Resumo em Português:
RESUMO OBJETIVO: Investigar os elementos da rede social associados à síndrome da fragilidade em adultos brasileiros mais velhos. MÉTODOS: Foram utilizados dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2015–2016). Definiu-se a fragilidade pelo fenótipo de Fried (perda de peso, exaustão, fraqueza, lentidão da marcha e baixo nível de atividade física). A rede social foi avaliada a partir do modelo conceitual de Berkman e Krishna (estrutura da rede social, característica dos laços da rede social, apoio social e interação social negativa). Potenciais variáveis de confusão incluíram características sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, cor autorreferida, renda familiar per capita e local de moradia) e de saúde (polifarmácia, multimorbidade, depressão, quedas, hospitalização e função cognitiva). As análises foram baseadas na regressão logística multinomial. RESULTADOS: Entre os 8.629 participantes, 53,5% eram pré-frágeis e 9,1% frágeis. Os elementos da rede social que foram consistentemente associados à pré-fragilidade e à fragilidade são os seguintes: característica dos laços da rede social, apoio social e interação social negativa. Associação positiva foi encontrada para frequência menor que semanal de contato virtual com filhos(as) (OR = 1,15; IC95% 1,01–1,33 para pré-fragilidade e OR = 1,51; IC95% 1,13–2,02 para fragilidade) e para solidão (OR = 1,36; IC95% 1,19–1,56 para pré-fragilidade e OR=1,40; IC95% 1,12–1,75 para fragilidade). Associação negativa foi encontrada para apoio social (ajuda com empréstimos) (OR = 0,75; IC95% 0,60–0,94 para pré-fragilidade e OR = 0,54; IC95% 0,40–0,74 para fragilidade). Contudo, a percepção de críticas associou-se somente à fragilidade (OR = 1,35; IC95% 1,11–1,64). CONCLUSÃO: A rede social é um elemento importante para a diminuição/prevenção da fragilidade em adultos mais velhos. Desse modo, políticas públicas, profissionais da saúde e da assistência social devem abranger a rede social de adultos mais velhos, em relação à característica dos laços da rede social, ao apoio social e à interação social negativa.Resumo em Inglês:
ABSTRACT OBJECTIVE: To investigate the elements of the social network associated with frailty syndrome in older Brazilian adults. METHODS: Baseline data from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil, 2015–2016) were used. Frailty was defined by the Fried phenotype (unintentional weight loss, exhaustion, weakness, slowness, and low level of physical activity). The social network was assessed using the conceptual model of Berkman and Krishna (social network structure, characteristics of social network ties, social support, and negative social interaction). Potential confounding variables included sociodemographic (age, sex, education, self-reported race, per capita family income, and place of residence) and health characteristics (polypharmacy, multimorbidity, depression, falls, hospitalization, and cognitive function). Analyses were based on multinomial logistic regression. RESULTS: Among the 8,629 participants, 53.5% were pre-frail individuals and 9.1% were frail individuals. The elements of the social network that were consistently associated with pre-frailty and frailty were the following: characteristics of social network ties, social support, and negative social interaction. A positive association was found for less-than-weekly frequency of virtual contact with sons and daughters (OR = 1.15; 95%CI 1.01–1.33 for pre-frailty and OR = 1.51; 95%CI 1.13–2.02 for frailty) and for loneliness (OR = 1.36; 95%CI 1.19–1.56 for pre-frailty and OR = 1.40; 95%CI 1.12–1.75 for frailty). A negative association was found for social support (help with loans) (OR = 0.75; 95%CI 0.60–0.94 for pre-frailty and OR = 0.54; 95%CI 0.40–0.74 for frailty). However, the perception of criticism was only associated with frailty (OR = 1.35; 95%CI 1.11–1.64). CONCLUSION: Social network is an important element for reducing/preventing frailty in older adults. Therefore, public policies and health and social assistance professionals should encompass the older adults’ social network regarding the characteristics of social network ties, social support, and negative social interaction.Resumo em Português:
RESUMO OBJETIVO: Descrever padrões de trajetórias de autoavaliação de saúde (AAS) e investigar sua associação com fatores sociodemográficos, ocupacionais e de saúde. MÉTODOS: Amostra composta por 7.738 servidores públicos ativos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) avaliados entre 2008 e 2020. Utilizando-se a curva de crescimento de classe latente, foram definidos os padrões de trajetórias da AAS, obtidos em 11 pontos no tempo. Modelos logísticos multinomiais foram testados para analisar associações entre as exposições e os padrões de trajetórias de AAS. RESULTADOS: Três padrões de trajetórias de AAS emergiram: i- boa, ii- regular e iii-ruim (29%, 61% e 10% dos participantes, respectivamente). Após ajustes, tiveram maiores chances de serem classificados com padrões de trajetória de AAS ruim, comparado à boa, o sexo feminino, a raça/ cor autorreferida parda, referir frequente conflito do trabalho para a família ou da família para o trabalho. Além disso, os fatores associados a maiores chances de apresentar padrão de trajetória de AAS ruim ou regular, comparados à boa, foram escolaridade até o ensino médio, menor renda, trabalho passivo, alto desgaste no trabalho, baixo apoio social, ocupação manual, percepção de escassez de tempo para o autocuidado e lazer, ter sobrepeso ou obesidade, um estilo de vida não saudável e comorbidades. CONCLUSÃO: Condições socioeconômicas e ocupacionais adversas, estilo de vida não saudável e comorbidades foram associadas ao pior padrão de trajetórias de AAS.Resumo em Inglês:
ABSTRACT OBJECTIVE: To describe patterns of self-rated health (SRH) trajectories and investigate their association with sociodemographic, occupational, and health factors. METHODS: The sample consisted of 7,738 active public servants from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), evaluated from 2008 to 2020. The patterns of SRH trajectories were obtained by eleven time points, using the latent class growth curve. A multinomial logistic model was used to test associations between the exposures and patterns of trajectories of SRH. RESULTS: Three patterns of trajectories of SRH were identified: i- good, ii- moderate, and iii- poor (29%, 61%, and 10% of the participants, respectively). Adjusted results showed that women, mixed-race, frequent work to family or family to work conflict were associated with a greater chance of poor pattern of trajectory of SRH, compared to good pattern. Besides, high school, low income, passive work, high strain, low social support, lack of time selfcare and leisure, overweight, obesity, unhealthy lifestyle, and the presence of comorbidities were associated with a greater chance of moderate and poor pattern of trajectory of SRH, when compared with a good pattern. CONCLUSION: Adverse socioeconomic and occupational conditions, as well as unhealthy lifestyle and comorbidities were associated with worse SRH patterns of trajectories.