Cadernos de Saúde Pública, Volume: 38, Número: 11, Publicado: 2022
  • Trajetória de diminuição da solidão entre brasileiros com 50 anos ou mais durante a pandemia de COVID-19: ELSI-Brasil Article

    Braga, Luciana de Souza; Moreira, Bruno de Souza; Torres, Juliana Lustosa; Andrade, Amanda Cristina de Souza; Lima, Anna Carolina Lustosa; Vaz, Camila Teixeira; Machado, Elaine Leandro; Caiaffa, Waleska Teixeira; Ferri, Cleusa Pinheiro; Mambrini, Juliana Vaz de Melo

    Resumo em Português:

    Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de solidão entre idosos brasileiros nos primeiros sete meses da pandemia de COVID-19 e identificar os preditores das trajetórias de solidão, usando dados pré-pandemia oriundos de entrevistas presenciais de participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) de 2019-2020, um estudo de representatividade nacional com residentes da comunidade com 50 anos ou mais. Os dados durante a pandemia foram coletados em três rodadas de entrevistas telefônicas com os participantes, realizadas de maio a outubro de 2020. A solidão foi medida por uma questão de item único, considerando os casos com pelo menos duas medidas repetidas. As variáveis explicativas incluíram depressão, morar sozinho, sair de casa na última semana e conexão virtual no último mês. A regressão logística de efeitos mistos foi utilizada para estimar as razões de chances com seus intervalos de 95% de confiança (IC95%) e investigar trajetórias de solidão e seus preditores. Foram incluídos 5.108 participantes. A prevalência global de solidão no período pré-pandemia foi de 33,1% (IC95%: 29,4-36,8), um valor superior ao período pandêmico (rodada 1: 23,6%, IC95%: 20,6-26,9; rodada 2: 20,5%, IC95%: 17,8-23,5; rodada 3: 20,6%, IC95%: 17,1-24,6). Uma interação significativa (p ≤ 0,05) foi encontrada apenas entre depressão e tempo; participantes com depressão apresentaram maior redução dos níveis de solidão. Embora os níveis de solidão no Brasil tenham diminuído durante a pandemia, esse padrão não se aplica a todos os idosos. Indivíduos com depressão tiveram uma redução mais significativa provavelmente por se sentirem mais próximos aos membros de suas redes sociais durante as recomendações de ficar em casa.

    Resumo em Espanhol:

    Este estudio tuvo como objetivo estimar la prevalencia de la soledad entre los adultos mayores brasileños durante los primeros siete meses de la pandemia de COVID-19 e identificar los predictores de las trayectorias de la soledad. Los datos prepandémicos proceden de entrevistas cara a cara de los participantes del Estudio Longitudinal Brasileño sobre el Envejecimiento (ELSI-Brasil) de 2019-2020, que es un estudio nacionalmente representativo de los habitantes de la comunidad de 50 años o más. Los datos de la pandemia se basaron en tres rondas de entrevistas telefónicas entre esos participantes, realizadas de mayo a octubre de 2020. La soledad se midió con una pregunta de un solo ítem, teniendo en cuenta los que tenían al menos dos indicativos repetidos. Las variables explicativas incluían la depresión, el hecho de vivir solo, salir de casa en la última semana y la conexión virtual en el último mes. Se utilizó una regresión logística de efectos mixtos para estimar las odds ratios con sus intervalos del 95% de confianza (IC95%) y para investigar las trayectorias de la soledad y sus predictores. Se incluyeron 5.108 participantes. La prevalencia global de la soledad en el periodo prepandémico fue del 33,1% (IC95%: 29,4-36,8), superior a la del periodo pandémico (ronda 1: 23,6%, IC95%: 20,6-26,9; ronda 2: 20,5%, IC95%: 17,8-23,5, ronda 3: 20,6; IC95%: 17,1-24,6). Sólo se evidenció una interacción significativa (p ≤ 0,05) entre la depresión y el tiempo; los participantes con depresión mostraron una mayor reducción de los niveles de soledad. Aunque los niveles de soledad en Brasil han disminuido durante la pandemia, este patrón no se da en todos los adultos mayores. Aquellos individuos con depresión tuvieron una reducción más significativa, probablemente debido a que se sintieron más cerca de los miembros de su red social durante las recomendaciones de quedarse en casa.

    Resumo em Inglês:

    This study aimed to estimate prevalence of loneliness among older Brazilian adults over the first seven months of the COVID-19 pandemic and to identify the predictors of loneliness trajectories. Pre-pandemic data derived from face-to-face interviews of participants of the 2019-2020 Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil), which is a nationally representative study of community-dwelling individuals aged 50 years and over. Pandemic data were based on three rounds of telephone interviews among those participants, conducted from May to October 2020. Loneliness was measured by a single-item question, considering those who had at least two repeated measures. Explanatory variables included depression, living alone, leaving home in the last week, and virtual connectedness in the last month. Mixed-effects logistic regression was used to estimate odds ratios with their 95% confidence intervals (95%CI) and to investigate loneliness trajectories and their predictors. In total, 5,108 participants were included. The overall prevalence of loneliness in the pre-pandemic period was 33.1% (95%CI: 29.4-36.8), higher than the pandemic period (round 1: 23.6%, 95%CI: 20.6-26.9; round 2: 20.5%, 95%CI: 17.8-23.5; round 3: 20.6%, 95%CI: 17.1-24.6). A significant interaction (p ≤ 0.05) was evidenced only between depression and time; participants with depression showed a greater reduction in loneliness levels. Although loneliness levels in Brazil have decreased during the pandemic, this pattern is not present for all older adults. Individuals with depression had a more significant reduction, probably due to feeling closer to their social network members during the stay-at-home recommendations.
  • Associação entre o consumo de peixes ricos em ômega-3 e sintomas depressivos em idosos que vivem em um país de renda média: estudo de coorte EpiFloripa Idoso Article

    Ceolin, Gilciane; Rockenbach, Gabriele; Confortin, Susana Cararo; d’Orsi, Eleonora; Moreira, Júlia Dubois

    Resumo em Português:

    Este estudo buscou verificar a associação entre o consumo de peixes ricos em ômega-3 (n-3) e sintomas depressivos em idosos residindo no Sul do Brasil. Esta é uma análise transversal com dados da segunda onda do estudo de coorte EpiFloripa Idoso (2013/2014) e incluiu 1.130 indivíduos com 60 anos ou mais. A presença de sintomas depressivos foi medida pela Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens (GDS-15) e pela frequência semanal de consumo de peixes ricos em n-3. O conjunto mínimo de variáveis para ajuste foi definido utilizando-se um gráfico acíclico dirigido (GAD). Foi aplicada a regressão de Poisson com variância robusta de erros (ajustada pelo Modelo 1: variáveis demográficas e socioeconômicas, Modelo 2: variáveis comportamentais adicionadas e Modelo 3: variáveis de saúde). Identificamos a prevalência de sintomas depressivos em 19% dos idosos e 51,8% relataram comer peixes ricos em n-3 uma vez por semana. Os Modelos 1 e 3 apresentaram uma associação inversa entre peixes ricos em n-3 e sintomas depressivos. No entanto, a associação foi reduzida quando fatores comportamentais (atividade física de lazer) foram incluídos no Modelo 2. Esses achados sugerem que a ingestão de peixes ricos em n-3 tende a estar associada a sintomas depressivos em idosos. No entanto, outros fatores como o exercício físico são tão cruciais quanto os ácidos graxos n-3 em prevenir o desenvolvimento de sintomas depressivos.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo de este estudio fue verificar la asociación entre el consumo de pescado rico en omega-3 (n-3) y los síntomas depresivos en adultos mayores que viven en el Sur de Brasil. Análisis transversal con datos de la segunda oleada del estudio de cohortes EpiFloripa Anciano (2013/2014) que incluyó a 1.130 individuos de 60 años o más. La presencia de síntomas depresivos se midió mediante la Escala de Depresión Geriátrica de 15 ítems (GDS-15), y el consumo de pescado rico en n-3 mediante una pregunta sobre la frecuencia semanal. El conjunto mínimo de variables para el ajuste se definió mediante un gráfico acíclico dirigido (GAD). Se aplicó la regresión de Poisson con varianza de error robusta (ajustada por el Modelo 1: variables demográficas y socioeconómicas, Modelo 2: variables de comportamiento añadidas, Modelo 3: variables de salud añadidas). Se identificó la prevalencia de síntomas depresivos en el 19% de los adultos mayores y el 51,8% informó de que comía pescado rico en n-3 una vez a la semana. Los Modelos 1 y 3 mostraron una asociación inversa entre el pescado rico en n-3 y los síntomas depresivos. Sin embargo, la asociación se redujo cuando se incluyeron los factores conductuales (actividad física en tiempo libre) en el Modelo 2. Estos resultados sugieren que la ingesta de pescado rico en n-3 tiende a asociarse con los síntomas depresivos en los adultos mayores. Sin embargo, otros factores como el ejercicio físico son tan fundamentales como los ácidos grasos n-3 para prevenir el desarrollo de síntomas depresivos.

    Resumo em Inglês:

    This study aimed to verify the association between the consumption of omega-3-rich (n-3) fish and depressive symptoms in older adults living in Southern Brazil. This is a cross-sectional analysis with data from the second wave of the EpiFloripa Aging cohort study (2013/2014) including 1,130 individuals aged 60 years or older. The presence of depressive symptoms was measured by the 15-items Geriatric Depression Scale (GDS-15), and the consumption of n-3-rich fish by a question of weekly frequency. The minimum set of variables for adjustment was defined using directed acyclic graph (DAG). Poisson regression with robust error variance was applied (adjusted by Model 1: demographic and socioeconomic variables, Model 2: added behavioral variables, Model 3: added health variables). We identified the prevalence of depressive symptoms in 19% of older adults and 51.8% reported eating n-3-rich fish once a week. Models 1 and 3 showed an inverse association between n-3-rich fish and depressive symptoms. However, the association was reduced when behavioral factors (leisure-time physical activity) were included in Model 2. These findings suggest that n-3-rich fish intake tends to be associated with depressive symptoms in older adults. However, other factors, such as physical exercise, are as pivotal as n-3 fatty acids in preventing the development of depressive symptoms.
  • Atendimento odontológico de urgência no sistema público brasileiro de saúde: lições da pandemia da COVID-19 para situações futuras Article

    Silva, Heloisa Grehs e; Móra, Patrícia Maria Poli Kopper; Zajkowski, Luciéli Andréia; Celeste, Roger Keller; Scarparo, Roberta Kochenborger

    Resumo em Português:

    Este estudo ecológico descreveu como a pandemia da COVID-19 e o desenvolvimento socioeconômico afetaram o uso da assistência odontológica de urgência (AOU) e seu perfil. Comparamos taxas de AOU para cada 100 mil habitantes antes (de março a junho de 2019) e durante (de março a junho de 2020) a pandemia da COVID-19 em 4.062 municípios brasileiros. Os dados foram coletados de fontes oficiais. As taxas de mortalidade e internação pela COVID-19 indicaram níveis restritivos de lockdown e Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) indicou o nível de desenvolvimento socioeconômico. Foram utilizadas regressões logísticas múltiplas e risco relativo de excesso devido à interação (RERI) para análises estatísticas. O teste t de Student foi usado para comparar alterações no perfil das causas e procedimentos da AOU nos dois períodos. As taxas de AOU foram menores em 69,1% dos municípios e associadas a IDH maior (OR = 1,20; IC95%: 1,01; 1,42). A mortalidade apresentou uma razão de chances de 0,88 (IC95%: 0,73; 1,06) para municípios com IDH < 0,70 e de 1,45 (IC95%: 1,07; 1,97) para municípios com IDH > 0,70. O RERI entre IDH e COVID-19 foi de 0,13 (p < 0,05). Os municípios com maior cobertura de atenção primária à saúde apresentaram menor redução nas suas taxas de emergência. Procedimentos endodônticos e dor dentária foram os fatores mais frequentes antes e durante a pandemia. O percentual de AOUs aumentou devido à dor, danos nos tecidos moles, vedação temporária e procedimentos cirúrgicos. Variáveis socioeconômicas afetaram as taxas de AOU durante o período mais restritivo da pandemia da COVID-19 e devem ser incluídas no planejamento de ações de saúde em emergências futuras.

    Resumo em Espanhol:

    Este estudio ecológico describió el efecto de la pandemia de COVID-19 y el desarrollo socioeconómico en el uso y el perfil de la atención odontológica de urgencia (AOU). Se compararon las tasas de AOU por cada 100.000 habitantes antes de la pandemia de COVID-19 (de marzo a junio de 2019) y durante la pandemia de COVID-19 (de marzo a junio de 2020) en 4.062 municipios brasileños. Los datos se recogieron de fuentes oficiales. Las tasas de mortalidad y hospitalización de COVID-19 fueron indicativas de niveles restrictivos de desarrollo socioeconómico e Índice de Desarrollo Humano (IDH). Para los análisis estadísticos se utilizó la regresión logística múltiple y el exceso de riesgo relativo (ERR) debido a la interacción. Se utilizó la prueba t de Student para comparar los cambios en el perfil de las causas y los procedimientos de AOU en los dos períodos. Las tasas de AOU fueron menores en el 69,1% de los municipios y se asociaron con un IDH más alto (OR = 1,20; IC95%: 1,01; 1,42). La mortalidad tuvo una OR de 0,88 (IC95%: 0,73; 1,06) para los municipios con IDH < 0,70 y de 1,45 (IC95%: 1,07; 1,97) para los municipios con IDH > 0,70. El ERR entre el IDH y el COVID-19 fue de 0,13 (p < 0,05). Los municipios con mayor cobertura de atención primaria tuvieron una menor reducción de las tasas de urgencia. Los procedimientos de endodoncia y la causa del dolor dental fueron los factores más frecuentes tanto antes como durante la pandemia. Aumentó el porcentaje de AOU por dolor y daños en los tejidos blandos, así como el sellado temporal y los procedimientos quirúrgicos. Las variables socioeconómicas afectaron a las tasas de AOU durante el periodo más restrictivo de la pandemia de COVID-19 y deberían incluirse en la planificación de las acciones sanitarias en futuras emergencias.

    Resumo em Inglês:

    This ecological study described the effect of the COVID-19 pandemic and socioeconomic development on the use and profile of urgent dental care (UDC). UDC rates per 100,000 inhabitants before (from March to June 2019) and during (from March to June 2020) the COVID-19 pandemic in 4,062 Brazilian municipalities were compared. Data were collected from official sources. COVID-19 mortality and hospitalization rates were indicative of levels of lockdown and Human Development Index (HDI) indicated socioeconomic development. Multiple logistic regression and relative excess risk due to interaction (RERI) were used for statistical analyses. The Student t-test was used to compare changes in the profile of UDC causes and procedures in the two periods. Lower UDC rates were found in 69.1% of municipalities and were associated with higher HDI (OR = 1.20; 95%CI: 1.01; 1.42). Mortality had OR = 0.88 (95%CI: 0.73; 1.06) for municipalities with HDI < 0.70 and OR = 1.45 (95%CI: 1.07; 1.97) for municipalities with HDI > 0.70. RERI between HDI and COVID-19 was 0.13 (p < 0.05). Municipalities with greater primary health care coverage had a smaller reduction in emergency rates. Endodontic treatment and dental pain were the most frequent factors both before and during the pandemic. The percentage of UDCs due to pain and soft tissue damage, as well as temporary sealing and surgical procedures, increased. Socioeconomic variables affected UDC rates during the most restrictive period of the COVID-19 pandemic and should be considered in the planning of health actions in future emergencies.
  • Prevalência de desnutrição, anemia e helmintíase transmitida pelo solo em crianças em idade pré-escolar que vivem em populações periurbanas na Amazônia peruana Article

    Segoviano-Lorenzo, María del Carmen; Trigo-Esteban, Elena; Gyorkos, Theresa W.; St-Denis, Kariane; Guzmán, Fernándo Martínez-De; Casapía-Morales, Martín

    Resumo em Português:

    Desnutrição, anemia e infecção por helmintos transmitidos pelo solo (HTS) são as principais preocupações da saúde infantil em regiões do mundo caracterizadas pela extrema pobreza, especialmente em áreas rurais e periurbanas. Realizou-se este estudo para determinar a prevalência dessas três condições coocorrentes em crianças em idade pré-escolar num distrito de extrema pobreza nos arredores de Iquitos, na Amazônia peruana, com a visão final de informar a ação da saúde pública. A desnutrição foi avaliada utilizando métricas padrão recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS); a anemia, utilizando níveis de hemoglobina e a HTS, utilizando a técnica Kato-Katz. Realizaram-se análises de regressão logística para identificar fatores de risco para os três desfechos de interesse. Em março de 2019, foram recrutadas 572 crianças de 6 a 59 meses. A prevalência de desnutrição foi determinada em 31,3%, anemia em 47,2% e HTS em 34,1%. Os números de desnutrição e anemia superaram as estimativas regionais e nacionais para 2019. Ter mais filhos foi um fator de risco para a desnutrição, enquanto a mãe ser casada foi associado a um menor risco. Os fatores de risco para anemia foram idade mais jovem e sexo masculino, enquanto os fatores de risco para HTS foram idade mais avançada, vacinação incompleta e menor nível socioeconômico. O emprego das mães fora de casa também foi associado a um menor risco de HTS. Esta evidência recente destaca a necessidade de atenção clínica rápida e integrada e ações da saúde pública para enfrentar as consequências a curto e longo prazo para a saúde nessa faixa etária infantil vulnerável. A integração de um quadro de monitoramento e avaliação seria importante para uma gestão eficaz, otimização de recursos e prestação de contas, e para demonstrar impacto.

    Resumo em Espanhol:

    El retraso en el crecimiento, la anemia y la infección por helmintos transmitidos por el contacto con el suelo (STH) son los principales problemas de salud de la infancia en las regiones del mundo caracterizadas por la extrema pobreza, especialmente en las zonas rurales y periurbanas. Este estudio se llevó a cabo para determinar la prevalencia de estas tres condiciones concurrentes en niños de edad preescolar en un distrito de extrema pobreza en las afueras de Iquitos, en la Amazonía peruana, con el fin último de informar la acción de salud pública. La malnutrición se evaluó mediante las mediciones estándar recomendadas por la Organización Mundial de la Salud (OMS), la anemia mediante los niveles de hemoglobina y la STH mediante la técnica de Kato-Katz. Se realizaron análisis de regresión logística para identificar los factores de riesgo de los tres resultados de interés. Un total de 572 niños de entre 6 y 59 meses fueron reclutados en marzo de 2019. Se determinó que la prevalencia de retraso en el crecimiento era del 31,3%, la anemia del 47,2% y el STH del 34,1%. Las cifras de retraso en el crecimiento y anemia superaron las estimaciones regionales y nacionales para 2019. Tener más hijos fue un factor de riesgo para el retraso del crecimiento, mientras que el hecho de que la madre estuviera casada se asoció con un riesgo menor. Los factores de riesgo para la anemia fueron la edad más joven y el sexo masculino, mientras que los factores de riesgo para el STH fueron la edad más avanzada, las vacunas incompletas y el nivel socioeconómico más bajo. El empleo de las madres fuera del hogar también se asoció a un menor riesgo de STH. Estos datos recientes ponen de manifiesto la necesidad de una atención clínica y una acción de salud pública rápidas e integradas para abordar las consecuencias sanitarias a corto y largo plazo en este grupo de edad infantil vulnerable. La integración de un marco de seguimiento y evaluación sería importante para una gestión eficaz, la optimización de los recursos y la rendición de cuentas, y para demostrar el impacto.

    Resumo em Inglês:

    Stunting, anemia, and soil-transmitted helminth (STH) infections are major health concerns for children in extremely poor regions of the world, especially rural and periurban ones. This study aimed to determine the prevalence of these three cooccurring conditions in preschool-age children in an extremely poor district on the outskirts of Iquitos, in the Peruvian Amazon, to inform public health actions. Malnutrition was assessed by standard World Health Organization-recommended metrics; anemia, by hemoglobin levels; and STH, by the Kato-Katz technique. Logistic regression analyses were performed to identify the risk factors for our three outcomes of interest. A total of 572 children aged 6-59 months were recruited in March 2019. We found a 31.3% stunting, 47.2% anemia, and 34.1% STH prevalence. Stunting and anemia figures exceeded both regional and national estimates for 2019. Having more children was a risk factor for stunting, whereas married mothers were associated with a lower risk. Risk factors for anemia included younger age and the male sex, whereas those for STH, older age, incomplete vaccination, and a lower socioeconomic status. Mothers’ employment outside the home was also associated with a lower STH risk. This recent evidence highlights the need for prompt and integrated clinical attention and public health actions to address both short- and long-term health consequences in this vulnerable child age group. The integration of a monitoring and evaluation framework is important to effectively manage these conditions, optimize resources and accountability, and show their impact.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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