiais civis. Psico-USF 2008; 13(1):59-68.,2020. Bezerra CM, Minayo MC, Constantino P. Estresse ocupacional em mulheres policiais. Cien Saude Colet 2013; 18(3):657-666.. O absenteísmo também pode representar uma estratégia para lidar com o estresse no trabalho, com a folga significando um “dia de saúde mental” ou uma mudança na rotina estressante3939. Violanti JM, Fekedulegn D, Hartley TA, Andrew ME, Charles L, Tinney-Zara Cathy A, Burchfiel CM. Police Work Absence: An Analysis of Stress and Resiliency. J Law Enforc Leadersh Ethics 2014; 1(1):49-67.

Segundo Minayo et al.2222. Minayo MCS, Assis SG, Oliveira RVC. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2199-2209., na medida de seu envelhecimento, o policial acumula efeitos associados ao estresse laboral, tais como inadequação de comportamento, alcoolismo, jogatina descontrolada, comportamento agressivo, maior exposição a acidentes, ansiedade, insônia, explosões emocionais e vários tipos de dores crônicas. Este resultado mostra a importância do combate ao estresse na perspectiva de evitar o risco de danos crescentes à qualidade de vida e saúde do trabalhador policial.

Para a melhoria dos sintomas dolorosos e do desconforto, Campi et al.77. Campi LB, Camparis CM, Jordani PC, Gonçalves DAG. Influência de abordagens biopsicossociais e autocuidados no controle das disfunções temporomandibulares crônicas. Rev. Dor 2013;14(3):219-222. relataram como positiva a adoção de abordagens baseadas no modelo biopsicossocial da dor, por meio da aplicação de métodos de educação e autocuidados em DTM.

Dåderman e Colli4343. Dåderman A, Colli D. The significance of the sense of coherence for various coping resources in stress situations used by police officers in on-the-beat servisse. IJOMEH 2014; 27(1):3-15. recomedaram maior foco da salutogênese em pesquisas sobre locais de trabalho com alto nível de estresse ocupacional, uma vez que a potencialização das forças que se opõem ao estímulo causador de doença poderia evitar o adoecimento dos trabalhadores submetidos a este tipo de agravo.

Estresse como fator etiológico ou de risco de desenvolvimento da síndrome da disfunção da articulação temporomandibular

A DTM é uma síndrome de etiologia multifatorial, e o estresse é apontado como um desses fatores. Estudos constataram relação direta entre estresse e DTM33. Martins RJ, Garcia AR, Garbin CAS, Sundefeld MLMM. Associação entre classe econômica e estresse na ocorrência da disfunção temporomandibular. Rev. Bras. Epidemiol. 2007; 10(2):215-222,1616. Goyatá FR, Taira NV, Almeida S, Martin e Silva D, Taira CV. Avaliação de sinais e sintomas de Disfunção Temporomandibular entre os acadêmicos do curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ. Int. J Dent. 2010; 9(4):181-187.,2727. Schmidt CM. Disfunção temporomandibular associado ao estresse [monografia]. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas; 2007., visto que a síndrome tem íntima relação com fatores estressores como depressão, distúrbio do sono, problemas psiquiátricos2727. Schmidt CM. Disfunção temporomandibular associado ao estresse [monografia]. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas; 2007. e ansiedade1616. Goyatá FR, Taira NV, Almeida S, Martin e Silva D, Taira CV. Avaliação de sinais e sintomas de Disfunção Temporomandibular entre os acadêmicos do curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ. Int. J Dent. 2010; 9(4):181-187.,2626. Monteiro DR, Zuim PRJ, Pesqueira AA, Ribeiro PP, Garcia AR. Relationship between anxiety and chronic orofacial pain of Temporomandibular Disorder in a group of university students. J Prosthodont Res 2011; 55(3):154-158.. Na verdade, a influência do estresse não ocorre somente no aparecimento da doença, mas também na sua progressão e no seu tratamento4444. Kanehira H, Agariguchi A, Kato H, Yoshimine S, Inoue H. Association between Stress and Temporomandibular Disorder. J Jpn Prosthodont Soc 2008; 52(3):375-380.. Nesse contexto, é fundamental que a avaliação de pacientes com DTM considere a influência de fatores psicológicos4545. Mottaghi A, Razavi SM, Pozveh EZ, Jahangirmoghaddam M. Assessment of the relationship between stress and temporomandibular joint disorder in female students before university entrance exam (Konkour exam). DRJ 2011; 8(Supl. 1):S76-S79..

Entretanto, não é ponto pacífico que a simples presença do estresse possa ser considerada suficiente para gerar a ocorrência da DTM. Estudos indicam que, normalmente, apenas um fator isolado não é determinante para constituir um quadro de DTM, mas que a associação entre fatores pode convergir para o desenvolvimento de alguns sinais e/ou sintomas da síndrome77. Campi LB, Camparis CM, Jordani PC, Gonçalves DAG. Influência de abordagens biopsicossociais e autocuidados no controle das disfunções temporomandibulares crônicas. Rev. Dor 2013;14(3):219-222.,2525. Manfredi APS, Bortolleto PPB, Silva AA, Araújo IEM, Araújo S, Vendite LL. Enviromental stress and temporomandibular disorder (TMD) among members of a public university in Brazil. Braz J Oral Sci 2006; 5(18):1074-1078.,2727. Schmidt CM. Disfunção temporomandibular associado ao estresse [monografia]. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas; 2007.,4646. Sharma S, Gupta DS, Pal US, Jurel SK. Etiological factors of temporomandibular joint disorders. Natl J Maxillofac Surg 2011; 2(2):116-119..

Portanto, o estresse associado a fatores etiológicos intrínsecos (patologias, más formações articulares, más formações musculares) ou extrínsecos (problemas oclusais, traumas mecânicos, tratamentos ortodônticos, acidentes), pode gerar um desequilíbrio funcional na biodinâmica da ATM e deixar o indivíduo predisposto ao surgimento da DTM33. Martins RJ, Garcia AR, Garbin CAS, Sundefeld MLMM. Associação entre classe econômica e estresse na ocorrência da disfunção temporomandibular. Rev. Bras. Epidemiol. 2007; 10(2):215-222,4646. Sharma S, Gupta DS, Pal US, Jurel SK. Etiological factors of temporomandibular joint disorders. Natl J Maxillofac Surg 2011; 2(2):116-119..

Existe controvérsia sobre o papel da má-oclusão dentária4747. Badel T, Marotti M, Savić Pavičin I, Bašić-Kes V. Temporomandibular disorders and occlusion. Acta Clin Croat 2012; 51(3):419-424;,4848. Luther F. TMD and occlusion part I. Damned if we do? Occlusion: the interface of dentistry and orthodontics. BDJ 2007; 202(1):E2-E2 e do tratamento ortodôntico4949. Antoszewska AJ, Kosiore M. “Recent Reviews on the Influence of Orthodontic Treatment on the Appearance of Temporo-Mandibular Joints Dysfunction.” Dent. Med. Probl. 2012; 49(3):427-432.

50. Michelotti A, Iodice G. The role of orthodontics in temporomandibular disorders. J Oral Rehabil 2010; 37(6):411-429;
-5151. Leite RA, Rodrigues JF, Sakima MT, Sakima T. Relationship between temporomandibular disorders and orthodontic treatment: a literature review. Dental Press J Orthod 2013; 18(1):150-157. no desenvolvimento de DTM. Nesse sentido, considera-se adequado sugerir que o desenvolvimento de futuras pesquisas sobre a relação entre estresse e DTM deva excluir da sua população de estudo os indivíduos que, porventura, tenham problemas ortognáticos ou que tenham sido submetidos a tratamento ortodôntico.

Cabe ressaltar que a DTM compromete a qualidade de vida e o estado geral de saúde dos indivíduos acometidos pelo problema55. Figueiredo VM, Cavalcanti AL, Farias ABL, Nascimento SR. Prevalência de sinais, sintomas e fatores associados em portadores de disfunção temporomandibular. Acta Scientiarum. Helth Sciences 2009; 31(2):159-163.,77. Campi LB, Camparis CM, Jordani PC, Gonçalves DAG. Influência de abordagens biopsicossociais e autocuidados no controle das disfunções temporomandibulares crônicas. Rev. Dor 2013;14(3):219-222.,2929. Biasotto-Gonzalez DA, Mendes PCC, Jesus LA, Martins MD. Qualidade de vida em portadores de disfunção temporomandibular – um estudo transversal. Rev Ins. Ciênc Saúde 2009; 27(2):128-132., embora muitos não tenham consciência da presença da doença e da existência de tratamento3232. Cavalcanti MOA, Lima JMC, Batista AUD, Oliveira LMC, Lucena LBS. Grau de severidade da disfunção temporomandibular e hábitos parafuncionais em policiais militares. Rev. Gaúch. Odontol. 2011; 59(3):351-356.. Dessa maneira, é necessário que o indivíduo portador da síndrome seja avaliado e tratado por uma equipe multidisciplinar que, se sugere, seja composta por cirurgiões dentistas, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e neurologistas, de forma a não fragmentar as ações de saúde, haja vista a complexidade anatomofuncional do sistema estomatognático (é constituído por estruturas ósseas, articulação temporomandibular, ligamentos e músculos mastigatórios, glândulas e sistemas vasculares linfáticos e nervosos, além dos dentes e suas estruturas) que, embora tenha características que lhe são próprias, pode influir e sofre influência de outros sistemas como o nervoso, o digestivo, o respiratório, o circulatório e o endócrino, por exemplo5252. Castro MSJ, Toro AADC, Sakano E, Ribeiro JD. Avaliação das funções orofaciais do sistema estomatognático nos níveis de gravidade de asma. J. Soc. Bras. Fonoaudiol. 2012; 24(2):119-124.. Consoante à proposta de Kuroiwa et al.3030. Kuroiwa DN, Marinelli JG, Rampani MS, Oliveira W, Nicodemo D. Desordens temporomandibulares e dor orofacial: estudo da qualidade de vida medida pelo Medical Outcomes Study 36 - Item Short Form Health Survey. Rev. dor 2011; 12(2):93-98., proporcionar integralidade das ações e melhor tratamento ao indivíduo, melhoraria a sua qualidade de vida.

Estresse como fator de risco para o desenvolvimento da síndrome da disfunção da articulação temporomandibular em trabalhadores policiais

Hábitos parafuncionais como bruxismo (ranger ou apertar os dentes)2424. Bortolleto PPB, Manfredi APSM, Madureira PR. Análise dos hábitos parafuncionais e associação com Disfunção das Articulações Temporomandibulares. Rev Assoc Paul Cir Dent 2013; 67(3):216-221.,2626. Monteiro DR, Zuim PRJ, Pesqueira AA, Ribeiro PP, Garcia AR. Relationship between anxiety and chronic orofacial pain of Temporomandibular Disorder in a group of university students. J Prosthodont Res 2011; 55(3):154-158. e roer unhas2525. Manfredi APS, Bortolleto PPB, Silva AA, Araújo IEM, Araújo S, Vendite LL. Enviromental stress and temporomandibular disorder (TMD) among members of a public university in Brazil. Braz J Oral Sci 2006; 5(18):1074-1078., os quais têm o estresse como fator contribuinte para a sua etiologia, são fatores de risco para o desenvolvimento da DTM, como demonstrado em estudos com policiais realizados por Carvalho et al.3333. Carvalho SCA, Carvalho ALA, Lucena SC, Coelho JPS, Araújo TPB. Associação entre bruxismo e estresse em policiais militares. Rev. Odonto. Ciênc. 2008; 23(2):125-129. e Cavalcanti et al.3232. Cavalcanti MOA, Lima JMC, Batista AUD, Oliveira LMC, Lucena LBS. Grau de severidade da disfunção temporomandibular e hábitos parafuncionais em policiais militares. Rev. Gaúch. Odontol. 2011; 59(3):351-356..

Pesquisa de Graciola e Silveira3434. Graciola J, Silveira AM. Avaliação da Influência do Estresse na Prevalência de Disfunções Temporomandibulares em Militares Estaduais do Rio Grande do Sul. J. Oral Invest. 2013; 2(1):32-37. constatou que a profissão de policial militar está relacionada à maior prevalência da DTM e maior grau de estresse, bem como que existe correlação positiva entre esses eventos. Em estudo de Faria3131. Faria RJA. Avaliação clínica e eletromiográfica de músculos da mastigação, em policiais militares com DTM, antes e após o uso de dispositivos inter-oclusais [dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2006., houve grande incidência da DTM no grupo de policiais militares participantes, principalmente em mulheres. Na Turquia, policiais fizeram parte de estudo sobre prevalência de sintomas de DTM, no qual o estresse da profissão foi citado como responsável pela alta frequência de sintomatologia apresentada por esta categoria profissional53.

Caria et al.2323. Caria PHF, Faria RJA, Faria CRS, Croci CS, Negrão Filho R. Efficiency of occlusal splints on police officers with TMD. Braz. J. Oral Sci. 2014; 13(4):292-296. ressaltaram que os trabalhadores policiais, por estarem expostos a altíssimos níveis de estresse, compõem a categoria profissional mais propensa a desenvolver doenças crônicas e desordens como a DTM.

Oliveira e Bardagi1 destacaram a importância da atenção e controle emocional no desempenho da atividade policial, requisitos corroborados por Minayo et al.2222. Minayo MCS, Assis SG, Oliveira RVC. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Cien Saude Colet 2011; 16(4):2199-2209. ao apontarem a preocupação do policial em estar sempre alerta. Hilgenberg66. Hilgenberg PB. Estudo da participação de sinais e sintomas de Disfunção Temporomandibular (DTM) e sintomas otológicos em pacientes portadores de zumbido subjetivo [dissertação]. Bauru: Universidade e São Paulo; 2007. cita a incidência de tontura/vertigem em portadores de DTM, condição que, segundo Hueb e Feliciano5454. Hueb MM, Feliciano CP. Avaliação diagnóstica das síndromes vertiginosas. Revista HUPE 2012; 11(3):23-35., desestabiliza a postura e a posição do indivíduo acometido pelo problema. Diante disso, é possível supor que portadores de DTM podem ter dificuldades para se concentrar e tomar decisões, além de sofrerem desordens no equilíbrio corporal e desorientação espacial, condições que implicariam grande perigo para a vida do trabalhador policial durante o exercício de sua profissão e para a população a quem ele deve proteger.

Oliveira e Bardagi 11. Oliveira PLM, Bardagi MP. Estresse e comprometimento com a carreira em policiais militares. Bol Psicol 2009; 59(131):153-166. destacaram a importância da atenção e controle emocional no desempenho da atividade policial, requisitos corroborados por Minayo et al.2121. Spode CB, Merlo ARC. Trabalho policial e saúde mental: uma pesquisa junto aos Capitães da Polícia Militar. Psicol. Reflex. Crit. 2006; 19(3):362-370. ao apontarem a preocupação do policial em estar sempre alerta. Hilgenberg66. Hilgenberg PB. Estudo da participação de sinais e sintomas de Disfunção Temporomandibular (DTM) e sintomas otológicos em pacientes portadores de zumbido subjetivo [dissertação]. Bauru: Universidade e São Paulo; 2007. cita a incidência de tontura/vertigem em portadores de DTM, condição que, segundo Hueb e Feliciano5454. Hueb MM, Feliciano CP. Avaliação diagnóstica das síndromes vertiginosas. Revista HUPE 2012; 11(3):23-35., desestabiliza a postura e a posição do indivíduo acometido pelo problema. Diante disso, é possível supor que portadores de DTM podem ter dificuldades para se concentrar e tomar decisões, além de sofrerem desordens no equilíbrio corporal e desorientação espacial, condições que implicariam grande perigo para a vida do trabalhador policial durante o exercício de sua profissão e para a população a quem ele deve proteger.

Considerações finais

Foi possível identificar diversas fontes estressoras relacionadas às atividades da polícia. Tais fontes vão desde as envolvidas diretamente no trabalho policial, como o risco de morte, a pressão e a responsabilidade que o trabalho abrange, até as ligadas à infraestrutura da corporação como a sobrecarga e o acúmulo de tarefas por insuficiência dos quadros de pessoal e a organização do trabalho. Ainda, inadequação de instalações, equipamentos e sistemas disponibilizados para a execução do serviço.

Este estudo pôde observar que o estresse exerce influência tanto no desenvolvimento da DTM quanto no agravamento dos seus sintomas, mas que o estresse, por si só não é suficiente para gerar alterações na saúde dos indivíduos. O surgimento da síndrome depende da associação com outros fatores como a capacidade emocional individual para lidar com os elementos estressores, ou o acúmulo de fontes estressoras ou, ainda, a pré-disposição para desenvolver determinadas patologias.

Uma vez que há relação entre o estresse e o desenvolvimento da DTM e, também, a constatação da presença de diversas fontes estressoras no trabalho da polícia, é possível supor que haja relação entre o estresse presente nessas atividades e o risco de desenvolvimento da DTM pelos trabalhadores policiais.

O tema DTM em trabalhadores policiais não dispõe de literatura científica que possa contribuir significativamente para a amenização do problema. Assim, sugere-se o desenvolvimento de estudos específicos sobre o assunto, que privilegiem a triangulação de métodos (abordagens qualitativas e quantitativas)5555. Minayo MCS. Conceito de avaliação por triangulação de métodos. In: Minayo MCS, Assis SG, Souza ER, organizadores. Avaliação por triangulação de métodos: abordagem de programas sociais. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2005. p. 19-51. e a utilização de diferentes técnicas para coleta e análise de dados, incluídos os de diagnóstico (exame físico e de imagem).

Na abordagem quantitativa, considera-se que pesquisas sobre a relação estresse ocupacional (estressores organizacionais e individuais) e DTM em trabalhadores policiais possam utilizar, por exemplo, grupo controle, devendo excluir da sua população de estudo indivíduos que porventura tenham problemas ortognáticos ou que tenham sido submetidos a tratamento ortodôntico, entre outros. Como exemplo de técnicas de abordagem qualitativa, sugere-se a utilização, combinada ou não, de entrevistas individuais e interações coletivas (técnica de grupo focal) para a compreensão de contextos e apreensão de sentimentos frente a um determinado fenômeno, tema ou ambiente.

Com base na revisão realizada, ressalta-se o comprometimento da qualidade de vida e do estado geral da saúde de indivíduos portadores da DTM. Defende-se que estudos sobre o tema, mesmo que não permitam estabelecer uma relação de causa-efeito entre as variáveis pesquisadas, podem contribuir para a não fragmentação das ações de saúde voltadas para esta patologia, particularmente frente à complexidade anatomofuncional e possível comprometimento emocional envolvido.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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  • Erratum

    onde se lê:
    Gisele Urbani (https://orcid.org/0000-0003-1914-3514)1
    Eliana Napoleão Cozendey-Silva (https://orcid.org/0000-0003-4093-4732) 2
    Lêda Freitas de Jesus (https://orcid.org/0000-0001-6935-4040) 2
    leia-se:
    Gisele Urbani (https://orcid.org/0000-0003-1914-3514) 1
    Lêda Freitas de Jesus (https://orcid.org/0000-0001-6935-4040)2
    Eliana Napoleão Cozendey-Silva (https://orcid.org/0000-0003-4093-4732) 2

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Maio 2019
  • Data do Fascículo
    Maio 2019

Histórico

  • Recebido
    06 Out 2016
  • Revisado
    06 Ago 2017
  • Aceito
    08 Ago 2017
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