RESUMO:
Objetivo:
Avaliar a associação da síndrome metabólica (SM) com a atividade física e as condições socioeconômicas entre idosos não institucionalizados.
Metodologia:
Estudo transversal com idosos (≥ 60) não institucionalizados e residentes na cidade de São Paulo (SP). A SM foi classificada com base nos critérios da National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III. Realizou-se analise descritiva e bivariada seguida por regressão logística múltipla com nível de significância de 5%. Calcularam-se a fração atribuível (FA) e a fração atribuível proporcional (FAP) e determinou-se a magnitude das desigualdades por meio do índice absoluto de desigualdade e pelo índice relativo de desigualdade.
Resultados:
A prevalência de SM foi de 40,1%, e 23,3% dos idosos apresentavam pelo menos um componente da síndrome. A chance de SM foi maior entre os idosos fisicamente inativos. Idosos menos escolarizados apresentaram prevalências de SM significativamente maiores em termos absolutos e relativos. As FA e FAP entre os inativos e na população foram significativos.
Conclusão:
Este estudo demonstrou que a prática de atividade física e a escolaridade são fatores significativamente associados à SM, reforçando a importância desses fatores para o controle dessa síndrome.
Palavras-chave:
Síndrome metabólica; Atividade física; Fatores socioeconômicos; Idoso
INTRODUÇÃO
A síndrome metabólica (SM) é uma condição clínica desafiadora para a saúde pública11. Alberti KGMM, Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ, Cleeman JI, Donato KA, et al. Harmonizing the Metabolic Syndrome A Joint Interim Statement of the International Diabetes Federation Task Force on Epidemiology and Prevention; National Heart, Lung, and Blood Institute; American Heart Association; World Heart Federation; International Atherosclerosis Society; and International Association for the Study of Obesity. Circulation [Internet] 2009 [acessado em 20 out. 2017]; 120(16): 1640-5. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19805654 https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.109.192644
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1980... , caracterizada por um conjunto de alterações fisiopatológicas que atuam simultaneamente elevando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), diabetes melito tipo 2 (DM)22. Raposo L, Severo M, Barros H, Santos AC. The prevalence of the metabolic syndrome in Portugal: the PORMETS study. BMC Public Health [Internet] 2017 [acessado em: 20 out. 2017]; 17. Disponível em: Disponível em: https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-017-4471-9 https://doi.org/10.1186/s12889-017-4471-9
https://bmcpublichealth.biomedcentral.co... e morte (NCEP-ATP III 2001). Indivíduos acometidos por essa síndrome apresentam duas vezes mais risco de desenvolver DCV e cinco vezes de desenvolver DM se comparados aos que não a possuem11. Alberti KGMM, Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ, Cleeman JI, Donato KA, et al. Harmonizing the Metabolic Syndrome A Joint Interim Statement of the International Diabetes Federation Task Force on Epidemiology and Prevention; National Heart, Lung, and Blood Institute; American Heart Association; World Heart Federation; International Atherosclerosis Society; and International Association for the Study of Obesity. Circulation [Internet] 2009 [acessado em 20 out. 2017]; 120(16): 1640-5. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19805654 https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.109.192644
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1980... , sendo os idosos o grupo com maior prevalência de desfechos cardiovasculares desfavoráveis33. Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet [Internet] 2011 [acessado em 1º jan. 2017]; 377(9781): 1949-61. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21561658 https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)60135-9
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2156... ,44. Athyros VG, Ganotakis ES, Elisaf MS, Liberopoulos EN, Goudevenos IA, Karagiannis A. Prevalence of vascular disease in metabolic syndrome using three proposed definitions. Int J Cardiol [Internet] 2007 [acessado em 6 jan. 2017]; 117(2): 204-10. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16854482 https://doi.org/10.1016/j.ijcard.2006.04.078
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1685... ,55. He Y, Jiang B, Wang J, Feng K, Chang Q, Fan L, et al. Prevalence of the metabolic syndrome and its relation to cardiovascular disease in an elderly Chinese population. J Am Coll Cardiol [Internet]. 2006 [acessado em 6 jan. 2017]; 47(8): 1588-94. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16630995 https://doi.org/10.1016/j.jacc.2005.11.074
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1663... .
Estudos recentes demonstram crescente evolução da SM, com prevalência variando de 25% em países do Oriente Médio66. Ansarimoghaddam A, Adineh HA, Zareban I, Iranpour S, HosseinZadeh A, Kh F. Prevalence of metabolic syndrome in Middle-East countries: Meta-analysis of cross-sectional studies. Diabetes Metab Syndr [Internet] 2018 [acessado em 21 jan. 2019]; 12(2): 195-201. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29203060 https://doi.org/10.1016/j.dsx.2017.11.004
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2920... a 50,2% na Índia77. Subramani SK, Mahajan S, Chauhan P, Yadav D, Mishra M, Pakkirisamy U, et al. Prevalence of metabolic syndrome in Gwalior region of Central India: A comparative study using NCEP ATP III, IDF and Harmonized criteria. Diabetes Metab Syndr [Internet]. 2019 [acessado em 21 jan. 2019]; 13(1): 816-21. Disponível em: Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1871402118305666 https://doi.org/10.1016/j.dsx.2018.12.003
https://www.sciencedirect.com/science/ar... . No Brasil revisão apresentada por Vidigal et al.88. Vidigal FC, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health [Internet] 2013 [acessado em 12 abr. 2018]; 13: 1198. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24350922 https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1198
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2435... demonstrou prevalência de 29,6% (14,9-65,3%). Recentemente, Vieira et al.99. Vieira DAS, Hermes Sales C, Galvão Cesar CL, Marchioni DM, Fisberg RM. Influence of Haem, Non-Haem, and Total Iron Intake on Metabolic Syndrome and Its Components: A Population-Based Study. Nutrients [Internet] 2018 [acessado em 20 jun. 2018]; 10(3). Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29518910 https://doi.org/10.3390/nu10030314
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2951... encontraram prevalência de 32% entre adultos e idosos residentes na cidade de São Paulo (SP).
A SM é uma condição amplamente estudada, porém existem diferentes critérios para sua definição11. Alberti KGMM, Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ, Cleeman JI, Donato KA, et al. Harmonizing the Metabolic Syndrome A Joint Interim Statement of the International Diabetes Federation Task Force on Epidemiology and Prevention; National Heart, Lung, and Blood Institute; American Heart Association; World Heart Federation; International Atherosclerosis Society; and International Association for the Study of Obesity. Circulation [Internet] 2009 [acessado em 20 out. 2017]; 120(16): 1640-5. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19805654 https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.109.192644
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1980... ,1010. Mathers CD, Loncar D. Projections of global mortality and burden of disease from 2002 to 2030. PLoS Med [Internet] 2006 [acessado em 20 jun. 2017];3(11): e442. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17132052 https://doi.org/10.1371/journal.pmed.0030442
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1713... ,1111. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) [Internet]. 2001 [acessado em 12 abr. 2018]. Disponível em: Disponível em: http://www.aefa.es/wp-content/uploads/2014/04/NECP-guidelines-.pdf
http://www.aefa.es/wp-content/uploads/20... . Entre eles o mais amplamente utilizado é o da National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) de 20011111. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) [Internet]. 2001 [acessado em 12 abr. 2018]. Disponível em: Disponível em: http://www.aefa.es/wp-content/uploads/2014/04/NECP-guidelines-.pdf
http://www.aefa.es/wp-content/uploads/20... , por ser mais acessível para a prática clínica e de investigação epidemiológica1212. Márquez-Sandoval F, Macedo-Ojeda G, Viramontes-Hörner D, Fernández Ballart JD, Salas Salvadó J, Vizmanos B. The prevalence of metabolic syndrome in Latin America: a systematic review. Public Health Nutr [Internet] 2011 [acessado em 12 abr. 2018]; 14(10): 1702-13. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21486521 https://doi.org/10.1017/S1368980010003320
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1583... e por ser considerado melhor preditor de risco de eventos cardiovasculares quando comparado a outros critérios44. Athyros VG, Ganotakis ES, Elisaf MS, Liberopoulos EN, Goudevenos IA, Karagiannis A. Prevalence of vascular disease in metabolic syndrome using three proposed definitions. Int J Cardiol [Internet] 2007 [acessado em 6 jan. 2017]; 117(2): 204-10. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16854482 https://doi.org/10.1016/j.ijcard.2006.04.078
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1685... ,1414. Assmann G, Guerra R, Fox G, Cullen P, Schulte H, Willett D, et al. The metabolic syndrome. Am J Cardiol [Internet] 2007 [acessado em 10 out. 2017]; 99(4): 541-8. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17293200 https://doi.org/10.1016/j.amjcard.2006.08.045
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1729... . No Brasil, esse é o critério proposto pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica1515. Sociedade Brasileira de Hipertensão. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica [Internet]. Sociedade Brasileira de Hipertensão; 2005 [acessado em 10 out. 2017]. Disponível em: Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2005/sindromemetabolica.pdf
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2... . Nesse critério a síndrome é definida como a presença de três ou mais dos seguintes critérios: obesidade central, hipertensão arterial, resistência à insulina, lipoproteína de alta densidade (HDL) baixo e triglicéride (TG) elevado. Esses componentes advêm de fatores de risco modificáveis (e.g., comportamentos sedentários, alimentação não saudável, inatividade física) que resultam no acúmulo de tecido adiposo e na progressão da obesidade1616. Ahima RS. Adipose tissue as an endocrine organ. Obesity [Internet] 2006 [acessado em 10 out. 2017]; 14(Supl. 5): 242S-249S. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17021375 https://doi.org/10.1038/oby.2006.317
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1702... .
A prática regular de atividade pode reduzir em 31% a chance de desenvolver SM1717. Wu S, Fisher-Hoch SP, Reininger B, McCormick JB. Recommended Levels of Physical Activity Are Associated with Reduced Risk of the Metabolic Syndrome in Mexican-Americans. PLoS One [Internet]. 2016 [acessado em 10 out. 2017]; 11(4): e0152896. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27054324 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0152896
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2705... . Porém o aumento da inatividade física a partir dos 40 anos1818. Althoff T, Sosic˘ R, Hicks JL, King AC, Delp SL, Leskovec J. Recommended Levels of Physical Activity Are Associated with Reduced Risk of the Metabolic Syndrome in Mexican-Americans. Nature[Internet] 2017 [acessado em 10 out. 2017]; 547(7663): 336-9. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28693034 https://doi.org/10.1038/nature23018
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2869... ,1919. Oguoma VM, Nwose EU, Skinner TC, Richards RS, Digban KA, Onyia IC. Association of physical activity with metabolic syndrome in a predominantly rural Nigerian population. Diabetes Metab Syndr [Internet] 2016 [acessado em 20 nov. 2017]; 10(1): 13-8. Disponível em: Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1871402115000776 https://doi.org/10.1016/j.dsx.2015.08.010
https://www.sciencedirect.com/science/ar... e a menor adesão a programas de incentivo à prática de atividade física entre idosos1717. Wu S, Fisher-Hoch SP, Reininger B, McCormick JB. Recommended Levels of Physical Activity Are Associated with Reduced Risk of the Metabolic Syndrome in Mexican-Americans. PLoS One [Internet]. 2016 [acessado em 10 out. 2017]; 11(4): e0152896. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27054324 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0152896
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2693... contribuem para a expansão da prevalência da SM nesse grupo2121. Bergström G, Behre C, Schmidt C. Increased Leisure-Time Physical Activity is Associated With Lower Prevalence of the Metabolic Syndrome in 64-Year Old Women With Impaired Glucose Tolerance. Angiology [Internet] 2012 [acessado em 20 nov. 2017]; 63(4): 297-301. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21873352 https://doi.org/10.1177/0003319711414867
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2187... .
Além de fatores relacionados ao estilo de vida, diferentes estudos têm demonstrado que a ocorrência da SM está associada a desigualdades socioeconômicas88. Vidigal FC, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health [Internet] 2013 [acessado em 12 abr. 2018]; 13: 1198. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24350922 https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1198
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2435... ,2222. Cho KI, Kim BH, Je HG, Jang JS, Park YH. Gender-Specific Associations between Socioeconomic Status and Psychological Factors and Metabolic Syndrome in the Korean Population: Findings from the 2013 Korean National Health and Nutrition Examination Survey. Biomed Res Int [Internet] 2016 [acessado em: 20 nov. 2017]. Disponível em: Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/bmri/2016/3973197/ https://doi.org/10.1155/2016/3973197
https://www.hindawi.com/journals/bmri/20... ,2323. Yang JJ, Yoon HS, Lee SA, Choi JY, Song M, Han S, et al. Metabolic syndrome and sex-specific socio-economic disparities in childhood and adulthood: the Korea National Health and Nutrition Examination Surveys Diabet Med [Internet] 2014 [acessado em 20 nov. 2017]; 31(11): 1399-409. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24925795 https://doi.org/10.1111/dme.12525
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2492... ,2424. Dutra ES, Carvalho KMB, Miyazaki E, Merchán-Hamann E, Ito MK. Metabolic syndrome in central Brazil: prevalence and correlates in the adult population. Diabetol Metab Syndr [Internet] 2012 [acessado em 20 nov. 2017]; 4: 20. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3457864/ https://dx.doi.org/10.1186%2F1758-5996-4-20
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article... ,2525. Leitão MPC, Martins IS. Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em usuários de unidades básicas de saúde em São Paulo - SP. Rev Assoc Med Bras [Internet] 2012 [acessado em: 20 nov. 2017]; 58(1): 60-9. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n1/v58n1a16.pdf https://doi.org/10.1590/S0104-42302012000100016
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n1/v58n... ,2626. Gronner M, Bosi PL, Carvalho AM, Casale G, Contrera D, Pereira MA, et al. Prevalence of metabolic syndrome and its association with educational inequalities among Brazilian adults: a population-based study. Braz J Med Biol Res [Internet] 2011 [acessado em: 20 nov. 2017]; 44(7): 713-9. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/bjmbr/v44n7/997.pdf https://doi.org/10.1590/S0100-879X2011007500087
http://www.scielo.br/pdf/bjmbr/v44n7/997... ,2727. Santos AC, Ebrahim S, Barros H. Gender, socio-economic status and metabolic syndrome in middle-aged and old adults. BMC Public Health [Internet] 2008 [acessado em 20 nov. 2017]; 8: 62. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18282285 https://doi.org/10.1186/1471-2458-8-62
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1828... . Essas são caracterizadas pela maior prevalência da síndrome e de seus componentes entre os indivíduos pertencentes aos grupos de menor condição socioeconômica quando comparados àqueles de maior condição88. Vidigal FC, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health [Internet] 2013 [acessado em 12 abr. 2018]; 13: 1198. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24350922 https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1198
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2435... ,2525. Leitão MPC, Martins IS. Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em usuários de unidades básicas de saúde em São Paulo - SP. Rev Assoc Med Bras [Internet] 2012 [acessado em: 20 nov. 2017]; 58(1): 60-9. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n1/v58n1a16.pdf https://doi.org/10.1590/S0104-42302012000100016
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n1/v58n... . Quando essas diferenças são injustas e evitáveis são consideradas iniquidades2828. Whitehead M. The Concepts and Principles of Equity and Health. Int J Health Serv [Internet] 1992 [acessado em 20 nov. 2017]; 22(3): 429-45. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1644507 https://doi.org/10.2190/986L-LHQ6-2VTE-YRRN
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1644... .
O mais recente relatório sobre as condições de saúde expedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018 destaca que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que compõem a SM estão aumentando e ressalta a necessidade de estudos sobre os fatores de risco associados a essas condições para que medidas de controle possam ser adotadas2929. World Health Organization. World health statistics 2018: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals [Internet]. Genebra: World Health Organization; 2018 [acessado em 21 jan. 2019]. Disponível em: Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272596/9789241565585-eng.pdf?ua=1
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand... . Apesar de a associação entre SM, atividade física3030. Beard JR, Officer A, de Carvalho IA, Sadana R, Pot AM, Michel JP, et al. The World report on ageing and health: a policy framework for healthy ageing. Lancet[Internet] 2016 [acessado em 21 jan. 2019]; 387(10033): 2145-54. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26520231 https://doi.org/10.1016/S0140-6736(15)00516-4
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2652... e condições socioeconômicas88. Vidigal FC, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health [Internet] 2013 [acessado em 12 abr. 2018]; 13: 1198. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24350922 https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1198
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2435... ser consistentemente descrita, a análise da literatura revela que há uma lacuna quanto à avaliação dos fatores associados a SM em países em desenvolvimento, especialmente entre idosos, que estão no grupo que mais cresce na população mundial e que apresentam maior incidência da síndrome11. Alberti KGMM, Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ, Cleeman JI, Donato KA, et al. Harmonizing the Metabolic Syndrome A Joint Interim Statement of the International Diabetes Federation Task Force on Epidemiology and Prevention; National Heart, Lung, and Blood Institute; American Heart Association; World Heart Federation; International Atherosclerosis Society; and International Association for the Study of Obesity. Circulation [Internet] 2009 [acessado em 20 out. 2017]; 120(16): 1640-5. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19805654 https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.109.192644
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2435... ,2525. Leitão MPC, Martins IS. Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em usuários de unidades básicas de saúde em São Paulo - SP. Rev Assoc Med Bras [Internet] 2012 [acessado em: 20 nov. 2017]; 58(1): 60-9. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n1/v58n1a16.pdf https://doi.org/10.1590/S0104-42302012000100016
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n1/v58n... ,3131. Roos V, Elmståhl S, Ingelsson E, Sundström J, Ärnlöv J, Lind L. Metabolic Syndrome Development During Aging with Special Reference to Obesity Without the Metabolic Syndrome. Metab Syndr Relat Disord [Internet] 2017 [acessado em 21 jan. 2018]; 15(1): 36-43. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27754771 https://doi.org/10.1089/met.2016.0082
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2775... .
Dessa forma, este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a associação da SM com a atividade física e as condições socioeconômicas entre idosos brasileiros não institucionalizados.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo transversal com base nos dados do estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE) de 2010.
O estudo SABE foi iniciado em 2000 como um estudo multicêntrico desenvolvido em sete países da América Latina (Argentina, Cuba, Uruguai, Barbados, México, Chile e Brasil) e Caribe, com o objetivo de avaliar e comparar a condição de saúde das pessoas de 60 anos ou mais em diferentes estágios de envelhecimento. No Brasil, o estudo foi realizado na cidade de São Paulo, com uma amostra representativa de pessoas de 60 anos ou mais não institucionalizadas. No ano de 2006, apenas no Brasil, o SABE foi transformado em estudo longitudinal de múltiplas coortes com seguimentos em intervalos aproximados de cinco anos. Informações sobre o estudo e plano de amostragem foram publicadas previamente3232. Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML, Antunes JLF. Factors associated with adherence to influenza vaccination among non-institutionalized elderly in São Paulo, Brazil. Cad Saúde Pública [Internet] 2015 [acessado em 21 jan. 2018]; 31(10): 1-11. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v31n10/en_0102-311X-csp-31-10-2157.pdf https://doi.org/10.1590/0102-311X00065414
http://www.scielo.br/pdf/csp/v31n10/en_0... .
Em 2010, 1.333 idosos foram entrevistados e realizaram exames físicos. Neste estudo foram incluídos 1.201 indivíduos e excluídos 143 (9,9%) em razão da falta de informação em alguma das variáveis de interesse. Não houve diferença significante entre aqueles incluídos neste estudo e os excluídos em relação ao sexo, à idade, à escolaridade e ao número de doenças autorrelatadas.
VARIÁVEL DEPENDENTE
A SM foi classificada com base nos critérios adotados pela NCEP ATP III1111. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) [Internet]. 2001 [acessado em 12 abr. 2018]. Disponível em: Disponível em: http://www.aefa.es/wp-content/uploads/2014/04/NECP-guidelines-.pdf
http://www.aefa.es/wp-content/uploads/20... . De acordo com esse critério são necessárias três ou mais das seguintes características para determinar a sua presença:
obesidade abdominal medida pela circunferência da cintura (≥ 102 cm para homens; ≥ 88 cm para mulheres);
TG (≥ 150 mg/dL);
redução das HDL-colesterol (< 40 mg/dL para homens; < 50 mg/dL para mulheres);
aumento da pressão arterial sistólica (PAS) (≥ 130 mmHg) e/ou diastólica (≥ 85 mmHg);
glicemia de jejum (≥ 110 mg/dL).
VARIÁVEIS INDEPENDENTES
As variáveis consideradas no estudo foram: aspectos sociodemográficos (idade [60 a 64, 65 a 69, 70 a 74 e 75 ou mais], sexo, estado marital [com relação marital os indivíduos casados ou amasiados e sem relação marital os divorciados, separados e solteiros] e escolaridade [0 a 3 anos (escolaridade insuficiente), 4 a 7 anos (fundamental incompleto) e 8 anos ou mais (fundamental completo ou mais)])3333. Andrade JM, Duarte YAO, Alves LC, Andrade FCD, Souza Junior PRB, Lima-Costa MF, et al. Frailty profile in Brazilian older adults: ELSI-Brazil RSP [Internet] 2018 [acessado em 21 jan. 2019]; 52(Supl. 2): 17s. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v52s2/0034-8910-rsp-52-s2-S1518-87872018052000616.pdf https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000616
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v52s2/0034-... ,3434. Andrade FB, Lebrão ML, Santos JL, Duarte YA. Relationship Between Oral Health and Frailty in Community‐Dwelling Elderly Individuals in Brazil. J Am Geriatr Soc [Internet] 2013 [acessado em 21 jan. 2019]; 61(5): 809-14. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23647172 https://doi.org/10.1111/jgs.12221
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2364... , condições de saúde (número de DCNT, sintomas depressivos e autoavaliação do estado de saúde [boa (boa e muito boa) e ruim (regular, ruim e muito ruim)]) e comportamento em saúde (prática de atividade física).
A prática de atividade física foi avaliada por meio da versão reduzida do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)3535. International Physical Activity Questionnaire. Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) - Short and Long Forms [Internet]. 2005 [acessado em 21 jan. 2019]. Disponível em: Disponível em: https://sites.google.com/site/theipaq/
https://sites.google.com/site/theipaq/... . Esse instrumento tem por objetivo verificar quais tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. As perguntas relacionam-se ao tempo gasto fazendo atividade física na última semana, incluindo as realizadas no trabalho, deslocando de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte de suas atividades em casa ou no jardim. Foram considerados ativos os idosos que realizaram pelo menos 150 minutos semanais de atividade física com intensidade moderada, ou 75 minutos semanais de atividade vigorosa, de acordo com as recomendações da OMS3636. World Health Organization. Recomendaciones mundiales sobre actividad física para la salud [Internet]. Genebra: World Health Organization ; 2010 [acessado em 10 out. 2017]. Disponível em: Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44441/9789243599977_spa.pdf?sequence=1
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand... .
O número de DCNT foi avaliado com base na resposta à seguinte pergunta: Alguma vez um médico ou enfermeiro lhe disse que o(a) senhor(a) tem (nome da doença)? As doenças questionadas foram: cardíacas (doença congestiva, doença coronariana ou infarto), articulares (artrite, reumatismo ou artrose), acidente vascular cerebral, diabetes, hipertensão arterial e doença pulmonar obstrutiva crônica.
Os sintomas depressivos foram avaliados por meio da Escala de Depressão Geriátrica no formato abreviado. Indivíduos com seis ou mais pontos na escala foram considerados como apresentando sintomas depressivos3737. Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr [Internet] 1999 [acessado em 10 out. 2017]; 57(2-B): 421-6. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v57n2B/1446.pdf https:// doi.org/10.1590/S0004-282X1999000300013
http://www.scielo.br/pdf/anp/v57n2B/1446... .
ANÁLISE DOS DADOS
Foi realizada análise descritiva da amostra segundo o desfecho e todas as variáveis independentes seguida de análise bivariada entre SM e as variáveis independentes. A associação entre as variáveis categóricas foi testada por meio do teste qui-quadrado com correção de Rao-Scott3838. Rao JNK, Scott AJ. On Chi-Squared Tests for Multiway Contingency Tables with Cell Proportions Estimated from Survey Data. Ann Statist [Internet] 1984 [acessado em 10 out. 2017]; 12(1): 46-60. Disponível em: Disponível em: https://projecteuclid.org/euclid.aos/1176346391 https://doi.org/10.1214/aos/1176346391
https://projecteuclid.org/euclid.aos/117... .
Todas as variáveis que apresentaram p < 0,20 na análise bivariada foram incluídas no modelo de regressão logística múltipla. Os resultados foram apresentados por meio de odds ratio e respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. Com base nos resultados do modelo múltiplo foram calculadas a fração atribuível (FA) e a fração atribuível proporcional (FAP) relacionadas à prática de atividade física conforme proposto previamente3939. Piola TS, Bacil EDA, Silva MP, Pacífico AB, Camargo EM, Campos W. Impact of physical activity correlates in the isolated and combined presence of insufficient level of physical activity and high screen time among adolescents. Rev Paul Pedriatr [Internet] 2019 [acessado em 21 jan. 2019]; 37(2): 194-201. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30672979 https://doi.org/10.1590/1984-0462/;2019;37;2;00011
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3067... ,4040. Tanamas SK, Permatahati V, Ng WL, Backholer K, Wolfe R, Shaw JE, et al. Estimating the proportion of metabolic health outcomes attributable to obesity: a cross-sectional exploration of body mass index and waist circumference combinations. BMC Obes [Internet] 2016 [acessado em 21 jan. 2019]; 3: 4. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4734864/ https://dx.doi.org/10.1186%2Fs40608-016-0085-5
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article... ,4141. Newson RB. Attributable and unattributable risks and fractions and other scenario comparisons. Stata J [Internet] 2013 [acessado em 21 jan. 2019]; 13(4): 672-98. Disponível em: https://ideas.repec.org/a/tsj/stataj/v13y2013i4p672-698.html
https://doi.org/https://ideas.repec.org/... . A primeira, quando expressa em porcentagem, indica a proporção de casos que podem ser atribuídos à exposição nos indivíduos expostos e na população. A segunda representa a proporção de casos de SM que poderiam ser evitados nos expostos e na população caso a exposição fosse eliminada ou alterada.
A magnitude das desigualdades foi avaliada por meio de medidas absolutas e relativas utilizando-se, respectivamente, o índice absoluto de desigualdade (slope index of inequality - SII) e o índice relativo de desigualdade (relative index of inequality - RII)4242. Moreno-Betancur M, Latouche A, Menvielle G, Kunst AE, Rey G. Relative Index of Inequality and Slope Index of Inequality: A Structured Regression Framework for Estimation. Epidemiology [Internet] 2015 [acessado em 20 out. 2017]; 26(4): 518-27. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26000548 https://doi.org/10.1097/EDE.0000000000000311
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2600... ,4343. Mackenbach JP, et al. Socioeconomic Inequalities in Health in 22 European Countries. N Engl J Med [Internet] 2008 [acessado em 20 out. 2017]; 358: 2468-81. Disponível em: Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMsa0707519 https://doi.org/10.1056/NEJMsa0707519
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NE... , sendo a escolaridade utilizada como medida de posição socioeconômica. A cada grupo socioeconômico foi atribuído um valor que corresponde ao ponto médio da distribuição cumulativa da medida de posição socioeconômica4343. Mackenbach JP, et al. Socioeconomic Inequalities in Health in 22 European Countries. N Engl J Med [Internet] 2008 [acessado em 20 out. 2017]; 358: 2468-81. Disponível em: Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMsa0707519 https://doi.org/10.1056/NEJMsa0707519
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NE... . Os índices SII e RII foram obtidos pela regressão da variável de saúde sobre um escore de posição relativa, obtido por meio da medida de posição socioeconômica ordenada de forma crescente, da pior (escore igual a zero) para a melhor situação socioeconômica (escore igual a um). O SII é a diferença absoluta da prevalência da SM entre os idosos de maior posição socioeconômica (maior escolaridade) e aqueles de menor posição socioeconômica (menor escolaridade). O RII é a razão da prevalência (desigualdade relativa) entre os grupos de maior e menor nível socioeconômico. Um valor de SII inferior a zero e RII menor do que um indicam que a prevalência de SM é maior entre o grupo de menor posição socioeconômica. Todas as análises foram feitas utilizando o programa Stata 13.0 (Stata Corporation, College Station, TX, Estados Unidos) por meio do comando survey, que permite considerar a estrutura complexa do processo amostral. Todas as análises foram feitas considerando os pesos amostrais.
ASPECTOS ÉTICOS
O estudo SABE foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
RESULTADOS
A amostra foi composta de idosos de 60 anos ou mais, com média de idade de 70,32 anos (IC95% 69,03 - 71,62), sendo a maioria do sexo feminino, com relação marital, 0 a 3 anos de estudo e prática regular de atividade física.
A prevalência de SM foi de 40,1% (IC95% 37,1 - 43,2). Em relação aos critérios associados ao diagnóstico da SM, 23,3% (IC95% 20,8 - 25,9) dos idosos apresentavam pelo menos uma condição, sendo o aumento da PAS o mais prevalente (66,1%; IC95% 62,8 - 69,2) (Tabela 1).
Por meio da análise bivariada verificou-se que a SM foi associada a duas condições sociodemográficas (idade e sexo). A prevalência foi maior entre os idosos que não realizavam atividade física e apresentaram maior número de doenças crônicas (Tabela 2).
Com base no modelo múltiplo verificou-se que a chance de SM foi significativamente menor entre os idosos mais velhos e entre aqueles fisicamente ativos. Indivíduos fisicamente ativos apresentaram 33% menos chances de SM quando comparados àqueles que não eram ativos. Os resultados mostraram que indivíduos mais escolarizados apresentaram significativamente menos chances de SM quando comparados àqueles com 0-3 anos de estudo (Tabela 3). Não foi observada interação entre a atividade física e a escolaridade.
Por meio da análise das desigualdades utilizando os índices absoluto e relativo de desigualdades, observou-se que indivíduos menos escolarizados apresentaram prevalências de SM significativamente maiores em termos absolutos e relativos [SII = -0,12 (IC95% -0,231; -0,017) e RII = 0,73 (IC95% 0,535 - 0,931)].
A Figura 1 apresenta as FAs e FAPs para a população e entre os expostos. Pela análise das FA observa-se que a diferença na prevalência de SM entre idosos ativos e inativos na população é de 3,71% (IC95% 1,53 - 5,88). Entre os inativos a FA foi de 8,75% (IC95% 3,59 - 13,87). Com relação à FAP, 9,27% (IC95% 3,56 - 14,65) dos casos de SM poderiam ser prevenidos se todos os idosos da população fossem ativos. Entre os inativos 19,9% (IC95% 8,33 - 28,94) dos casos seriam prevenidos.
Fração atribuível e fração atribuível proporcional à inatividade física na prevalência da síndrome metabólica (SM).
DISCUSSÃO
Este estudo utilizou amostra representativa de idosos não institucionalizados para verificar a prevalência da SM com base nos critérios da NCEP ATP III1111. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) [Internet]. 2001 [acessado em 12 abr. 2018]. Disponível em: Disponível em: http://www.aefa.es/wp-content/uploads/2014/04/NECP-guidelines-.pdf
http://www.aefa.es/wp-content/uploads/20... e avaliar sua associação com a atividade física e as condições socioeconômicas. Observou-se que 40% da população preencheu o critério para SM. Os principais achados demonstram a existência de desigualdades socioeconômicas relacionadas à SM e à significância da atividade física como fator de prevenção, conforme demostrado pelas FAs, dados até então indisponíveis na literatura brasileira para a população de idosos.
A prevalência encontrada neste estudo é elevada, porém inferior àquelas observadas entre idosos de países que assim como o Brasil estão em processo de desenvolvimento social e econômico. No México a prevalência foi de 72,9% utilizando o critério da American Heart Association/National Heart, Lung and Blood Institute4444. Ortiz-Rodríguez MA, Yáñez-Velasco L, Carnevale A, Romero-Hidalgo S, Bernal D, Aguilar-Salinas C, et al. Prevalence of metabolic syndrome among elderly Mexicans. Arch Gerontol Geriatr [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 73: 288-93. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28910752 https://doi.org/10.1016/j.archger.2017.09.001
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2891... , e no Equador, observou-se que 66,0% das mulheres e 47,1% dos homens apresentaram a síndrome, de acordo com o critério da Joint Interim Statement4545. Orces CH, Gavilanez EL. The prevalence of metabolic syndrome among older adults in Ecuador: Results of the SABE survey. Diabetes Metab Syndr [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 11(Supl. 2): S555-S560. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28427839 https://doi.org/10.1016/j.dsx.2017.04.004
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2842... . Por outro lado, na China foi evidenciada prevalência de 22,8% de acordo com o critério da NCEP ATP III4646. Li W, Song F, Wang X, Wang L, Wang D, Yin X, et al. Prevalence of metabolic syndrome among middle-aged and elderly adults in China: current status and temporal trends. Ann Med [Internet] 2018 [acessado em 21 jan. 2019]; 50(4): 345-53. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29637787 https://doi.org/10.1080/07853890.2018.1464202
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2963... . Quando comparada à prevalência de países desenvolvidos, verifica-se que a prevalência observada neste estudo foi inferior àquela observada entre mulheres e homens na faixa etária de 60-69 anos nos Estados Unidos da América, 55,4 e 59,3%, respectivamente4747. Ford CS, Li C, Zhao G. Prevalence and correlates of metabolic syndrome based on a harmonious definition among adults in the US Journal of Diabetes [Internet] 2010 [acessado em 20 out. 2017]; 2(3): 180-93. Disponível em: Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1753-0407.2010.00078.x https://doi.org/10.1111/j.1753-0407.2010.00078.x
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full... . No entanto, conforme mencionado previamente, cabe destacar que as diferenças entre as estimativas também estão associadas aos diferentes critérios empregados nos estudos. Não há na literatura estimativa nacional da prevalência de SM, especialmente para a população idosa. Os estudos disponíveis registram prevalências entre 304848. Paula JAT, Moreira OC, da Silva CD, Silva DS, dos Santos Amorim PR. Metabolic syndrome prevalence in elderly of urban and rural communities participants in the HIPERDIA in the city of Coimbra/MG, Brazil. Invest Educ Enferm [Internet] 2015 [acessado em 20 out. 2017]; 33(2): 325-33. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26535853 https://doi.org/10.1590/S0120-53072015000200015
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2653... e 69,8%4949. Santos BMP, Daltro C, Farias MCAD, Abreu LC, Valenti VE, Bezerra IMP, et al. Metabolic syndrome in elderly from a northeastern Brazilian city. Int Arch Med [Internet] 2015 [acessado em 20 out. 2017]; 8(20). Disponível em: Disponível em: https://imed.pub/ojs/index.php/iam/article/view/1009/683 https://doi.org/10.3823/1619
https://imed.pub/ojs/index.php/iam/artic... . O inquérito populacional brasileiro que investigou a prevalência da SM (14,2%) não estimou a prevalência específica para a população idosa e definiu como SM a presença de duas ou mais condições, diferentemente deste estudo5050. Sá NNB, Moura EC. Fatores associados à carga de doenças da síndrome metabólica entre adultos brasileiros. Cad Saúde Pública [Internet] 2010 [acessado em 20 out. 2017]; 26(9): 1853-62. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n9/18.pdf https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000900018
http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n9/18.pd... .
A inatividade física apresenta-se como o terceiro maior fator de risco para mortalidade entre os fatores propostos pela OMS para o controle das DCV5151. Stringhini S, Carmeli C, Jokela M, Avendaño M, Muennig P, Guida F, et al. Socioeconomic status and the 25 × 25 risk factors as determinants of premature mortality: a multicohort study and meta-analysis of 1·7 million men and women. Lancet [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 389(10075): 1229-37. Disponível em: Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)32380-7/fulltext https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)32380-7
https://www.thelancet.com/journals/lance... . Wu et al.1717. Wu S, Fisher-Hoch SP, Reininger B, McCormick JB. Recommended Levels of Physical Activity Are Associated with Reduced Risk of the Metabolic Syndrome in Mexican-Americans. PLoS One [Internet]. 2016 [acessado em 10 out. 2017]; 11(4): e0152896. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27054324 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0152896
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2705... verificaram que a prática regular de atividade pode reduzir em 31% a chance de desenvolver SM. Corroborando esses achados, neste estudo idosos ativos apresentaram 33% menos chances de SM quando comparados aos idosos não ativos. Além disso, este estudo avançou ao demostrar o impacto da prática de atividade física como medida de prevenção.
As estimativas das FAs proporcionais demonstram que estratégias de prevenção voltadas para a população e para idosos inativos poderiam prevenir, respectivamente, em torno de 9 e 20% dos casos de SM se essas pessoas fossem ativas. A atividade física como forma de prevenção das DCNT é de extrema importância, e, por essa razão, a redução da inatividade física foi incluída como uma das metas do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, implementado pelo Ministério da Saúde visando reduzir em 10% esse fator de risco até o ano de 20255252. Lübs L, Peplies J, Drell C, Bammann K. Cross-sectional and longitudinal factors influencing physical activity of 65 to 75-year-olds: a pan European cohort study based on the survey of health, ageing and retirement in Europe (SHARE). BMC Geriatr [Internet] 2018 [acessado em 21 maio 2018]; 18(1): 94. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29661154 https://doi.org/10.1186/s12877-018-0781-8
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2966... ,5353. Wu HF, Tam T, Jin L, Lao XQ, Chung RY, Su XF, et al. Age, gender, and socioeconomic gradients in metabolic syndrome: biomarker evidence from a large sample in Taiwan, 2005-2013. Ann Epidemiol [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 27(5): 315-22. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28595736 https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2017.04.003
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2859... .
Com relação às condições socioeconômicas, resultados de diferentes estudos são consistentes ao demostrar maiores prevalências de SM entre pessoas com menor renda5454. Brasil. Ministério da Saúde. Relatório do III Fórum de Monitoramento do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil [Internet]. Brasil: Ministério da Saúde; 2018 [acessado em 21 jan. 2019]. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_iii_forum_monitoramento_plano.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe... e nível educacional5555. Malta DC, Stopa SR, Iser BPM, Bernal RTI, Claro RM, Nardi ACF, et al. Risk and protective factors for chronic diseases by telephone survey in capitals of Brazil, Vigitel 2014. Rev Bras Epidemiol [Internet] 2015 [acessado em 12 abr. 2018]; 18(Supl. 2): 238-55. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v18s2/en_1980-5497-rbepid-18-s2-00238.pdf 10.1590/1980-5497201500060021
http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v18s2/en... e pior ocupação2222. Cho KI, Kim BH, Je HG, Jang JS, Park YH. Gender-Specific Associations between Socioeconomic Status and Psychological Factors and Metabolic Syndrome in the Korean Population: Findings from the 2013 Korean National Health and Nutrition Examination Survey. Biomed Res Int [Internet] 2016 [acessado em: 20 nov. 2017]. Disponível em: Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/bmri/2016/3973197/ https://doi.org/10.1155/2016/3973197
https://www.hindawi.com/journals/bmri/20... . De forma semelhante, neste estudo observou-se que idosos com menos anos de estudo apresentaram mais chances de ter SM, e, adicionalmente, esta pesquisa contribui para a literatura demostrando que a magnitude das desigualdades socioeconômicas foi significante do ponto de vista absoluto e relativo. Assim, este achado reforça a proposta de outros autores que sugerem que a condição socioeconômica deva ser incluída como fator de risco modificável nas estratégias e políticas locais e globais de saúde5151. Stringhini S, Carmeli C, Jokela M, Avendaño M, Muennig P, Guida F, et al. Socioeconomic status and the 25 × 25 risk factors as determinants of premature mortality: a multicohort study and meta-analysis of 1·7 million men and women. Lancet [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 389(10075): 1229-37. Disponível em: Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)32380-7/fulltext https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)32380-7
https://www.thelancet.com/journals/lance... e reafirma a teoria de que há um gradiente socioeconômico e cultural na determinação de doenças crônicas5252. Lübs L, Peplies J, Drell C, Bammann K. Cross-sectional and longitudinal factors influencing physical activity of 65 to 75-year-olds: a pan European cohort study based on the survey of health, ageing and retirement in Europe (SHARE). BMC Geriatr [Internet] 2018 [acessado em 21 maio 2018]; 18(1): 94. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29661154 https://doi.org/10.1186/s12877-018-0781-8
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2966... ,5353. Wu HF, Tam T, Jin L, Lao XQ, Chung RY, Su XF, et al. Age, gender, and socioeconomic gradients in metabolic syndrome: biomarker evidence from a large sample in Taiwan, 2005-2013. Ann Epidemiol [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 27(5): 315-22. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28595736 https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2017.04.003
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2859... .
Segundo Stringhini et al.5151. Stringhini S, Carmeli C, Jokela M, Avendaño M, Muennig P, Guida F, et al. Socioeconomic status and the 25 × 25 risk factors as determinants of premature mortality: a multicohort study and meta-analysis of 1·7 million men and women. Lancet [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 389(10075): 1229-37. Disponível em: Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)32380-7/fulltext https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)32380-7
https://www.thelancet.com/journals/lance... , o impacto das condições socioeconômicas na saúde é semelhante àquele dos seis fatores de risco-chave adotados pela OMS para a prevenção de doenças crônicas, o que sugere a importância de abordar não somente os fatores de risco proximais, mas também as soluções estruturais, que perpassam por investimento na educação infantil e em programas de incentivo ao trabalho, sendo esse um mecanismo econômico de reduzir as desigualdades em saúde.
A análise da literatura demonstra associação positiva entre a SM e a idade na população adulta88. Vidigal FC, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health [Internet] 2013 [acessado em 12 abr. 2018]; 13: 1198. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24350922 https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1198
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1284... . Porém entre idosos os estudos demostram que não há associação com a idade6060. Khanam MA, Qiu C, Lindeboom W, Streatfield PK, Kabir ZN, Wahlin Å. The metabolic syndrome: prevalence, associated factors, and impact on survival among older persons in rural Bangladesh. PLoS One [Internet] 2011 [acessado em 12 abr. 2018]; 6(6): e20259. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21697988 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0020259
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2169... ou há redução na prevalência com o aumento da idade6161. Khosravi-boroujeni H, Sarrafzadegan N, Sadeghi M, Roohafza H, Talaei M, Ng SK, et al. Secular Trend of Metabolic Syndrome and Its Components in a Cohort of Iranian Adults from 2001 to 2013. Metab Syndr Relat Disord [Internet] 2017 [Acessado em: 12 abr. 2018]; 15(3): 137-44. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28135122 https://doi.org/10.1089/met.2016.0073
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2813... ,6262. Kuzuya M, Ando F, Iguchi A, Shimokata H. Age-specific change of prevalence of metabolic syndrome: longitudinal observation of large Japanese cohort. Atherosclerosis [Internet] 2007 [acessado em 12 abr. 2018]; 191(2): 305-12. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16828779 https://doi.org/10.1016/j.atherosclerosis.2006.05.043
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1682... . Estudos longitudinais verificaram que a prevalência da SM aumentou com a idade até a faixa etária de 60 a 69 anos, havendo redução nas faixas etárias maiores e ausência de diferenças entre essas faixas6262. Kuzuya M, Ando F, Iguchi A, Shimokata H. Age-specific change of prevalence of metabolic syndrome: longitudinal observation of large Japanese cohort. Atherosclerosis [Internet] 2007 [acessado em 12 abr. 2018]; 191(2): 305-12. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16828779 https://doi.org/10.1016/j.atherosclerosis.2006.05.043
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1682... . Khosravi-Boroujeni et al.6161. Khosravi-boroujeni H, Sarrafzadegan N, Sadeghi M, Roohafza H, Talaei M, Ng SK, et al. Secular Trend of Metabolic Syndrome and Its Components in a Cohort of Iranian Adults from 2001 to 2013. Metab Syndr Relat Disord [Internet] 2017 [Acessado em: 12 abr. 2018]; 15(3): 137-44. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28135122 https://doi.org/10.1089/met.2016.0073
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2813... observaram aumento na prevalência de SM com o aumento da idade até 75 anos, quando se observou declínio. Além disso, análises longitudinais da população japonesa demonstraram que há um efeito coorte relacionado à prevalência da SM em que as coortes mais jovens apresentam prevalências maiores6252. Lübs L, Peplies J, Drell C, Bammann K. Cross-sectional and longitudinal factors influencing physical activity of 65 to 75-year-olds: a pan European cohort study based on the survey of health, ageing and retirement in Europe (SHARE). BMC Geriatr [Internet] 2018 [acessado em 21 maio 2018]; 18(1): 94. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29661154 https://doi.org/10.1186/s12877-018-0781-8
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2966... .
Nesse sentido os resultados deste estudo estão de acordo com a literatura. As faixas etárias acima de 65 anos apresentam menos chance de SM quando comparadas aos idosos de 60 a 64 anos, e não houve gradiente entre faixas etárias mais elevadas. Entre as justificativas para a menor chance de SM nas faixas etárias mais elevadas, tem-se considerado a redução do apetite e da obesidade abdominal associada à idade6151. Stringhini S, Carmeli C, Jokela M, Avendaño M, Muennig P, Guida F, et al. Socioeconomic status and the 25 × 25 risk factors as determinants of premature mortality: a multicohort study and meta-analysis of 1·7 million men and women. Lancet [Internet] 2017 [acessado em 12 abr. 2018]; 389(10075): 1229-37. Disponível em: Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)32380-7/fulltext https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)32380-7
https://www.thelancet.com/journals/lance... ,6363. Costa CS, Schneider BC, Cesar JA. Obesidade geral e abdominal em idosos do Sul do Brasil: resultados do estudo COMO VAI. Ciênc Saúde Coletiva [Internet] 2016 [acessado em 21 jan. 2019]; 21(11): 3585-96. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n11/1413-8123-csc-21-11-3585.pdf https://doi.org/10.1590/1413-812320152111.02492016
http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n11/1413... ,6464. Assumpção D, Borim FSA, Francisco PMSB, Neri AL. Fatores associados ao baixo peso em idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Ciênc Saúde Coletiva [Internet] 2018 [acessado em 21 jan. 2019]; 23(4): 1143-50. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v23n4/1413-8123-csc-23-04-1143.pdf https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.17422016
http://www.scielo.br/pdf/csc/v23n4/1413-... . Além disso, a morte prematura por condições associadas à SM levaria à manutenção de uma coorte de idosos mais sadia5454. Brasil. Ministério da Saúde. Relatório do III Fórum de Monitoramento do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil [Internet]. Brasil: Ministério da Saúde; 2018 [acessado em 21 jan. 2019]. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_iii_forum_monitoramento_plano.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe... ,6161. Khosravi-boroujeni H, Sarrafzadegan N, Sadeghi M, Roohafza H, Talaei M, Ng SK, et al. Secular Trend of Metabolic Syndrome and Its Components in a Cohort of Iranian Adults from 2001 to 2013. Metab Syndr Relat Disord [Internet] 2017 [Acessado em: 12 abr. 2018]; 15(3): 137-44. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28135122 https://doi.org/10.1089/met.2016.0073
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2813... .
Como ponto forte deste estudo destaca-se o uso de amostra representativa de idosos não institucionalizados da maior cidade brasileira utilizando critério comparável a outros estudos internacionais para avaliar a prevalência e os fatores associados à SM, além de inovar ao demostrar o impacto da prática de atividade física como medida de prevenção. O desenho transversal e a impossibilidade de inferir-se a direção das associações estão entre as limitações do estudo. O autorrelato de doenças também pode ser considerado uma das limitações, porém essa medida é considerada válida6565. Haapanen N, Miilunpalo S, Pasanen M, Oja P, Vuori I. Agreement between questionnaire data and medical records of chronic diseases in middle-aged and elderly Finnish men and women. Am J Epidemiol [Internet] 1997 [acessado em 21 jan. 2019]; 145(8): 762-9. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9126003 https://doi.org/10.1093/aje/145.8.762
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9126... . Além disso, vale destacar que neste estudo apenas a escolaridade foi utilizada como medida de posição socioeconômica, assim, estudos utilizando outras medidas podem encontrar resultados diferentes quanto à magnitude das desigualdades, dado que cada medida socioeconômica possui uma via para explicar essas diferenças6666. Grundy E, Holt G. The socioeconomic status of older adults: How should we measure it in studies of health inequalities. J Epidemiol Community Health [Internet] 2001 [acessado em 21 jan. 2019]; 55(12): 895-904. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1731799/ https://dx.doi.org/10.1136%2Fjech.55.12.895
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1274... .
CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que a prática de atividade física e a escolaridade são fatores significativamente associados à SM. Essa associação reforça o papel da atividade física como tratamento não farmacológico de primeira linha para controle dessa condição6868. Oh SH, Son SH, Kang SH, Kim DK, Seo KM, Lee SY. Relationship Between Types of Exercise and Quality of Life in a Korean Metabolic Syndrome Population: A Cross-Sectional Study. Metab Syndr Relat Disord [Internet] 2017 [acessado em 21 jan. 2019]; 15(4): 199-205. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28287907 https://doi.org/10.1089/met.2016.0151
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2828... ,1111. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) [Internet]. 2001 [acessado em 12 abr. 2018]. Disponível em: Disponível em: http://www.aefa.es/wp-content/uploads/2014/04/NECP-guidelines-.pdf
http://www.aefa.es/wp-content/uploads/20... em virtude da sua relação direta com todos os componentes da síndrome1111. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) [Internet]. 2001 [acessado em 12 abr. 2018]. Disponível em: Disponível em: http://www.aefa.es/wp-content/uploads/2014/04/NECP-guidelines-.pdf
http://www.aefa.es/wp-content/uploads/20... . Além disso, a existência de desigualdades socioeconômicas relacionadas à SM chama atenção para a necessidade de que as políticas de prevenção sejam pautadas em abordagens que considerem essas diferenças, além de outros fatores comumente explorados, uma vez que tanto a prática de atividade física6969. O’Donoghue G, Kennedy A, Puggina A, Aleksovska K, Buck C, Burns C, et al. Socio-economic determinants of physical activity across the life course: A “DEterminants of DIet and Physical ACtivity” (DEDIPAC) umbrella literature review. PLoS One [Internet] 2018 [acessado em: 21 jan. 2019]; 13(1): e0190737. Disponível em: Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29351286 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0190737
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2935... como outros fatores modificáveis estão desproporcionalmente acessíveis aos mais pobres7070. Cesare MD, Khang Y-H, Asaria P, Blakely T, Cowan MJ, Farzadfar F, et al. Inequalities in non-communicable diseases and effective responses. Lancet [Internet] 2013 [acessado em 31 maio 2018]; 381(9866): 585-97. Disponível em: Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(12)61851-0/fulltext https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61851-0
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- Fonte de financiamento: nenhuma
Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
01 Jun 2020 - Data do Fascículo
2020
Histórico
- Recebido
31 Ago 2018 - Revisado
30 Jan 2019 - Aceito
11 Mar 2019