Revista Brasileira de Epidemiologia, Volume: 5 Suplemento 1, Publicado: 2002
  • Editorial

  • Abordagens contracorrente para reduzir iniqüidades socioeconômicas em saúde

    Kaplan, George A.
  • Epidemiologia, promoção da saúde e o paradoxo do risco

    Ayres, José Ricardo de Carvalho Mesquita
  • Interdisciplinaridade e promoção da saúde: o papel da antropologia. Algumas idéias simples a partir de experiências africanas e brasileiras

    Raynaut, Claude
  • Avaliação crítica das recomendações de energia

    Sichieri, Rosely
  • Fontes de inadequação das recomendações internacionais sobre requerimentos humanos de energia para a população brasileira

    Vasconcellos, Mauricio Teixeira Leite de

    Resumo em Português:

    As recomendações internacionais sobre requerimentos humanos de energia (RHE), propostas pela FAO/WHO/UNU em 1985, representaram importante avanço metodológico, na medida em que os requerimentos passaram a ser baseados nos componentes de gasto energético do organismo, substituindo-se o método derivado da observação da ingestão de pessoas saudáveis. Esta modificação foi baseada na constatação de que a determinação dos RHE com base em ingestões observadas era um argumento circular, uma vez que estas não eram, forçosamente, aquelas que mantinham a massa corporal desejável e os níveis ótimos de atividade física para a saúde a longo prazo. A reunião de 1994 do International Dietary Energy Consultative Group, publicada em 1996, bem como artigos de autores nacionais e estrangeiros, indicam que os principais problemas no método proposto estão relacionados: • às equações de predição da taxa metabólica basal (TMB); • aos valores de nível de atividade física (NAF); • aos mecanismos de adaptação; • ao método de cálculo dos requerimentos para menores de 10 anos de idade. No caso brasileiro, as equações de predição tendem a superestimar a TMB de adultos (maiores de 18 anos) e os valores de NAF não são adequados à população, como indicam estudos recentes de medição da TMB e de estimação dos valores de NAF. Comparando os RHE calculados pelo método fatorial (baseado na duração das atividades e nos correspondentes índices energéticos integrados) com aqueles obtidos pelo método simplificado (baseado nos valores recomendados de NAF), este artigo mostra que os valores recomendados de NAF: • para as mulheres de 18 a 59 anos, determinam RHE de 11% a 17% acima do necessário para o grupo, podendo conduzir estas mulheres à obesidade; • para homens de 10 a 17 anos e acima de 60 anos, bem como para mulheres de 11 a 17 anos, conduziriam à desnutrição simplesmente por não incluírem provisão para as atividades físicas ocupacionais; • para homens entre 18 e 59 anos, só podem ser usados para calcular o RHE médio da população total, pois seu uso para os residentes em áreas rurais ou urbanas separadamente conduziria à desnutrição ou à obesidade, respectivamente. Além disto, este artigo mostra que os requerimentos baseados nos valores estimados de NAF aproximam-se, em média, dos requerimentos calculados pelo método fatorial, para todas as estratificações utilizadas. Por fim, considerando que existe, no âmbito do Sistema Estatístico Nacional, informação suficiente para estimar valores de NAF mais adequados a diversas estratificações da população brasileira do que os recomendados, este artigo sugere o cálculo dos requerimentos com base nos valores de NAF estimados para o País.

    Resumo em Inglês:

    The international recommendations on human energy requirements (ER), proposed by FAO/WHO/UNU in 1985, represent a significant methodological progress since they changed the method of estimating ER from the average energy intake of healthy people to the daily energy expenditure of the population. This change was based on the observation that estimation based on energy intake yielded a circular argument in which the intake was not the most appropriate way to maintain healthy weight and optimal levels of physical activity for health on the long run. The 1994 meeting of the International Dietary Energy Consultative Group, published in 1996, as well as papers by national and international authors indicate that the principal problems in the proposed method are related to: • the adequacy of the equations to estimate the basal metabolic rate (BMR); • the physical activity level (PAL) values; • the mechanisms of adaptation; • the method proposed to children under 10 years. For Brazil, the BMR equations tend to overestimate adults' BMR and the PAL values are not appropriated to the population, as shown by recent studies on BMR measurement and PAL values estimation. Comparing the ER assessed by the factorial method (based on the duration of the activities and the correspondent integrated energy indexes) with the simplified one (based on recommended PAL values), this paper shows that the recommended PAL values: • for 18-59 year-old women represent higher ER (from 11% to 17%) than necessary which could make these women become obese; • for 10-17 and 60+ year-old males and 11-17 year-old females will lead to undernutrition by not incorporating provisions for the occupational activities; • for 18-59 year-old males can only be used to calculate the mean for the total population, because its use for the rural and urban populations separately will lead to under and overnutrition, respectively. At last, the paper shows that the mean ER based on the estimated PAL values is very near to the mean ER based on the factorial method for all the strata defined. Considering that the Brazilian Official Statistical System has enough information to estimate PAL values more adequate to several stratifications of the population, this paper suggests determining ER based on the national estimated PAL values.
  • Indicadores: quanta complexidade é desejável?

    Musgrove, Philip
  • Uma avaliação crítica sobre o índice composto na avaliação dos sistemas de saúde no mundo

    Valente, Joaquim G.
  • Esplendor e miséria da Epidemiologia para avaliação da promoção da saúde

    Potvin, Louise; Chabot, Patrick
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revbrepi@usp.br