Resumo
Este artigo apresenta os resultados da revisão narrativa sobre as fake news ocorridas durante o período mais crítico da pandemia de covid-19. Foi realizada uma busca por palavras nas bases de dados da BVSMS, BVSalud e Scielo, utilizando-se a expressão fake news AND covid-19, notícia falsa AND covid-19 e desinformación AND Covid-19, por ser expressões que atendiam aos dois idiomas selecionados para a revisão: português e espanhol. O critério de inclusão privilegiou os artigos que utilizaram a web como fonte das pesquisas, publicados entre 2020 e 2022. Foram analisados 24 artigos, sendo 14 escritos em língua portuguesa e 10 em espanhol. O ano de 2022 concentrou o maior número de publicações (n=11), e concluiu-se que as redes sociais são os veículos de maior disseminação desse tipo de desinformação. A disseminação das fake news durante o segundo ano da pandemia de covid-19 foi tão preocupante quanto a própria doença, mas a literatura ainda não explorou suficiente o fenômeno que ainda acompanha a pandemia ainda não finalizada. A maioria dos textos analisados aconselham a utilização da estratégia disseminadora de notícias para divulgar informações úteis sobre saúde, concluindo-se que os estudos analisados demonstraram que as notícias falsas estavam incompletas ou enganosas, mas a maioria foi não intencional.
Palavras-chave:
Pandemia; Desinformação; Covid-19; Informação e Comunicação em Saúde
Introdução
Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de coronavírus uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), considerado pelo Regulamento Sanitário Internacional (RSI) o mais alto nível de alerta. Em 11 de março de 2020, a propagação da covid-19 era reconhecida pela OMS como uma pandemia (WHO, 2020WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Coronavirus disease 2019 (COVID-19) - Situation Report 56. Geneve: WHO, 2020.; WHO, 2023aWHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Declaración sobre la tercera reunión del Comité de Emergencia del Reglamento Sanitario Internacional (2005) sobre el brote de la enfermedad por coronavirus (COVID-19). Organización Mundial de la Salud, [s. l.], 2023. Disponível em: <Disponível em: https://www.who.int/es/news/item/01-05-2020-statement-on-the-third-meeting-of-the-international-health-regulations-(2005)-emergency-committee-regarding-the-outbreak-of-coronavirus-disease-(covid-19) >. Acesso em: 9 ago. 2023.
https://www.who.int/es/news/item/01-05-2... ). No mesmo período e, em função da alta circulação de informações jornalísticas e não jornalísticas na internet, cunhou-se a expressão “infodemia” para considerar “um excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa” (WHO, 2023b)WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Infodemic. World Health Organization, [s.l.], 2023b. Disponível em: <Disponível em: https://www.who.int/health-topics/infodemic#tab=tab_1 >. Acesso em: 23 jun. 2022.
https://www.who.int/health-topics/infode... .
A infodemia difere das denominadas fake news porque, na primeira, as informações são provenientes de fontes variadas, confiáveis ou não, ao passo que as fake news caracterizam-se como “artigos de notícias que são intencionalmente e comprovadamente falsas e podem enganar os leitores” (Ross et al., 2021ROSS, J. R. et al. Fake News e Infodemia em tempos de covid-19 no Brasil: indicadores do Ministério da Saúde. Revista Mineira de Enfermagem, v. 25, e1381, 2021. DOI: 10.5935/1415.2762.20210029
https://doi.org/10.5935/1415.2762.202100... ).
Longe de ser uma novidade, a imprecisão de informações durante a disseminação incontrolável de um vírus causador de doenças faz parte de qualquer cenário pandêmico. A gripe espanhola, por exemplo, surgiu durante a Primeira Guerra Mundial e, devido ao cenário de conflito durante a propagação da doença, os países afetados ocultaram suas estatísticas sanitárias da comunidade internacional, dando ensejo à circulação incorreta de informações, favorecendo a disseminação da doença (Goulart, 2005GOULART, A. C. Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 101-142, 2005. DOI: 10.1590/S0104-59702005000100006
https://doi.org/10.1590/S0104-5970200500... ). No Brasil, a reação à gripe espanhola foi acompanhada de desinformação e desconhecimento por parte da sociedade, especialmente alimentados pela imprensa, aumentando o medo da população: “A imprensa alarmava ainda mais o povo, informando que a gripe espanhola trazia um perigo bem maior e que o vírus era uma invenção dos alemães, como tática de guerra” (Goulart, 2005)GOULART, A. C. Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 101-142, 2005. DOI: 10.1590/S0104-59702005000100006
https://doi.org/10.1590/S0104-5970200500... .
Quandt et al. (2019QUANDT, T. et al. Fake News. In: VOS, T. P.; HANUSCH, Folker. The International Encyclopedia of Journalism Studies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2019. p. 1-6.) sistematizaram as fake news (Figura 1), esclarecendo que se pode recorrer a uma diferenciação básica entre: (1) o conteúdo central das informações (incluindo informações textuais, imagens, elementos de áudio etc.); (2) as metainformações (manchetes/títulos, informações do autor, tags e palavras-chave); e (3) aspectos contextuais (posicionamento, referências a outros artigos, enquadramento). Todos esses elementos podem estar sujeitos a níveis de falsidade, isso é, discrepâncias da factualidade que vão desde (1) enganosa (mas factualmente informação correta); a (2) adições ou exclusões de informações (o enriquecimento dos fatos por informações enganosas ou erradas, ou uma mudança de significado pela omissão ou excluindo informações relevantes); para (3) fabricações completas sem qualquer base fática. Agrega-se à sistematização de Quandt et al. (2019)QUANDT, T. et al. Fake News. In: VOS, T. P.; HANUSCH, Folker. The International Encyclopedia of Journalism Studies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2019. p. 1-6. o conceito de que tais fenômenos podem ter origem na negligência do emissor da notícia, na intencionalidade ou por acidente.
O problema se torna ainda mais complexo porque a disseminação de notícias falsas acaba por deixar o emissor protegido pelo manto da invisibilidade e incógnita, além de proteger a identificação de replicadores da notícia, dificultando seu controle e correção.
Há também uma complicação adicional devido ao uso frequente do termo como um rótulo destinado a desacreditar notícias, desafiar os discursos da grande mídia ou de jornalistas independentes e os rotular como fake news, em especial daquilo que desagrada na notícia. O uso indiscriminado do termo pode servir como um meio retórico para lançar dúvidas sobre uma determinada história, relato, notícia ou para abalar a confiança no sistema de comunicação como um todo (Jack, 2017JACK, C. Lexicon of lies: terms for problematic information. New York: Data & Society Research Institute, 2017.).
Marwick e Lewis (2018MARWICK, A.; LEWIS, R. Media manipulation and disinformation online. New York: Data & Society Research Institute, 2018.) criticam o uso inflamatório do termo “notícias falsas” e observam que a alegação de fake news visa, principalmente, minar a confiança em informações desfavoráveis.
Mata, Grigoleto e Lousada (2020MATA, M. L.; GRIGOLETO, M. C.; LOUSADA, M. Dimensões da competência em informação: reflexões frente aos movimentos de infodemia e desinformação na pandemia da covid-19. Liinc em Revista, Brasília, DF, v. 16, n. 2, e5340, 2020. DOI: RoR
https://doi.org/RoR... ) afirmam que, em períodos graves, como os de pandemia, em vista da grande quantidade e rápido fluxo de informações, o problema alcança contornos mais complexos porque nem sempre as informações são precisas e há dificuldade em acessar fontes confiáveis. Ademais, em pleno século XXI, as notícias falsas contam com um aparato a seu favor, com enorme poder disseminador, transmitindo fake news em uma velocidade e alcance planetário: a internet.
Na world wide web há uma horizontalidade de vozes que democratizou a emissão de opiniões, mas que estimula a impregnação do senso comum, não raro sedimentando terrenos férteis para aventureiros e “especialistas leigos” de campos que não dominam formalmente, estando quase todos online (Mata; Grigoleto; Lousada; 2020MATA, M. L.; GRIGOLETO, M. C.; LOUSADA, M. Dimensões da competência em informação: reflexões frente aos movimentos de infodemia e desinformação na pandemia da covid-19. Liinc em Revista, Brasília, DF, v. 16, n. 2, e5340, 2020. DOI: RoR
https://doi.org/RoR... ). Não é preciso muito para encontrar “médicos de Google”, “cientistas políticos” e os informados exclusivamente por grandes mídias, fazendo das credenciais acadêmicas algo supérfluo no ambiente informacional da rede para se versar sobre quaisquer domínios específicos, contribuindo para o espraiamento de notícias falsas. De fato, os chamados especialistas ligados aos grandes conglomerados de comunicação passaram a ser questionados por novas fontes de informação, muitas vezes por experts que não são os de preferência das grandes empresas de comunicação, ainda que tenham credenciais para fazê-lo.
Moretzsohn (2017MORETZSOHN, S. D. “Uma legião de imbecis”: hiperinformação, alienação e o fetichismo da tecnologia libertária. Liinc em Revista, Brasília, DF, v. 13, n. 2, p. 294-306, 2017. DOI: 10.18617/liinc.v13i2.4088
https://doi.org/10.18617/liinc.v13i2.408... ) atenta para a dualidade imediata do nivelamento de saberes encerrado pela ideia de horizontalidade na web, que pode sugerir uma evidente da comunicação - espaço onde todos têm voz - mas que faz com que vozes que não detêm um determinado saber se tornem uma ameaça, por isso a autora alerta:
Aparentemente democrática e inclusiva, a defesa nesse nivelamento de saberes acaba resultando no elogio da ignorância, com o resultado perverso de desqualificar, como autoritária, a voz dos que desenvolveram a capacidade de argumentar. Essa desqualificação conduz à perda de referências que poderiam contribuir para o esclarecimento público. Politicamente, o resultado disso costuma ser desastroso. (Moretzsohn, 2017MORETZSOHN, S. D. “Uma legião de imbecis”: hiperinformação, alienação e o fetichismo da tecnologia libertária. Liinc em Revista, Brasília, DF, v. 13, n. 2, p. 294-306, 2017. DOI: 10.18617/liinc.v13i2.4088
https://doi.org/10.18617/liinc.v13i2.408... , p. 302)
O fato é que a preocupação com as notícias falsas, em todos os segmentos da vida em sociedade, é de tal grandeza que, no Brasil, foi criada a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), espaço virtual, concebido e mantido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras universidades, agências, redes de comunicação, grupos de pesquisa etc., que reúne, esclarecimentos sobre desinformações veiculadas na web, denunciando e combatem fake news.
Em vista do exposto é que foi realizada uma revisão narrativa no intuito de conhecer o estado da arte no tema das fake news em relação à pandemia de covid-19, na intenção de conhecer o que vem sendo pesquisado e publicado sobre a temática.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo de revisão narrativa de literatura, apropriada para discutir o estado da arte de um determinado assunto. É constituída por uma análise da literatura, sem estabelecer uma metodologia rigorosa e replicável em nível de reprodução de dados e respostas quantitativas para questões específicas, como explicitam Vosgerau e Romanowski (2014VOSGERAU, D. S. A. R.; ROMANOWSKI, J. P. Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas. Revista de Diálogo Educacional, Curitiba, v. 14, n. 41, p. 165-189, 2014. DOI: 10.7213/dialogo.educ.14.041.DS08
https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.14.... ). Esse tipo de estudo é fundamental para a atualização do conhecimento humano sobre uma temática específica, evidenciando novas ideias, métodos e subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada (Elias et al., 2012ELIAS, C. S. R. et al. Quando chega o fim? uma revisão narrativa sobre terminalidade do período escolar para alunos deficientes mentais. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 48-53, 2012. DOI: 10.11606/issn.1806-6976.v8i1p48-53
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.... ).
Por ser uma revisão de literatura sobre as fake news e a pandemia de covid-19, foram recuperados artigos originais nos idiomas português e espanhol, indexados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVSMS), da Biblioteca Virtual em Saúde (BVSalud) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Os artigos foram selecionados entre setembro e dezembro de 2022, tendo como período de referência os três primeiros anos da pandemia.
Foram empregados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCs): notícias falsas AND covid-19; desinformación AND covid-19; e fake news AND covid-19, por ser expressão que atende aos idiomas considerados na pesquisa. Os termos foram utilizados isoladamente e de forma combinada, delimitando o intervalo temporal estabelecido.
O critério utilizado para inclusão das publicações foi ter os termos de busca explícitos no resumo e que a metodologia tenha utilizado quaisquer canais da web para obtenção dos dados. Não foram considerados os artigos de revisão, os ensaios e comunicações, assim como outros documentos que não o escolhido para a revisão. Os artigos foram selecionados, primeiramente, pelo resumo e após, leitura de seu inteiro teor, a fim de excluir os trabalhos fora do escopo desta revisão.
Resultados
Entre os estudos selecionados, observou-se a prevalência de publicações na língua portuguesa, com 16 artigos, e apenas 8 artigos em espanhol. Em 2022, foi publicado um maior número de artigos que os anos anteriores. O quadro 1 mostra as particularidades dos estudos selecionados sobre fake news e covid-19 nas bases de dados eleitas para a revisão.
Nieves-Cuervo et al. (2021)NIEVES-CUERVO, G. M. et al. Infodemia: noticias falsas y tendencias de mortalidad por covid-19 en seis países de América Latina. Revista Panamericana de Salud Publica, Washington, DC, v. 45, e44, 2021. DOI: 10.26633/RPSP.2021.44
https://doi.org/10.26633/RPSP.2021.44... consideraram que os países com menor índice de penetração na internet como fonte única de informação foram também os que obtiveram menores taxas de mortalidade, concluindo-se que a baixa inclusão digital, ao menos, no caso da disseminação de fake news sobre a covid-19, mostrou-se vantajosa. A situação descrita pelos autores nega, em certa medida, a sistematização de Quandt et al. (2019QUANDT, T. et al. Fake News. In: VOS, T. P.; HANUSCH, Folker. The International Encyclopedia of Journalism Studies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2019. p. 1-6.), porque não há a previsão da não informação, o que é distintivo da desinformação. A não informação acabou por salvaguardar as taxas de mortalidade por covid-19. Barcelos et al. (2021)BARCELOS, T. N. et al. Análise de fake news veiculadas durante a pandemia de covid-19 no Brasil. Revista Panamericana de Saúde Pública, Washington, DC, v. 45, e65, 2021. DOI: 10.26633/RPSP.2021.65
https://doi.org/10.26633/RPSP.2021.65... identificaram que as fakes news no período pandêmico foram disseminadas principalmente pelo WhatsApp e Facebook, sendo que o Google Trends confirmou haver um aumento de 34,3% nas buscas que utilizavam o termo fake news. Nos estudos de Moreno-Fleitas (2020)MORENO FLEITAS, O. E. La divulgación de la información en la encrucijada de la crisis del COVID-19 en Paraguay. Reacciones y trasmisión de datos falsos y científicos a través de las redes sociales y los medios masivos. Revista de la Sociedad Científica del Paraguay, Asunción, v. 25, n. 1, p. 58-85, 2020. DOI: 10.32480/rscp.2020-25-1.58-85
https://doi.org/10.32480/rscp.2020-25-1.... , as principais fontes de notícias sobre a pandemia de coronavirus, no Paraguai, suscitando informações falsas sobre a enfermidade foi o Facebook, confirmado o resultado obtido pelos estudos de García-Marín et al. (2022)GARCÍA-MARÍN, D.; MERINO-ORTEGO, M. Desinformación anticientífica sobre la covid-19 difundida en Twitter en Hispanoamérica. Cuadernos.info, Santiago, n. 52, p. 24-46, 2022. DOI: 10.7764/cdi.52.42795
https://doi.org/10.7764/cdi.52.42795... .
Analisando o fenômeno na Espanha e na Itália, Ascacíbar, Malumbres e Zanni (2021)ASCACÍBAR, G. P.; MALUMBRES, E. B.; ZANNI, S. Fact checking durante la covid-19: análisis comparativo de la verificación de contenidos falsos en España e Italia. Revista de Comunicación, Piura, v. 20, n. 1, p. 197-215, 2021. DOI: 10.26441/RC20.1-2021-A11
https://doi.org/10.26441/RC20.1-2021-A11... consideraram que na Espanha, em 2021, houve um total de 365 casos no portal investigado, sendo que consideraram os alertas falsos em 14% delas e informações equivocadas com 34% e 43% como manipulações mentirosas e 9% outros. Na Itália, os autores identificaram 225 casos, no portal selecionado, sendo que 9% categorizaram como alarmes falsos, 37% informações equivocadas e 51% como manipulações mentirosas e 3% na categoria outros.
As redes sociais e seus algoritmos priorizam o engajamento de algumas pessoas, o que pode facilitar a propagação de fake news, uma vez que essas informações geram reações emocionais e compartilhamentos. Quandt et al. (2019)QUANDT, T. et al. Fake News. In: VOS, T. P.; HANUSCH, Folker. The International Encyclopedia of Journalism Studies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2019. p. 1-6., ao sistematizar o nível de falsidade em seus estudos, credenciam a intencionalidade da divulgação da informação enganosa como o ápice da divulgação de mentiras, sendo que o estudo de 2021, na Espanha e Itália, de Ascacíbar, Malumbres, Zanni (2021)ASCACÍBAR, G. P.; MALUMBRES, E. B.; ZANNI, S. Fact checking durante la covid-19: análisis comparativo de la verificación de contenidos falsos en España e Italia. Revista de Comunicación, Piura, v. 20, n. 1, p. 197-215, 2021. DOI: 10.26441/RC20.1-2021-A11
https://doi.org/10.26441/RC20.1-2021-A11... deixou evidente que este cume foi atingido. Ademais, a falta de literacia mediática, com baixa habilidade para avaliar criticamente informações e fontes, causa disseminação de fakenews.
Ribeiro et al. (2022RIBEIRO, T. S. et al. Comunicação em saúde sobre covid-19 e diabetes mellitus em mídias sociais: verdadeiro e falso. Revista da Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 26, n. spe, e20210358, 2022. DOI: 10.1590/2177-9465-EAN-2021-0358
https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-20... ), com base nos canais de veiculação midiática, buscaram notícias sobre o diabetes mellitus e sua relação com a covid-19, evidenciando uma preocupação com as notícias, se baseadas em evidências científicas ou não. Constataram, após o levantamento no Twitter, que 80% das notícias veiculadas eram falsas e sem fontes de consulta, com destaque para a indicação de alimentos que poderiam evitar a contaminação pelo vírus, tais como: chá de limão com bicarbonato, receitas com óleo de coco, o óleo do canabidiol etc. Salientam na conclusão que é preciso oportunizar a transposição da “linguagem das ciências” para a comunidade, como forma de bem realizar a comunicação em saúde.
Pereira Neto et al. (2022)PEREIRA NETO, A. et al Avaliação da qualidade da informação de sites sobre Covid-19: uma alternativa de combate às fakenews. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 46, n. 132, p. 30-46, 2022. DOI: 10.1590/0103-1104202213202
https://doi.org/10.1590/0103-11042022132... defendem que informações de saúde on-line baseadas em evidências podem reduzir o uso de serviços de saúde com impacto nas práticas de autocuidado, autogestão e adesão ao tratamento, no entanto, na pesquisa empreendida em quatro sites oficiais do governo de Mato Grosso, relatam que as informações na área da saúde apresentaram baixa qualidade e que estavam ausentes dados imprescindíveis sobre a covid-19, como o uso da máscara, lavagem das mãos e uso de álcool gel. Concluem que, a par do combate às fake news, os sites governamentais do estado estudado estão deficientes e não atendem aos critérios mínimos de qualidade, apresentando informações incorretas, desatualizadas, incompletas e ilegíveis sobre o tema da saúde em geral e da covid-19, em particular. Na sistematização de Quandt (2019QUANDT, T. et al. Fake News. In: VOS, T. P.; HANUSCH, Folker. The International Encyclopedia of Journalism Studies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2019. p. 1-6.), a desinformação divulgada sem intencionalidade não se constitui o grau mais grave das fake news, embora concordemos que qualquer desinformação - no caso, omissão de informação - leve a prejuízos aos pacientes.
Oliveira e Gerhardt (2022OLIVEIRA, D. C.; GERHARDT, T. E. O primeiro curso aberto, on-line e massivo (Mooc) sobre covid-19 e iniquidades no Brasil: potências da saúde coletiva no enfrentamento da infodemia e das fake News. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 46, n. esp. 1, p. 105-118, 2022. DOI: 10.1590/0103-11042022E107
https://doi.org/10.1590/0103-11042022E10... ) dissertam sobre o estudo descritivo sobre a utilização dos Cursos On-line Abertos e Massivos-Mooc (Massive Open Online Courses) da OMS e que, no Brasil, foi ofertado pela plataforma Lumina da da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como estratégia potente para a comunicação, a difusão científica e o enfrentamento da infodemia e as fake news sobre a covid-19. Esses esforços ressaltaram a importância da educação em literacia mediática para reduzir a propagação de notícias falsas.
Galhardi et al. (2022GALHARDI, C. P. et al. Fake news e hesitação vacinal no contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, São Paulo, v. 27, n. 5, p. 1849-1858, 2022. DOI: 10.1590/1413-81232022275.24092021
https://doi.org/10.1590/1413-81232022275... ), por seu estudo empírico quantitativo, trabalharam com uma amostra de 253 checagens sobre vacina e covid-19, utilizando o aplicativo Eu Fiscalizo. O estudo apontou como resultados que a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã em parceria com a empresa Sinovac, foi o imunizante que mais teve notícias falsas sobre efeitos adversos, dando ensejo que em pelo menos 70% dos municípios brasileiros foram registrados casos de pessoas que queriam escolher a marca das vacinas, recusando a Coronavac. A conclusão do estudo se confirma na afirmativa de Cinelli et al. (2020CINELLI, M.; QUATTROCIOCCHI, W.; GALEAZZI A. The covid-19 social media infodemic. Scientific Report, v. 10, n. 1, e1698, 2020. DOI: 10.1038/s41598-020-73510-5
https://doi.org/10.1038/s41598-020-73510... ) que, examinando o papel das plataformas de mídia social, concluiu que a desinformação se espalha mais rapidamente e é mais resistente à correção do que as informações.
Ferreira et al. (2022FERREIRA, F. V. et al. Uso de Python para detecção de fake news sobre a covid-19: desafios e possibilidades. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 266-280, 2022. DOI: 10.29397/reciis.v16i2.3253.
https://doi.org/10.29397/reciis.v16i2.32... ), trazem dados importantes como o Relatório Digital 2021 (Global Overview Report), que confirmou que 75% da população brasileira usa a internet, correspondendo a 158 milhões de brasileiros conectados à rede em 2019, com tempo médio de conexão de 9 horas por dia. A partir das análises de agência de fact-checking, os autores concluem que as fake news sobre a covid-19 não são apenas um problema do campo da comunicação ou da saúde pública e coletiva: elas engendram aspectos que envolvem a automação, o uso de algoritmos, de social bots, mas têm como pano de fundo aspectos relativos ao crescimento das redes digitais e da hiperpolitização. Sugerem que são necessárias políticas públicas adequadas para o enfrentamento desse fenômeno e que possa se utilizar também da inteligência artificial e a automação - as mesmas “armas”, afirmam - como estratégias de disseminação.
Figueiredo et al. (2022FIGUEIREDO, E. B. L. et al. Influenciadores da desinformação nas pandemias de gripe espanhola e Covid-19: um estudo documental. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 46, n. 2, e078, 2022. DOI: 10.1590/1981-5271v46.2-20220043
https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.2-2... ), após analisarem 107 ocorrências, listaram notícias falsas atribuídas aos serviços de checagem de fatos, tais como Fato ou Fake; Farsas.com e Boatos.org, e nos portais da OMS e do Ministério da Saúde. Do universo pesquisado, encontraram 41 notícias, todas indicando medicamentos não comprovados. Destacam que os influenciadores da desinformação têm se apresentado como uma associação entre agentes e plataformas. Os agentes têm sido governos, políticos, empresas, jornalistas, youtubers, blogueiros, social bots, grupos religiosos conservadores, artistas, cientistas e até mesmo trabalhadores da saúde. As plataformas distribuidoras de desinformação têm sido a Amazon, a Apple, o Google, o Facebook, os blogs, o Pinterest, o YouTube, o WhatsApp, o Twitter, o Instagram e o Telegram, além dos veículos convencionais como televisão, rádio e parte da imprensa.
Tomando as lições de Quandt et al. (2019QUANDT, T. et al. Fake News. In: VOS, T. P.; HANUSCH, Folker. The International Encyclopedia of Journalism Studies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2019. p. 1-6.), fica demonstrado, com esta revisão, que a metainformação, bem como o conteúdo central das mensagens observadas, foram divulgadas de modo incompleto e até enganoso, mas não ficou demonstrada a intencionalidade da propagação das notícias falsas, levando-se a crer que o fenômeno aponta mais para uma postura negligente dos disseminadores das notícias, por não haver mecanismos de checagem imediata das afirmações publicadas. Na União Europeia, ao revés, houve o destaque de Ascacíbar, Malumbres e Zanni (2021ASCACÍBAR, G. P.; MALUMBRES, E. B.; ZANNI, S. Fact checking durante la covid-19: análisis comparativo de la verificación de contenidos falsos en España e Italia. Revista de Comunicación, Piura, v. 20, n. 1, p. 197-215, 2021. DOI: 10.26441/RC20.1-2021-A11
https://doi.org/10.26441/RC20.1-2021-A11... ), que identificaram a divulgação, na Espanha e Itália, de mentiras e notícias notadamente maliciosas sobre a covid-19.
Considerações finais
A amostra utilizada neste estudo não é representativa de toda a produção intelectual, uma vez que a maior parte dos trabalhos são redigidos em inglês, idioma não contemplado na metodologia. Ademais, uma revisão não traz a exata dimensão de um problema, especialmente sendo de recente ocorrência, sendo necessários estudos longitudinais para confirmar as relações temporais e causais do fenômeno.
Há pouca divulgação sobre o tema das fake news e a covid-19 no meio acadêmico e científico, embora tenha sido um tema explorado intensamente nas redes sociais e na grande mídia. Assim, era de se esperar que houvesse mais estudos acadêmicos na temática. Das conclusões dos trabalhos selecionados para a revisão, foi unânime a preocupação com o fenômeno que impactou e ainda vem impactando o setor das políticas de saúde, embora muitos dos trabalhos reconheçam e recomendem um esforço de utilização dos meios virtuais de comunicação como novas formas de contato entre o setor da saúde e a população. Ilustrativo dessa postura, cabe reproduzir Ferreira et al. (2022FERREIRA, F. V. et al. Uso de Python para detecção de fake news sobre a covid-19: desafios e possibilidades. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 266-280, 2022. DOI: 10.29397/reciis.v16i2.3253.
https://doi.org/10.29397/reciis.v16i2.32... ), cujo artigo cunhou a expressão “usar as mesmas armas” das fake news, para a disseminação de informações úteis e benéficas para a saúde da população.
Majoritariamente, as notícias que circularam durante os três primeiros anos da pandemia, de acordo com a revisão, foram marcadas pela desinformação não intencional, tanto no Brasil como nos países latino-americanos, distintamente de países da União Europeia em que a mentira proposital circulou fartamente.
A pandemia foi finalizada pela Organização Mundial da Saúde em 5 de maio de 2023, mas ainda está em curso, as desinformações a ela correspondentes, obrigando a população e, em especial, os profissionais da saúde, estar em permanente alerta para neutralizar esse tipo de notícia.
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Datas de Publicação
- Publicação nesta coleção
18 Dez 2023 - Data do Fascículo
2023
Histórico
- Recebido
27 Mar 2023 - Revisado
27 Mar 2023 - Aceito
28 Mar 2023