Resumos
O estudo teve por objetivo construir, coletivamente, ações de promoção de saúde com idosos e profissionais de saúde e avaliar, na perspectiva dos idosos, os significados para o empoderamento em saúde. Realizou-se uma pesquisa-ação com uma equipe de Saúde da Família (eSF), núcleo ampliado de Saúde da Família e 26 idosos, em uma perspectiva dialógica e participativa. Ao final, 17 idosos foram entrevistados. Utilizou-se a técnica de análise temática. Emergiram na voz dos idosos os significados atribuídos ao grupo por meio de socialização, vínculos significativos, compartilhamento e aprendizagens. Compreende-se a potencialidade do grupo como espaço de escuta, de criação e compartilhamento de experiências e de valorização das histórias de vida dos idosos nesse território. A interação impulsionou a ressignificação do processo de envelhecimento e os projetos de vida, gerando maior satisfação com a saúde e a vida.
Palavras-chave
Empoderamento; Idoso; Promoção da saúde; Envelhecimento; Saúde da família
El objetivo del estudio fue construir colectivamente con ancianos y profesionales de la salud acciones de promoción y evaluar, desde la perspectiva de los ancianos, los significados para el empoderamiento en salud. Se realizó una investigación-acción con un equipo de salud de la familia, núcleo ampliado salud de la familia y 26 ancianos en una perspectiva dialógica y participativa. Al final, fueron entrevistados 17 ancianos. Se utilizó la técnica de análisis temático. En la voz de los ancianos surgieron los significados atribuidos al grupo, a partir de la socialización, vínculos significativos, compartición y aprendizajes. Se entiende la potencialidad del grupo como espacio de escucha, de creación y compartición de experiencias y de la valorización de las historias de vida de los ancianos en ese territorio. La interacción dio impulso a la resignificación del proceso de envejecimiento y los proyectos de vida, generando una mayor satisfacción con la salud y la vida.
Palabras clave
Empoderamiento; Anciano; Promoción de la salud; Envejecimiento; Salud de la familia
Introdução
Tendo em vista o envelhecimento populacional11 United Nations. World population prospects 2019 - Volume II: Demographic profiles. New York: United Nations; 2019. doi: https://doi.org/10.18356/7707d011-en.
https://doi.org/10.18356/7707d011-en... ,22 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População estimada [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2017 [citado 20 Jul 2021]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecao-da-populacao.html?=&t=resultados
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/soc... , os serviços de saúde são demandados a uma Atenção à Saúde de qualidade33 Coyle CE, Mutchler JE. Aging with disability: advancement of a cross-disciplinary research network. Res Aging. 2017; 39(6):683-692., visando à promoção da autonomia e à independência dos idosos com ações coletivas e individuais de saúde44 Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria nº 2.528, de 19 de Outubro de 2006. Diário Oficial da União. 20 Out 2006; Sec. 1:142..
Isso exige abordagens na perspectiva do bem viver e da construção da vida com plenitude e com qualidade44 Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria nº 2.528, de 19 de Outubro de 2006. Diário Oficial da União. 20 Out 2006; Sec. 1:142.. O conceito de “bem viver” nesse contexto é compreendido pelas relações complementares e recíprocas entre os sujeitos e a comunidade em um território44 Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria nº 2.528, de 19 de Outubro de 2006. Diário Oficial da União. 20 Out 2006; Sec. 1:142.,55 Ramos CFV, Silva MSB, Rosa AS, Santana CLA, Tanaka LH. Educational actions: an action research with Family Health Strategy professionals and users. Rev Bras Enferm. 2020; 73(5):1-9..
No entanto, é sabido que práticas utilizadas nos serviços de saúde ainda se baseiam em intervenções centradas na transmissão vertical, focadas no modelo biomédico66 Contatore OA, Malfitano APS, Barros NF. Os cuidados em saúde: ontologia, hermenêutica e teleologia. Interface (Botucatu). 2017; 21(62):553-563. doi: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0616.
https://doi.org/10.1590/1807-57622016.06... . As práticas de cuidado devem considerar a dinâmica social dos idosos, os saberes e fazeres populares, as vocações, as diversidades e diferenças que remetem à produção de subjetividades e à socialização dentro de um território que é reflexo de hábitos, costumes e valores66 Contatore OA, Malfitano APS, Barros NF. Os cuidados em saúde: ontologia, hermenêutica e teleologia. Interface (Botucatu). 2017; 21(62):553-563. doi: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0616.
https://doi.org/10.1590/1807-57622016.06...
7 Contatore AO, Malfitano APS, Barros NF. Cuidados em saúde: sociabilidades cuidadoras e subjetividades emancipadoras. Psicol Soc. 2018; 30:e177179.-88 Borges RM, Brito CMD, Monteiro CF. Saúde, lazer e envelhecimento: uma análise sobre a brincadeira de dança de roda das Meninas de Sinhá. Interface (Botucatu). 2020; 24:e190279. doi: https://doi.org/10.1590/Interface.190279.
https://doi.org/10.1590/Interface.190279... .
O empoderamento configura-se como ferramenta valiosa na promoção da saúde, pela qual as pessoas adquirem um maior controle sobre suas decisões99 Carvalho SR, Gastaldo D. Promoção à saúde e empoderamento: uma reflexão a partir das perspectivas crítico-social pós-estruturalista. Cienc Saude Colet. 2008; 13 Supl 2:2029-2040.. Nessa perspectiva, deve-se considerar o modo de viver a velhice, que varia conforme as realidades sociais e os contextos culturais88 Borges RM, Brito CMD, Monteiro CF. Saúde, lazer e envelhecimento: uma análise sobre a brincadeira de dança de roda das Meninas de Sinhá. Interface (Botucatu). 2020; 24:e190279. doi: https://doi.org/10.1590/Interface.190279.
https://doi.org/10.1590/Interface.190279... .
Considerou-se nesta pesquisa-ação a construção ético-política de Freire1010 Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 55a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2017., pautada por um referencial1111 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. II Caderno de educação popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2014., considerando um território que produz sociabilidades. Procurou-se alcançar a vida dos idosos, suas subjetividades, como também suas redes de apoio social77 Contatore AO, Malfitano APS, Barros NF. Cuidados em saúde: sociabilidades cuidadoras e subjetividades emancipadoras. Psicol Soc. 2018; 30:e177179.,1212 Cerezo PG, Juvé-Udina ME, Delgado-Hito P. Concepts and measures of patient empowerment: a comprehensive review. Rev Esc Enferm USP. 2016; 50(4):664-671..
O trabalho em grupo com a comunidade é um cenário oportuno para que o idoso expresse experiências e vivências, valores pessoais próprios de cada subjetividade. A participação e a interação em grupo formam cenário oportuno para o desenvolvimento da autonomia e da independência1313 Santos EO, Pinho LB, Eslabão AD, Medeiros RG, Cassola TP. Avaliação de empoderamento: considerações teórico-metodológicas aplicadas ao campo da saúde. Rev Esc Enferm USP. 2018; 52:e03400.,1414 Fedosse E, Silva EB, Santos FC, Figueiredo ES. Grupo interdisciplinar de convivência: uma intervenção em saúde ancorada na neurolinguística discursiva. Estud Lingua(gem). 2019; 17(1):23-36..
A presente pesquisa-ação deslocou-se para o fazer com os idosos, com a participação ativa dos sujeitos, da equipe Saúde da Família (eSF), do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf-ab) e de outros agentes de setores importantes, mobilizando e valorizando saberes e fazeres, visando criar um espaço de partilha que estreitasse vínculos entre idosos e equipes de saúde e que expressasse a cultura local e a história de vida.
O estudo teve por objetivo construir, coletivamente, ações de promoção de saúde com idosos e profissionais e avaliar, na perspectiva dos idosos, os significados para o empoderamento em saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo fundamentado nos pressupostos da pesquisa-ação1515 Thiollent M. Metodologia da pesquisa-ação. 18a ed. São Paulo: Cortez; 2011. com abordagem qualitativa1616 Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14a ed. São Paulo: Hucitec; 2015.. A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social na qual pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo, com a função de transformar a realidade1515 Thiollent M. Metodologia da pesquisa-ação. 18a ed. São Paulo: Cortez; 2011..
Visou-se à construção de conhecimentos por um caminho trilhado pelo diálogo e com o compromisso de melhorar, ampliar e qualificar a produção do cuidado aos idosos. A pesquisa foi desenvolvida na perspectiva de “com e por meio” dos sujeitos e seu processo de envelhimento como lugar simbólico e cultural, considerando os contextos a fim de posicionar todos como protagonistas nessa construção.
No município cenário da pesquisa, há 12 eSF e um Nasf-ab com fisioterapeutas, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista e assistente social, e um Centro de Apoio Psicossocial. Participaram da ação uma enfermeira, um médico, uma técnica de enfermagem, cinco ACS e 26 idosos, com os quais foram realizadas oficinas mensalmente, entre setembro de 2018 e março de 2019.
A pesquisa desenvolveu-se em três etapas: exploratória e planejamento, ação e por último, avaliação1515 Thiollent M. Metodologia da pesquisa-ação. 18a ed. São Paulo: Cortez; 2011. (Quadro 1). Assim, profissionais da eSF, do Nasf-ab e usuários passaram a ser sujeitos em todo o processo, articulando a ação educativa em torno do bem viver. Procurou-se uma “coconstrução” pelo deslocamento dos sujeitos dos lugares de poder e de tomada de decisão, “(re)criando” e ressignificando as relações e interações, valorizando o território vivo como cenário de vidas1717 Barros N. Cuidado emancipador. Saude Soc. 2021; 30(1):1-10..
A primeira etapa da pesquisa foi a exploratória e de planejamento, em roda de conversa com os idosos, na qual foi possível realizar um diagnóstico sobre a situação do grupo. Anteriormente a esta pesquisa, o grupo de idosos desenvolvia ações com abordagens focadas nas doenças crônicas. Os profissionais de saúde atuavam como sujeitos das ações, desde a escolha dos temas até a sua execução, sendo observada baixa participação dos idosos.
Com base no que foi levantado na etapa anterior, buscou-se alinhar as estratégias de abordagens a serem adotadas no grupo. Procurou-se valorizar a participação dos idosos por meio de suas histórias pessoais e contribuir para a urgência de fomentar um lugar de partilha, escuta, para além dos contornos identitários construídos, fazendo perceber que todos fazem parte de um território, com vidas sempre entrelaçadas, uma comunidade de diálogo, convivência e afetos1818 Bauman Z. Community: seeking safety in an insecure world. New York: John Wiley & Sons; 2003..
Ampliou-se a discussão do planejamento a outros setores e a seus representantes da Secretaria Municipal de Saúde, a fim de sensibilizar e buscar apoio, vislumbrando, assim, um trabalho colaborativo e centrado nesse território. Para tanto, foi preciso alinhar os objetivos de forma que todos pudessem contribuir e trabalhar juntos em prol das ações propostas. Nesse sentido, foram importantes a mediação e a construção permanentes1919 Reeves S, Pelone F, Harrison R, Goldman J, Zwarenstein M. Interprofessional collaboration to improve professional practice and healthcare outcomes. Cochrane Libr. 2017; (6):1-7..
Na etapa seguinte, foram desenvolvidas cinco oficinas. Oportunizou-se que os conhecimentos prévios, sentimentos, perplexidades e dúvidas fossem expressos de forma que valorizassem os saberes e interesses dos participantes. A problematização da realidade e o diálogo foram essenciais para a inclusão de elementos imprevisíveis de emoção e afeto, presentes no encontro humano1010 Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 55a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2017.,1717 Barros N. Cuidado emancipador. Saude Soc. 2021; 30(1):1-10..
A primeira oficina foi denominada “Colcha de retalhos”, em que se buscou construir, pela pintura, a identidade cultural dos idosos e da comunidade. Isso implicou a busca da própria história dos idosos e o conhecimento de si mesmos e de tudo ao redor, procurando, assim, “entender para respeitar” os seus próprios sentimentos e os dos outros, com quem se compartilha a vida1111 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. II Caderno de educação popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.. Alguns depoimentos extraídos do diário de campo estão presentes no Quadro 2.
A segunda oficina desenvolveu-se em um café da manhã compartilhado. Cada um trouxe um alimento que fazia parte das suas refeições para compartilhar com os demais. Diante das dificuldades alimentares referidas, os idosos mostraram seu potencial e seus conhecimentos, fazendo algumas preparações saudáveis surgirem. Procurou-se respeitar a cultura alimentar local, de forma que os idosos passassem da condição passiva à condição de protagonistas. Desse modo, a autonomia vai se construindo pelas diversas experiências e tomada de decisões.
A terceira oficina realizada foi uma encenação mediante o referencial do Teatro do Oprimido2020 Boal A. O teatro do oprimido e outras poéticas políticas. São Paulo: Cosac & Naify; 2013.. Durante a discussão para a escolha do enredo do espetáculo, o grupo considerou as histórias representativas do coletivo para encenar uma consulta com um profissional de saúde, em que os idosos representaram um profissional e um usuário. Percebeu-se o diálogo prescritivo no modelo biomédico, representado por um discurso com verbos no imperativo do profissional dirigidos ao usuário na encenação. Em seguida, retornou-se à realidade social, munidos de elementos capazes de gerar reflexões sobre poderes, conflitos e seu enfrentamento, conforme se observa no Quadro 2.
A quarta oficina desenvolveu-se com a contação de histórias2121 Costa NP, Polaro SHI, Vahl EAC, Gonçalves LHT. Contação de história: tecnologia cuidativa na educação permanente para o envelhecimento ativo. Rev Bras Enferm. 2016; 69(6):1132-1139. em uma atividade de cultura e lazer, com passeio histórico pela cidade, cidade onde viveram figuras e ocorreram lutas de movimentos sociais e sindicais rurais extremamente importantes para a história do estado. Privilegiou-se contar a história da cidade com base na revelação dos próprios idosos com o que tinham guardado na memória. Histórias de um território vivo rememorado em palavras e no cenário onde aconteceram, para recordarem as realidades por meio das singularidades. A saúde, a arte, a cultura, a luta pelos direitos foram relembradas por todos. Buscou-se fortalecer o cuidado emancipador de base intercultural, a (re)criação de sociabilidades, o estímulo de trocas e o compartilhamento, afinando o ser, o fazer, o estar e o bem viver1717 Barros N. Cuidado emancipador. Saude Soc. 2021; 30(1):1-10..
A quinta oficina realizada foi denominada “Protagonismo, cidadania e direitos da pessoa idosa”, na qual foi possível refletir sobre os direitos já conquistados pelo Estatuto do Idoso e realizar uma mobilização em sua defesa. Discutiu-se, mediante um caso fictício, a implantação de políticas públicas de saúde do idodo e outros programas e ações que atendam às suas demandas.
Para as oficinas, utilizaram-se a observação participante e o registro por meio de diário de campo, além de fotos e vídeos.
A avaliação da ação foi transversal ao processo com a escuta, e a partir daí deu-se a (re)construção permanente das ações. Entretanto, percebeu-se a necessidade de escuta individual por meio de entrevistas. Assim, foram entrevistados, de forma aleatória, 17 idosos, com o objetivo de compreender de que forma a participação no grupo contribuiu para seu empoderamento. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas em março de 2019 com idosos que participaram regularmente das atividades do grupo.
Para a determinação do número de entrevistados e o encerramento do trabalho de campo, utilizou-se o processo de saturação teórica2222 Saunders B, Sim J, Kingstone T, Baker S, Waterfield J, Bartlam B, et al. Saturation in qualitative research: exploring its conceptualization and operationalization. Qual Quant. 2018; 52(4):1893-1907.. Nesse caso, o pesquisador interrompeu a coleta de dados quando constatou que sua interação no campo de pesquisa já não fornecia novos elementos para aprofundar a teorização do objeto de pesquisa.
As entrevistas tiveram duração média de 25 minutos e foram realizadas por um pesquisador não envolvido com o grupo, mas com experiência em pesquisa qualitativa e trabalho na eSF. Foram audiogravadas e, posteriormente, transcritas. Utilizou-se a análise temática2323 Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2016., seguindo suas etapas: a primeira delas, de pré-análise, consistiu na descrição analítica dos dados, com o objetivo de descobrir os núcleos de sentido que compõem a comunicação; a segunda etapa foi a exploração do material, com identificação das expressões-chave reincidentes e representativas do conteúdo das falas dos participantes após repetidas leituras do texto transcrito; a terceira etapa foi o tratamento dos dados e a interpretação, que permitiram o aprofundamento da análise dos resultados das fases anteriores2323 Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2016..
Para garantir o anonimato, os registros das falas foram codificados com a letra “I”, correspondendo ao termo “idoso”, seguida de algarismos arábicos que representam a ordem dada às entrevistas (I1, I2, I3...).
Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos com Protocolo n. 3.064.390. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados e discussão
Entre os 17 idosos participantes, 12 eram homens (71,6%), com média de idade de 70,2 anos; apenas um dos 17 idosos era alfabetizado (5,9%); 13 (76,5%) eram casados; três (17,6%), solteiros; e um (5,9%), viúvo.
Alguns registros do diário de campo estão dispostos no Quadro 2. No início da pesquisa-ação, na fase exploratória, os idosos relatavam “Vergonha!” ou “Eu não sei, não”, demonstrando o desconforto com a abertura para o diálogo e para a construção, mas à medida que a discussão avançava e eles se apropriavam da proposta, sinalizavam: “A gente podia falar sobre os alimentos, caminhada” e “O direito dos idosos que é importante”, demonstrando motivação e confiança na (co)criação do trabalho.
Ainda nessa fase, uma idosa comentou “Eu não sei escrever”, “Sou muito vergonhosa... Até que aqui eu tô me animando mais”; outro idoso falou “Eu sou muito animado, por isso vocês não me deixam de fora”.
Nas oficinas seguintes, percebeu-se a abertura dos idosos para a partilha de suas histórias, seus saberes, sentidos e fazeres, expressão do alinhavar da vida de cada um que revela um pertencimento a um lugar de produção de vida, como a convivência com animais domésticos, a construção de casas, jardins e sonhos, e a produção de alimentos típicos desse território, como se observa nos depoimentos do Quadro 2.
Estudos2424 Figueiredo MFS, Rodrigues Neto JF, Leite MTS. Health education in the context of Family Health from the user’s perspective. Interface (Botucatu). 2012; 16(41):315-329.
25 Soares SMS, Coronago VMMO. Grupos de convivência: influência na qualidade de vida da pessoa idosa. Rev Psicol. 2016; 10(33):127-140.-2626 Andrade AN, Nascimento MMP, Oliveira MMD, Queiroga RM, Fonseca FLA, Lacerda SNB, et al. Percepção de idosos sobre grupo de convivência: estudo na cidade de Cajazeiras-PB. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2014; 17(1):39-48. têm descrito a importância de grupos de convivência para idosos, especialmente no que se refere aos benefícios para a proteção do idoso e ao pertencimento, à valorização e aos sentidos na vida. Eles contribuem para o desempenho de atividades sociais, o exercício de habilidades e o estabelecimento de vínculos de amizade.
Nas oficinas, procurou-se valorizar a cultura, como um conjunto de práticas sociais, e a história de vida dos idosos desse território. As oficinas também foram espaços de socialização úteis para romper com o isolamento social, para expressar os problemas do cotidiano, dos desafios do processo de envelhecimento e da necessidade de ressignificar os projetos pessoais, sociais e culturais2727 Scortegagna HM, Pichler NA, Dametto J, Gazzana S, Colussi EL. Cuidado de si em um grupo de convivência de idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2019; 22(1):1-8.,2828 Ramos CFV, Araruna RC, Lima MCF, Santana CLA, Tanaka LH. Education practices: research-action with nurses of Family Health Strategy. Rev Bras Enferm. 2018; 71(3):1144-1151.. Nesse sentido, priorizou-se o acesso às informações2525 Soares SMS, Coronago VMMO. Grupos de convivência: influência na qualidade de vida da pessoa idosa. Rev Psicol. 2016; 10(33):127-140. para garantir a autonomia na escolha do que querem aprender, promovendo motivação para permanecer no grupo1717 Barros N. Cuidado emancipador. Saude Soc. 2021; 30(1):1-10..
O suporte social é visto como um dos fatores de proteção e de promoção da saúde do idoso, além do bem-estar psicológico, e se refere ao sentimento e à segurança de ter com quem contar em caso de doenças ou ajuda para a realização das atividades de vida diária2929 Souza DS, Berlese DB, Cunha GL, Cabral SM, Santos GA. Análise da relação do suporte social e da síndrome de fragilidade em idosos. Psicol Saude Doencas. 2017; 18(2):420-433.. As trocas de experiências no grupo com base na escuta, no respeito mútuo e na reciprocidade contribuíram para o fortalecimento de vínculos, com novas aprendizagens e o resgate de sentidos. Os trechos do diário de campo dispostos no Quadro 2 revelam:
Eu toco sanfona, faz bem pra mim. Tô me exercitando, fazendo bem ao povo e para os idosos.
(I10)
Essa é a primeira vez que eu tô dançando desde que meu marido morreu. Ele não me deixava dançar. Dancei muito quando era solteira.
(I9)
Esse apoio tem o papel de ressignificar a compreensão do envelhecer3030 Geib LTC. Determinantes sociais da saúde do idoso. Cienc Saude Colet. 2012; 17(1):123-133. e, quando oferecido de forma correta, valoriza o contexto social de vida do idoso. Dessa forma, construíram-se possibilidades de cuidado por meio da criação e da reinvenção de um serviço de saúde com base no território2727 Scortegagna HM, Pichler NA, Dametto J, Gazzana S, Colussi EL. Cuidado de si em um grupo de convivência de idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2019; 22(1):1-8.. Isso visou à autonomia e à independência, ao empoderamento e ao autogoverno para o bem viver e uma vida qualificada66 Contatore OA, Malfitano APS, Barros NF. Os cuidados em saúde: ontologia, hermenêutica e teleologia. Interface (Botucatu). 2017; 21(62):553-563. doi: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0616.
https://doi.org/10.1590/1807-57622016.06... ,1717 Barros N. Cuidado emancipador. Saude Soc. 2021; 30(1):1-10..
Emergiram, na voz dos idosos entrevistados, os significados atribuídos ao grupo pela socialização com formação de vínculos significativos; o compartilhar e o aprender juntos; e a ressignificação de projetos de vida. Conforme as falas dos idosos, o grupo foi se tornando um encontro para escuta e partilha de experiências subjetivas. As vivências geraram uma experiência de participação solidária, de fortalecimento de vínculos e parcerias.
A socialização com formação de vínculos significativos no grupo foi oportunizada pela interação social, em que o sentimento de pertencimento fortalece e dá prazer aos idosos. Assim, os idosos compreenderam que:
É a participação dos amigos, a brincadeira, um diz uma coisa outro diz outra, e, assim, a gente vai se fortalecendo com aquelas brincadeiras, a gente sai daqui feliz. A gente viu os amigos, brincou, a gente participou, a gente riu, quer dizer, enquanto a gente está rindo, conversando coisa boa, tá sendo bom. A gente está esquecendo das coisas ruins.
(I1)
Compartilhar e aprender juntos configurou-se no processo de trocas recíprocas no grupo. O entrelaçamento de pensamentos, de escuta, de respeito, de dignidade, com base em novas aprendizagens, refletiu em novos sentidos para o cuidado de si e dos outros2727 Scortegagna HM, Pichler NA, Dametto J, Gazzana S, Colussi EL. Cuidado de si em um grupo de convivência de idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2019; 22(1):1-8.. A fala do idoso revelou que sempre se aprende, inclusive no envelhecimento, mas com a oportunidade de partilhar com os outros ao seu redor, como se observa a seguir:
É o seguinte, eu estou sempre na fase, no método de aprendizagem, sempre aprendendo, e, na medida do possível, aquilo que aprendi posso passar para outras pessoas o que eu entendo.
(I4)
Empoderar-se pelo aprendizado permite melhorar o cuidado de si e dos outros, além da capacidade de aprimorar a comunicação em espaços coletivos, pois, nesses ambientes, os idosos podem expor suas vontades e emoções, ressocializar-se, relatando suas experiências2727 Scortegagna HM, Pichler NA, Dametto J, Gazzana S, Colussi EL. Cuidado de si em um grupo de convivência de idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2019; 22(1):1-8.,3131 Schoberer D, Leino-Kilpi H, Breimaier HE, Halfens RJG, Lohrmann C. Educational interventions to empower nursing home residents: a systematic literature review. Clin Interv Aging. 2016; 11:1351-1363..
O grupo foi um espaço coletivo onde os sujeitos foram protagonistas da sua autoconstrução. Nele, foi possível aprender, compartilhar experiências, expressar frustrações e falar sobre as ansiedades e angústias, rompendo com o lugar estático e a suposta inutilidade produtiva do idoso2727 Scortegagna HM, Pichler NA, Dametto J, Gazzana S, Colussi EL. Cuidado de si em um grupo de convivência de idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2019; 22(1):1-8.. O lugar desses diversos agentes sociais precisa ser discutido e negociado permanentemente, pois as necessidades e suas possibilidades também mudam inclusive na velhice3232 Moura MMD, Veras RP. Acompanhamento do envelhecimento humano em centro de convivência. Physis. 2017; 27(1):19-39..
As falas dos entrevistados também sinalizam para a ressignificação de projetos de vida. A participação no grupo favoreceu a compreensão do se refazer e do potencial de se reinventar, gerando novas possibilidades. Os idosos se percebem em um território produtor de vida, e isso torna possível explorar outros campos de desejos, anseios e projetos antes adormecidos.
Esse ano eu tô até botando um roçadinho, já o ano passado eu não tinha coragem de trabalhar não. Tinha coragem pra nada. Quando eu peguei a entrar aqui, pronto, acabou-se. Já tô voltando com o roçadinho, Deus querer me dando saúde para trabalhar para mim é o maior prazer que eu tenho, é trabalhar.
(I8)
O envelhecimento compreendido para além de uma etapa de vida associada à finitude, a perdas significativas, deixando as pessoas à margem e excluídas. Os idosos estarão sempre na busca de um ressignificado de suas vidas, deslocando-se em direção a um sentido para viver, tão singular para cada um3333 Almeida M. As relações de amizade entre pessoas idosas: significados, funções e intimidade. Atas Invest Qual Saude. 2016; 2:1340-1345..
Na busca de identificar como os idosos ressignificam a existência nessa fase, observa-se que, mais do que reinventar um novo cotidiano, se reafirma a capacidade de decidir por si só, garantida pelo poder de exercer escolhas conscientes. A ideia de retorno a uma atividade que, no passado, lhe dava prazer está relacionada tanto à continuidade quanto à ressignificação. Para alguns idosos, o retorno ao trabalho não está relacionado só ao aspecto financeiro da vida, mas ao sentimento de prazer na vida, à necessidade de recuperar sua identidade social, de permanecer ativo e de sentir-se valorizado. Desse modo, o trabalho torna-se mais um estímulo ao contato social3232 Moura MMD, Veras RP. Acompanhamento do envelhecimento humano em centro de convivência. Physis. 2017; 27(1):19-39..
O grupo trouxe a reflexão sobre a liberdade, para gerenciar as atividades de vida diária com autonomia e independência. A autonomia e a independência para os idosos envolvem o cuidado de si e de outras pessoas, atividades que apreciam no gerenciamento do lar, conforme depoimento a seguir:
Tenho muito medo de eu ficar inutilizada dentro de casa. Só tem eu e meu marido dentro de casa, né? E um dos meninos ainda faz tudo, lava dentro de casa, lava roupa, faz almoço. Eu ainda tô podendo fazer a comidinha pra mim e pra eles tudinho. Ainda vou pra cozinha fazer minhas coisinhas....
(I6)
A autonomia é uma temática importante e vem ganhando novos olhares para análise, pois abrange várias perspectivas inseridas transversalmente nos contextos de vida dos idosos3434 Gomes GC, Moreira RS, Maia TO, Santos MAB, Silva VL. Fatores associados à autonomia pessoal em idosos: revisão sistemática da literatura. Cienc Saude Colet. 2021; 26(3):1035-1046.. É moldada por muitos fatores, incluindo sua própria capacidade, seu ambiente, os recursos pessoais, como relacionamentos com membros da família, amigos, vizinhos e redes de apoio social mais amplas, recursos financeiros a que eles podem recorrer e as oportunidades disponíveis para eles3535 Paiva MHP, Pegorari MS, Nascimento JS, Santos AS. Fatores associados à qualidade de vida de idosos comunitários da macrorregião do Triângulo do Sul, Minas Gerais, Brasil. Cienc Saude Colet. 2016; 21(11):3347-3356.,3636 Xavier LN, Sombra ICN, Gomes AMA, Oliveira GL, Aguiar CP, Sena RMC. Grupo de convivência de idosos: apoio psicossocial na promoção da saúde. Rev Rene. 2015; 16(4):557-566.
O envelhecimento é visto por vezes somente sob a ótica das perdas; por outro lado, conforme depoimento do idoso, pode propiciar satisfação e realizações subjetivas, uma vez que alguns idosos se apresentaram como protagonistas de mudanças.
Tá vivo, tem que lutar pela minha saúde, né? Mas sempre, graças a Deus, toda vida resolvi minhas coisas. Na idade que eu tô, resolvo tudo e assim vou levando enquanto tiver minha saúde, até o dia que Deus quiser.
(I3)
Evidenciou-se, nas falas dos idosos, o sentimento de utilidade e de pertencimento social, que é influenciado pela singularidade de cada um. Isso deve ser considerado, pois aí se revelam os contextos sociais e culturais que são importantes para o bem viver e envelhecer de cada idoso3737 Santos GLA, Santana RF, Broca PV. Capacidade de execução das atividades de vida diária em idosos: etnoenfermagem. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2016; 20(3):e20160064.. Ter saúde, nas falas, foi sinônimo de liberdade, independência, autonomia, protagonismo na vida, autogovernança.
Quanto mais atividades pra fazer, mais eu me sinto bem, assim, minha saúde é boa. Eu sou bem saudável, apesar da minha idade.
(I11)
Tem velha que, quando tá com a minha idade, já tá toda acabada, toda cambaleando! Eu tô com cara de novinha, bonequinha de mamãe! Às vezes, quando eu passo o dia todo andando, quando é de tarde, eu encarco a perna, faz aquela barroca como se eu tivesse grávida. Por isso que eu evito.
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No entanto, essas alterações no idoso, que, por conseguinte, podem impactar a autoavaliação de sua saúde, não devem ser vistas como algo natural e não podem ser negligenciadas. Evidencia-se que, por vezes, são necessárias adaptações na execução das atividades diárias e, sobretudo, no conhecimento do próprio corpo e do processo de envelhecimento, até mesmo para saber quando se deve pedir ajuda e, também, que reinvenção da vida precisa ser feita.
Reconhece-se como limitação a impossibilidade de generalizações acerca dos resultados, dada a delimitação regional da pesquisa. O esforço feito na pesquisa-ação foi o da compreensão de serviços de saúde implicados nos contextos de vida das pessoas com as quais trabalham, ou seja, um cuidado centrado nos sujeitos em seus territórios. O percurso feito foi fruto do trabalho coletivo articulado e pactuado com todos os agentes, em especial os idosos.
Considerações finais
As experiências vivenciadas pelos idosos e pela equipe revelaram que o diálogo mediando as ações no grupo foi propulsor para a valorização de si mesmos como agentes sociais, seus saberes e fazeres, além de ajudar a construir um caminho de escuta, vínculo, trocas recíprocas com base nas crenças, valores, atitudes, visando ao cuidado emancipador. O grupo se constituiu como espaço criativo, interativo, de compartilhamento de experiências e cocriador de espaços de empoderamento. Com base nas falas dos idosos, percebeu-se o lugar simbólico do envelhecimento mediante sua valorização social, disparando o desejo de produção e de ressignificação de projetos de vida.
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
10 Out 2022 - Data do Fascículo
2022
Histórico
- Recebido
29 Jul 2021 - Aceito
29 Jun 2022