Resumo:
A desordem da vizinhança é um importante aspecto que pode impactar a saúde de residentes em áreas urbanas. Os objetivos desta pesquisa foram mapear e sistematizar os métodos de mensuração da desordem física e social na vizinhança em estudos realizados em cidades da América Latina. Por meio de revisão de escopo, foram mapeados artigos publicados a partir do ano 2000 em inglês, espanhol e português com os seguintes descritores: vizinhança, desordem física e desordem social. As buscas foram realizadas no MEDLINE (PubMed), LILACS (Biblioteca Virtual em Saúde), Scopus, Web of Science e Biblioteca Cochrane. Foram extraídas informações sobre autoria, ano, tipo de estudo, local, fonte de dados, população-alvo, desfecho, domínio, indicador, método, unidade geográfica e unidade de análise. As variáveis dos estudos relacionadas à desordem foram extraídas e agrupadas pela similaridade dos conteúdos e temas. Foram identificados 22 artigos, publicados entre 2012 e 2022, sendo a maioria do Brasil (n = 16). A percepção do indivíduo foi o método mais utilizado. O tema mais frequentemente abordado no domínio da desordem física foi vias públicas (n = 20), enquanto no domínio social foi segurança (n = 15). Detectou-se ausência de consenso na literatura quanto às variáveis utilizadas para aferir a desordem física e social da vizinhança em cidades da América Latina. Além da necessidade de padronização do tema, recomendam-se estudos que verifiquem a sustentabilidade de métodos de mensuração propostos, relevantes para classificar e comparar, de forma dinâmica, vizinhanças urbanas e os impactos na saúde com base nos níveis de exposição à desordem física e social.
Palavras-chave:
Características de Residência; Características da Vizinhança; Saúde da População Urbana
Resumen:
El desorden del vecindario es un aspecto importante que puede influir en la salud de los residentes en áreas urbanas. Los objetivos fueron mapear y sistematizar los métodos de medición del desorden físico y social en el vecindario en estudios realizados en ciudades de América Latina. Por medio de una revisión de alcance, fueron mapeados artículos publicados a partir del año 2000 en inglés, español y portugués, que poseían los siguientes descriptores: vecindario, desorden físico y desorden social. Las búsquedas se realizaron en MEDLINE (PubMed), LILACS (Biblioteca Virtual en Salud), Scopus, Web of Science y Librería Cochrane. Se extrajeron informaciones sobre la autoría, el año, el tipo de estudio, la ubicación, la fuente de datos, la población objetivo, el resultado, el dominio, el indicador, el método, la unidad geográfica y la unidad de análisis. Las variables de los estudios relacionados con el desorden fueron extraídas y agrupadas por la similitud de los contenidos y temas. Fueron identificados 22 artículos, todos publicados entre 2012 y 2022, siendo la mayoría de Brasil (n = 16). La percepción del individuo fue el método más utilizado. El tema más frecuente abordado en el ámbito del desorden físico fue el de las vías públicas (n = 20) y seguridad (n = 15), en lo social. Se detectó una falta de consenso en la literatura en cuanto a las variables utilizadas para medir el desorden físico y social del vecindario en ciudades de América Latina. Además de la necesidad de estandarización del tema, se recomiendan estudios que verifiquen la sostenibilidad de los métodos de medición propuestos, relevantes para clasificar y comparar, de forma dinámica, los vecindarios urbanos y los impactos en la salud con base en niveles de exposición a desorden físico y social.
Palabras-clave:
Características de la Residencia; Características del Vecindario; Salud Urbana
Introdução
A urbanização é uma tendência mundial, que se caracteriza como um processo dinâmico e com padrões diferenciados em cada região do mundo. Atualmente, 55% da população mundial reside em áreas urbanas. Estima-se que esse valor aumente para 68% até 2050 e que a maior parte do crescimento ocorra em países de baixa e média renda 11. United Nations Human Settlements Programme. World cities report 2020. Nairobi: United Nations Human Settlements Programme; 2020..
Considerada a região mais urbanizada do mundo, a América Latina tem cerca de 80% de residentes nas áreas urbanas, proporção superior à de países de alta renda 22. Population Division, Department of Economic and Social Affairs, United Nations. World urbanization prospects: the 2018 revision. New York: United Nations; 2019.. Esse processo de urbanização acelerado resultou em infraestrutura insuficiente, deterioração do meio ambiente, formação de aglomerados subnormais e, principalmente, a tornou a região com maior desigualdade socioeconômica do mundo 33. Hoffman K, Centeno MA. Um continente entortado (América Latina). Tempo Social 2006; 18:11-46..
Estudos recentes têm se concentrado em investigar, especificamente, o contexto das vizinhanças, visto que apenas as características individuais se mostram insuficientes e não conseguem captar importantes determinantes de saúde 44. Diez Roux AV. Neighborhoods and health: where are we and were do we go from here? Rev Épidémiol Santé Publique 2007; 55:13-21.,55. Diez Roux AV, Mair C. Neighborhoods and health. Ann N Y Acad Sci 2010; 1186:125-45.,66. Blakely TA. Ecological effects in multi-level studies. J Epidemiol Community Health 2000; 54:367-74.. As características físicas e sociais da vizinhança podem impactar a saúde da população por meio da disponibilidade e acessibilidade dos serviços de saúde, infraestrutura, espaços verdes, entre outros aspectos 77. Pickett KE, Pearl M. Multilevel analyses of neighbourhood socioeconomic context and health outcomes: a critical review. J Epidemiol Community Health 2001; 55:111-22..
Entre as características da vizinhança, destaca-se o conceito de desordem, relacionado à desorganização social e de aspectos estruturais, capaz de influenciar no controle social e aumentar os níveis de violência, criminalidade e outros desfechos negativos 88. Gracia E. Neighborhood disorder. In: Michalos AC, editor. Encyclopedia of quality of life and well-being research. Dordrecht: Springer Netherlands; 2014. p. 4325-8.,99. Kingston B, Huizinga D, Elliott DS. A test of social disorganization theory in high-risk urban neighborhoods. Youth Soc 2009; 41:53-79.,1010. Maimon D, Browning CR. Unstructured socializing, collective efficacy, and violent behavior among urban youth. Criminology 2010; 48:443-74.. Estudos descrevem a desordem como sinais visíveis de negligência e degradação, indicando um rompimento da ordem e do controle social, que, consecutivamente, podem prejudicar a qualidade de vida do indivíduo 88. Gracia E. Neighborhood disorder. In: Michalos AC, editor. Encyclopedia of quality of life and well-being research. Dordrecht: Springer Netherlands; 2014. p. 4325-8.,1111. Ndjila S, Lovasi GS, Fry D, Friche AA. Measuring neighborhood order and disorder: a rapid literature review. Curr Environ Health Rep 2019; 6:316-26.,1212. Auler MM, Lopes CS, Cortes TR, Bloch KV, Junger WL. Neighborhood physical disorder and common mental disorders in adolescence. Int Arch Occup Environ Health 2021; 94:631-8.,1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956..
A desordem pode ser classificada, por alguns autores, em dois componentes. O físico, que se relaciona às características de determinado contexto espacial; e o social, que envolve diretamente as pessoas 1414. Ellis LA, Churruca K, Tran Y, Long JC, Pomare C, Braithwaite J. An empirical application of "broken windows" and related theories in healthcare: examining disorder, patient safety, staff outcomes, and collective efficacy in hospitals. BMC Health Serv Res 2020; 20:1123.. A desordem física pode ser exemplificada por imóveis vazios ou abandonados, edifícios vandalizados e degradados, carros abandonados, pichação, ruído e lixo nas ruas. A desordem social inclui determinados tipos de comportamento em locais públicos, como pessoas alcoolizadas ou usando drogas, tráfico de drogas, discussões hostis, conflitos e brigas, presença de pessoas mandriando, criminosos e atividades de gangues, prostituição e níveis elevados de atividade policial 88. Gracia E. Neighborhood disorder. In: Michalos AC, editor. Encyclopedia of quality of life and well-being research. Dordrecht: Springer Netherlands; 2014. p. 4325-8.,1414. Ellis LA, Churruca K, Tran Y, Long JC, Pomare C, Braithwaite J. An empirical application of "broken windows" and related theories in healthcare: examining disorder, patient safety, staff outcomes, and collective efficacy in hospitals. BMC Health Serv Res 2020; 20:1123..
Estudos realizados na América Latina demonstram que a desordem pode impactar a saúde da população em diferentes âmbitos, como na realização de caminhadas 1515. Moreira BS, Andrade ACS, Braga LS, Bastone AC, Torres JL, Lima-Costa MFF, et al. Perceived neighborhood and walking among older Brazilian adults living in urban areas: a national study (ELSI-Brazil). J Aging Phys Act 2021; 29:431-41., na percepção de insegurança e medo do crime 1616. Layera MLM, Otero G, Perret V. Inseguridad percibida en los barrios de Santiago de Chile: la importancia del bienestar subjetivo. Dados Rev Ciênc Sociais 2020; 63:e20170036., na presença em parques 1717. Moran MR, Rodríguez DA, Cotinez-O'Ryan A, Miranda JJ. Park use, perceived park proximity, and neighborhood characteristics: evidence from 11 cities in Latin America. Cities 2020; 105:102817., na autopercepção de saúde 1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.,1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,1919. Rodrigues DE, César CC, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. The place where you live and self-rated health in a large urban area. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S246-56.,2020. Meireles AL, Xavier CC, Andrade ACS, Friche AAL, Proietti FA, Caiaffa WT. Self-rated health in urban adults, perceptions of the physical and social environment, and reported comorbidities: The BH Health Study. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S120-35., na satisfação com a vida 2121. Vaz CT, Andrade ACS, Proietti FA, Xavier CC, Friche AAL, Caiaffa WT. A multilevel model of life satisfaction among old people: individual characteristics and neighborhood physical disorder. BMC Public Health 2019; 19:861. e na ocorrência de homicídios 2222. Vilalta CJ, Lopez P, Fondevila G, Siordia O. Testing broken windows theory in Mexico City. Soc Sci Q 2019; 101:558-72.. Conforme aumenta a quantidade de produções científicas sobre o tema, observa-se também um crescimento na disponibilidade dos métodos de mensuração 2323. Prasad A, Gray CB, Ross A, Kano M. Metrics in urban health: current developments and future prospects. Annu Rev Public Health 2016; 37:113-33..
Pesquisas recentes revisaram métodos para avaliar os atributos físicos e sociais do contexto. Entre eles, foram encontradas duas revisões sistemáticas 2323. Prasad A, Gray CB, Ross A, Kano M. Metrics in urban health: current developments and future prospects. Annu Rev Public Health 2016; 37:113-33.,2424. Rzotkiewicz A, Pearson AL, Dougherty BV, Shortridge A, Wilson N. Systematic review of the use of Google Street View in health research: major themes, strengths, weaknesses and possibilities for future research. Health Place 2018; 52:240-6., duas revisões de literatura 2525. Kang Y, Zhang F, Gao S, Lin H, Liu Y. A review of urban physical environment sensing using street view imagery in public health studies. Ann GIS 2020; 26:261-75.,2626. Schaefer-McDaniel N, O'Brien Caughy M, O'Campo P, Gearey W. Examining methodological details of neighbourhood observations and the relationship to health: a literature review. Soc Sci Med 2010; 70:277-92. e uma revisão de escopo 27. Entretanto, essas revisões elegeram artigos na língua inglesa e uma delas incluiu também artigos na língua holandesa, o que pode ter resultado em um viés de seleção, com menos estudos produzidos na América Latina. Ademais, essas análises não tiveram como objetivo avaliar especificamente a desordem na vizinhança, com exceção do estudo de Ndjila et al. 1111. Ndjila S, Lovasi GS, Fry D, Friche AA. Measuring neighborhood order and disorder: a rapid literature review. Curr Environ Health Rep 2019; 6:316-26., que apresentou uma breve revisão da literatura fornecendo um resumo dos métodos de coleta de dados, termos e itens específicos empregados para avaliar a ordem e a desordem da vizinhança. No entanto, nesse trabalho também foram incluídos somente estudos na língua inglesa e, novamente, o contexto latino-americano não foi considerado.
Revisões de escopo, embora menos utilizadas quando se objetiva avaliar a qualidade das evidências apresentadas 2828. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Trico AC, Khalil H. Chapter 11: scoping reviews. In: Aromataris E, Munn Z, editors. JBI Manual for Evidence Synthesis. Adelaide: Joanna Brigs Institute; 2020. p. 407-52., representam uma abordagem adequada para estudar os principais conceitos que sustentam um campo de pesquisa, notadamente quando se trata de construtos em desenvolvimento, que necessitam embasamento empírico padronizado. Portanto, os objetivos deste artigo foram mapear e sistematizar os métodos para mensuração da desordem na vizinhança em estudos realizados em cidades da América Latina por meio de revisão de escopo.
Métodos
Protocolo e registro
Trata-se de uma revisão de escopo, desenvolvida com base nas recomendações do guia internacional PRISMA para Revisões de Escopo (PRISMA-ScR) 2929. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O'Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med 2018; 169:467-73. e pelo método proposto pelo Instituto Joanna Briggs 2828. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Trico AC, Khalil H. Chapter 11: scoping reviews. In: Aromataris E, Munn Z, editors. JBI Manual for Evidence Synthesis. Adelaide: Joanna Brigs Institute; 2020. p. 407-52.. O protocolo foi registrado no Open Science Framework no dia 30 de dezembro de 2021 (https://osf.io/8rj4y).
Para orientar e direcionar o desenvolvimento dos critérios de inclusão específicos para esta revisão, a seguinte questão norteadora foi formulada pela estratégia de população, conceito e contexto (PCC) 2828. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Trico AC, Khalil H. Chapter 11: scoping reviews. In: Aromataris E, Munn Z, editors. JBI Manual for Evidence Synthesis. Adelaide: Joanna Brigs Institute; 2020. p. 407-52.: Quais são os conceitos e métodos utilizados para mensurar a desordem na vizinhança em cidades da América Latina? Assim, foram definidos: População - vizinhanças; Conceito - métodos em saúde urbana para mensurar a desordem física e social; e Contexto - unidades geográficas de cidades na América Latina.
Critérios de elegibilidade
Foram incluídos na revisão artigos completos publicados a partir do ano 2000 em inglês, espanhol e português e que continham em qualquer parte do texto o descritor “vizinhança” e as palavras-chave “desordem física” ou “desordem social”.
Foram excluídos artigos que não mensuraram a desordem na vizinhança em cidades na América Latina, bem como revisões, editoriais, ensaios e artigos de opinião.
Fontes de informação
As buscas foram realizadas em dezembro de 2022 nas bases de dados MEDLINE (via PubMed), LILACS (via Biblioteca Virtual em Saúde), Scopus (via Portal CAPES), Web of Science (via Portal CAPES) e Biblioteca Cochrane (via Portal CAPES).
As referências dos artigos selecionados foram verificadas para localizar estudos adicionais não identificados nas buscas anteriores, considerando os critérios de elegibilidade previamente estabelecidos.
Estratégia de busca
Elaborou-se a estratégia de busca, considerando os critérios de inclusão, para a base de dados MEDLINE (via PubMed) a partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e de palavras-chave: (“neighborhood”) AND (“physical disorder” OR “social disorder”) (Material Suplementar: https://cadernos.ensp.fiocruz.br/static//arquivo/suppl-pt-00038423_2625.pdf).
Essa estratégia foi adaptada de acordo com as especificidades de cada base de dados utilizada. Em todas elas, realizou-se a busca considerando como data limite de publicação o dia 15 de dezembro de 2022.
Os resultados da pesquisa final foram exportados para o Mendeley (https://www.mendeley.com) e os artigos duplicados foram removidos.
Seleção de fontes de evidência
Os títulos e resumos dos artigos foram inicialmente analisados por um revisor. Os artigos selecionados após a triagem inicial foram examinados na íntegra por dois revisores independentes, que identificaram se os artigos contemplavam os critérios de inclusão. Os desacordos foram discutidos com um terceiro revisor para alcançar o consenso.
Processo de coleta dos dados
Um instrumento estruturado foi elaborado para extração e sintetização dos principais elementos encontrados em cada artigo selecionado e o Microsoft Excel (https://products.office.com/) foi utilizado para a tabulação dos dados.
Informações extraídas
Os dados extraídos incluíram autoria, ano da publicação, tipo de estudo (análise psicométrica; aplicação do método; associação), local, fonte de dados (auditoria in loco; dados secundários; entrevista), população-alvo (adolescentes; jovens; adultos; idosos). Ainda, informações como desfecho (quando aplicável), domínio da desordem (física; social), tipo de indicador (simples; composto), método (censo demográfico; observação social sistemática (OSS); percepção do indivíduo; outro), unidade geográfica de coleta de dados das variáveis de desordem (segmento de rua; setor censitário; vizinhança) e unidade de análise da desordem (individual; contextual) foram sistematizadas após a leitura na íntegra dos artigos (Quadro 1). As variáveis originais do indicador de desordem física e social foram distribuídas em categorias (Quadro 2).
Classificação das variáveis originais de desordem na vizinhança conforme domínio, tema e categoria.
Síntese dos resultados
Primeiramente, para cada artigo incluído nesta revisão, foi identificado o domínio de desordem na vizinhança, físico e/ou social, definido de acordo com cada autor. Apenas os estudos de Höfelmann et al. 1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,3030. Höfelmann DA, Diez-Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Perceived neighborhood problems: multilevel analysis to evaluate psychometric properties in a Southern adult Brazilian population. BMC Public Health 2013; 13:1085. nomearam o domínio de desordem física como problemas físicos da vizinhança.
Em seguida, as variáveis originais utilizadas nos artigos foram extraídas para mensurar a desordem e, posteriormente, foram agrupadas em categorias pela similaridade de conteúdo. Por exemplo, a variável “ruas mal iluminadas” 1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.,3131. Moran MR, Rodríguez DA, Cortinez-O'Ryan A, Jaime Miranda J. Is self-reported park proximity associated with perceived social disorder? Findings from eleven cities in Latin America. Landsc Urban Plan 2022; 219:104320. foi incluída na categoria iluminação pública e “insegurança ao caminhar depois do anoitecer na vizinhança” 1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,3030. Höfelmann DA, Diez-Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Perceived neighborhood problems: multilevel analysis to evaluate psychometric properties in a Southern adult Brazilian population. BMC Public Health 2013; 13:1085., na categoria caminhar após anoitecer.
Foram identificadas 95 variáveis originais - 51 de desordem física e 44 de desordem social. Estas, por sua vez, foram agrupadas em 41 categorias. Por último, as variáveis foram reagrupadas em temas: fatores ambientais, estético, imóveis e equipamentos públicos, problemas na vizinhança, segurança e vias públicas. No tema fatores ambientais estão incluídas as variáveis relacionadas a ruídos, odores e poluição. Na temática estética estão presentes as variáveis que indicam se o lugar é agradável e se há árvores. No tema imóveis e equipamentos públicos estão os itens que caracterizam esses tipos de construções, como imóveis e equipamentos públicos pichados. No tema problemas na vizinhança estão alocadas as variáveis consideradas transtornos vivenciados pelos moradores, como presença de pontos de venda e consumo de drogas e álcool. Na questão de segurança estão contempladas situações violentas e presença de criminosos. Na temática vias públicas estão os itens que caracterizam problemas nas ruas e calçadas, como buracos, falta de iluminação pública, lixo e outros.
Para desordem física, o tema que apresentou o maior número de categorias foi vias públicas (n = 15 categorias); enquanto para desordem social foram as temáticas segurança (n = 8 categorias) e problemas na vizinhança (n = 7 categorias) (Quadros 2 e 3).
Resultados
Foram identificados pela estratégia de busca 971 artigos, porém 518 foram excluídos por serem duplicatas. Foi realizada a leitura dos títulos e resumos dos 453 artigos restantes, resultando na exclusão de 428 por não cumprirem os critérios de inclusão. Em seguida, foram lidos, na íntegra, os 25 artigos. Destes, sete foram excluídos por não descreverem o indicador de desordem (n = 6) e por não terem como objetivo avaliar a desordem (n = 1). Após a verificação das referências dos artigos selecionados, mais 78 estudos foram avaliados por meio do título e resumo. Destes, 74 foram excluídos por não cumprirem os critérios de inclusão. Em seguida, foram lidos, na íntegra, os quatro restantes, sendo todos incluídos. Ao final, 22 artigos compuseram esta revisão (Figura 1).
Dos 22 artigos incluídos, 18 eram estudos de associação, três de análise psicométrica e somente um de aplicação do método. No Brasil, os estudos foram desenvolvidos em Belo Horizonte (Minas Gerais) (n = 9), Florianópolis (Santa Catarina) (n = 3), Rio de Janeiro (n = 1), Vespasiano (Minas Gerais) (n = 1) e conjunto de cidades com representatividade do país (n = 2). O restante foi realizado em Bogotá, Colômbia (n = 1), Cidade do México, México (n = 1), Santiago, Chile (n = 1) e conjunto de cidades da América Latina (n = 3). O período de publicação foi entre 2012 e 2022 (Quadro 1).
As fontes de coleta de dados foram entrevista (n = 14), auditoria in loco (n = 4) e dados secundários (n = 4). Quanto aos grupos etários, os estudos foram conduzidos com adultos (n = 12), idosos (n = 4), jovens (n = 2) e adolescentes (n = 2). Os desfechos em saúde dos artigos incluídos foram bastante variados e a autoavaliação da saúde foi o mais frequente (n = 4) (Quadro 1).
Entre os artigos selecionados, seis avaliaram somente o domínio de desordem física, quatro apenas de desordem social e 12 investigaram tanto a desordem física quanto a social. Com relação ao indicador de desordem, a maioria dos artigos apresentaram indicadores compostos (n = 17) (Quadro 3).
Os principais métodos usados para mensurar a desordem foram percepção do indivíduo (n = 14), OSS (n = 4) e dados secundários provenientes de informações do censo demográfico de cada país (n = 3). Um dos trabalhos usou também imagens de satélite e dados administrativos. Além disso, em um deles, foi utilizada a fonte de informação de colaboração em massa (crowding source) (Quadro 3).
As unidades geográficas de coleta de dados das variáveis de desordem foram vizinhança (n = 14), setor censitário (n = 4) e segmentos de rua (n = 4); e as unidades de análise da desordem física e social foram contexto (n = 14) e indivíduo (n = 8) (Quadro 3).
Dos seis temas definidos, quatro estiveram presentes em ambos os domínios de desordem: fatores ambientais, imóveis e equipamentos públicos, problemas na vizinhança e vias públicas. O tema estético (n = 7) foi observado somente para a desordem física; e a temática segurança (n = 14), para a desordem social. Vias públicas (n = 20) e imóveis e equipamentos públicos (n = 12) foram os mais frequentes no domínio desordem física; e segurança (n = 15) e problemas na vizinhança (n = 13), no domínio desordem social (Quadro 4).
Discussão
Esta revisão de escopo identificou 22 artigos publicados entre 2012 e 2022 que avaliaram a desordem física e social em cidades da América Latina. A maioria dos estudos foi realizada no Brasil e utilizou a percepção do indivíduo para mensurar a desordem. Vias públicas e imóveis e equipamentos públicos foram os temas mais frequentes para mensurar a desordem física, enquanto os itens segurança e problemas na vizinhança foram mais recorrentes para a desordem social.
Com o aumento da quantidade de estudos que avaliam a desordem, houve também um crescimento das opções de variáveis utilizadas para descrevê-la 1111. Ndjila S, Lovasi GS, Fry D, Friche AA. Measuring neighborhood order and disorder: a rapid literature review. Curr Environ Health Rep 2019; 6:316-26.. Alguns estudos sugerem que a desordem física e a desordem social podem se sobrepor 3232. Ross CE, Mirowsky J. Disorder and decay: the concept and measurement of perceived neighborhood disorder. Urban Aff Rev 1999; 34:412-32.,3333. Xu Y, Fiedler ML, Flaming KH. Discovering the impact of community policing: the broken windows thesis, collective efficacy, and citizens' judgment. J Res Crime Delinq 2005; 42:147-86.. Entretanto, a maioria dos autores defende a distinção entre esses componentes 3434. Sampson RJ, Raudenbush SW. Seeing disorder: neighborhood stigma and the social construction of "broken windows". Soc Psychol Q 2004; 67:319-42.,3535. LaGrange RL, Ferraro KF, Supancic M. Perceived risk and fear of crime: role of social and physical incivilities. J Res Crime Delinq 1992; 29:311-34.,3636. Yang SM. Assessing the spatial-temporal relationship between disorder and violence. J Quant Criminol 2010; 26:139-63.,3737. Hinkle JC. The relationship between disorder, perceived risk, and collective efficacy: a look into the indirect pathways of the broken windows thesis. Crim Justice Stud (Abingdon) 2013; 26:408-32.. Por exemplo, o item pontos de venda e uso de drogas foi relatado em um dos estudos incluídos como desordem física 1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.. Entretanto, devido ao seu caráter comportamental, foi mais descrito como desordem social 1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,1919. Rodrigues DE, César CC, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. The place where you live and self-rated health in a large urban area. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S246-56.,2222. Vilalta CJ, Lopez P, Fondevila G, Siordia O. Testing broken windows theory in Mexico City. Soc Sci Q 2019; 101:558-72.,3030. Höfelmann DA, Diez-Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Perceived neighborhood problems: multilevel analysis to evaluate psychometric properties in a Southern adult Brazilian population. BMC Public Health 2013; 13:1085.,3131. Moran MR, Rodríguez DA, Cortinez-O'Ryan A, Jaime Miranda J. Is self-reported park proximity associated with perceived social disorder? Findings from eleven cities in Latin America. Landsc Urban Plan 2022; 219:104320.,3838. Célio FA, Xavier CC, Andrade ACS, Camargos VP, Caiaffa WT, Friche AAL, et al. Características individuais associadas à autopercepção da extensão territorial da vizinhança. Cad Saúde Pública 2014; 30:1935-46.,3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61.,4040. Moreira BS, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Braga LS, Friche AAL, et al. Perceived neighborhood and fall history among community-dwelling older adults living in a large Brazilian urban area: a multilevel approach. Int J Environ Health Res 2022; 32:522-34.,4141. Zanelatto C, Höfelmann DA, Giehl MWC, Nishida W, Bastos JL. Perception of neighborhood disorder and blood pressure in adults: a multilevel population-based study. Cad Saúde Pública 2019; 35:e00016418.,4242. Moreira BS, Andrade ACS, Bastone AC, Vasconcelos KSS, Teixeira VBD, Xavier CC, et al. Individual characteristics, perceived neighborhood, and walking for transportation among older Brazilian people residing in a large urban area. Int J Environ Health Res 2022; 32:2620-33.. Da mesma forma, a presença de lixo, relatada como desordem social em alguns estudos 1616. Layera MLM, Otero G, Perret V. Inseguridad percibida en los barrios de Santiago de Chile: la importancia del bienestar subjetivo. Dados Rev Ciênc Sociais 2020; 63:e20170036.,2020. Meireles AL, Xavier CC, Andrade ACS, Friche AAL, Proietti FA, Caiaffa WT. Self-rated health in urban adults, perceptions of the physical and social environment, and reported comorbidities: The BH Health Study. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S120-35.,2222. Vilalta CJ, Lopez P, Fondevila G, Siordia O. Testing broken windows theory in Mexico City. Soc Sci Q 2019; 101:558-72.,4343. Parajára MDC, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Meireles AL. Associations of the perceived neighborhood environment and screen time in adolescents living in a medium-sized city in Brazil: a cross-sectional study. Int J Environ Health Res 2019; 31:963-75., foi mais frequentemente considerada como desordem física por ser uma característica do ambiente físico 1212. Auler MM, Lopes CS, Cortes TR, Bloch KV, Junger WL. Neighborhood physical disorder and common mental disorders in adolescence. Int Arch Occup Environ Health 2021; 94:631-8.,1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.,1515. Moreira BS, Andrade ACS, Braga LS, Bastone AC, Torres JL, Lima-Costa MFF, et al. Perceived neighborhood and walking among older Brazilian adults living in urban areas: a national study (ELSI-Brazil). J Aging Phys Act 2021; 29:431-41.,1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,1919. Rodrigues DE, César CC, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. The place where you live and self-rated health in a large urban area. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S246-56.,2121. Vaz CT, Andrade ACS, Proietti FA, Xavier CC, Friche AAL, Caiaffa WT. A multilevel model of life satisfaction among old people: individual characteristics and neighborhood physical disorder. BMC Public Health 2019; 19:861.,3030. Höfelmann DA, Diez-Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Perceived neighborhood problems: multilevel analysis to evaluate psychometric properties in a Southern adult Brazilian population. BMC Public Health 2013; 13:1085.,3131. Moran MR, Rodríguez DA, Cortinez-O'Ryan A, Jaime Miranda J. Is self-reported park proximity associated with perceived social disorder? Findings from eleven cities in Latin America. Landsc Urban Plan 2022; 219:104320.,3838. Célio FA, Xavier CC, Andrade ACS, Camargos VP, Caiaffa WT, Friche AAL, et al. Características individuais associadas à autopercepção da extensão territorial da vizinhança. Cad Saúde Pública 2014; 30:1935-46.,3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61.,4040. Moreira BS, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Braga LS, Friche AAL, et al. Perceived neighborhood and fall history among community-dwelling older adults living in a large Brazilian urban area: a multilevel approach. Int J Environ Health Res 2022; 32:522-34.,4141. Zanelatto C, Höfelmann DA, Giehl MWC, Nishida W, Bastos JL. Perception of neighborhood disorder and blood pressure in adults: a multilevel population-based study. Cad Saúde Pública 2019; 35:e00016418.,4242. Moreira BS, Andrade ACS, Bastone AC, Vasconcelos KSS, Teixeira VBD, Xavier CC, et al. Individual characteristics, perceived neighborhood, and walking for transportation among older Brazilian people residing in a large urban area. Int J Environ Health Res 2022; 32:2620-33.,4444. Andrade ACS, Mingoti SA, Costa DAS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT, et al. Built and social environment by systematic social observation and leisure-time physical activity report among Brazilian adults: a population-based study. J Urban Health 2019; 96:682-91.,4545. Costa DAS, Mingoti SA, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Indicadores dos atributos físicos e sociais da vizinhança obtidos pelo método de Observação Social Sistemática. Cad Saúde Pública 2017; 33:e00026316.,4646. Remigio RV, Zulaika G, Rabello RS, Bryan J, Sheehan DM, Galea S, et al. A local view of informal urban environments: a mobile phone-based neighborhood audit of street-level factors in a Brazilian informal community. J Urban Health 2019; 96:537-48.. Identificou-se, ainda, que a presença de imóveis e equipamentos abandonados ou deteriorados foi utilizada para mensurar a desordem social 2020. Meireles AL, Xavier CC, Andrade ACS, Friche AAL, Proietti FA, Caiaffa WT. Self-rated health in urban adults, perceptions of the physical and social environment, and reported comorbidities: The BH Health Study. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S120-35.,4343. Parajára MDC, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Meireles AL. Associations of the perceived neighborhood environment and screen time in adolescents living in a medium-sized city in Brazil: a cross-sectional study. Int J Environ Health Res 2019; 31:963-75., enquanto na maioria dos estudos avaliados tal aspecto foi considerado como desordem física 1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.,1515. Moreira BS, Andrade ACS, Braga LS, Bastone AC, Torres JL, Lima-Costa MFF, et al. Perceived neighborhood and walking among older Brazilian adults living in urban areas: a national study (ELSI-Brazil). J Aging Phys Act 2021; 29:431-41.,1616. Layera MLM, Otero G, Perret V. Inseguridad percibida en los barrios de Santiago de Chile: la importancia del bienestar subjetivo. Dados Rev Ciênc Sociais 2020; 63:e20170036.,1919. Rodrigues DE, César CC, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. The place where you live and self-rated health in a large urban area. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S246-56.,3838. Célio FA, Xavier CC, Andrade ACS, Camargos VP, Caiaffa WT, Friche AAL, et al. Características individuais associadas à autopercepção da extensão territorial da vizinhança. Cad Saúde Pública 2014; 30:1935-46.,3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61.,4040. Moreira BS, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Braga LS, Friche AAL, et al. Perceived neighborhood and fall history among community-dwelling older adults living in a large Brazilian urban area: a multilevel approach. Int J Environ Health Res 2022; 32:522-34.,4242. Moreira BS, Andrade ACS, Bastone AC, Vasconcelos KSS, Teixeira VBD, Xavier CC, et al. Individual characteristics, perceived neighborhood, and walking for transportation among older Brazilian people residing in a large urban area. Int J Environ Health Res 2022; 32:2620-33.,4545. Costa DAS, Mingoti SA, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Indicadores dos atributos físicos e sociais da vizinhança obtidos pelo método de Observação Social Sistemática. Cad Saúde Pública 2017; 33:e00026316.. Portanto, constatou-se ausência de consenso na literatura sobre a distribuição das variáveis de avaliação da desordem física e social na América Latina, o que torna um desafio para sistematização das pesquisas e comparação entre estudos.
É importante destacar que a maioria dos estudos avaliados utilizou a percepção do indivíduo para obter informações da desordem 1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.,1515. Moreira BS, Andrade ACS, Braga LS, Bastone AC, Torres JL, Lima-Costa MFF, et al. Perceived neighborhood and walking among older Brazilian adults living in urban areas: a national study (ELSI-Brazil). J Aging Phys Act 2021; 29:431-41.,1717. Moran MR, Rodríguez DA, Cotinez-O'Ryan A, Miranda JJ. Park use, perceived park proximity, and neighborhood characteristics: evidence from 11 cities in Latin America. Cities 2020; 105:102817.,1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,1919. Rodrigues DE, César CC, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. The place where you live and self-rated health in a large urban area. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S246-56.,2020. Meireles AL, Xavier CC, Andrade ACS, Friche AAL, Proietti FA, Caiaffa WT. Self-rated health in urban adults, perceptions of the physical and social environment, and reported comorbidities: The BH Health Study. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S120-35.,3030. Höfelmann DA, Diez-Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Perceived neighborhood problems: multilevel analysis to evaluate psychometric properties in a Southern adult Brazilian population. BMC Public Health 2013; 13:1085.,3131. Moran MR, Rodríguez DA, Cortinez-O'Ryan A, Jaime Miranda J. Is self-reported park proximity associated with perceived social disorder? Findings from eleven cities in Latin America. Landsc Urban Plan 2022; 219:104320.,3838. Célio FA, Xavier CC, Andrade ACS, Camargos VP, Caiaffa WT, Friche AAL, et al. Características individuais associadas à autopercepção da extensão territorial da vizinhança. Cad Saúde Pública 2014; 30:1935-46.,3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61.,4040. Moreira BS, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Braga LS, Friche AAL, et al. Perceived neighborhood and fall history among community-dwelling older adults living in a large Brazilian urban area: a multilevel approach. Int J Environ Health Res 2022; 32:522-34.,4141. Zanelatto C, Höfelmann DA, Giehl MWC, Nishida W, Bastos JL. Perception of neighborhood disorder and blood pressure in adults: a multilevel population-based study. Cad Saúde Pública 2019; 35:e00016418.,4242. Moreira BS, Andrade ACS, Bastone AC, Vasconcelos KSS, Teixeira VBD, Xavier CC, et al. Individual characteristics, perceived neighborhood, and walking for transportation among older Brazilian people residing in a large urban area. Int J Environ Health Res 2022; 32:2620-33.,4343. Parajára MDC, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Meireles AL. Associations of the perceived neighborhood environment and screen time in adolescents living in a medium-sized city in Brazil: a cross-sectional study. Int J Environ Health Res 2019; 31:963-75.. Esse método de aferição tem sido empregado com frequência, geralmente em estudos populacionais, utilizando questões simples e diretas que possibilitam agregar as respostas e construir variáveis que caracterizam a desordem percebida, permitindo avaliar construtos que não podem ser medidos por outros métodos 3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61., como variáveis da desordem social. Entretanto, os indivíduos podem responder de forma diferente com base em seu próprio comportamento, resultando, assim, em viés de fonte comum. Em outras palavras, os participantes podem ser tendenciosos devido ao estigma associado às vizinhanças de baixa renda, sendo mais propensos a avaliá-las com maiores níveis de desordem 4747. Reboussin BA, Johnson RM, Green KM, Furr-Holden CDM, Ialongo NS, Milam AJ. Neighborhood context and transitions in marijuana use among urban young adults. Subst Use Misuse 2019; 54:1075-85.,4848. Mayne SL, Jose A, Mo A, Vo L, Rachapalli S, Ali H, et al. Neighborhood disorder and obesity-related outcomes among women in Chicago. Int J Environ Res Public Health 2018; 15:1395.,4949. Marco M, Gracia E, Martín-Fernández M, López-Quílez A. Validation of a Google Street View-based neighborhood disorder observational scale. J Urban Health 2017; 94:190-8.. Além disso, deve-se considerar que a percepção pode estar associada às características individuais, como sexo, idade e tempo de moradia 3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61.. Os estudos incluídos nesta revisão concordam que a falta de medidas objetivas do ambiente é uma limitação, uma vez que nem sempre podem estar correlacionadas com as medidas percebidas 1717. Moran MR, Rodríguez DA, Cotinez-O'Ryan A, Miranda JJ. Park use, perceived park proximity, and neighborhood characteristics: evidence from 11 cities in Latin America. Cities 2020; 105:102817.,1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,1919. Rodrigues DE, César CC, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. The place where you live and self-rated health in a large urban area. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S246-56.,2020. Meireles AL, Xavier CC, Andrade ACS, Friche AAL, Proietti FA, Caiaffa WT. Self-rated health in urban adults, perceptions of the physical and social environment, and reported comorbidities: The BH Health Study. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S120-35.,3939. Friche AAL, Diez-Roux AV, César CC, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Assessing the psychometric and ecometric properties of neighborhood scales in developing countries: Saúde em Beagá Study, Belo Horizonte, Brazil, 2008-2009. J Urban Health 2013; 90:246-61.,4141. Zanelatto C, Höfelmann DA, Giehl MWC, Nishida W, Bastos JL. Perception of neighborhood disorder and blood pressure in adults: a multilevel population-based study. Cad Saúde Pública 2019; 35:e00016418..
A OSS, entre os estudos selecionados, foi realizada somente no Brasil 2121. Vaz CT, Andrade ACS, Proietti FA, Xavier CC, Friche AAL, Caiaffa WT. A multilevel model of life satisfaction among old people: individual characteristics and neighborhood physical disorder. BMC Public Health 2019; 19:861.,4444. Andrade ACS, Mingoti SA, Costa DAS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT, et al. Built and social environment by systematic social observation and leisure-time physical activity report among Brazilian adults: a population-based study. J Urban Health 2019; 96:682-91.,4545. Costa DAS, Mingoti SA, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Indicadores dos atributos físicos e sociais da vizinhança obtidos pelo método de Observação Social Sistemática. Cad Saúde Pública 2017; 33:e00026316.,4646. Remigio RV, Zulaika G, Rabello RS, Bryan J, Sheehan DM, Galea S, et al. A local view of informal urban environments: a mobile phone-based neighborhood audit of street-level factors in a Brazilian informal community. J Urban Health 2019; 96:537-48.. Esse método permite registrar, de forma válida e confiável, os atributos físicos da vizinhança, mensurar características que não são capturadas por informações censitárias, por outros macroindicadores e nem pela percepção dos indivíduos 5050. Freitas ED, Camargos VP, Xavier CC, Caiaffa WT, Proietti FA. Instrumento para condução de observação social sistemática: métodos e resultados da concordância interobservadores. Cad Saúde Pública 2013; 29:2093-104.. Além disso, é um método reprodutível que pode atuar com outras técnicas de investigação e fazer o levantamento de dados quantitativos e qualitativos em uma mesma investigação. Tem a vantagem, ainda, de ser a melhor opção para áreas de difícil acesso, onde imagens de sensoriamento remoto ou pré-coletadas não estão disponíveis 4545. Costa DAS, Mingoti SA, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Indicadores dos atributos físicos e sociais da vizinhança obtidos pelo método de Observação Social Sistemática. Cad Saúde Pública 2017; 33:e00026316.,4646. Remigio RV, Zulaika G, Rabello RS, Bryan J, Sheehan DM, Galea S, et al. A local view of informal urban environments: a mobile phone-based neighborhood audit of street-level factors in a Brazilian informal community. J Urban Health 2019; 96:537-48.. A forma de aplicação da OSS também pode variar, como foi observado no estudo de Remigio et al. 4646. Remigio RV, Zulaika G, Rabello RS, Bryan J, Sheehan DM, Galea S, et al. A local view of informal urban environments: a mobile phone-based neighborhood audit of street-level factors in a Brazilian informal community. J Urban Health 2019; 96:537-48., que desenvolveu um aplicativo móvel para coleta sistemática dos dados em um grande aglomerado subnormal do Rio de Janeiro. Por outro lado, os estudos relatam que o uso da OSS pode ter sido limitante, uma vez que certos itens de desordem estão sujeitos à variação temporal. Assim, uma medição mais confiável exigiria mais de uma observação, em dias e horários diferentes, para o mesmo segmento de rua, além de ter uma logística de campo mais complexa, que resulta em altos custos e períodos prolongados de coleta de dados 2121. Vaz CT, Andrade ACS, Proietti FA, Xavier CC, Friche AAL, Caiaffa WT. A multilevel model of life satisfaction among old people: individual characteristics and neighborhood physical disorder. BMC Public Health 2019; 19:861.,4444. Andrade ACS, Mingoti SA, Costa DAS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT, et al. Built and social environment by systematic social observation and leisure-time physical activity report among Brazilian adults: a population-based study. J Urban Health 2019; 96:682-91.,4545. Costa DAS, Mingoti SA, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Indicadores dos atributos físicos e sociais da vizinhança obtidos pelo método de Observação Social Sistemática. Cad Saúde Pública 2017; 33:e00026316..
Recentemente, houve um crescimento no desenvolvimento e uso de novos métodos para avaliar os atributos da vizinhança por meio de tecnologias emergentes 4949. Marco M, Gracia E, Martín-Fernández M, López-Quílez A. Validation of a Google Street View-based neighborhood disorder observational scale. J Urban Health 2017; 94:190-8.. Entre eles, destaca-se a auditoria virtual por meio do Google Street View (https://www.google.com/maps), uma alternativa digital da OSS, normalmente de menor custo e com logística de menor complexidade. Alguns estudos relatam que muitas variáveis da auditoria in loco podem ser avaliadas a partir de imagens remotas com confiabilidade comparável à avaliação presencial 5151. Badland HM, Opit S, Witten K, Kearns RA, Mavoa S. Can virtual streetscape audits reliably replace physical streetscape audits? J Urban Health 2010; 87:1007-16.,5252. Rundle AG, Bader MDM, Richards CA, Neckerman KM, Teitler JO. Using Google Street View to audit neighborhood environments. Am J Prev Med 2011; 40:94-100.,5353. Wilson JS, Kelly CM, Schootman M, Baker EA, Banerjee A, Clennin M, et al. Assessing the built environment using omnidirectional imagery. Am J Prev Med 2012; 42:193-9.,5454. Kelly CM, Wilson JS, Baker EA, Miller DK, Schootman M. Using Google Street View to audit the built environment: inter-rater reliability results. Ann Behav Med 2013; 45 Suppl 1:108-12.. Fry et al. 5555. Fry D, Mooney SJ, Rodríguez DA, Caiaffa WT, Lovasi GS. Assessing Google Street View image availability in Latin American cities. J Urban Health 2020; 97:552-60. investigaram a disponibilidade de imagens do Google Street View em 371 cidades latino-americanas e observaram que locais com melhores condições socioeconômicas tendem a exibir imagens mais consistentes. Cabe mencionar que nenhum dos artigos selecionados nesta revisão realizou a auditoria virtual, que, por sua vez, foi utilizada em estudos prévios relacionados a ambiente alimentar 5656. Rocha LL, do Carmo AS, Jardim MZ, Leme BA, Cardoso LO, Teixeira Caiaffa W, et al. The community food environment of a Brazilian metropolis. Food Cult Soc 2023; 26:182-92.,5757. Costa BVL, Freitas PP, Menezes MC, Guimarães LMF, Ferreira LF, Alves MSC, et al. Ambiente alimentar: validação de método de mensuração e caracterização em território com o Programa Academia da Saúde. Cad Saúde Pública 2018; 34:e00168817. e atividade física 5858. Santos DS, Hino AAF, Höfelmann DA. Iniquities in the built environment related to physical activity in public school neighborhoods in Curitiba, Paraná State, Brazil. Cad Saúde Pública 2019; 35:e00110218..
O uso de dados secundários também foi observado entre os artigos selecionados 1212. Auler MM, Lopes CS, Cortes TR, Bloch KV, Junger WL. Neighborhood physical disorder and common mental disorders in adolescence. Int Arch Occup Environ Health 2021; 94:631-8.,1616. Layera MLM, Otero G, Perret V. Inseguridad percibida en los barrios de Santiago de Chile: la importancia del bienestar subjetivo. Dados Rev Ciênc Sociais 2020; 63:e20170036.,2222. Vilalta CJ, Lopez P, Fondevila G, Siordia O. Testing broken windows theory in Mexico City. Soc Sci Q 2019; 101:558-72.,5959. Escobar G. El uso de la teoría de la desorganización social para comprender la distribución de homicidios en Bogotá, Colombia. Revista INVI 2012; 27:21-85.. As medidas de censo demográfico, por exemplo, além de abranger muitas variáveis, incluem diversos municípios dos países que o elaboram, como foi observado no Brasil e na Colômbia 1212. Auler MM, Lopes CS, Cortes TR, Bloch KV, Junger WL. Neighborhood physical disorder and common mental disorders in adolescence. Int Arch Occup Environ Health 2021; 94:631-8.,5959. Escobar G. El uso de la teoría de la desorganización social para comprender la distribución de homicidios en Bogotá, Colombia. Revista INVI 2012; 27:21-85.. Entretanto, são coletadas apenas em determinados períodos, não sendo necessariamente atuais. A área geográfica é baseada em unidades administrativas que podem não representar limites sociais ou geográficos. Ademais, geralmente, contém variáveis limitadas acerca de fatores econômicos e estruturais, ignorando os processos sociais da vizinhança 4747. Reboussin BA, Johnson RM, Green KM, Furr-Holden CDM, Ialongo NS, Milam AJ. Neighborhood context and transitions in marijuana use among urban young adults. Subst Use Misuse 2019; 54:1075-85.,4848. Mayne SL, Jose A, Mo A, Vo L, Rachapalli S, Ali H, et al. Neighborhood disorder and obesity-related outcomes among women in Chicago. Int J Environ Res Public Health 2018; 15:1395.. No estudo de Auler et al. 1212. Auler MM, Lopes CS, Cortes TR, Bloch KV, Junger WL. Neighborhood physical disorder and common mental disorders in adolescence. Int Arch Occup Environ Health 2021; 94:631-8., realizado em três capitais brasileiras, a coleta das características da vizinhança foi realizada presencialmente pelos supervisores do Censo Demográfico de 2010, representando um destaque nesse conjunto de informações.
Entre os estudos selecionados, a unidade geográfica de análise e coleta de dados referente à desordem concentrou-se, em sua maioria, no nível contextual 1212. Auler MM, Lopes CS, Cortes TR, Bloch KV, Junger WL. Neighborhood physical disorder and common mental disorders in adolescence. Int Arch Occup Environ Health 2021; 94:631-8.,1313. Vaz C, Andrade AC, Silva U, Rodríguez D, Wang X, Moore K, et al. Physical disorders and poor self-rated health in adults living in four Latin American cities: a multilevel approach. Int J Environ Res Public Health 2020; 17:8956.,1616. Layera MLM, Otero G, Perret V. Inseguridad percibida en los barrios de Santiago de Chile: la importancia del bienestar subjetivo. Dados Rev Ciênc Sociais 2020; 63:e20170036.,1818. Höfelmann DA, Diez Roux AV, Antunes JLF, Peres MA. Association of perceived neighborhood problems and census tract income with poor self-rated health in adults: a multilevel approach. Cad Saúde Pública 2015; 31 Suppl:S79-91.,2121. 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Ela é uma medida da macroescala do ambiente, resultante da agregação de dados individuais ou de uma menor escala, na qual podem refletir as características do contexto. Para avaliar áreas mais amplas, medidas baseadas no sistema de informação geográfica são empregadas e consistem no conjunto de ferramentas para obtenção, armazenamento, análise e representação de dados espaciais 55. Diez Roux AV, Mair C. Neighborhoods and health. Ann N Y Acad Sci 2010; 1186:125-45.,3838. Célio FA, Xavier CC, Andrade ACS, Camargos VP, Caiaffa WT, Friche AAL, et al. Características individuais associadas à autopercepção da extensão territorial da vizinhança. Cad Saúde Pública 2014; 30:1935-46.. Por outro lado, a microescala se diferencia por descrever a configuração urbana, em termos de presença e qualidade de infraestrutura, como os itens medidos no nível de rua (p.ex.: calçadas e árvores). A percepção do indivíduo e a OSS são métodos adequados para avaliar áreas menores, e as informações obtidas na microescala podem contribuir para intervenções com maior potencial de mudanças e de menor custo 4545. Costa DAS, Mingoti SA, Andrade ACS, Xavier CC, Proietti FA, Caiaffa WT. Indicadores dos atributos físicos e sociais da vizinhança obtidos pelo método de Observação Social Sistemática. Cad Saúde Pública 2017; 33:e00026316.,5858. Santos DS, Hino AAF, Höfelmann DA. Iniquities in the built environment related to physical activity in public school neighborhoods in Curitiba, Paraná State, Brazil. Cad Saúde Pública 2019; 35:e00110218..
A partir desta revisão de escopo, foi possível estabelecer recomendações para pesquisas futuras sobre desordem na vizinhança. Para produzir revisões que utilizem um processo sistemático, recomenda-se o uso de ferramentas automatizadas, como a mineração de texto, que possibilita extração automática de conceitos e palavras-chave, permitindo que as revisões sejam concluídas mais rapidamente, além de minimizar o impacto do viés de publicação e reduzir as chances de perda de pesquisas relevantes (recomendação 1) 6060. O'Mara-Eves A, Thomas J, McNaught J, Miwa M, Ananiadou S. Using text mining for study identification in systematic reviews: a systematic review of current approaches. Syst Rev 2015; 4:5.. É necessária, ainda, uma padronização das variáveis que compõem o construto, visto que a desordem física se relaciona às características do contexto (p.ex.: fatores ambientais, estético, imóveis e equipamentos públicos e vias públicas) e a desordem social se relaciona a aspectos de interação entre as pessoas e o contexto (p.ex.: problemas na vizinhança e segurança) (recomendações 2-4). Cabe ressaltar que os métodos que utilizam medidas objetivas são mais adequados para avaliar a desordem física, enquanto aqueles que usam medidas subjetivas são mais apropriados para analisar a desordem social. Como mencionado anteriormente, não foram selecionados estudos que utilizaram auditoria virtual. Dessa forma, sugere-se o uso de novos métodos para medir a desordem, como o uso de auditorias virtuais por meio do Google Street View, que é uma alternativa eficiente em auditorias in loco, mais segura para os auditores, realizada em menor tempo e com menos recursos financeiros, abrange mais locais de pesquisa, como áreas grandes ou distantes, permite adquirir imagens históricas para estudos longitudinais e a aplicação em modelos de visão computacional (recomendação 5) 5555. Fry D, Mooney SJ, Rodríguez DA, Caiaffa WT, Lovasi GS. Assessing Google Street View image availability in Latin American cities. J Urban Health 2020; 97:552-60.,6161. Naik N, Kominers SD, Raskar R, Glaeser EL, Hidalgo CA. Computer vision uncovers predictors of physical urban change. Proc Natl Acad Sci U S A 2017; 114:7571-6. (Quadro 5).
Os resultados obtidos por meio desta revisão possibilitam observar o avanço dos estudos sobre desordem do ambiente. Entretanto, ainda não há um consenso sobre os itens que mensuram a desordem física e social da vizinhança em cidades da América Latina. Isso demonstra a necessidade de padronização do método e de realização de estudos futuros que avaliem as propriedades psicométricas dos construtos de desordem, além de maior sofisticação nas abordagens analíticas utilizadas. Consideram-se fundamentais revisões sistemáticas, metanálises e novos estudos avaliativos que verifiquem a continuidade, sistematização e implementação de novos métodos de mensuração e análise em saúde urbana para avaliar a desordem na vizinhança, de forma contínua e longitudinal, em países da América Latina, visto que a desordem do ambiente é um importante construto na compreensão das relações entre as condições físicas e socioeconômicas da vizinhança e os desfechos em saúde.
Esta revisão teve como limitação o uso apenas da literatura científica, não incluindo a literatura cinzenta. Além disso, a estratégia de busca não contemplou os diferentes termos utilizados para descrever a desordem, como transtornos, distúrbios e problemas da vizinhança, e nem os termos adotados para descrever os métodos de mensuração da desordem, o que merece consideração em trabalhos futuros. Os pontos fortes incluem o uso das diretrizes PRISMA-ScR para garantir um processo robusto e replicável e a originalidade, visto que, possivelmente, esta é a primeira revisão sobre o tema no contexto latino-americano.
Conclusão
Esta revisão identificou que o método mais comumente utilizado para mensurar a desordem na vizinhança na América Latina foi a percepção do ambiente urbano. Ainda, a maioria dos estudos foi conduzida em adultos e avaliou concomitantemente as desordens, em geral, com indicadores compostos em forma de escalas. Além disso, o item mais avaliado para a desordem física foi relacionado às características das vias públicas, enquanto que para a desordem social, foram aqueles relacionados à segurança. A partir dos achados, percebe-se a necessidade de padronização das variáveis utilizadas para mensurar a desordem, considerando peculiaridades físicas e sociais separadamente. Ademais, métodos mistos de mensuração são relevantes para ampliar a compreensão do fenômeno. Combinando percepção, observação sistemática e outros métodos, será possível capturar os aspectos urbanos que afetam a saúde dos cidadãos com maior propriedade.
Agradecimentos
Agradecemos à pesquisadora Solimar Carnavalli Rocha do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte pela realização da triagem e avaliação dos estudos; à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado de Amanda Silva Magalhães; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de produtividade de Waleska Teixeira Caiaffa e pelo suporte financeiro do projeto (CNPq: nº 421925/2016-7).
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
18 Set 2023 - Data do Fascículo
2023
Histórico
- Recebido
28 Fev 2023 - Revisado
30 Maio 2023 - Aceito
05 Jun 2023